A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
JDRI • <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Defesa</strong> e <strong>Relações</strong> <strong>Internacionais</strong> • www.jornal<strong>de</strong>fesa.pt<br />
força era assegurado, individualmente e <strong>de</strong> forma rotativa pelos países que a<br />
constituíam, com assistência técnica e apoio da OTAN. 44<br />
Na sequência da expulsão da Al-Qaeda e dos taliban do <strong>Afeganistão</strong>, os<br />
lí<strong>de</strong>res do <strong>Afeganistão</strong> reuniam-se em Dezembro <strong>de</strong> 2001, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bona -<br />
Alemanha, com apoio internacional para começar o processo <strong>de</strong> reconstrução do<br />
país. A estrutura do <strong>no</strong>vo gover<strong>no</strong> foi criado sob a forma <strong>de</strong> uma Autorida<strong>de</strong><br />
Transitória Afegã, e a ISAF foi criada pelas Resoluções 1386, 1413 e 1444 <strong>no</strong><br />
âmbito do Conselho <strong>de</strong> Segurança das Nações Unidas para permitir à própria<br />
Autorida<strong>de</strong> Transitória e à Missão <strong>de</strong> Assistência das Nações Unidas <strong>no</strong> <strong>Afeganistão</strong>,<br />
operar na área da capital, Cabul e seus arredores, com razoável segurança. Um<br />
<strong>de</strong>talhado Acordo Técnico-Militar entre o comandante da ISAF e a Autorida<strong>de</strong><br />
Transitória do <strong>Afeganistão</strong> forneceram as orientações futuras para as operações da<br />
ISAF. 45<br />
A ISAF foi inicialmente li<strong>de</strong>rada pelo Rei<strong>no</strong> Unido e, em seguida pela<br />
Turquia. A Alemanha e a Holanda em conjunto assumiram a li<strong>de</strong>rança da ISAF em<br />
Fevereiro <strong>de</strong> 2003 e solicitaram o apoio da OTAN. Em Agosto <strong>de</strong> 2003, a própria<br />
Aliança assumiu a responsabilida<strong>de</strong> pela ISAF, ultrapassando-se <strong>de</strong>sta forma, o<br />
problema colocado pelo comando rotativo da missão <strong>de</strong> seis em seis. 46<br />
A composição internacional da ISAF tem variado, mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação,<br />
incluiu forças ou contribuições <strong>de</strong> todos os 26 Aliados da OTAN 47 e da Albânia,<br />
Azerbaijão, Croácia, Estónia, Finlândia, Geórgia, Irlanda, Nova Zelândia, Suécia,<br />
Suíça e a antiga República Jugoslava da Macedónia, para além <strong>de</strong> forças fornecidas<br />
pelo próprio <strong>Afeganistão</strong>. A direcção política da ISAF é assegurada pelo Conselho do<br />
Atlântico Norte, em consulta com os países não membros da OTAN que contribuem<br />
com tropas. 48<br />
O Comando <strong>de</strong> Operações Aliado da OTAN (se<strong>de</strong>ado <strong>no</strong> Quartel-General<br />
Supremo das Potências Aliadas na Europa, localizado em Mons, Bélgica) tem a<br />
responsabilida<strong>de</strong> pela operação, enquanto o Comando da Força Conjunta Aliada<br />
Brunssum, na Holanda, actua como quartel-general operacional. Inicialmente, o<br />
núcleo do quartel-general da ISAF em Cabul foi formado a partir do Centro <strong>de</strong><br />
Comando Conjunto em Hei<strong>de</strong>lberg, na Alemanha, que forneceu o primeiro<br />
Comandante da ISAF. 49<br />
O Pentágo<strong>no</strong> substituiu em Maio <strong>de</strong> 2009, o principal comandante america<strong>no</strong><br />
<strong>no</strong> <strong>Afeganistão</strong>, o general David McKiernan, me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<br />
assumido o comando, marcando uma gran<strong>de</strong> reformulação na li<strong>de</strong>rança militar <strong>de</strong><br />
uma guerra que o presi<strong>de</strong>nte Obama apresentou como um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> segurança<br />
nacional que se agrava. Responsáveis da <strong>Defesa</strong> disseram que o general McKiernan<br />
foi removido <strong>de</strong>vido aquilo que <strong>de</strong>screveram como uma abordagem convencional<br />
para o que se tor<strong>no</strong>u um dos <strong>de</strong>safios mais complicados da história militar<br />
americana, sendo substituído <strong>no</strong> comando da ISAF pelo Tenente-General Stanley A.<br />
McChrystal, um ex-comandante do Comando <strong>de</strong> Operações Especiais Conjunto que<br />
li<strong>de</strong>rou todas as operações especiais <strong>no</strong> Iraque. 50<br />
No Outo<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2003, o Conselho <strong>de</strong> Segurança da ONU aprovou uma <strong>no</strong>va<br />
resolução que autorizou a expansão das operações da ISAF para áreas fora <strong>de</strong><br />
Cabul através das Equipas Provinciais <strong>de</strong> Reconstrução (Provincial Reconstruction<br />
Teams - PRTs). 51<br />
44<br />
<strong>NATO</strong> PUBLIC DIPLOMACY DIVISION, op. cit, p. 22-23.<br />
45<br />
Id., p. 155.<br />
46<br />
Ibid.<br />
47<br />
Actualmente a OTAN é constituída por 28 países. Para mais informação cf. North Atlantic Treaty<br />
Organization (em http://www.nato.int/cps/en/natolive/nato_countries.htm).<br />
48<br />
<strong>NATO</strong> PUBLIC DIPLOMACY DIVISION, op. cit, p. 155.<br />
49<br />
Id., p. 156.<br />
50<br />
BUMILLER, Elisabeth, “US Replaces Comman<strong>de</strong>r in Afghanistan in War Overhaul”, The New York<br />
Times, 11 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2009, (em<br />
http://www.nytimes.com/2009/05/12/world/asia/12military.html?_r=1&hp).<br />
51<br />
Id., p. 23.<br />
Página 11 <strong>de</strong> 30