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Efeito discursivo do gênero textual no ensino de língua - pucrs

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Anais <strong>do</strong> SITED<br />

Seminário Internacional <strong>de</strong> Texto, Enunciação e Discurso<br />

Porto Alegre, RS, setembro <strong>de</strong> 2010<br />

Núcleo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Discurso<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

EFEITO DISCURSIVO DO GÊNERO TEXTUAL NO ENSINO DE LÍNGUA<br />

Introdução<br />

Clei<strong>de</strong> Inês Wittke 1<br />

Alessandra Bal<strong>do</strong> 2<br />

O quadro atual, <strong>no</strong> qual se insere o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong> materna, <strong>no</strong>s mostra que seu<br />

processo não tem produzi<strong>do</strong> os efeitos <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s. Em outras palavras, po<strong>de</strong>mos<br />

constatar que essa prática escolar não vem sen<strong>do</strong> realizada sob a forma <strong>de</strong> um exercício<br />

frequente e produtivo <strong>de</strong> interação verbal, tanto na fala quanto na escrita. Então,<br />

questionamos: por que isso vem ocorren<strong>do</strong>? Quais são os problemas enfrenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong><br />

ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong> materna nas escolas? O que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser altera<strong>do</strong> para que essa<br />

prática didático-pedagógica se constitua em um processo que <strong>de</strong>senvolva a capacida<strong>de</strong><br />

comunicativa <strong>de</strong> <strong>no</strong>sso alu<strong>no</strong>, dan<strong>do</strong>-lhe segurança para que interaja a<strong>de</strong>quadamente nas<br />

mais variadas situações sociais <strong>de</strong> sua vida?<br />

Muitos pesquisa<strong>do</strong>res da área da linguagem, tais como Geraldi (1991, 2006),<br />

Ilari (1992), Bag<strong>no</strong> (1999), Possenti (2002), Marcuschi (2002, 2008), Neves (2003ab),<br />

Travaglia (2002, 2003), Kleiman (2006), Antunes (2007, 2009), citan<strong>do</strong> apenas alguns<br />

<strong>de</strong>les, investigam essa temática e convergem a um ponto comum: é <strong>de</strong> fundamental<br />

importância que se eleja o texto, e os <strong>gênero</strong>s textuais sob uma perspectiva mais ampla<br />

<strong>de</strong> ação e circulação, como objeto <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>. Parece haver consenso entre os linguistas e<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s professores <strong>de</strong> <strong>língua</strong>: os tradicionais exercícios mecânicos e<br />

automáticos <strong>de</strong> gramática, cujo escopo consiste em i<strong>de</strong>ntificar e classificar, conteú<strong>do</strong><br />

posteriormente cobra<strong>do</strong> em prova, não são a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao atual papel <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong><br />

materna na escola. Isto é, não são aptos (nem eficientes) a <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong><br />

comunicativa <strong>do</strong> alu<strong>no</strong>, tanto <strong>no</strong> que se refere à fala quanto à escrita.<br />

Vale lembrar as orientações <strong>do</strong>s Parâmetros Curriculares Nacionais (1998,<br />

1999), os quais remetem à concretização <strong>de</strong>ssa i<strong>no</strong>vação, tanto <strong>no</strong> que diz respeito ao<br />

objeto <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> como à meto<strong>do</strong>logia, conceben<strong>do</strong> a <strong>língua</strong> como um trabalho<br />

(movimento) social. A partir <strong>de</strong>ssa concepção, faz-se necessário reformular o conceito e<br />

o papel <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> gramática, substituin<strong>do</strong> os tradicionais exercícios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

e classificação das regras da <strong>língua</strong>, que enfatizam sua <strong>no</strong>menclatura, pela realização <strong>de</strong><br />

diferentes estratégias <strong>de</strong> leitura, oralida<strong>de</strong>, produção <strong>textual</strong> e análise linguística. Esse<br />

<strong>no</strong>vo mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> olhar a <strong>língua</strong>, explicita Koch (2006), está diretamente relaciona<strong>do</strong> à<br />

ressignificação das concepções <strong>de</strong> texto, contexto, sujeito e senti<strong>do</strong>. Isso também<br />

produzirá efeitos na avaliação, principalmente <strong>no</strong> que tange ao exercício da produção<br />

escrita, pois essa prática <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> funcionar como simples instrumento avaliativo<br />

(medi<strong>do</strong>r) e assumirá seu verda<strong>de</strong>iro papel <strong>de</strong> interação verbal.<br />

Sob essa perspectiva, o texto é visto como um ponto em uma teia <strong>de</strong> relações, ou<br />

ainda, nas palavras <strong>de</strong> Nascimento (2009, p.65), como um momento em um processo, o<br />

que torna possível “espojá-lo da fixi<strong>de</strong>z a ele tradicionalmente atribuída, passan<strong>do</strong> a<br />

encará-lo como provisório”. Pensan<strong>do</strong> então na aula <strong>de</strong> português, po<strong>de</strong>mos dizer que o<br />

texto é tanto o ponto <strong>de</strong> partida quanto <strong>de</strong> chegada, pois o <strong>de</strong>sconstruímos e também<br />

construímos <strong>no</strong>vos textos, sob diferentes perspectivas e naturezas.<br />

1 Doutora; Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas (UFPEL). E-mail: clei<strong>de</strong>inesw@yahoo.com.br<br />

2 Doutora; Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas (UFPEL). E-mail: lelabal<strong>do</strong>@terra.com.br<br />

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Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, retomamos a <strong>no</strong>ssa questão inicial: por que o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong><br />

materna não tem consegui<strong>do</strong> atingir os objetivos almeja<strong>do</strong>s? Dito <strong>de</strong> outra forma, por<br />

que a abordagem da <strong>língua</strong> portuguesa na escola não tem oportuniza<strong>do</strong> ativida<strong>de</strong>s pelo<br />

meio das quais o alu<strong>no</strong> possa se expressar com clareza e fluência tanto falan<strong>do</strong> quanto<br />

escreven<strong>do</strong>? Embora o professor não esteja plenamente certo <strong>de</strong> como proce<strong>de</strong>r para<br />

que o alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolva seu potencial comunicativo, há consenso sobre o fato <strong>de</strong> que o<br />

ensi<strong>no</strong> único e exclusivo da gramática tradicional, com seus exercícios exaustivos e<br />

<strong>de</strong>sconexos <strong>de</strong> metalinguagem, não são suficientes para dar conta <strong>do</strong> objetivo<br />

sociointeracionista que trabalha a <strong>língua</strong> como um ato <strong>de</strong> interação verbal, um processo<br />

comunicativo.<br />

Como muitos estu<strong>do</strong>s da linguagem vêm mostran<strong>do</strong>, é preciso ajustar tanto o<br />

objeto <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> como seu procedimento didático-meto<strong>do</strong>lógico, priorizan<strong>do</strong> o trabalho<br />

com o texto (<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais amplo, com o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong>), <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> os elementos<br />

básicos ao ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong>: diferentes estratégias <strong>de</strong> leitura, oralida<strong>de</strong>, aspectos<br />

linguísticos e produção <strong>textual</strong>. Nessa ótica, a aula <strong>de</strong> português <strong>de</strong>ve funcionar como<br />

um espaço on<strong>de</strong> o alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>sconstrói e constrói diversos tipos <strong>de</strong> textos, na medida em<br />

que interage com o outro que o cerca, priorizan<strong>do</strong> o constante exercício <strong>de</strong><br />

comunicação, tanto oralmente quanto por escrito. Enfim, é preciso que o alu<strong>no</strong> tenha o<br />

que dizer a alguém, com dada intenção.<br />

Esse enfoque atribui um <strong>no</strong>vo papel ao professor <strong>de</strong> português que passa a ser o<br />

media<strong>do</strong>r entre o texto e o alu<strong>no</strong>: um facilita<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> aprendizagem, um<br />

auxiliar na construção <strong>do</strong> conhecimento. Chegamos, então, a um ponto importante à<br />

questão: estão os Cursos <strong>de</strong> Letras preparan<strong>do</strong> os futuros professores <strong>de</strong> <strong>língua</strong> para que<br />

<strong>de</strong>sempenhem a função <strong>de</strong> media<strong>do</strong>r? Além disso, o meio universitário está crian<strong>do</strong><br />

espaço e oportunida<strong>de</strong>s para dialogar com o profissional <strong>de</strong> <strong>língua</strong> em serviço? Não<br />

basta simplesmente trazer o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong> à sala <strong>de</strong> aula, é preciso <strong>de</strong>fini-lo e ter bem<br />

presente o que e como trabalhá-lo <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> produtivo. O presente artigo tem como<br />

objetivo refletir sobre os efeitos <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong> na escola, ten<strong>do</strong> o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong> e<br />

a abordagem sociointeracionsita como elementos <strong>no</strong>rtea<strong>do</strong>res.<br />

Texto e <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong>: uma realida<strong>de</strong> possível<br />

Ao eleger o texto (<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais amplo, o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong>) como objeto <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>, é <strong>de</strong> extrema importância que o professor <strong>de</strong> <strong>língua</strong> tenha ple<strong>no</strong> conhecimento e<br />

<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> que seja e como po<strong>de</strong> trabalhá-lo em aula sob uma perspectiva<br />

sociointeracionista (Bronckart, 1999, 2008; Schneuwly e Dolz, 2004). Ou seja, abor<strong>de</strong> a<br />

<strong>língua</strong> como trabalho social, como interação verbal. Quan<strong>do</strong> <strong>no</strong>s referimos a texto,<br />

estamos pensan<strong>do</strong> em uma materialida<strong>de</strong> linguística <strong>de</strong> variada extensão, que constitui<br />

um to<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>, isto é, seja coerente e a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à comunicação (tanto<br />

oral quanto escrita) a qual se propõe, em <strong>de</strong>terminada situação social. Trata-se <strong>de</strong> uma<br />

produção verbal que exerce a<strong>de</strong>quadamente sua funcionalida<strong>de</strong> comunicativa. Para<br />

Koch (2003, p.31), o texto consiste em uma<br />

manifestação verbal, constituída <strong>de</strong> elementos lingüísticos <strong>de</strong> diversas<br />

or<strong>de</strong>ns, seleciona<strong>do</strong>s e dispostos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as virtualida<strong>de</strong>s que<br />

cada <strong>língua</strong> põe à disposição <strong>do</strong>s falantes <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong><br />

verbal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a facultar aos interactantes não apenas a produção <strong>de</strong><br />

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senti<strong>do</strong>s, como a <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar a própria interação como prática<br />

sociocultural.<br />

Seguin<strong>do</strong> a linha <strong>de</strong> pensamento <strong>de</strong> Marcuschi (2002, p.24), <strong>de</strong>finimos o texto<br />

como “uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> concreta realizada materialmente e corporificada em algum<br />

<strong>gênero</strong> <strong>textual</strong>”. Vemos, então, que o texto, ao circular socialmente, sob uma e<strong>no</strong>rme<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>gênero</strong>s textuais, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um enuncia<strong>do</strong> como “Socorro!”, “Pega<br />

ladrão!”, uma crônica, uma bula <strong>de</strong> remédio, uma receita culinária, um e-mail, uma<br />

reportagem, uma charge, uma história em quadrinhos, um telefonema, um edital, uma<br />

resenha crítica, um bilhete, um manual <strong>de</strong> instrução, um poema, até um romance <strong>de</strong><br />

vários tomos. Nesse senti<strong>do</strong>, Pereira et al. (2006, p.32) <strong>de</strong>finem o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong> como<br />

“os textos encontra<strong>do</strong>s na vida diária que apresentam características sóciocomunicativas<br />

<strong>de</strong>finidas pelo contexto <strong>de</strong> produção, conteú<strong>do</strong>, proprieda<strong>de</strong>s funcionais,<br />

estruturação <strong>do</strong> texto”.<br />

Os <strong>gênero</strong>s textuais consistem nas diferentes materializações que os textos<br />

assumem para <strong>de</strong>sempenhar as mais diversas funções sociais, ressaltan<strong>do</strong> suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s sociocomunicativas <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> intencionalida<strong>de</strong>. Para<br />

Marcuschi (2002), eles são artefatos culturais historicamente construí<strong>do</strong>s pelo homem e<br />

apresentam diferentes caracterizações, com vocabulários específicos e empregos<br />

sintáticos apropria<strong>do</strong>s, em conformida<strong>de</strong> com a função social que exercem. Segun<strong>do</strong><br />

Bronckart (1999, p.48), “conhecer um <strong>gênero</strong> <strong>de</strong> texto também é conhecer suas<br />

condições <strong>de</strong> uso, sua pertinência, sua eficácia ou, <strong>de</strong> forma mais geral, sua a<strong>de</strong>quação<br />

em relação às características <strong>de</strong>sse contexto social”.<br />

Nessas condições, compete ao professor <strong>de</strong> <strong>língua</strong> materna criar oportunida<strong>de</strong>s<br />

para que o alu<strong>no</strong> estu<strong>de</strong> os mais diversos <strong>gênero</strong>s textuais, sua composição, temática e<br />

funcionalida<strong>de</strong>, para que se tornem capazes não só <strong>de</strong> reconhecê-los e compreendê-los,<br />

mas também <strong>de</strong> construí-los <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, em seus varia<strong>do</strong>s eventos sociais.<br />

Somos solidários ao posicionamento <strong>de</strong> Geraldi (2006), quan<strong>do</strong> o autor especifica que o<br />

exercício <strong>de</strong>ssas habilida<strong>de</strong>s proporcionará o <strong>de</strong>senvolvimento da competência<br />

comunicativa <strong>do</strong> alu<strong>no</strong>, capacitan<strong>do</strong>-o a um bom <strong>de</strong>sempenho na sua vida diária<br />

(falan<strong>do</strong> e escreven<strong>do</strong>), nas mais diversas situações <strong>de</strong> interação verbal.<br />

Seguin<strong>do</strong> essa esteira teórica, Brait (2002) ressalta que, ao estudar os <strong>gênero</strong>s<br />

textuais, precisamos levar em conta diferentes aspectos que dizem respeito a seu<br />

processo <strong>de</strong> produção, circulação e recepção. Suas condições <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong><br />

recepção remetem ao questionamento: quem produz a mensagem para quem? Trata-se<br />

da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social <strong>do</strong> produtor e <strong>do</strong> receptor; já a circulação refere-se ao veículo em<br />

que circula a mensagem. Tu<strong>do</strong> isso remete à mensagem em si, ou seja, por que aquilo é<br />

dito daquela maneira e não <strong>de</strong> outro mo<strong>do</strong>? Para Marcuschi (2008, p.149), “o trato <strong>do</strong>s<br />

<strong>gênero</strong>s diz respeito ao trato da <strong>língua</strong> em seu cotidia<strong>no</strong> nas mais diversas formas”.<br />

Como o leitor já <strong>de</strong>ve ter percebi<strong>do</strong>, na medida em que trabalhamos o <strong>gênero</strong><br />

<strong>textual</strong> em sala <strong>de</strong> aula, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> seu caráter funcional, ou seja, a partir <strong>do</strong> papel<br />

social que o texto exerce na socieda<strong>de</strong>, ao interagir com ele, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> tentar<br />

<strong>de</strong>scobrir o que o autor queria dizer e passamos a refletir sobre o que foi dito e o mo<strong>do</strong><br />

como foi dito, <strong>de</strong>ixamos também <strong>de</strong> fazer redação para produzir textos. Como diz<br />

Geraldi (2006), o alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar o papel <strong>de</strong> função-alu<strong>no</strong> e passa a exercer<br />

o papel <strong>de</strong> sujeito-alu<strong>no</strong>, aqui, <strong>no</strong> caso, o alu<strong>no</strong> assume o papel <strong>de</strong> sujeito <strong>de</strong> seu dizer,<br />

pois diz o que tem a dizer e não aquilo que o professor (ou o autor <strong>do</strong> livro didático)<br />

espera que ele diga.<br />

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Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

No caso específico da produção <strong>textual</strong>, aban<strong>do</strong>namos o exercício mecânico e<br />

sem senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> redigir um texto dissertativo para que o professor possa avaliar o<br />

<strong>de</strong>sempenho linguístico <strong>do</strong> alu<strong>no</strong> e passamos à prática social <strong>de</strong> interagir com o outro<br />

por meio <strong>de</strong> <strong>gênero</strong>s textuais que circulam em <strong>no</strong>ssa socieda<strong>de</strong>. Passamos a produzir<br />

carta pessoal e <strong>de</strong> opinião, editorial, charge, história em quadrinho, poema, e-mail, blog,<br />

resenha crítica, resumo, entrevista, receita culinária, fábula, crônica, reportagem, ata,<br />

ofício, curriculum vitae, comunicação, artigo científico, entre tantos outros <strong>gênero</strong>s<br />

importantes ao <strong>no</strong>sso convívio social.<br />

Nessa concepção, o senti<strong>do</strong> não está pronto e acaba<strong>do</strong> <strong>no</strong> texto, mas é produzi<strong>do</strong><br />

pela interação estabelecida entre seu autor e o leitor/ouvinte, na medida em que ocorre o<br />

processo <strong>de</strong> leitura-escuta, via compreensão. Vale lembrar que embora o senti<strong>do</strong> seja<br />

produzi<strong>do</strong>, isso não significa que qualquer interpretação seja válida, uma vez que<br />

existem pistas <strong>de</strong>ixadas pelo autor, em seu texto, que acabam <strong>de</strong>linean<strong>do</strong> e <strong>de</strong>limitan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s possíveis e não viabiliza qualquer interpretação.<br />

Em síntese, ao analisar e produzir um texto, o alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve assumir o papel <strong>de</strong><br />

sujeito <strong>do</strong> seu dizer, e isso implica que ele tenha o que dizer e tenha razões para o<br />

manifestar; que ele saiba a quem dizer, com que finalida<strong>de</strong> o produz. O conhecimento<br />

<strong>de</strong>ssas questões o auxilia na escolha das estratégias linguísticas, textuais e discursivas<br />

que constituem seu dizer, na seleção <strong>do</strong>s mecanismos que <strong>de</strong>terminam o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> dizer,<br />

enfim, na escolha <strong>do</strong> <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong> a ser emprega<strong>do</strong> em diferentes situações sociais <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>sso cotidia<strong>no</strong>. Mas, afinal, diante <strong>de</strong> tantas possibilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> tanto material verbal<br />

que circula em <strong>no</strong>sso meio, como po<strong>de</strong>mos abordar o <strong>gênero</strong> <strong>textual</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

interessante e produtivo?<br />

Trabalhan<strong>do</strong> o texto na escola. Uma sugestão...<br />

Ten<strong>do</strong> o professor a preocupação em <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> leitora <strong>de</strong> seu<br />

alu<strong>no</strong>, cabe a ele disponibilizar diversas estratégias, em varia<strong>do</strong>s <strong>gênero</strong>s textuais, que<br />

oportunizem o hábito <strong>de</strong> realizar leituras críticas, pelas quais o alu<strong>no</strong> possa entrar <strong>no</strong><br />

texto e se posicionar diante da temática abordada. Dentre as diferentes ativida<strong>de</strong>s<br />

possíveis, citamos a mais comum que é o roteiro <strong>de</strong> leitura, pelo meio <strong>do</strong> qual o alu<strong>no</strong>leitor<br />

po<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a lógica <strong>do</strong> texto, em suas partes e <strong>no</strong> seu to<strong>do</strong>, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> não<br />

só o que o autor quis dizer, mas também o faça refletir sobre o que foi dito, e <strong>do</strong> jeito<br />

como foi dito, tornan<strong>do</strong>-o mais informa<strong>do</strong> e prepara<strong>do</strong> para enfrentar as experiências <strong>do</strong><br />

seu dia a dia. Além <strong>do</strong> roteiro, o professor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a compreensão <strong>do</strong> texto<br />

sugerin<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> tópico frasal, da i<strong>de</strong>ia principal e das palavras-chave. Com<br />

esse objetivo, também po<strong>de</strong> realizar a prática <strong>do</strong> resumo, da paráfrase e da resenha,<br />

ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvem não só a compreensão, mas também a capacida<strong>de</strong> escrita, e<br />

suas implicações linguísticas, textuais e discursivas.<br />

Lidas e estudadas as i<strong>de</strong>ias expressas <strong>no</strong> texto, po<strong>de</strong>mos, então, criar ativida<strong>de</strong>s<br />

que estimulem o alu<strong>no</strong> a se expressar por meio da escrita. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> texto<br />

e da temática trabalhada, o professor po<strong>de</strong> sugerir inúmeras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção,<br />

com varia<strong>do</strong>s fins e leitores. Vale lembrar que antes <strong>de</strong> começar a escrever, o alu<strong>no</strong><br />

precisa saber por que ele vai escrever aquela mensagem e quem será seu possível leitor.<br />

Precisa estar ciente <strong>do</strong> <strong>gênero</strong> que produzirá e conhecer suas características típicas tais<br />

como vocabulário e expressão, composição, e on<strong>de</strong> circula, enfim, consi<strong>de</strong>rar os<br />

aspectos <strong>de</strong> produção, circulação e recepção <strong>de</strong> um texto. É importante, nessa ótica, que<br />

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alguém leia o texto produzi<strong>do</strong> (não sen<strong>do</strong> sempre somente o professor) e que o alu<strong>no</strong><br />

tenha a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reescrevê-lo, superan<strong>do</strong> as dificulda<strong>de</strong>s (<strong>de</strong> léxico, estrutura<br />

frasal e <strong>textual</strong>, coesão e coerência, conectivos, pontuação, grafia, concordância,<br />

regência etc.) que prejudicaram a qualida<strong>de</strong> da sua expressão escrita. É bom ter presente<br />

que o exercício <strong>de</strong> re-escrita <strong>de</strong>ve ser visto como parte integrante <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

produção <strong>textual</strong>, momento em que o alu<strong>no</strong> é estimula<strong>do</strong> pelo professor a aprimorar seu<br />

texto.<br />

Dan<strong>do</strong> sequência ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto, chegamos a outra ativida<strong>de</strong> fundamental <strong>do</strong><br />

ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong>, que é o estu<strong>do</strong> e o aperfeiçoamento <strong>do</strong>s aspectos linguísticos<br />

(gramaticais), tanto na modalida<strong>de</strong> oral quanto e, principalmente, na produção escrita. A<br />

<strong>no</strong>sso ver, essa abordagem po<strong>de</strong> ocorrer em <strong>do</strong>is diferentes momentos: a partir das<br />

dificulda<strong>de</strong>s apresentadas pelo alu<strong>no</strong>, na sua produção escrita, ou com base <strong>no</strong> texto<br />

fonte, em estu<strong>do</strong>. Percebemos os <strong>do</strong>is processos como sen<strong>do</strong> váli<strong>do</strong>s e produtivos, o<br />

importante é que o professor trabalhe tanto em um como em outro méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira<br />

pontual.<br />

Sugerimos que o professor selecione um aspecto gramatical observa<strong>do</strong> <strong>no</strong> texto<br />

e trabalhe somente este: pesquisan<strong>do</strong> na gramática, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> e observan<strong>do</strong> seu uso,<br />

através <strong>de</strong> exercícios con<strong>textual</strong>iza<strong>do</strong>s. No caso da análise por meio da produção <strong>do</strong><br />

alu<strong>no</strong>, enten<strong>de</strong>mos que o aspecto gramatical mais urgente a ser trabalha<strong>do</strong> seja aquele<br />

que apresentou maior <strong>de</strong>svio <strong>no</strong> uso ao ser compara<strong>do</strong> com a varieda<strong>de</strong> padrão,<br />

constata<strong>do</strong> em boa parte <strong>do</strong>s textos produzi<strong>do</strong>s. Feita a seleção <strong>do</strong> aspecto linguístico a<br />

ser trabalha<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos proce<strong>de</strong>r <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> como foi sugeri<strong>do</strong> <strong>no</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

texto fonte: através <strong>de</strong> pesquisa na gramática, <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições e pela realização <strong>de</strong><br />

exercícios capazes <strong>de</strong> estimular o uso da <strong>língua</strong> padrão. O importante, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Antunes<br />

(2007, p.79-80), é que saibamos ir além da <strong>no</strong>menclatura, atribuin<strong>do</strong> a cada elemento a<br />

função que lhe cabe: “a <strong>de</strong> <strong>no</strong>mear as unida<strong>de</strong>s da <strong>língua</strong>, sem que tenha, portanto, um<br />

fim em si mesma. Não teria senti<strong>do</strong>, reitero, confundir o estu<strong>do</strong> da <strong>no</strong>menclatura com o<br />

estu<strong>do</strong> da gramática” (grifo da autora).<br />

Sob uma perspectiva sociointeracionista, acabamos <strong>de</strong> esboçar um esquema<br />

(entre tantos outros possíveis) <strong>de</strong> como se po<strong>de</strong> trabalhar a <strong>língua</strong> nas aulas <strong>de</strong><br />

português, ten<strong>do</strong> o texto (<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais amplo, os <strong>gênero</strong>s textuais) como objeto <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> as três perspectivas <strong>de</strong> análise: estratégias <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong> estu<strong>do</strong><br />

linguístico e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> texto. Defen<strong>de</strong>mos esse ponto <strong>de</strong> vista teóricometo<strong>do</strong>lógico<br />

por acreditar que ele possa resgatar o papel sociocultural <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

pelo ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>língua</strong>, <strong>no</strong> meio escolar, levan<strong>do</strong> o alu<strong>no</strong> a assumir o papel <strong>de</strong> sujeito e<br />

não <strong>de</strong> função-alu<strong>no</strong>.<br />

Para finalizar<br />

O objetivo <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong>spertar <strong>no</strong> professor <strong>de</strong> <strong>língua</strong> em serviço,<br />

bem como <strong>no</strong> acadêmico <strong>de</strong> Letras, o interesse para que esses profissionais da <strong>língua</strong><br />

assumam o texto como objeto <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> e <strong>de</strong>senvolvam diferentes estratégias <strong>de</strong> leitura,<br />

<strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> análises linguísticas e <strong>de</strong> produção <strong>textual</strong>, fazen<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua aula um<br />

momento <strong>de</strong> interação verbal, uma prática constante <strong>de</strong> comunicação. Destacamos<br />

também a importância <strong>de</strong> re-estruturar os Currículos <strong>do</strong>s Cursos <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

estimulem a prática da pesquisa e incentivem o diálogo direto entre a aca<strong>de</strong>mia e o meio<br />

escolar, alian<strong>do</strong> a teoria com a prática.<br />

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Porto Alegre, RS, setembro <strong>de</strong> 2010<br />

Núcleo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Discurso<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

Com um enfoque sociointeracionista, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos que a aula <strong>de</strong> português <strong>de</strong>ve<br />

funcionar como um trabalho <strong>de</strong> interação verbal, portanto, tem a função social <strong>de</strong><br />

promover a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler, <strong>de</strong>bater e enten<strong>de</strong>r os <strong>gênero</strong>s que circulam em <strong>no</strong>sso<br />

meio, bem como <strong>de</strong> produzi-los em conformida<strong>de</strong> com as convenções sociais que<br />

<strong>de</strong>terminam suas características, estilos e funcionalida<strong>de</strong>. Definimos a prática <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>língua</strong> como um exercício permanente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconstrução e construção <strong>de</strong> textos,<br />

ativida<strong>de</strong> que capacita o alu<strong>no</strong> a interagir com segurança e competência nas complexas<br />

situações que o cotidia<strong>no</strong> lhe proporciona, <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> sua vida.<br />

É preciso que o alu<strong>no</strong> leia e escreva (e re-escreva) com bastante frequência,<br />

aperfeiçoan<strong>do</strong> seu potencial comunicativo. Afinal, somos seres sociais e estamos em<br />

constante interação com o outro que <strong>no</strong>s cerca. Nessas condições, enten<strong>de</strong>mos a aula <strong>de</strong><br />

português como sinônimo <strong>de</strong> ler (ouvir) e escrever (falar) textos autênticos e típicos <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>sso convívio social, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> competência <strong>do</strong> professor selecionar e eleger os <strong>gênero</strong>s<br />

textuais mais frequentes e necessários, já que são em número praticamente ilimita<strong>do</strong>,<br />

não sen<strong>do</strong> possível abarcar a to<strong>do</strong>s. Como vemos, o papel <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> <strong>língua</strong><br />

materna consiste em selecionar e efetuar a mediação entre o alu<strong>no</strong> e o vasto e rico<br />

material verbal que circula em <strong>no</strong>ssa socieda<strong>de</strong>, crian<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s para que o<br />

educan<strong>do</strong> se constitua em um leitor plural: assíduo, crítico e autô<strong>no</strong>mo. O ato <strong>de</strong> ler e<br />

escrever na escola não <strong>de</strong>ve ser visto como uma obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> programa da aula <strong>de</strong><br />

português, mas sim, vivencia<strong>do</strong> como uma necessida<strong>de</strong> social, histórica e política<br />

(portanto, um direito) <strong>de</strong> qualquer cidadão que almeja engajar-se na socieda<strong>de</strong> em que<br />

vive.<br />

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