ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ... - Editora UFLA
ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ... - Editora UFLA
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<strong>ÍNDICE</strong><br />
1 <strong>INTRODUÇÃO</strong>....................................................................................2<br />
2 FORMAS FARMACÊUTICAS USUAIS...............................................3<br />
2.1 FORMAS DE USO INTERNO.............................................................4<br />
2.2 FORMULAÇÕES DE USO EXTERNO ...................................................<br />
3 CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS ................................................8<br />
4 CULTIVO DAS PLANTAS MEDICINAIS...........................................11<br />
4.1 PROPAGAÇÃO .............................................................................11<br />
4.1.1 Propagação por sementes .......................................................11<br />
4.1.2 Locais de semeadura.............................................................12<br />
4.1.3 Propagação vegetativa ..........................................................13<br />
4.2 ADUBAÇÃO.................................................................................14<br />
4.3 PRAGAS E DOENÇAS ..................................................................15<br />
4.4 COLHEITA E PROCESSAMENTO ...................................................16<br />
5 PLANTAS MEDICINAIS ALIMENTARES ........................................18<br />
5.1 ABÓBORA ....................................................................................19<br />
5.2 AGRIÃO .......................................................................................20<br />
5.3 ALCACHOFRA...............................................................................21<br />
5.4 ALFACE .......................................................................................22<br />
5.5 ALHO ..........................................................................................23<br />
5.6 BERINJELA...................................................................................24<br />
5.7 CEBOLA.......................................................................................25<br />
5.8 CENOURA....................................................................................26<br />
5.9 COUVE ........................................................................................27<br />
5.10 FEIJÃO ......................................................................................28<br />
5.11 FIGO, FIGUEIRA..........................................................................29<br />
5.12 GOIABA, GOIABEIRA ...................................................................30<br />
5.13 MANDIOCA.................................................................................31<br />
5.14 RABANETE.................................................................................32<br />
5.15 ROMÃ, ROMÃZEIRA.....................................................................33<br />
5.16 SALSA .......................................................................................34<br />
5.17 SERRALHA-DE-ESPINHO, CARDO-MARIANO..................................35
6 ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS NATIVAS E CULTIVADAS<br />
NO MUNICÍPIO DE LAVRAS................................................................36<br />
6.1 ALECRIM, ALECRIM-DOS-JARDINS................................................37<br />
6.2 ARNICA ......................................................................................38<br />
6.3 AROEIRA-MANSA........................................................................39<br />
6.4 ARRUDA.....................................................................................40<br />
6.5 ASSA-PEIXE ...............................................................................41<br />
6.6 BÁLSAMO...................................................................................42<br />
6.7 BOLDO......................................................................................42<br />
6.8 BOLSA-DE-PASTOR ....................................................................43<br />
6.9 CAMOMILA..................................................................................44<br />
6.10 CAPUCHINHA, CHAGAS ..............................................................45<br />
6.11 CARQUEJA.................................................................................46<br />
6.12 CICUTA-MAIOR, FUNCHO SELVAGEM ..........................................47<br />
6.13 CONFREI...................................................................................48<br />
6.14 ERVA-CIDREIRA, MELISSA..........................................................49<br />
6.15 FUNCHO, ERVA DOCE................................................................50<br />
6.16 GIRASSOL .................................................................................51<br />
6.17 GUACO .....................................................................................52<br />
6.18 GUINÉ.......................................................................................53<br />
6.19 HORTELÃ ..................................................................................54<br />
6.20 JURUBEBA.................................................................................54<br />
6.21 LOSNA ......................................................................................55<br />
6.22 MARACUJÁ................................................................................57<br />
6.23 MARCELA, MARCELINHA.............................................................58<br />
6.24 MELÃO-DE-SÃO-CAETANO .........................................................58<br />
6.25 MENTRASTO..............................................................................59<br />
6.26 PICÃO.......................................................................................60<br />
6.27 PITA, PITEIRA............................................................................61<br />
6.28 POEJO ......................................................................................62<br />
6.29 QUEBRA-PEDRA ........................................................................63<br />
6.30 TANCHAGEM..............................................................................64<br />
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................66<br />
8 GLOSSÁRIO....................................................................................68
1 <strong>INTRODUÇÃO</strong><br />
PLANTAS MEDICINAIS<br />
Prof. José Eduardo Brasil Pereira Pinto 1<br />
Profª Maria das Graças Cardoso 1<br />
Prof. Manoel Losada Gavilanes 1<br />
Rozane Aparecida da Silva 2<br />
Suzan Kelly Vilela Bertolucci 2<br />
Gustavo Azevedo Campos 2<br />
Andrea Yu Kwan Villar Shan 2<br />
Prof. Custódio Donizete dos Santos 1<br />
A contribuição do reino vegetal à saúde do homem<br />
acompanha e acompanhará sua existência. A mais elementar<br />
necessidade humana, a alimentação é, na sua maior parte,<br />
dependente dos vegetais. Também no que diz respeito aos<br />
medicamentos, as plantas desempenham essencial papel,<br />
fornecendo moléculas e substâncias ativas para o tratamento das<br />
doenças, às vezes como recurso insubstituível, oriundo da<br />
chamada flora medicinal.<br />
Quando, na primeira metade do século XX, os notáveis<br />
progressos na produção de medicamentos de síntese química<br />
tomaram o lugar dos remédios vegetais, aparentemente que a<br />
fitoterapia chegava ao seu fim. Contudo, está sendo redescoberto<br />
o valor dos remédios naturais e a medicina tem feito uso cada<br />
1 Professores da Universidade Federal de Lavras<br />
2 Acadêmicos da Universidade Federal de Lavras
vez maior das plantas curativas. Foi possível comprovar que,<br />
embora o seu efeito possa parecer mais lento, os resultados são<br />
melhores a longo prazo, especialmente em doenças crônicas.<br />
Calcula-se que, 25% dos medicamentos prescritos<br />
atualmente contenham pelo menos uma ou alguma substância<br />
derivada dos vegetais. Os medicamentos de síntese química<br />
normalmente apresentam certos inconvenientes. Obviamente, as<br />
plantas não são desprovidas de efeitos tóxicos. Plantas colhidas<br />
ou receitadas por amadores, bem como a preparação imprópria,<br />
podem ser extremamente perigosas. Informações acerca da<br />
utilização das plantas “in natura” ou de suas preparações<br />
galênicas simples e seus riscos a saúde, são elementares como<br />
forma de prevenção de possíveis intoxicações acidentais. É<br />
evidente que um tratamento monitorado por um profissional<br />
conhecedor de suas propriedades seja indispensável e racional.<br />
Sendo assim, nosso propósito é educativo e não tem a menor<br />
pretensão de substituir cuidados médicos apropriados,<br />
diagnósticos ou prescrições.<br />
2 FORMAS FARMACÊUTICAS USUAIS<br />
O valor medicinal de uma planta deve-se à presença, em<br />
alguns de seus tecidos, de uma substância química – "o princípio
ativo" - que produz um efeito farmacológico. Por isso, a forma de<br />
preparo é importante para que seja corretamente retirado do<br />
interior das células da planta, bem como para não modificar suas<br />
propriedades químicas. Estas operações, que constituem a arte<br />
farmacêutica, são aqui expostas de maneira simplificada, a fim de<br />
capacitar o leitor à manipulação de seus próprios medicamentos.<br />
2.1 Formas de uso interno<br />
Crua: Esta não se trata de uma forma farmacêutica, é uma forma<br />
de uso alimentar, na qual se utilizam partes do vegetal “in natura”<br />
para a preparação de pratos culinários.<br />
Decocção: Colocar a planta em uma vasilha e jogar água fria por<br />
cima. Tampar e colocar para ferver durante 10 a 15 minutos ou<br />
conforme tempo especificado. Retirar a vasilha do fogo e<br />
conservar tampada durante alguns minutos. Após, coar e tomar.<br />
O decocto deve ser utilizado no mesmo dia do seu preparo. É o<br />
processo utilizado na elaboração do popular "chá".<br />
Infusão: As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária<br />
e despejando-a sobre a erva picada numa vasilha, de preferência<br />
de vidro, deixando em repouso tampada por um tempo variável
de 10 a 20 minutos, ou conforme especificado. Após, coar e<br />
tomar. O infuso deve ser utilizado no mesmo dia da preparação.<br />
Maceração: Esta forma de preparação consiste em colocar a<br />
parte da planta picada imersa em um líquido extrator (água,<br />
álcool, óleo ou outro líquido), por um período de tempo em torno<br />
de 15 horas para partes mais tenras (folhas, flores, inflorescência,<br />
etc.) e 24 horas para partes mais duras (cascas, raízes, caule,<br />
etc.).<br />
Pó: droga vegetal submetida ao processo de moagem. Pode ser<br />
usada, segundo sua especificação, interna ou externamente.<br />
Suco: O suco é obtido através de plantas frescas e de várias<br />
maneiras: 1) manualmente, espremendo ou esmagando a planta<br />
com a mão; 2) colocando o material dentro de um tecido<br />
apropriado e fazendo torção; 3) com ajuda de um moedor ou<br />
pilão; 4) de forma mais prática com aparelhos elétricos, como<br />
liqüidificador ou outros instrumentos mais sofisticados, seguido<br />
de filtração.<br />
Tintura: As tinturas são soluções preparadas a partir da extração<br />
das ervas, com solução alcóolica à temperatura ambiente e ao
abrigo da luz. Esta preparação guarda uma relação droga/tintura<br />
que geralmente é de 1/5, ou mesmo 1/10 para drogas<br />
potencialmente tóxicas. Para isto deve-se colocar 100 ou 200<br />
gramas do órgão vegetal (dependendo da planta), que deve ter<br />
sido previamente seco e pulverizado, em um recipiente fechado,<br />
contendo 850 ml de solução alcóolica ou hidroalcóolica à<br />
temperatura ambiente. Agita-se duas vezes ao dia durante oito<br />
dias. Em seguida, filtrar. Após a passagem de todo o líquido,<br />
lavar, com o solvente já utilizado, a planta restante no filtro, em<br />
pequenas quantidades, até o volume recolhido somado ao líquido<br />
anterior atingir 1 litro.<br />
Tisanas: Nome genérico dado às soluções, macerações,<br />
infusões e decocções preparadas com ervas.<br />
Vinhos medicinais ou enóleos: Obtém-se pela dissolução do<br />
princípio ativo ou mesmo pela maceração de partes do vegetal<br />
em vinhos.<br />
Xaropes: Solução com grande quantidade de açúcar, capaz de<br />
conferir uma alta viscosidade ao produto. Essa preparação<br />
contém em torno de 85% de açúcar ou poderão ser os extratos<br />
adicionados diretamente ao mel.
2.2 Formulações de uso externo<br />
Alcoolatura: É uma maceração que utiliza o álcool como líquido<br />
extrator.<br />
Banho: Os banhos podem ser parciais (banhos de assento) ou<br />
de corpo inteiro. É preparada uma infusão ou decocção mais<br />
concentrada que deve ser coada e misturada na água do banho.<br />
Também podem-se colocar as ervas em saco de pano fino e<br />
deixar na água da banheira.<br />
Cataplasma: Este preparo pode ser obtido por diversas formas.<br />
Uma delas consiste em amassar as ervas frescas e limpas e<br />
aplicá-las, envolvida em um pano fino ou gaze ou diretamente<br />
sobre a parte afetada. Uma outra forma, seria utilizar farinha de<br />
mandioca ou fubá de milho adicionado ao chá ainda quente,<br />
fazendo uma papa. Neste caso, envolve-se essa mistura da<br />
planta em um pano limpo e aplica-se na região afetada.<br />
Compressa: Consiste em embeber panos, chumaço de algodão<br />
ou gazes com o infuso, decocto, suco ou tintura e aplicar sobre o<br />
local afeccionado. A compressa pode ser quente ou fria.
Gargarejo: Usado geralmente para combater afecções de<br />
garganta, amigdalites e mau hálito. Faz-se um infuso ou decocto<br />
mais concentrado e gargareja-se quantas vezes for necessário.<br />
Inalação: Nesta preparação, utiliza-se a combinação do vapor de<br />
água quente com as substâncias voláteis das plantas aromáticas.<br />
Este vapor é aspirado durante 10 a 15 minutos, normalmente<br />
recomendado para problemas do aparelho respiratório. O<br />
recipiente deve ser mantido no fogo para haver contínua<br />
produção de vapor. A cabeça pode ser coberta com uma toalha<br />
para facilitar a inalação do vapor. Com crianças, todo cuidado é<br />
pouco, pois há riscos de queimaduras. Recomenda-se, neste<br />
caso, o uso de aparelhos próprios para este fim.<br />
3 CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS<br />
O uso racional das plantas medicinais como alternativa<br />
terapêutica é fundamental para a eficácia do tratamento, bem<br />
como para evitar efeitos indesejáveis. Sugerem-se alguns<br />
cuidados para a utilização adequada das plantas medicinais,<br />
como não colher plantas simplesmente, pela “semelhança”, mas<br />
tendo certeza de sua identificação ou procurando certificar-se<br />
com um profissional da área. Freqüentes confusões entre plantas
são causa de intoxicações acidentais como ocorre entre a salsa<br />
e a cicuta-maior. Outro problema de engano ocorre com os<br />
nomes populares, pois muitas apresentam a mesma sinonímia<br />
popular, mas pertencem a espécies diferentes.<br />
Não se deve colher plantas em local poluído, junto à<br />
esterqueiras, na beira de estradas ou atingidas por tratamentos<br />
de defensivos agrícolas.<br />
Convém saber distinguir a parte do vegetal a ser<br />
empregada, pois os princípios ativos distribuem-se pelas<br />
diferentes partes da planta de forma desigual. Há partes que<br />
contêm as substâncias ativas, no entanto, podem haver também<br />
partes que contenham substâncias letais.<br />
As plantas frescas com mau aspecto não devem ser<br />
utilizadas e, quando secas, não devem apresentar sinais de<br />
deterioração, como mofo. Estes sintomas certamente refletem os<br />
maus cuidados na conservação e a possível presença de toxinas<br />
de fungos, que podem causar perturbações diversas no<br />
organismo.<br />
Na preparação, deve-se ter o cuidado de observar a<br />
dosagem das partes vegetais e a sua forma de uso. Outro<br />
importante fator de intoxicação por plantas é a administração de<br />
uma dose excessiva de uma planta potencialmente tóxica. O<br />
funcho ou erva-doce, como é conhecido popularmente, é um
aliado à mãe e ao bebê com suas propriedades carminativas e<br />
galactagogas, porém, não se deve ultrapassar as doses<br />
indicadas, pois a essência que contém pode provocar<br />
convulsões.<br />
As formas de preparo são de suma importância, pois o<br />
calor excessivo podem fazer com que algumas substâncias ativas<br />
se volatilizem ou se modifiquem, perdendo, assim, sua ação<br />
medicinal. Assim, para aquelas plantas que contêm óleos<br />
essenciais, como a hortelã, não se deve utilizar uma decocção e<br />
sim uma infusão.<br />
O remédio caseiro deve ser preparado de preferência em<br />
vasilhas de barro, louça, vidro ou esmaltados, para evitar a<br />
interferência do alumínio nas propriedades terapêuticas. Os chás<br />
nunca devem ser guardados de um dia para o outro.<br />
Recomenda-se não adoçar os remédios vegetais, com<br />
exceção dos xaropes e alguns casos especiais. Qualquer<br />
adoçante, especialmente o açúcar branco, interfere<br />
negativamente na ação medicinal da planta.<br />
O uso contínuo de uma mesma planta deve ser evitado,<br />
recomendando-se períodos de uso máximo entre 21 e 30 dias,<br />
intercalados por um período de descanso de 7 dias, salvo<br />
algumas exceções.
As misturas de plantas devem se restringir a um número<br />
reduzido de espécies, uma vez que podem trazer efeitos<br />
inesperados, em virtude das interações de seus constituintes<br />
químicos.<br />
Algumas plantas de uso habitual que não apresentam<br />
efeitos tóxicos podem ter efeitos indesejáveis nas mulheres<br />
grávidas e crianças, portanto, deve-se ter prudência ser<br />
prudentes no uso de qualquer planta ou medicamento.<br />
Com estas recomendações, não temos a intenção de<br />
tornar o uso das plantas meticuloso e complicado, e sim torná-lo<br />
mais seguro e eficaz.<br />
4 CULTIVO DAS PLANTAS MEDICINAIS<br />
4.1 Propagação<br />
Duas são as maneiras mais usuais de multiplicar as plantas:<br />
a propagação por sementes (sexuada) e a propagação vegetativa<br />
(assexuada).<br />
4.1.1 Propagação por sementes<br />
A propagação através de sementes pode ser útil para<br />
produzir plantas mais ricas em óleo essencial, como no caso do
tomilho, no entanto, de maneira geral as plantas levam muito<br />
tempo para produzir.<br />
As sementes devem ser colhidas quando estiverem<br />
completamente formadas e secas.<br />
4.1.2 Locais de semeadura<br />
Sementeira<br />
Normalmente, a sementeira é constituída de um simples<br />
canteiro com 1 m de largura por, no máximo, 5m de comprimento.<br />
Deve ter um substrato leve e fértil, de preferência com areia e<br />
esterco. A semeadura deve ser feita em sulcos e a profundidade,<br />
em geral, deve ser cerca de três vezes o comprimento da<br />
semente.<br />
As irrigações, de preferência com regador de crivo fino,<br />
devem ser feitas em seguidamente e com freqüência para manter<br />
a umidade.<br />
Após a germinação, é necessário fazer a eliminação de<br />
plantas invasoras (plantas daninhas) para evitar concorrência.<br />
Bandejas de isopor<br />
O uso de bandejas diminui a mão-de-obra e materiais,<br />
sendo as mudas transplantadas para o campo com alta
porcentagem de pegamento, porque vão para o terreno com as<br />
raízes dentro do torrão.<br />
Semeio direto<br />
O semeio direto é feito no local definitivo ou em<br />
recipientes, sendo aconselhável no caso de sementes grandes<br />
ou espécies que não se adequam ao transplante.<br />
4.1.3 Propagação vegetativa<br />
Nesse tipo de multiplicação, as plantas originais são<br />
geneticamente iguais à planta-mãe (da qual se retiram as partes<br />
para multiplicar).<br />
A estaquia é a propagação vegetativa artificial mais<br />
comum, em que são retiradas partes da planta-mãe que são<br />
submetidas ao enraizamento para depois serem plantadas em<br />
recipientes ou local definitivo. Geralmente utilizam-se estacas de<br />
caule, que possuem maior facilidade de enraizamento, para o<br />
que devem-se seguir alguns critérios:<br />
- a planta matriz (planta mãe) deve ter bom aspecto, sem<br />
sintomas de doenças ou subnutrição;<br />
- coletar nas horas mais frescas do dia, para evitar<br />
grandes perdas de água;
- coletar estacas do ápice da planta, com tamanho de 7 a<br />
15 cm, fazendo o corte logo abaixo de um nó.<br />
O substrato para enraizamento deve conservar umidade e<br />
ao mesmo tempo, permitir a aeração. A areia tem sido a mais<br />
utilizada, seguida da palha de arroz carbonizada.<br />
Na propagação vegetativa natural, a multiplicação se dá<br />
através de bulbos, rizomas e filhotes ou rebentos. No caso dos<br />
bulbos, estes são separados e plantados diretamente no local<br />
definitivo. Os rizomas também seguem o mesmo processo como<br />
é o caso do gengibre, e os filhotes ou rebentões, como é o caso<br />
da babosa que emite filhotes a partir da base do caule, são<br />
separados e plantados normalmente.<br />
4.2 ADUBAÇÃO<br />
Dentre os fatores de “stress” que podem interferir na<br />
composição química de uma planta, a nutrição merece destaque.<br />
A deficiência e/ou excesso de nutrientes podem promover maior<br />
ou menor produção de fármacos na planta.<br />
Na maioria das vezes, as adubações com nitrogênio<br />
mineral (sulfato de amônio, uréia, etc) podem trazer problemas na<br />
produção de substâncias ativas, por isso esse elemento deve ser<br />
fornecido somente pela adubação orgânica, mesmo assim sem
excessos. O fósforo deve ser adicionado ao solos,<br />
preferencialmente em formas menos solúveis (fosfatos naturais,<br />
farinha de ossos, etc.) ou mesmo só o composto orgânico.<br />
A importância do potássio está principalmente ligada às<br />
plantas produtoras de alcalóides, havendo efeitos nos teores<br />
desses princípios ativos, em função da concentração de potássio<br />
no solo.<br />
Outros nutrientes também devem exercer efeitos diretos e<br />
indiretos sobre os teores de princípios ativos em plantas, mas<br />
ainda não se tem muito conhecimento a respeito. O que se deve<br />
lembrar é que uma adubação equilibrada é a chave para a<br />
obtenção de plantas mais resistentes a pragas e doenças e<br />
também com maiores teores de fármacos.<br />
4.3 Pragas e doenças<br />
As espécies medicinais normalmente apresentam alta<br />
resistência ao ataque de doenças e pragas, mas por algum<br />
desequilíbrio ela pode ocorrer em níveis prejudiciais.<br />
O uso de produtos químicos (defensivos agrícolas) é<br />
condenado para o cultivo de espécies medicinais.<br />
Dentre as práticas culturais contra pragas, recomenda-se o<br />
uso de plantas repelentes como a catinga-de-mulata (Tanacetum
vulgare L. - Asteraceae ou Compositae) que repele formigas e<br />
outros insetos; a capuchinha (Tropaelum majus L. -<br />
Trapaeslaceae) e o cravo-de-defunto (Tajetes sp. - Asteraceae ou<br />
Compositae), que têm ação contra nematóides e a hortelã<br />
(Mentha sp. - Lamiaceae ou Labiatae), que repele alguns<br />
lepidópteros da couve, bem como formigas e ratos.<br />
Recomendam-se ainda seleção da área de plantio, rotação de<br />
culturas, podendo-se usar ainda preparados e caldas feitas à<br />
base de losna, arruda, fumo, etc.<br />
Problemas com doenças podem ocorrer. Nesse caso, o<br />
controle é mais difícil, sendo recomendados cuidados para evitar<br />
a entrada de patógenos na área, como verificação das condições<br />
sanitárias das mudas, sementes e outros propágulos introduzidos<br />
no local.<br />
4.4 Colheita e processamento<br />
As espécies medicinais, que se referem à produção de<br />
substâncias com atividades terapêuticas, apresentam alta<br />
variabilidade. O ponto de colheita varia de acordo com o órgão da<br />
planta, estágio de desenvolvimento, a época do ano e hora do<br />
dia.
A concentração de princípios ativos durante o dia pode<br />
variar muito: os alcalóides e óleos essenciais concentram-se mais<br />
pela manhã e os glicosídeos à tarde. As cascas são colhidas<br />
quando a planta atinge a plenitude de seu crescimento, no fim do<br />
ciclo anual ou antes da floração. No caso de frutos e sementes,<br />
recomenda-se esperar até o seu completo amadurecimento; as<br />
raízes, quando a planta estiver adulta, e caules e folhas, antes do<br />
florescimento.<br />
A colheita deve ser realizada com o tempo seco, de<br />
preferência pela manhã, mas sem que as plantas estejam<br />
molhadas de orvalho. Após a colheita o material pode seguir três<br />
caminhos: o uso direto do material fresco, extração de<br />
substâncias ativas ou a secagem para comercialização.<br />
Secagem<br />
A secagem, quando bem conduzida, é muito eficaz como<br />
método de conservação. Para isso devem-se observar alguns<br />
cuidados para o processo:<br />
- não lavar (molhar) as plantas antes da secagem.<br />
- as plantas colhidas e transportadas ao local de<br />
secagem não devem receber raios solares.<br />
- antes da secagem deve-se fazer uma seleção de modo<br />
a eliminar elementos estranhos (terra, pedra, outras
plantas, etc.) e partes que estejam em condições<br />
indesejáveis (sujas, descoloridas, danificadas, ...).<br />
- as plantas colhidas inteiras devem ter cada parte<br />
(folhas, flores, sementes, frutos e raízes) seca,<br />
separadamente.<br />
A secagem natural é um processo lento e deve ser feita a<br />
sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de<br />
insetos e outros animais. A secagem artificial pode ser feita<br />
utilizando secadores, mas tendo o cuidado com a temperatura e<br />
ventilação que são fornecidos, de modo a não ultrapassar 35 a<br />
45ºC. Temperaturas elevadas podem degradar os princípios<br />
ativos e danificar os tecidos vegetais, pois propiciam cocção das<br />
plantas e não uma secagem.<br />
5 PLANTAS MEDICINAIS ALIMENTARES<br />
Todos nós que temos a sorte de ter uma variedade de<br />
alimentos à disposição podemos ter como objetivos degustar os<br />
alimentos e escolher aqueles que ajudam a prevenir e tratar<br />
doenças aumentando o bem-estar.<br />
A melhor dieta não é a que inclui “um pouco de tudo”, mas<br />
a que evita o que é nocivo e usa com moderação o que é
conveniente. A combinação e quantidades que você escolhe é<br />
que são importantes para ajudá-lo a manter a saúde.<br />
Além de nutrientes, alguns alimentos nos proporcionam<br />
substâncias de ação curativa e preventiva. Alimentos bem<br />
escolhidos e utilizados podem curar, aliviar e prevenir muitos<br />
transtornos e doenças.<br />
Informações sobre o equilíbrio necessário dos alimentos<br />
são assunto de inúmeras obras literárias. Sugerimos aqui,<br />
apenas alguns alimentos particularmente valiosos.<br />
5.1 Abóbora (Cucurbita pepo L. - CUCURBITACEAE)<br />
Indicações: usada como antiinflamatório das vias urinárias,<br />
vermífugo, para queimaduras, prostatite de causa infecciosa e<br />
hipertrofia prostática.<br />
Propriedades: o suco retirado das flores é estomáquico; as<br />
sementes são vermífugas, porém de efeito lento e, quando<br />
trituradas, fornecem um suco refrigerante, próprio para os<br />
períodos de febre e nas inflamações das vias urinárias. As<br />
sementes frescas da abóbora contêm um princípio ativo que<br />
desinflama e reduz o crescimento excessivo da próstata.<br />
Parte utilizada: sementes, polpa e flores<br />
Forma farmacêutica: suco.
Preparação e posologia: pode-se comer de 50 a 100g de<br />
sementes frescas secas ou cozidas, 2 ou 3 vezes por dia.<br />
Quando utilizada contra os parasitas intestinais recomenda-se o<br />
plano indicado a seguir: descascar e triturar em um pilão 200 a<br />
400g de sementes sem casca e acrescentar açúcar mascavo.<br />
Tomar 3 vezes ao dia em jejum de 12 horas, ou seja, não comer<br />
outra coisa durante todo o dia, exceto cenoura que também é<br />
anti-helmíntica. Uma hora após a terceira dose administra-se um<br />
purgante (por exemplo, uma colher de óleo de rícino). Caso<br />
perceba-se que os vermes não foram expulsos, repetir o<br />
processo após 3 dias. Para queimaduras, utilizar o suco da polpa<br />
fresca em forma de cataplasmas frios. Para os males da próstata,<br />
ingere-se um punhado de sementes frescas, secas ou cozidas, 2<br />
ou 3 vezes ao dia.<br />
Toxicologia: contra-indicada na anemia e na dispepsia<br />
fermentativa.<br />
5.2 Agrião (Nasturtium officinale R. Br. –<br />
BRASSICACEAE OU CRUCIFERAE)<br />
Indicações: tonificante, expectorante, cicatrizante, depurativo do<br />
sangue e para deficiência de cálcio.<br />
Propriedades: o agrião possui um suave efeito estimulante sobre<br />
todas as funções do organismo, abre o apetite, ativa o
metabolismo, favorece a expectoração e descongestiona o<br />
aparelho respiratório. Os cataplasmas de agrião aplicados sob<br />
feridas ou chagas de difícil cicatrização facilitam a formação de<br />
pele nova e também regeneram a pele no caso de eczemas,<br />
acne e dermatoses. Aplicada sobre o couro cabeludo, impede a<br />
queda do cabelo. Muito indicado em casos de gota, artritismo,<br />
obesidade de alimentação rica em carnes e gorduras. É uma boa<br />
fonte de cálcio.<br />
Parte utilizada: folhas e caules jovens<br />
Forma farmacêutica: suco, cataplasmas.<br />
Preparação e posologia: Toma-se ½ copo de suco adoçado<br />
com mel, à cada refeição. Na preparação dos cataplasmas<br />
utilizam-se 100 g de plantas frescas, trituradas e aplica-se sobre<br />
as zonas afetadas.<br />
Toxicologia: se conservados crus podem tornar-se tóxicos. Para<br />
uso culinário, quanto mais tenros e frescos estiverem melhor. As<br />
grávidas devem abster-se de comer agrião. Seu uso deve ser<br />
evitado quando está florido.<br />
5.3 Alcachofra (Cynara scolymus L. – ASTERACEAE<br />
OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: colerética, hepatoprotetora, hipolipemiante.
Parte utilizada: folhas, caules, flores e raiz<br />
Forma farmacêutica: infusão ou suco fresco<br />
Preparação e posologia: com 50 a 100 g de folhas, caule e/ou<br />
raízes por litro de água, obtém-se o infuso. Tomar 3 xícaras<br />
diárias antes das refeições. O suco fresco se faz das folhas e<br />
ingere-se uma xícara a cada refeição.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.4 Alface (Lactuca sativa L. – ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: estimulante, depurativo, balsâmico, preventivo de<br />
anemia, doenças do coração, derrame, catarata e<br />
espermatorréia.<br />
Propriedades: existem vários tipos de alface. Embora<br />
freqüentemente subestimados por conterem muita água, os<br />
vegetais folhosos contêm valiosas quantidades de vitaminas,<br />
minerais e antioxidantes, e trazem uma vantagem importante,<br />
quando comparados a outros alimentos, a de serem quase<br />
sempre ingeridos crus. É útil contra insônia, excitação nervosa,<br />
palpitações, reumatismo, hipocondria, nevralgias intestinais,<br />
conjuntivites.<br />
Parte utilizada: folhas, caule e raiz
Forma farmacêutica: suco e decocto<br />
Preparação e posologia: as folhas são usadas cruas em<br />
saladas e são levemente laxantes e antiácidas. O suco cru ou o<br />
decocto, feitos com 20 g das folhas, caule e raiz em 1 litro de<br />
água, são soníferos, calmantes do estômago, do sistema<br />
nervoso, béquicos e antiespermatorréicos.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.5 Alho (Allium sativum L. - LILIACEAE)<br />
Indicações: estimulante, hipotensor, hipolipemiante,<br />
hipoglicemiante, estimulante das defesas, antibiótico e anti-<br />
séptico geral, vermífugo potente, preventivo dos tumores<br />
malignos, calicida, depurativo e balsâmico.<br />
Propriedades: o alho cura e previne com eficácia uma multidão<br />
de males. É um grande amigo do sistema circulatório, tem um<br />
efeito vasodilatador, pelo que é útil aos hipertensos, aos<br />
arterioescleróticos e aos que sofrem do coração. É um excelente<br />
desintoxicante, especialmente recomendado nos tratamentos<br />
para deixar de fumar.<br />
Parte utilizada: bulbo.<br />
Forma farmacêutica: decocção, cru e cataplasma.
Preparação e posologia: para hipertensão, mastigar de 1 a 3<br />
dentes de alho pela manhã. Usa-se uma cabeça de alho em 1<br />
litro de água, fervidos durante 5 minutos para preparação do<br />
decocto. Tomar 3 xícaras por dia. Desta forma, perde-se uma<br />
parte de suas propriedades, mas evita o mau hálito. Como<br />
calicida aplicar um pedaço de alho esmagado sobre o calo<br />
prendendo com um pequeno esparadrapo. Em 2 ou 3 dias o calo<br />
amolece e desinflama, podendo ser extirpado com maior<br />
facilidade.<br />
Toxicologia: devido a sua ação fluidificante do sangue, as doses<br />
elevadas de alho podem prolongar as hemorragias e dificultar os<br />
processos de coagulação. Não se recomenda o emprego<br />
continuado de grandes doses de alho durante a gravidez.<br />
5.6 BERINJELA (Solanum melongena L. -<br />
SOLANACEAE )<br />
Indicações: colerética, diurética, emoliente, hipocolesterole-<br />
miante, laxativa.<br />
Propriedades: embora as partes verdes da planta, que contêm<br />
alcalóides, sejam tóxicas como na maioria das solanáceas, a<br />
polpa do fruto contém substâncias do grupo dos saponosídeos,<br />
pigmentos, ácido clorogênico, aminoácidos, vitaminas. A berinjela
cozida com casca e sem excesso de gorduras pode ser<br />
aconselhada para tratar a atonia hepatobiliar.<br />
Parte utilizada: fruto<br />
Forma farmacêutica: suco, decocto, infusão, vinho<br />
Preparação e posologia: bater ¼ de um fruto médio com o suco<br />
de 2 laranjas, coar e tomar em jejum. Ferver 1 fatia pequena de<br />
casca (fresca ou seca) em 1 xícara de água; tomar 2 xícaras ao<br />
dia, sendo uma em jejum. Macerar 6 fatias de casca em 1 litro de<br />
vinho branco por 5 dias. Coar e tomar 1 cálice antes das<br />
principais refeições.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.7 Cebola (Allium cepa L. - LILIACEAE)<br />
Indicações: vermífugo, diurético, expectorante, estomáquico,<br />
antibiótico, cosmético, para descalcificação e frieira.<br />
Propriedades: a cebola é ideal para bronquíticos, artríticos e<br />
reumáticos. Aplicadas diretamente sobre a pele, as placas<br />
carnosas da cebola cozida suavizam e embelezam e são<br />
recomendáveis em caso de acnes. O xarope de cebola é muito<br />
útil contra as afecções respiratórias. Comer uma cebola por dia é<br />
garantia de saúde.<br />
Parte utilizada: bulbo (cabeça)
Forma farmacêutica: crua, suco fresco, xarope e cataplasmas.<br />
Preparação e posologia: aplica-se sobre a pele o suco fresco,<br />
que atua como um autêntico antibiótico para curar feridas,<br />
furúnculos, abcessos, rachaduras da pele e acne. O xarope,<br />
prepara-se com várias cebolas cortadas em rodelas com um<br />
pouco de água e bastante mel ou açúcar mascavo. Formar uma<br />
pasta homogênea e tomar as colheradas contra as afecções<br />
respiratórias. O gargarejo com caldo em que se cozeram as<br />
cebolas desinflamam a faringe e são muito úteis em caso de<br />
amigdalite. Ao friccionar o bulbo lavado nas frieiras, a dor cessa<br />
subitamente e, em poucos dias, as frieiras estão curadas.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.8 Cenoura ( Daucus carota L. – APIACEAE OU<br />
UMBELLIFERAE)<br />
Indicações: transtornos da visão, anemia, colecistite crônica,<br />
contusão<br />
Propriedades: a vitamina A encontrada na cenoura desempenha<br />
funções essenciais na retina, nos mecanismos da visão e bom<br />
estado da pele e das mucosas. A vitamina A também tem valor<br />
como preventivo de catarros nasais, faríngeos e bronquiais, pois,<br />
além de fortalecer as mucosas, aumenta as defesas. Devido aos<br />
diversos sais minerais que contêm, principalmente potássio e
fósforo, tem ação remineralizante recomendada, especialmente,<br />
em casos de desidratação.<br />
Parte utilizada: raiz.<br />
Forma farmacêutica: crua, decocção e suco<br />
Preparação e posologia: crua, em saladas. Toma-se ½ a 1 copo<br />
de suco por dia, recém preparado, puro ou misturado com suco<br />
de limão ou de maçã. Para contusões preparar um decocto com<br />
40 g de cenoura em 1 litro de água. Ferver por 10 minutos. Tomar<br />
3 xícaras ao dia.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.9 Couve (Brassica oleracea L. – BRASSICACEAE OU<br />
CRUCIFERAE)<br />
Indicações: debilidade dos ossos, dores intercostais, fissura<br />
mamilar.<br />
Propriedades: todas as variedades de couve são<br />
antiescorbúticas e eficazes contra ataques de gota, prisão de<br />
ventre, tremores nos membros e fraqueza visual. As sementes<br />
acalmam cólicas.<br />
Parte utilizada: folhas frescas.<br />
Forma farmacêutica: suco, cataplasma.
Preparação e posologia: 200-250 g de suco fresco das folhas<br />
para debilidade dos ossos. Para dores intercostais utilizar as<br />
folhas frescas, escaldar bem com ferro de passar roupa uma<br />
folha (após haver extraído a nervura mediana) e colocar sobre o<br />
local, por 2 horas. Para fissura mamilar lavar bem as folhas,<br />
reduzi-las a papa e aplicar localmente.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.10 Figo, Figueira (Ficus carica L. - MORACEAE)<br />
Indicações: feridas infectadas, abcessos dentários, prisão de<br />
ventre, faringite, gastrite, tosse seca ou irritativa, para eliminar<br />
calos e verrugas.<br />
Propriedades: os figos, tanto frescos como secos, ajudam a<br />
equilibrar a nossa dieta e a curar diversas doenças. Aplicados<br />
externamente os figos são resolutivos (favorecem a maturação de<br />
abcessos e inflamações) e cicatrizantes. O látex (leite) é utilizado<br />
para amolecer calos e eliminar verrugas. Para consegui-lo, são<br />
necessárias persistência e aplicação diária durante várias<br />
semanas. Também pode-se aplicar sobre as verrugas uma folha<br />
de figueira esmagada e quente.<br />
Parte utilizada: frutos, folhas, látex (leite).<br />
Forma farmacêutica: decocção, cataplasmas.
Preparação e posologia: para uso interno, ferver 10 a 12 figos<br />
secos em um litro de água ou leite. Deixa-se ferver até que o<br />
líquido se reduza à metade. Para combater as afecções<br />
digestivas ou respiratórias ingerem-se 3 ou 4 xícaras diárias<br />
deste líquido, quente. Também se podem comer os figos cozidos.<br />
Para uso externo, tritura-se um punhado de figos frescos ou<br />
secos, coloca-se de molho e com a pasta resultante prepara-se<br />
uma cataplasma, que se aplica envolvida em um pano fino de<br />
algodão sobre a zona afetada. Deixa-se ficar durante o dia e<br />
retira-se à noite, lavando bem a pele. Também se pode aplicar<br />
diretamente um figo aberto ao meio.<br />
Toxicologia: são bastante ricos em açúcares, devendo ser<br />
evitado por diabéticos.<br />
5.11 Feijão (Phaseolus vulgaris L. – LEGUMINOSAE -<br />
PAPILIONOIDEAE)<br />
Indicações: diurético, antidiabético.<br />
Propriedades: as vagens secas são diuréticas e ativadoras do<br />
metabolismo de açúcar (glicose). São utilizadas principalmente<br />
para combater o excesso de ácido úrico (reumatismo, gota,<br />
eczemas e cálculos renais). Também é útil no tratamento da<br />
diabetes.
Parte utilizada: vagens.<br />
Forma farmacêutica: decocção.<br />
Preparação e posologia: usam-se 100 g de vagens secas de<br />
feijoeiro em 1 litro de água. Ferver a decocção até reduzi-la à<br />
metade. Toma-se o líquido resultante ao longo do dia para reduzir<br />
os níveis de glicose.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.12 Goiaba, Goiabeira (Psidium guajava L. -<br />
MYRTACEAE)<br />
Indicações: diarréia, disenteria, estomatite, esgotamento físico,<br />
desnutrição, debilidade.<br />
Propriedades: a goiaba é uma das frutas mais ricas em vitamina<br />
C, tendo, algumas variedades, até 5 vezes mais desta vitamina<br />
que a laranja. Seus frutos também têm propriedades<br />
antiescorbúticas, remineralizante e tonificante.<br />
Parte utilizada: brotos, folhas, casca da raiz e frutos.<br />
Forma farmacêutica: decocção, bochechos e gargarejo.<br />
Preparação e posologia: a decocção se faz com 50 g de brotos,<br />
folhas e cascas da raiz por litro de água. Ingere-se uma xícara a<br />
cada 4 horas, até que a diarréia tenha cessado. Para<br />
esgotamento físico, desnutrição e debilidade comem-se os frutos
frescos. Para estomatite, fazer bochechos ou gargarejo com a<br />
mesma decocção descrita para uso interno.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
5.13 Mandioca (Manihot esculenta Crantz Pohl -<br />
EUPHORBIACEAE)<br />
Indicação: digestiva, emoliente e adstringente,<br />
Propriedades: a raiz da mandioca contém 40% de hidratos de<br />
carbono, principalmente amido; mas é bem pobre em proteínas e<br />
gorduras. Por isso, seu valor nutritivo é limitado e ela não deve,<br />
sozinha, constituir a base da alimentação. A tapioca, preparada à<br />
base de mandioca em forma de farinha, é de fácil digestão. Por<br />
isso, é recomendada em casos de gastrite, úlcera<br />
gastroduodenal, dispepsia e hipercloridria (excesso de acidez),<br />
sendo também conveniente em gastroenterites, diarréias e<br />
colites.<br />
Parte utilizada: o "tubérculo" (raiz) tostado ou cozido.<br />
Forma farmacêutica: trituração do "tubérculo" na presença de<br />
calor e cataplasmas.<br />
Preparação e posologia: para uso externo a tapioca pode ser<br />
aplicada em forma de cataplasma, com suco de limão, para
amadurecer furúnculos, bolhas infectadas e abcessos. Também<br />
serve para curar lesões da erisipela.<br />
Toxicologia: a raiz da mandioca, se ingerida crua, produz uma<br />
intoxicação grave que pode levar à morte, pois contém<br />
glicosídeos cianogênicos que libertam o ácido cianídrico tóxico.<br />
Mas, felizmente, essa substância tóxica desaparece facilmente<br />
com o calor.<br />
5.14 Rabanete (Raphanus sativus L. – BRASSICACEAE<br />
OU CRUCIFERAE)<br />
Indicações: sinusite, afecções hepatobiliares<br />
Propriedades: o seu consumo cru ou em suco é muito indicado<br />
em caso de hepatite, cirrose, degeneração do fígado originado<br />
por consumo de álcool e intoxicação hepática ou por produtos<br />
químicos. Tem propriedades mucolíticas (amolece a mucosa),<br />
expectorante e antibiótico.<br />
Parte utilizada: raiz fresca.<br />
Forma farmacêutica: suco fresco.<br />
Preparação e posologia: o suco fresco de raiz tuberosa, de 50<br />
a 125 mL, 3 vezes por dia, antes das refeições e adoçado com<br />
mel ou açúcar mascavo, no tratamento das afecções<br />
respiratórias, de modo especial, nas sinusites.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.
5.15 Romã, Romãzeira (Punica granatum L. -<br />
PUNICACEAE)<br />
Indicações: inflamações da gengiva, leucorréia, gastroenterite,<br />
colite, faringite, amigdalite, vermífugo.<br />
Propriedades: a casca da romãzeira, especialmente da raiz, tem<br />
uma notável ação vermífuga. A casca do fruto e as membranas<br />
que o dividem internamente também proporcionam uma certa<br />
ação vermífuga.<br />
Parte utilizada: cascas do caule e especialmente da raiz, flores e<br />
frutos.<br />
Forma farmacêutica: maceração, infusão, bochechos, gargarejo,<br />
banhos de assento.<br />
Preparação e posologia: para expulsar os vermes macerar 60 a<br />
90 g de cascas da raiz, secas, em meio litro de água, durante 24<br />
horas. No dia seguinte, ferver em fogo brando até que o líquido<br />
fique reduzido à metade. Toma-se de manhã, em jejum, durante<br />
dois ou três dias. Para as crianças, basta utilizar 20-30 g de<br />
cascas de raiz. Convém tomar um chá laxante duas horas depois.<br />
Para gastroenterites, colites e diarréias, faz-se uma infusão com<br />
20-30 g de flores por litro de água, podendo-se acrescentar a<br />
casca de uma romã por litro. Ingere-se uma colherada de hora<br />
em hora, enquanto durar a diarréia. Para afecções da garganta
gargareja-se com a mesma infusão de flores e casca de romã.<br />
Para corrimentos vaginais fazer banho de assento com esta<br />
infusão bem filtrada.<br />
Toxicologia: não se deve administrar a casca da raiz da<br />
romãzeira a pessoas débeis ou nervosas, crianças lactentes ou<br />
mulheres grávidas. Não exceder as doses indicadas.<br />
5.16 Salsa (Petroselinum sativum Hoffm. - APICEAE OU<br />
UMBELLIFERAE)<br />
Indicações: insuficiência cardíaca e renal, dismenorréias,<br />
convalescença, esgotamento físico, picadas de insetos, dores<br />
estomacais.<br />
Propriedades: a salsa é um remédio natural, além de importante<br />
complemento nutricional, pois é rico em vitaminas A e C. Pode<br />
ser confundida com a venenosa cicuta.<br />
Parte utilizada: folhas, frutos e raiz.<br />
Forma farmacêutica: infusão e cataplasmas.<br />
Preparação e posologia: para insuficiência cardíaca e renal,<br />
dismenorréias e convalescença, dores estomacais, prepara-se a<br />
infusão com 30 g de folhas por litro; 15 g de raízes picadas por<br />
litro; 2 a 5 g de frutos por litro. Tomar 1 xícara antes de cada<br />
uma das 3 refeições diárias. Para picadas de insetos, aplicam-se
cataplasmas de folhas frescas esmagadas até formar uma pasta<br />
sobre a zona afetada.<br />
Toxicologia: as mulheres grávidas devem evitar ingerir salsa de<br />
forma abundante.<br />
5.17 Serralha-De-Espinho, Cardo-Mariano<br />
(Silybum marianum Gaertn.- ASTERACEAE OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: cirrose hepática, hepatite, insuficiência e<br />
congestões hepáticas e biliar, enxaquecas, nevralgias e reações<br />
alérgicas<br />
Propriedades: depurativa e desobstruente, a serralha-de-<br />
espinho age contra as hepatites crônicas. Segundo alguns<br />
autores, a planta constitui também um ótimo fortificante do<br />
estômago, olhos e sistema nervoso.<br />
Parte utilizada: frutos, folhas e raiz.<br />
Forma farmacêutica: infusão, decocção.<br />
Preparação e posologia: utilizam-se 30 a 50 g de frutos<br />
esmagados ou triturados, a que se podem acrescentar folhas ou<br />
raízes. Tomam-se de 3 a 5 xícaras por dia para enxaquecas,<br />
nevralgias, esgotamento e reações alérgicas (rinite, urticária e<br />
asma). Para as afecções hepáticas e biliares utiliza-se a serralha
sem os espinhos, em saladas ou refogadas, ou 50 g de raiz<br />
fervida 8 minutos em 1 litro de água. Tomar 3 xícaras ao dia.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
6 ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS NATIVAS OU<br />
CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE LAVRAS<br />
A utilização de plantas na prevenção e atenção primária à<br />
saúde pode constituir-se uma forma muito útil de alternativa<br />
terapêutica. Longe de negar a eficácia dos remédios e das<br />
técnicas cirúrgicas da medicina clássica, a fitoterapia faz parte<br />
dos recursos da medicina natural e está presente também na<br />
tradição da medicina popular e nos rituais de cura indígenas.<br />
Seus métodos são, de maneira geral, acessíveis e de aplicação;<br />
no entanto, ao contrário do que se pensa, a fitoterapia não<br />
constitui uma terapêutica simples. Não se deseja afirmar, com<br />
isso, que doenças simples não possam ser combatidas em casa,<br />
através desses métodos. Esta publicação não qualifica o leitor<br />
para a prática da fitoterapia, sendo apenas uma fonte de<br />
informações técnicas.
6.1 Alecrim, Alecrim-Dos-Jardins (Rosmarinus<br />
officinalis L. – LAMIACEAE OU LABIATAE)<br />
Indicações: mau-hálito, colecistite, cólica gástrica, contra<br />
cansaço físico e mental, reumatismo, tonificante<br />
Propriedades: é uma das plantas aromáticas mais difundidas e<br />
eficazes. É também estimulante da eliminação dos gazes do<br />
aparelho digestivo, aliviando a sensação de empanzinamento.<br />
Parte utilizada: folhas e flores.<br />
Forma farmacêutica: infusão, banhos, gargarejo.<br />
Preparação e posologia: a infusão para uso interno prepara-se<br />
com 20-40 g de folhas de alecrim por litro de água, devendo ser<br />
tomada duas a três vezes por dia para colecistite, cólica gástrica,<br />
cansaço físico e mental, reumatismo. Para um banho tonificante,<br />
acrescentar à água da banheira uma infusão com 80 a 100 g de<br />
folhas por litro de água. Gargarejo com uma infusão concentrada<br />
é indicado para mau-hálito.<br />
Toxicologia: em altas doses poderá ocasionar gastroenterites e<br />
nefrites, sendo contra-indicado para gestantes e indivíduos com<br />
distúrbios prostáticos e dermatológicos.
6.2 Arnica (Lychnophora pinaster Mart. – ASTERACEAE<br />
OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: contusões, pancadas, torções, hematomas,<br />
desinfecção de machucados e picadas de insetos.<br />
Propriedades: é um excelente antiinflamatório de uso externo.<br />
Remédio tradicional para pancadas, contusões, entorses,<br />
hematomas e picadas de insetos.<br />
Parte utilizada: ramos com folhas e/ou inflorescência.<br />
Forma farmacêutica: cataplasmas, compressas, alcoolatura.<br />
Preparação e posologia: as cataplasmas preparam-se com 1<br />
xícara de café da planta picada para 2 xícaras de café de água<br />
fervente. Deixar esfriar e aplicar diretamente nos locais afetados.<br />
As compressas preparam-se com 2 xícaras de café da planta<br />
picada para ½ litro de água fervente. Deixar esfriar e aplicar três<br />
vezes ao dia, por 15 minutos. Para se fazer a alcoolatura colocar<br />
2 xícaras de chá de pedaços de ramos em 1 garrafa de vidro<br />
(mais ou menos 1 litro) e completar com álcool (de preferência<br />
álcool de cereais). Fazer uso após 24 horas do preparo. Passar 3<br />
a 4 vezes ao dia nos locais afetados.<br />
Toxicologia: outra espécie de arnica (Arnica montana L. -<br />
Asteraceae ou Compositae) quando ingerida internamente, torna-<br />
se tóxica. Por isso, desaconselha-se seu uso interno.
6.3 Aroeira-Mansa (Schinus terebinthifolius Raddi -<br />
ANACARDIACEAE)<br />
Indicações: sangramento nasal, diarréia, infecções cutâneas<br />
(edemas, eritemas, urticária e erisipela)<br />
Propriedades: devido aos seus efeitos adstringentes, as cascas<br />
são utilizadas contra diarréia e sangramento nasal.<br />
Parte utilizada: cascas e folhas.<br />
Forma farmacêutica: decocto.<br />
Preparação e posologia: para sangramentos nasais e diarréias,<br />
1 colher de sopa da casca picada para 1 litro de água. Tomar de<br />
3 a 4 colheres de chá por dia. Em afecções cutâneas, 1 colher de<br />
sopa de folhas picadas para 1 litro de água. Para vários locais<br />
afetados fazer o decocto de 2 a 3 vezes ao dia.<br />
Toxicologia: a aroeira de que estamos falando não deve ser<br />
confundida com as aroeiras bravas ou aroeiras brancas, que são<br />
extremamente cáusticas. O simples cheiro ou as partículas que<br />
delas se desprendem ao serem cortadas, ou sua seiva, ou a<br />
madeira seca, ou mesmo a terra em que crescem suas raízes,<br />
podem causar uma afecção cutânea semelhante à urticária,<br />
edema ou eritema. Para estes casos, as lavagens com o decocto<br />
das folhas da aroeira mansa são um remédio eficaz.
6.4 Arruda (Ruta graveolens L. - RUTACEAE)<br />
Indicações: fragilidade dos capilares sangüíneos, piolho, oxiúros<br />
(prurido anal e vaginal).<br />
Propriedades: planta indicada para tirar o sarro da nicotina. A<br />
planta toda possui um sabor fortemente amargo e é bem<br />
aromática, mesmo quando tocada de leve.<br />
Parte utilizada: planta inteira e florida.<br />
Forma farmacêutica: infusão, maceração, banho de assento.<br />
Preparação e posologia: para fragilidade dos capilares<br />
sangüíneos colocar, em 1 xícara de chá, 1 colher de sobremesa<br />
de folhas e flores picadas e adicionar água fervente. Abafar por<br />
10 minutos e coar. Tomar 1 xícara de chá, 2 vezes ao dia. Para<br />
piolhos e lêndeas colocar em um pilão 2 colheres de sopa de<br />
folhas e flores picadas. Amassar bem, adicionar 1 xícara de chá<br />
de vinagre branco e misture. Deixar em maceração por 3 dias e<br />
coar. Aplicar no couro cabeludo, massageando suavemente.<br />
Deixar agir por 2 horas. Em seguida, lavar a cabeça com água<br />
morna e passar o pente fino. O paciente não deve se expor ao<br />
sol, pois pode provocar queimadura. Para oxiúros, colocar uma<br />
colher de sopa de folhas e flores picadas e 1 colher (sopa) de<br />
rizoma de confrei, em ½ litro de água em fervura. Desligar o fogo,
esperar amornar e coar. Fazer banho de assento anal e vaginal.<br />
Repetir o tratamento diariamente, durante 1 semana.<br />
Toxicologia: o seu uso interno durante a gravidez e seu uso<br />
externo por pessoas com pele sensível é contra-indicado.<br />
6.5 Assa-Peixe (Gochnatia barrosii Cabr. -<br />
ASTERACEAE OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: tosses, debilidade geral.<br />
Propriedades: possui propriedades balsâmicas, expectorante e<br />
hemostáticas, constituindo um medicamento muito eficaz nas<br />
gripes.<br />
Parte utilizada: ramos com folhas.<br />
Forma farmacêutica: banho.<br />
Preparação e posologia: preparam-se 3 xícaras de chá de<br />
ramos com folhas picadas para 1 litro de água fervente. Deixar<br />
esfriar para diluir na água do banho. Banhos de, no mínimo, 20<br />
minutos uma ou duas vezes ao dia.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.
6.6 Bálsamo (Cotyledon orbiculata L. - CRASSULACEAE)<br />
Indicações: emoliente, usado em inflamações gastrointestinais e<br />
da pele, cicatrizante.<br />
Propriedades: é uma planta ornamental utilizada também como<br />
medicinal devido suas propriedades emolientes e cicatrizantes.<br />
Seu constituinte químico principal são as mucilagens.<br />
Parte utilizada: folhas.<br />
Forma farmacêutica: suco, cataplasma.<br />
Preparação e posologia: como cicatrizante aplicar sobre a forma<br />
de cataplasma no local afetado. Nas inflamações gastrointestinais<br />
preparar um suco com 10 folhas de bálsamo batidas no<br />
liquidificador com 1 copo de leite. Tomar ½ copo, 3 vezes ao dia,<br />
diariamente.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.<br />
6.7 Boldo (Peumus boldus- Molina - MONIMIACEAE)<br />
Indicações: afecções das vias biliares, dispepsia, náuseas,<br />
constipação intestinal e ansiedade.<br />
Propriedades: esta planta tem propriedades tônicas e excitantes,<br />
o que, em decocções constitui medicamento especialmente<br />
indicado nas afecções das vias biliares e do estômago.
Parte utilizada: caule e folhas.<br />
Forma farmacêutica: decocção.<br />
Preparação e posologia: para as indicações acima ferver 15 g<br />
de folhas de boldo em um litro de água, por 2 minutos. Coar,<br />
adoçar e beber duas xícaras por dia.<br />
Toxicologia: é totalmente contra-indicado nos casos de<br />
insuficiência hepática. Em doses elevadas poderá ocasionar<br />
vômitos, náusea e quadros diarréicos.<br />
6.8 Bolsa-De-Pastor (Zeyheria montana Mart. -<br />
BIGINONIACEAE)<br />
Indicações: afecções da pele.<br />
Propriedades: apresenta atividade antibacteriana e significativa<br />
ação antinflamatória. Parece ter atividade anti-tumoral.<br />
Parte utilizada: parte interna da casca da raiz ou do caule.<br />
Forma farmacêutica: infusão ou decocção.<br />
Preparação e posologia: 1 xícara da casca da raiz ou do caule<br />
picados para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras de chá ao dia.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.
6.9 Camomila (Matricaria chamomilla L. – ASTERACEAE<br />
OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: antiálgico, antiespasmódico, antinflamatório, anti-<br />
séptico, emenagogo, eupéptico, sedativo, tônico.<br />
Propriedades: o traço mais característico dessa planta é o<br />
intenso aroma que exala de todas as suas partes. Esta planta<br />
contém azuleno, um óleo essencial. Ao adquirir a camomila é<br />
importante verificar o teor de azuleno, pois sua ausência<br />
descaracteriza a planta. Possui cheiro aromático e penetrante.<br />
Parte utilizada: inflorescência (flores)<br />
Forma farmacêutica: infusão, compressa.<br />
Preparação e posologia: uso interno: em uma xícara de chá,<br />
colocar uma colher de chá de flores e adicionar água fervente.<br />
Abafar por 10 minutos e coar. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia.<br />
Uso externo: colocar 1 colher de sopa de flores em uma xícara de<br />
café de óleo de cozinha. Levar ao fogo, em banho-maria, durante<br />
3 horas coar e espremer o resíduo. Usar morno para fazer<br />
massagens delicadas no local afetado, 2 vezes ao dia. No caso<br />
de dor de ouvido, pingar 2 gotas no ouvido dolorido, fazendo um<br />
tampão com um chumaço de algodão.<br />
Toxicologia: ingerir apenas entre as refeições. Nas doses<br />
recomendadas não há restrições ao seu uso.
6.10 Capuchinha, Chagas (Tropaeolum majus L. -<br />
TROPAEOLACEAE)<br />
Indicações: infecções das vias respiratórias e urinárias,<br />
cicatrizante, revigorante do cabelo, regulador menstrual,<br />
salmonelose, afrodisíaco.<br />
Propriedades: a imensa maioria dos antibióticos usados na<br />
terapêutica é produzido por fungos ou bactérias. A capuchinha é<br />
uma das poucas plantas superiores conhecidas, capazes de<br />
produzir uma substância natural de ação antibiótica, que<br />
apresenta a vantagem de não destruir a flora bacteriana normal e<br />
não provocar reações alérgicas, tão freqüentes com uso de<br />
outros antibióticos. No aparelho respiratório, além da atividade<br />
antibiótica, apresenta atividade mucolítica e descongestionante.<br />
Parte utilizada: folhas, flores e frutos.<br />
Forma farmacêutica: infusão, decocção, banho de assento,<br />
alcoolatura.<br />
Preparação e posologia: contra as infecções respiratórias e<br />
urinárias e efeito afrodisíaco faz-se uma infusão ou decocção<br />
com 30 g de flores, folhas e frutos por litro de água. Bebe-se uma<br />
xícara de 4 em 4 horas. Para regular a menstruação fazer um<br />
banho de assento com um punhado de flores ou de frutos por litro<br />
de água. O banho tem de ser quente. Como revitalizante do
cabelo e cicatrizante, prepara-se uma alcoolatura triturando 100 g<br />
de folhas, flores e sementes frescas, deixando-as macerar, em<br />
meio litro de álcool comercial durante duas semanas. Pode-se<br />
acrescentar à maceração uma colherada de alecrim. Filtra-se e<br />
esfrega-se energicamente o líquido obtido no couro cabeludo.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.<br />
6.11 Carqueja (Baccharis trimera L. – ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: anti-febril, anti-reumática, cálculos biliares, colagoga,<br />
diabete, estomáquica, obesidade e obstruções do fígado, anti-<br />
helmíntica e doenças do couro cabeludo.<br />
Propriedades: devido a sua propriedade desobstruente,<br />
depurativa e diurética, a carqueja presta bons serviços também<br />
em casos de gota, icterícia e má circulação do sangue.<br />
Parte utilizada: planta toda, fresca ou seca.<br />
Forma farmacêutica: decocto, infuso.<br />
Preparação e posologia: para atividade anti-febril, anti-<br />
reumática, cálculos biliares, colagoga, diabete, estomáquica,<br />
obesidade e obstruções do fígado, prepara-se 1 xícara de chá<br />
da planta picada para 1 litro de água. Tomar de 4-5 xícaras de<br />
chá ao dia, preferencialmente antes das refeições e ao deitar-se.<br />
Para atividade anti-helmíntica amassar (planta fresca) ou triturar
(planta seca) 1 xícara de café da planta com 1 dente de alho e<br />
acrescentar 2 xícaras de chá de água fervente. Tampar e deixar<br />
esfriar. Coar e tomar em jejum 1 colher de sopa durante 7 dias.<br />
Para doenças do couro cabeludo preparar o decocto com 1<br />
xícara de chá da planta picada para 1 litro de água. Passar 1 vez<br />
ao dia no couro cabeludo por, no mínimo, 15 minutos, durante 5<br />
ou 7 dias.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.<br />
6.12 Cicuta-Maior, Funcho Selvagem (Conium maculatum<br />
L. - APIACEAE OU UMBELLIFERAE LAMIACEAE OU<br />
LABIATAE)<br />
Indicações: dores insuportáveis e persistentes.<br />
Propriedades: é uma planta considerada tóxica, por isso seu uso<br />
deve ser muito restrito. Seus efeitos farmacológicos são muito<br />
acentuados e com pequenas doses já se produzem efeitos<br />
tóxicos. Uma forma de identificá-la é pelo desagradável odor de<br />
urina que exala.<br />
Parte utilizada: frutos.<br />
Forma farmacêutica: pó.<br />
Preparação e posologia: trituram-se os frutos secos da cicuta<br />
em forma de pó, que se dissolve em água. A dose máxima diária
tolerável para os adultos é de 1 g de frutos, devendo ser<br />
distribuida 4 vezes ao dia em doses de 0,25 g.<br />
Toxicologia: no período entre meia a duas horas depois de<br />
ingerida uma dose tóxica produz ardor na boca, dificuldade de<br />
engolir, náuseas, dilatação da pupila e fraqueza nas pernas. Se a<br />
dose for maior, produz paralisia muscular e morte por parada<br />
respiratória e asfixia. Apesar de tudo, não se perde a consciência<br />
e mantém-se a lucidez até o último momento. Sempre que houver<br />
suspeita de ingestão de cicuta, deve-se provocar o vômito, se<br />
possível, fazer uma lavagem estomacal, administrar purgantes e<br />
carvão vegetal. Praticar respiração artificial boca a boca se o<br />
intoxicado tiver dificuldade para respirar. É necessário proceder à<br />
imediata transferência do doente para um centro hospitalar.<br />
6.13 Confrei (Symphytum offinale – L. - BORAGINACEAE)<br />
Indicações: úlceras varicosas, feridas, cortes, queimaduras,<br />
fraturas ósseas, contusões, hematomas.<br />
Propriedades: seu uso é conhecido desde a Grécia antiga e seu<br />
nome botânico, Symphytum, deriva de symphiô que significa “eu<br />
reino”, em alusão à propriedade de consolidar e soldar os ossos<br />
fraturados e cicatrizar feridas, isto por estimular a divisão celular.<br />
Parte utilizada: folha e rizoma (caule subterrâneo).
Forma farmacêutica: suco.<br />
Preparação e posologia: para qualquer uma das indicações<br />
citadas, colocar em pilão 1 colher de sopa de folhas frescas<br />
fatiadas ou do rizoma e ½ copo de água. Amassar bem e coar em<br />
um pano. Aplicar em compressas no local afetado durante 1<br />
semana. É essencial que o local das úlceras varicosas, feridas,<br />
cortes, queimaduras seja lavado previamente e limpo com mel<br />
antes da aplicação da compressa.<br />
Toxicologia: esta planta possui algumas indicações para uso<br />
interno, porém está provado cientificamente que ela provoca<br />
tumores (câncer) em ratos. Por este motivo não recomenda-se<br />
seu uso interno.<br />
6.14 Erva-Cidreira, Melissa (Melissa officinalis L. –<br />
LAMIACEAE OU LABIATAE)<br />
Indicações: excitação, ansiedade, cefaléia provocada por<br />
tensão, stress, depressão, insônia, cólicas menstruais e<br />
abdominais, enjôos, vômitos.<br />
Propriedades: há séculos é recomendada para aliviar dores<br />
menstruais. É muito indicada em casos de stress e depressão<br />
nervosa, graças ao seu efeito sedativo suave e equilibrador do<br />
sistema nervoso.
Parte utilizada: folhas e flores.<br />
Forma farmacêutica: infusão.<br />
Preparação e posologia: para todas as indicações acima fazer<br />
uma infusão com 20 a 30 g das partes da planta por litro de<br />
água. Tomam-se 3 ou 4 xícaras por dia.<br />
Toxicologia: tem essência ligeiramente tóxica. Mesmo em<br />
pequenas doses poderá causar entorpecimento e diminuição da<br />
freqüência cardíaca. Em casos graves pode causar parada<br />
cardíaca e respiratória.<br />
6.15 Funcho, Erva Doce Foeniculum vulgare (Mill).<br />
Gaerntn. APIACEAE OU UMBELLIFERAE<br />
Indicações: antiespasmódico, conjuntivite, galactagogo,<br />
digestivo, impotência sexual.<br />
Propriedades: é um excelente carminativo, pois estimula os<br />
movimentos peristálticos do intestino. Facilita a digestão e o<br />
esvaziamento do estômago.<br />
Parte utilizada: sementes e raízes.<br />
Forma farmacêutica: infusão, banhos oculares.<br />
Preparação e posologia: para se preparar a infusão usa-se 1<br />
colher de sobremesa de sementes por xícara de água. Tomam-se<br />
3 a 4 xícaras por dia, depois das refeições (para as cólicas como
galactagogo e facilitador da digestão). Externamente, utiliza-se<br />
em lavagens ou banhos oculares uma infusão, igual a usada<br />
internamente, contra conjuntivites crônicas. Para tratamento de<br />
impotência sexual faz-se um decocto com 40 g de raízes. Ferver<br />
por 8 minutos. Tomar 3 xícaras ao dia.<br />
Toxicologia: não ultrapassar as doses indicadas, pois pode<br />
causar convulsões. Deve ser evitado por gestantes.<br />
6.16 Girassol (Helianthus annuus - L. ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: anti-gripal, expectorante, diurético, febres<br />
intermitentes, contusões, escoriações, úlceras, feridas,<br />
inapetência.<br />
Propriedades: o óleo de semente de girassol produzido<br />
industrialmente é indicado para regularizar o colesterol, nos<br />
casos de endurecimento das artérias e na esclerose múltipla. A<br />
"semente" torrada e moída sob a forma de farinha é um<br />
excelente tônico e muito nutritiva, principalmente para as<br />
crianças. Considera-se como um filé vegetal.<br />
Parte utilizada: folha, flor e fruto (semente).<br />
Forma farmacêutica: alcoolatura, compressa.<br />
Preparação e posologia: para uso interno em gripes, peito<br />
cheio, febres intermitentes, afecções estomacais e diurético
colocar 2 colheres de sopa de folhas fatiadas em uma xícara de<br />
chá de álcool de cereais a 60%. Deixar em maceração por 8 dias,<br />
em local quente. Coar e armazenar em um vidro escuro. Tomar 1<br />
colher de café, diluído em um pouco de água, 2 vezes ao dia.<br />
Para uso externo em contusões, escoriações, úlceras e feridas,<br />
aplicar o macerado acima na parte afetada, com um chumaço de<br />
algodão, até a completa cicatrização. Para abrir o apetite das<br />
crianças misturar uma colher das de sobremesa de frutos<br />
(sementes) com uma colher de sobremesa de mel e amassar.<br />
Comer antes das principais refeições.<br />
Toxicologia: dentro das doses recomendadas não há restrições<br />
ao uso.<br />
6.17 Guaco (Mikania smilacina DC.– ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: tosses rebeldes, bronquites e coqueluches, febre,<br />
paludismo, gota, reumatismo e sífilis.<br />
Propriedades: tem efeito broncodilatador útil no tratamento das<br />
crises de asma, da tosse, bronquite e do chiado no peito com<br />
cansaço, sem causa aparente.<br />
Parte utilizada: planta toda.<br />
Forma farmacêutica: decocto ou infuso, xarope.
Preparação e posologia: o decocto ou infuso prepara-se com 1<br />
xícara de café da planta toda picada para 1 litro de água. Tomar<br />
aos goles durante o dia o equivalente a 1 xícara de chá (febre,<br />
paludismo, gota, reumatismo e sífilis). Para tosses rebeldes,<br />
bronquites e coqueluches, preparar o xarope, macerando 2<br />
xícaras de chá de caules e folhas. Diluir em 1 xícara de água<br />
filtrada e fervida. Peneirar e misturar em 1 xícara de chá de mel.<br />
Tomar de 4 a 6 colheres de sobremesa do xarope ao dia.<br />
Toxicologia: pode causar vômitos e diarréias quando usado em<br />
excesso.<br />
6.18 Guiné (Petiveria alliacea L. PHYTOLACCACEAE)<br />
Indicações: dores de cabeça e reumáticas.<br />
Propriedades: externamente, funciona como analgésico nas<br />
dores de cabeça e reumáticas, além de acalmar as dores de<br />
dente.<br />
Parte utilizada: folhas.<br />
Forma farmacêutica: cataplasma.<br />
Preparação e posologia: aplicar as folhas machucadas de erva-<br />
guiné, em forma de cataplasma sobre a região afetada.<br />
Toxicologia: desaconselha-se totalmente o uso interno dessa<br />
planta, sobretudo a raiz, por ser bastante tóxica.
6.19 Hortelã (Mentha spicata L. – LAMIACEAE OU<br />
LABIATAE )<br />
Indicações: estomacal, digestiva, azia, gastrite, gazes<br />
estomacais.<br />
Propriedades: usa-se como analgésico estomacal e intestinal,<br />
como refrescante digestivo (para expulsão de gazes intestinais,<br />
cólicas estomacais e intestinais, azia e gastrite) e estimulante das<br />
funções cardíacas.<br />
Parte utilizada: folhas e flores.<br />
Forma farmacêutica: infusão e maceração.<br />
Preparação e posologia: preparar uma infusão com 1 colher de<br />
sopa de folhas picadas. Tomar 1 xícara entre as principais<br />
refeições. Macerado: 2 colheres de sopa de folhas e flores em 1<br />
copo de álcool de cereais; deixar macerar por 8 dias, adoçar e<br />
tomar 1 cálice antes das principais refeições.<br />
Toxicologia: dentro das doses recomendadas, não há restrições<br />
ao seu uso.<br />
6.20 Jurubeba (Solanum paniculatum L. - SOLANACEAE)<br />
Indicações: problemas de fígado e estômago, inflamações do<br />
baço e bexiga, tônico e contra tumores internos, principalmente<br />
de abdômen e útero.
Propriedades: todas as espécies de jurubeba detêm as mesmas<br />
propriedades terapêuticas. O suco da jurubeba possui<br />
propriedades diuréticas, desobstruentes, tônicas, febrífugas e<br />
colagogas.<br />
Parte utilizada: raiz, folhas e frutos.<br />
Forma farmacêutica: suco e infuso.<br />
Preparação e posologia: o suco é utilizado para problemas do<br />
fígado, estômago, inflamações do baço e bexiga, prepara-se com<br />
uma 1 xícara de chá de frutos maduros para 1 litro de água.<br />
Pode-se adoçar com mel. Tomar de 3 a 4 copos de suco ao dia.<br />
O infuso para tumores é preparado com 1 xícara de chá das<br />
partes vegetais picadas (raiz, folhas e frutos) para 1 litro de água.<br />
Tomar 3 xícaras de chá ao dia.<br />
Toxicologia: não recomenda-se seu uso prolongado, em virtude<br />
da quantidade de alcalóides e esteróides que contém.<br />
6.21 Losna (Artemisia absinthium L. - ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: anorexia, convalescença digestiva, vermífugo.<br />
Propriedades: possui um óleo essencial muito ativo e tóxico.<br />
Possui também propriedades anti-sépticas e tônica.<br />
Parte utilizada: sumidades floridas e folhas.<br />
Forma farmacêutica: vinho.
Preparação e posologia: para anorexia, macerar durante 1<br />
semana 40 g de folhas e de flores secas em 60 g de aguardente<br />
a 28º, adicionar 1 litro de bom vinho branco. Deixar repousar<br />
durante 1 semana, coar e engarrafar. Tomar 1 copo pequeno<br />
antes das refeições. Em caso de convalescência, macerar<br />
durante 4 dias 5 g de raiz de genciana e 20 g de sumidades<br />
floridas de losna em 1 litro de vinho tinto e coar. Tomar antes das<br />
refeições principais 1 copo pequeno. Para facilitar a digestão<br />
macerar durante 2 semanas, mexendo de vez em quando 40 g<br />
de folhas de losna secas, filtrar e adicionar 500 g de xarope<br />
comum. Tomar 1 copo pequeno após as refeições principais.<br />
Contra os áscaris (tipo de verme intestinal), preparar uma<br />
infusão com 5 g de sumidades floridas para 1 litro de água<br />
fervente. Infudir por 10 minutos. A dose para adulto é uma xícara<br />
em jejum, 3 dias por mês, durante 3 meses.<br />
Toxicologia: nunca se deve prolongar o seu uso. As doses<br />
elevadas provocam graves intoxicações, manifestam-se<br />
convulsões tetânicas e perturbações psíquicas com alucinações.<br />
Não tomar durante a gravidez, pois causa malformações fetais.
6.22 Maracujá (Passiflora alata Dryand -<br />
PASSIFLORACEAE)<br />
Indicações: calmante.<br />
Propriedades: em 1867 estudos demonstraram o grande<br />
interesse do maracujá para a medicina como sedativo e anti-<br />
espasmódico. Esta planta não tóxica pode ser de grande utilidade<br />
para determinadas intoxicações, como alcoolismo ou<br />
amorfinomania. Pode ser utilizada em estados de ansiedade,<br />
nervosismo e insônia, perturbações nervosas da menopausa,<br />
normalizador de pressão arterial. Externamente é indicada para<br />
hemorróidas, reumatismo, inflamações cutâneas e erisipela.<br />
Parte utilizada: folhas, frutos.<br />
Forma farmacêutica: infusão, suco.<br />
Preparação e posologia: o suco é preparado com o arilo que<br />
recobre a semente. O chá é preparado com 1 colher de sopa de<br />
folhas picadas para 1 xícara. Tomar 2 xícaras ao dia, sendo uma<br />
à noite, antes de deitar. Para uso externo utilizam-se 2 colheres<br />
de folhas picadas para 1 xícara de água, aplicando-se nas partes<br />
afetadas com algodão ou gaze.<br />
Toxicologia: seu uso é contra-indicado para os portadores de<br />
pressão baixa (hipotensão).
6.23 Marcela, Marcelinha (Achyrocline satureioides DC. –<br />
ASTERACEAE OU COMPOSITAE)<br />
Indicações: anti-emética, estomáquica e calmante.<br />
Propriedades: usa-se para congestões, cólicas, diarréia e<br />
perturbações gástricas. O chá também é sudorífico, diminui a<br />
taxa de colesterol, libera a menstruação e é antiinflamatório. O<br />
banho elimina toxinas e manchas da pele.<br />
Parte utilizada: folhas e flores frescas ou secas.<br />
Forma farmacêutica: decocto ou infuso.<br />
Preparação e posologia: 1 xícara de chá de folhas e/ou flores<br />
para 1 litro de água. Tomar de 3-4 xícaras de chá ao dia.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.<br />
6.24 Melão-De-São-Caetano (Memordica charantia L. -<br />
CUCURBITACEAE)<br />
Indicações: anti-leucorréica, emenagogo, vermífugo, anti-<br />
diabético, nas dermatoses, sarnas e hemorróidas.<br />
Propriedades: além de regularizar o fluxo menstrual e combater<br />
a leucorréia, as folhas do melão-de-são-caetano aliviam as<br />
cólicas intestinais e, transformadas em suco, agem contra a<br />
sarna. A polpa das sementes misturadas com vaselina converte-
se numa pomada, excelente para fazer supurar tumores,<br />
furúnculos e abcessos.<br />
Parte utilizada: folhas secas ou frescas, frutos.<br />
Forma farmacêutica: infuso, compressas, cataplasma e banho<br />
de assento.<br />
Preparação e posologia: o infuso é preparado com 1 colher de<br />
sopa de folhas picadas para 1 litro de água. Tomar 2 xícaras de<br />
chá ao dia, preferencialmente, 1 xícara em jejum pela manhã<br />
(leucorréia, menstruação difícil, vermes e nas diabetes). Nas<br />
dermatoses e sarnas fazer compressas ou cataplasmas<br />
macerando 1 xícara de café de folhas frescas e diluindo em 1 litro<br />
de água previamente fervida. Aplicar nos locais afetados 2 a 3<br />
vezes ao dia. Nas hemorróidas preparar 1 xícara de café de<br />
frutos maduros para 1 litro de água fervente. Deixar em repouso<br />
por 2 horas. Diluir mais 1 litro de água e tomar de 1 a 2 banhos<br />
de assento por dia.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.<br />
6.25 Mentrasto (Ageratum conyzoides L. - ASTERACEAE<br />
OU COMPOSITAE )<br />
Indicações: cólicas menstruais, reumatismo, artrose, tônico.<br />
Propriedades: popularmente esta planta era usada em banhos<br />
pelas parturientes, para facilitar o trabalho de parto. Possui
propriedades antiinflamatórias, emenagogas, febrífugas e<br />
carminativas.<br />
Parte utilizada: a planta toda.<br />
Forma farmacêutica: infusão e decocção.<br />
Preparação e posologia: para cólicas menstruais preparar 1<br />
infusão com 1 xícara de café da planta seca picada em ½ litro de<br />
água. Tomar 1 xícara de chá de 4 em 4 horas. Para reumatismo e<br />
artrose, cozinhar a planta inteira e colocar o chá morno em uma<br />
vasilha, mergulhar os pés ou as mãos durante 20 minutos 2<br />
vezes ao dia. Usá-lo sobre a forma de compressa, 2 vezes ao<br />
dia.<br />
Toxicologia: o uso interno, dentro das doses indicadas, não tem<br />
contra-indicações.<br />
6.26 Picão (Bidens pilosa L. - ASTERACEAE OU<br />
COMPOSITAE)<br />
Indicações: icterícia, hepatite, diurético, anti-séptico.<br />
Propriedades: tem propriedades diurética e carminativa. Usada<br />
ainda contra diabetes, disenteria e, externamente, contra<br />
micoses.<br />
Parte utilizada: planta toda.<br />
Forma farmacêutica: infusão, banho.
Preparação e posologia: para uso interno nas afecções<br />
hepáticas ou como diurético preparar uma infusão com 1 xícara<br />
de café da planta picada em ½ litro de água. Toma-se 1 xícara de<br />
chá a cada 4 horas. O banho com o infuso é recomendado.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.<br />
6.27 Pita, Piteira ( Agave americana L. - AGAVACEAE)<br />
Indicação: depurativa, estomacal, vulnerária, diurética.<br />
Propriedades: a esta planta se deve o efeito depurativo que a<br />
raiz e as folhas exercem sob o sangue, razão pela qual se usam<br />
com bons resultados em casos de edemas e retenção de<br />
líquidos. É usada também em doenças infecciosas e transtornos<br />
digestivos.<br />
Parte utilizada: folhas, raiz.<br />
Forma farmacêutica: infusão, compressas.<br />
Preparação e posologia: a infusão prepara-se com 30 g de raiz<br />
ou de folhas secas trituradas em 1 litro de água, da qual se bebe<br />
1 xícara de chá por dia tomando-se aos goles de tempo em<br />
tempo. Externamente, o sumo ou seiva que emana do caule é<br />
vulnerário e cicatrizante. Aplica-se em compressas sob contusões<br />
e feridas da pele.<br />
Toxicologia: não há restrições ao seu uso.
6.28 Poejo (Mentha pulegium Luce- LAMIACEAE OU<br />
LABIATAE)<br />
Indicações: afecções bucais (feridas, sapinho, aftas) e tosses<br />
(expectorante e protetor de mucosa).<br />
Propriedades: esta planta é uma espécie de menta que se<br />
diferencia das outras por possuir odor mais forte. O sumo de suas<br />
folhas frescas serve para afugentar pulgas.<br />
Parte utilizada: ramo florido e folha.<br />
Forma farmacêutica: infusão e decocção.<br />
Preparação e posologia: para afecções bucais coloca-se 1<br />
colher de sopa de folhas e flores picadas em 1 xícara de chá de<br />
água em fervura. Deixar ferver por 5 minutos, desligar o fogo e<br />
abafar por 15 minutos. Coar e adicionar 1 colher de chá de<br />
bicarbonato de sódio. Fazer bochechos de 2 a 3 vezes ao dia.<br />
Para tosses colocar em 1 xícara de chá, 1 colher de sopa de<br />
folhas e flores picadas, 1 colher de sopa de quiabo bem fatiado e<br />
adicionar água fervente. Abafar por 10 minutos, coar e adoçar<br />
com um pouco de mel. Tomar 1 xícara de chá de 1 a 3 vezes ao<br />
dia. Para crianças, dá-se somente a metade da dose.<br />
Toxicologia: seu uso interno, dentro das doses indicadas não<br />
tem contra-indicação.
6.29 Quebra-Pedra (Phyllanthus Cordovadensis Muell . -<br />
EUPHORBIACEAE)<br />
Indicações: diurética, fortificante do estômago, aperiente, cistite,<br />
antiinfeccioso das vias urinárias.<br />
Propriedades: ação analgésica e relaxante muscular de seus<br />
alcalóides ajudam na expulsão dos cálculos renais, por atuar no<br />
relaxamento dos ureteres.<br />
Parte utilizada: planta toda.<br />
Forma farmacêutica: infusão e decocção.<br />
Preparação e posologia: para qualquer das indicações acima,<br />
preparar uma infusão com 1 xícara de café da planta fresca<br />
picada em ½ litro de água. Tomar 1 xícara de chá 6 vezes ao dia.<br />
Como relaxante dos ureteres cozinham-se 2 plantas inteiras em<br />
½ litro de água por 10 minutos. Tomar aos poucos o preparado<br />
durante o dia. Suspender por 2 semanas o uso do decocto, após<br />
10 dias de uso contínuo.<br />
Toxicologia: quando usada em dosagens acima das<br />
recomendadas, age como purgativa e/ou abortiva.
6.30 Tanchagem (Plantago major Benth. ex Barn. –<br />
PLANTAGINACEAE )<br />
Indicações: afecções respiratórias, da boca, garganta,<br />
digestivas, oculares, hemorróidas, úlceras varicosas e feridas que<br />
não cicatrizam, queimaduras, picadas de insetos.<br />
Propriedades: fluidificam as secreções, facilitam a sua<br />
eliminação, desinflamam a mucosa bronquial e acalmam a tosse.<br />
Tem um amplo efeito antiinflamatório e anti-séptico, indicado para<br />
catarros brônquicos, estomatite, faringite, amigdalite, colite,<br />
conjuntivite, dentre outras inflamações.<br />
Parte utilizada: planta inteira.<br />
Forma farmacêutica: decocção, compressas, cataplasmas.<br />
Preparação e posologia: nas afecções respiratórias e digestivas<br />
faz-se um decocto com 20 a 30 g de folhas e/ou raiz por litro de<br />
água, que se deixa ferver por 3 a 5 minutos. Bebem-se de 3 a 5<br />
xícaras diárias. Para as afecções da boca, garganta, oculares e<br />
hemorróidas utiliza-se uma decocção preparada com 50 a 100 g<br />
por litro de água, utilizando-se em gargarejos, lavagens dos<br />
olhos, compressas sobre a pele ou feridas, banhos de assento.<br />
As compressas de folhas são feitas lavando-se previamente as<br />
folhas e escaldando-as com água fervente durante um minuto,<br />
para desinfetá-las. As que serão aplicadas sobre as úlceras,
feridas, queimaduras e picadas de insetos não devem ser<br />
manipuladas com os dedos, mas sim com pinças esterilizadas.<br />
Fixam-se por meio de uma atadura, sendo necessário substituí-<br />
las duas ou três vezes por dia. As cataplasmas são feitas<br />
cozendo-se as folhas esmagadas e utilizadas para picadas de<br />
insetos.<br />
Toxicologia: sem referências bibliográficas.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
ABREU, F.J.A. Farmácias Vivas. Edições UFC. Universidade<br />
Federal do Ceará. Fortaleza-CE. 179p. 1994.<br />
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Ministério da Educação. Associação Brasileira de Educação<br />
Agrícola Superior. Brasília-D.F. p. 96. 1989.<br />
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São Paulo-S.P.<br />
BRANDÃO, M. Plantas medicamentosas de uso popular dos<br />
cerrados mineiros. Daphne, Belo Horizonte, v.3, n.4, p. 11-20,<br />
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CORREA, A.D. et al. Plantas Medicinais do cultivo à terapêutica.<br />
Ed. Vozes. Petrópolis. 246p. Rio de Janeiro. 1998.<br />
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estudo interdisciplinar. <strong>Editora</strong> UNESP. São Paulo. 1996.<br />
230p.<br />
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<strong>Editora</strong> Planeta. São Paulo- S.P., p. 806. 1998.<br />
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Vida Ltda. Erexim. Rio Grande do Sul. 177p.<br />
GAVILANES, M.L.; PINTO, J.E.B.P.; RADAIK, P.H.; CASTRO,<br />
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medicinais do município de Lavras, Minas Gerais.<br />
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Medicinais, Botucatu, v.2, n.1, 1999 (no prelo).<br />
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Poço Bonito, Município de Lavras, Minas Gerais. In:<br />
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GAVILANES, M.L.; BRANDÃO, M.; CARDOSO, C. Plantas<br />
daninhas cujas raízes, bulbos e rizomas são empregadas na<br />
medicina popular. Daphne, Belo Horizonte, v.3, n.1., p. 14-19,<br />
1993.<br />
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Medicinais. Viçosa. 1 ed. 42p., 1995.<br />
OLIVEIRA, F. et al. Farmacognosia. Atheneu. São Paulo. 412p.<br />
1991.<br />
PANIZZA, S. Plantas que curam. São Paulo, IBRAZA, 1997. 279<br />
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alimentos essenciais para a boa saúde. <strong>Editora</strong> Marco Zero.<br />
São Paulo-S.P. p. 30-36, 43, 60-61, 69, 72. 1997.<br />
8 - GLOSSÁRIO
Abscessos: acumulação de pus numa cavidade do corpo.<br />
Amorfinomania: dependência da morfina e seus derivados.<br />
Anorexia: perda do apetite, inapetência.<br />
Aperientes: quando abrem o apetite.<br />
Arilo: tegumento de certas sementes.<br />
Arteriosclerose: endurecimento das artérias.<br />
Artrite: inflamação das articulações.<br />
Artrose: afecção crônica degenerativa das circulações.<br />
Atonia hepatobiliar: falta de vigor no fígado e na vesícula biliar.<br />
Balsâmico: que contém substâncias como resinas, essências e<br />
óleos de ação suavizante sobre o aparelho respiratório e sobre a<br />
pele.<br />
Béquico: que acalma a tosse devida a ardor ou irritação da<br />
garganta.<br />
Calicida: que, em ‘aplicação local’, permite ou facilita a<br />
eliminação dos calos e calosidades da pele.<br />
Carminativo: que favorece a expulsão dos gases produzidos<br />
pelas fermentações intestinais. As plantas carminativas são<br />
geralmente ricas em ‘essências aromáticas’.<br />
Colagogo: que facilita o esvaziamento, para o duodeno, das bílis<br />
contida na vesícula biliar.<br />
Colecistite: inflamação da vesícula biliar.
Colerético: que aumenta a quantidade de bílis segregada pelo<br />
fígado, o que facilita a digestão das gorduras.<br />
Colites: inflamação do cólon.<br />
Desinteria: inflamação dos intestinos de que resultam<br />
evacuações dolorosas ou hemorrágicas, diarréia.<br />
Desobstruente: agente que combate as obstruções intestinais e<br />
hepáticas.<br />
Dismenorréia: menstruação difícil e dolorosa.<br />
Dispepsia: má digestão.<br />
Dispepsia fermentativa: perturbações do tubo digestivo, quer<br />
de origem gástrica, quer de origem intestinal, que se manifestam<br />
em dificuldade para digerir.<br />
Eczemas: doença da pele, quase sempre de decurso lento,<br />
produzindo pústulas e comichão mais ou menos intensa.<br />
Emenagogo: que provoca ou facilita o aparecimento das regras<br />
ou menstruação.<br />
Emético: que provoca o vômito com uma finalidade terapêutica<br />
(curativa).<br />
Emoliente: medicamento próprio para amolecer, abrandar uma<br />
inflamação.<br />
Eritema: estado de vermelhidão congestiva da pele, localizado<br />
ou generalizado, ligado a processo de vasodilatação, capaz de<br />
desaparecer pela compressão digital.
Esclerose: doença degenerativa crônica, que geralmente pode<br />
levar à invalidez.<br />
Escorbuto: doença produzida pela falta de vitamina C.<br />
Escoriações: ligeira esfoladura que atinge a epiderme,<br />
ferimento.<br />
Erisipela: doença infecciosa, devido a um estreptococo e<br />
caracterizada por inflamação da pele que atinge sobretudo a<br />
derme.<br />
Eritema: congestão cutânea que dá lugar à vermelhidão da pele.<br />
Espasmódico: que impede os espasmos dos órgãos ocos,<br />
como o estômago, a vesícula biliar ou a bexiga.<br />
Espermatorréia: derramamento involuntário de esperma.<br />
Eupéptico: que facilita a digestão.<br />
Febrífugas: que produz abaixamento da temperatura corporal.<br />
Galactagogo: que favorece a secreção de leite nas mulheres que<br />
amamentam.<br />
Galênica: diz-se das preparações farmacêuticas que contêm um<br />
ou vários compostos orgânicos, geralmente de origem vegetal,<br />
em oposição às preparações de substâncias químicas puras.<br />
Gastrenterite: inflamação simultânea do estômago e intestinos.<br />
Gastroenterites: o mesmo que gastrenterite.<br />
Hepatobiliar: referente ao fígado e vesícula biliar.<br />
Hepatoprotetora: agente protetor do fígado.
Hipertrofia prostática: aumento de tamanho da próstata.<br />
Hipocolesterolemiante: substâncias que reduzem a taxa de<br />
colesterol no sangue.<br />
Hipocondria: condição crônica caracterizada por um receio<br />
mórbido pela saúde, muitas vezes associado com uma doença<br />
imaginária e melancolia mais ou menos pronunciada.<br />
Hipoglicemiante: que diminui a concentração de glicose no<br />
sangue.<br />
Hipolipemiante: que faz descer o nível de lipídios (gorduras) no<br />
sangue.<br />
Hipotensor: que provoca uma queda da pressão arterial.<br />
Icterícia: síndrome resultante de uma alteração do sangue por<br />
absorção da bílis e que se caracteriza por amarelidão anormal da<br />
pele, das escleróticas e das urinas.<br />
Inapetência: falta de apetite.<br />
Leucorréia: corrimento esbranquiçado proveniente dos órgãos<br />
genitais da mulher.<br />
Nefrites: inflamação dos rins.<br />
Nevralgia: sintoma caracterizado por dor no trajeto de um nervo<br />
e suas ramificações, sem alteração aparente da parte dolorida.<br />
Paludismo: o mesmo que febres intermitentes.<br />
Prostatite: qualquer inflamação da próstata.
Reumatismo: nome genérico de diversas afecções<br />
caracterizadas por inflamação dolorosa das estruturas do tecido<br />
conjuntivo.<br />
Salmonelose: infecções causadas pela bactéria Salmonela sp.<br />
Vulnerário: que favorece a cicatrização das feridas e a cura das<br />
contusões.