04.06.2013 Views

distrofia muscular de duchenne: complicações respiratórias e ... - Ucg

distrofia muscular de duchenne: complicações respiratórias e ... - Ucg

distrofia muscular de duchenne: complicações respiratórias e ... - Ucg

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

JAKELINE GODINHO FONSECA<br />

MARCELLA JARDIM DA FRANCA<br />

DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE:<br />

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS E SEU TRATAMENTO<br />

GOIÂNIA<br />

2004


JAKELINE GODINHO FONSECA<br />

MARCELLA JARDIM DA FRANCA<br />

DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE:<br />

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS E SEU TRATAMENTO<br />

Trabalho apresentado para fins <strong>de</strong> avaliação parcial na<br />

disciplina Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso II do Curso<br />

<strong>de</strong> Fisioterapia da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Goiás.<br />

Orientadora: Profª Drª Fábia Maria Oliveira Pinho<br />

GOIÂNIA<br />

2004


DEDICATÓRIA<br />

Aos nossos pais e familiares que nos apoiaram ao longo <strong>de</strong> nossas vidas, nos<br />

ajudando e estimulando em nosso crescimento pessoal e profissional.


AGRADECIMENTOS<br />

Às nossas mestras Fábia Maria Oliveira Pinho, Cristiane Leal M. S. Ferraz e<br />

Cejane Oliveira Martins Pru<strong>de</strong>nte que muito contribuíram para<br />

a realização e conclusão <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Às nossas colegas Daniella Lopes Cavalcante e Karina Alves <strong>de</strong> Castro, à Juliana<br />

Godinho Fonseca e ao Rodrigo Benhame <strong>de</strong> Assis e Silva.


SUMÁRIO<br />

Resumo<br />

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------01<br />

HISTÓRICO------------------------------------------------------------------------------------02<br />

DEFINIÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------04<br />

GENÉTICA ------------------------------------------------------------------------------------05<br />

INCIDÊNCIA ----------------------------------------------------------------------------------06<br />

FISIOPATOLOGIA----------------------------------------------------------------------------07<br />

QUADRO CLÍNICO---------------------------------------------------------------------------08<br />

DIAGNÓSTICO--------------------------------------------------------------------------------11<br />

PROGNÓSTICO -------------------------------------------------------------------------------13<br />

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS --------------------------------------------------------14<br />

TRATAMENTO -------------------------------------------------------------------------------19<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------------------------------26<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------27


RESUMO<br />

A Distrofia Muscular <strong>de</strong> Duchenne (DMD) é um distúrbio genético ligado ao cromossomo X,<br />

que afeta principalmente crianças do sexo masculino. Caracteriza-se pela <strong>de</strong>generação<br />

progressiva e irreversível da musculatura esquelética, levando a uma fraqueza <strong>muscular</strong><br />

generalizada, <strong>de</strong>vido à ausência da proteína distrofina na membrana <strong>muscular</strong>. Os sintomas<br />

surgem no início da infância e se agravam quando o paciente <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>ambular, po<strong>de</strong>ndo a<br />

partir <strong>de</strong>ste momento, <strong>de</strong>senvolver <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong>. A insuficiência respiratória e<br />

as infecções pulmonares são as principais causas <strong>de</strong> óbito nestes pacientes. Freqüentemente, o<br />

óbito ocorre na 2ª ou 3ª década <strong>de</strong> vida. O tratamento e a prevenção das freqüentes<br />

<strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> retarda a progressão da doença, oferecendo uma melhor qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida ao paciente. Esta ampla revisão sobre DMD enfatiza as <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> e<br />

seu tratamento.<br />

Palavras-chave: Distrofia Muscular <strong>de</strong> Duchenne, <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong>, tratamento.


INTRODUÇÃO<br />

A Distrofia Muscular <strong>de</strong> Duchenne (DMD) é um distúrbio genético ligado ao<br />

cromossomo X, que afeta principalmente crianças do sexo masculino. Caracteriza-se pela<br />

<strong>de</strong>generação progressiva e irreversível da musculatura esquelética, levando a uma fraqueza<br />

<strong>muscular</strong> generalizada, <strong>de</strong>vido à ausência da proteína distrofina na membrana <strong>muscular</strong>. As<br />

<strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> são as maiores causas <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong><br />

enfermida<strong>de</strong>. Esta ampla revisão enfatiza as <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> <strong>de</strong>correntes da DMD e<br />

seu tratamento.


HISTÓRICO<br />

A Distrofia Muscular foi <strong>de</strong>scrita pela primeira vez na primeira meta<strong>de</strong> do século<br />

XIX pelo médico inglês Charles Bell, que relatou o “Case of Partial Paralysis of the Lower<br />

Extremities”. 1-7 Em 1836, Conte e Gioja <strong>de</strong>screveram dois irmãos que <strong>de</strong>senvolveram<br />

fraqueza <strong>muscular</strong> progressiva nos membros inferiores e hipertrofia progressiva das<br />

musculaturas gastrocnêmio e <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>, por volta dos 8 e 10 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. 8,9 Já em 1847,<br />

Partridge relatou o 1º exame patológico <strong>de</strong> um paciente com <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong><br />

Duchenne. 10,11<br />

A primeira <strong>de</strong>scrição completa da doença foi realizada em 1852 pelo Dr. Edward<br />

Meryon. 10,11 Ele se interessou pela natureza familiar da doença, isto é, relativa a ascen<strong>de</strong>ntes e<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes e a predileção pelo sexo masculino. Concluiu ser uma doença que afeta o tecido<br />

<strong>muscular</strong>, não sendo um distúrbio do sistema nervoso. Embora a contribuição <strong>de</strong> Meryon<br />

tenha sido altamente significante, seu trabalho foi ofuscado pelo do neurologista francês Dr.<br />

Guillaine Benjamin Amand Duchenne, que nove anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>screveu casos da doença. Em<br />

1868, numa revisão mais <strong>de</strong>talhada, acrescentou mais 12 casos, on<strong>de</strong> incluía duas meninas e<br />

1, 2<br />

referia 15 casos da literatura germânica.<br />

Dr. Duchenne <strong>de</strong>finiu a doença como sendo a perda progressiva dos movimentos,<br />

afetando inicialmente os membros inferiores e posteriormente os superiores, com hipertrofia<br />

progressiva dos músculos afetados, aumento intersticial do tecido conjuntivo nos mesmos e


aumento significativo <strong>de</strong> tecido adiposo nos músculos em estágio mais avançado. Mais<br />

prevalente em meninos do que em meninas po<strong>de</strong>ndo afetar várias crianças da mesma família. 1<br />

Pela primeira vez, graças ao Dr. Duchenne, obteve-se biópsias em pacientes vivos,<br />

po<strong>de</strong>ndo assim estudar materiais do mesmo paciente em diferentes estágios da doença. Suas<br />

investigações levaram-no a concluir que a lesão anatômica fundamental era a hiperplasia do<br />

tecido conectivo intersticial, levando-o a utilizar o termo Paralisia Mioesclerótica como uma<br />

alternativa ao termo Paralisia Muscular Pseudo-hipertrófica. O uso da técnica <strong>de</strong>senvolvida<br />

por Dr. Duchenne para conseguir material <strong>de</strong> biópsia in vivo também permitiu que o<br />

diagnóstico pu<strong>de</strong>sse ser feito em vida. 1<br />

O quadro clínico, patologia, prognóstico e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento só foram<br />

<strong>de</strong>scritos em 1879 por Willian R. Gowers. Ele estava claramente convencido da natureza<br />

hereditária da doença e concluiu que a limitação ao sexo masculino era herdada somente<br />

através da mãe. 1, 12 Este pesquisador <strong>de</strong>screveu também a “manobra ou sinal <strong>de</strong> Gower”,<br />

presente nesta doença, que é a passagem da posição <strong>de</strong>itada para a bipe<strong>de</strong>stação e “consiste<br />

em levantar-se apoiando sucessivamente as mãos nos diferentes segmentos dos membros<br />

inferiores, <strong>de</strong> baixo para cima, como se a criança estivesse ascen<strong>de</strong>ndo sobre si mesma”. 13<br />

Wilhelm Heinrich Erb foi o primeiro a admitir a idéia <strong>de</strong> tratar-se não somente <strong>de</strong><br />

uma doença, mas <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> doenças, as chamadas <strong>distrofia</strong>s <strong>muscular</strong>es progressivas,<br />

1, 12<br />

caracterizadas por uma <strong>de</strong>generação do tecido <strong>muscular</strong>.<br />

03


DEFINIÇÃO<br />

Dentre as miopatias primárias, as <strong>distrofia</strong>s <strong>muscular</strong>es progressivas são<br />

consi<strong>de</strong>radas as mais freqüentes. São conhecidos mais <strong>de</strong> vinte tipos <strong>de</strong>stas <strong>distrofia</strong>s<br />

<strong>muscular</strong>es, caracterizadas por serem doenças <strong>de</strong> caráter genético e <strong>de</strong>generativo, com<br />

comprometimento grave, progressivo e irreversível da musculatura esquelética. 14-18<br />

A Distrofia Muscular <strong>de</strong> Duchenne (DMD) ou forma pseudo-hipertrófica <strong>de</strong><br />

Duchenne é a mais comum e também a mais grave das <strong>distrofia</strong>s <strong>muscular</strong>es, on<strong>de</strong> os sinais e<br />

sintomas são mais severos com evolução mais rápida, po<strong>de</strong>ndo o óbito ocorrer por volta da 2ª<br />

14, 18-20<br />

ou 3ª década <strong>de</strong> vida.


GENÉTICA<br />

A DMD constitui um distúrbio genético <strong>de</strong> caráter recessivo, ligado ao cromossomo<br />

X, produzido por uma mutação do gene que codifica a enzima distrofina, estando localizado<br />

no braço curto do cromossomo X, na região Xp21. Ocorre, principalmente, em pessoas do<br />

sexo masculino, sendo que as mulheres são portadoras, e nestas, a doença po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-<br />

se excepcionalmente em duas circunstâncias, em casos <strong>de</strong> Síndrome <strong>de</strong> Turner (45X) e nos<br />

2, 14, 18, 21, 22<br />

casos on<strong>de</strong> os dois genes herdados forem afetados.<br />

Até 1987, em todo mundo, haviam sido <strong>de</strong>scritos <strong>de</strong>z casos femininos. 14 Em 2002,<br />

foi <strong>de</strong>scrito, por Sanjeev Joshi, um caso <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> sete anos com DMD,<br />

diagnosticada pelos sinais clínicos (pseudo-hipertrofia <strong>de</strong> gastrocnêmio e sinal <strong>de</strong> Gower<br />

positivo) e pelo exame da enzima creatinoquinase (CK). Vale ressaltar que esta criança<br />

nasceu <strong>de</strong> parentes com história <strong>de</strong> casamentos consangüíneos. 23


INCIDÊNCIA<br />

A incidência da DMD no sexo masculino varia <strong>de</strong> 1:3.000 a 1:3.500 nascidos vivos<br />

com incidência média <strong>de</strong> 13 a 33:100.000 nascidos vivos ou 1,9 a 3,4/100.000 habitantes. 14,<br />

16, 20, 24-26 Sabe-se que um terço dos novos casos <strong>de</strong> DMD são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> mutações novas e<br />

dois terços herdados <strong>de</strong> mãe portadora, que é assintomática. 27


FISIOPATOLOGIA<br />

A DMD caracteriza-se pela <strong>de</strong>ficiência ou ausência <strong>de</strong> distrofina na superfície da<br />

membrana da célula <strong>muscular</strong>, também chamada <strong>de</strong> sarcolema. 19 A distrofina é uma proteína<br />

essencial para o a<strong>de</strong>quado funcionamento do sarcolema. 28, 29 Através da microscopia<br />

eletrônica, também foram encontradas lesão focal e ruptura do sarcolema (gaps), sendo esta<br />

consi<strong>de</strong>rada a lesão inicial nas fibras <strong>muscular</strong>es distróficas na DMD. 30<br />

Devido às anormalida<strong>de</strong>s estruturais e funcionais da membrana celular <strong>muscular</strong>,<br />

ocorre uma elevação das enzimas <strong>muscular</strong>es séricas, tais como a CK (creatinoquinase)<br />

piruvato-quinase (PK), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT),<br />

12, 17<br />

<strong>de</strong>sidrogenase-lática (LDH), enolase, anidrase carbônica, <strong>de</strong>ntre outras.<br />

A análise imunohistoquímica do músculo afetado revela um padrão difuso<br />

caracterizado pela <strong>de</strong>generação, perda <strong>de</strong> fibras com a substituição por tecido adiposo e<br />

conjuntivo e variação no tamanho das fibras <strong>muscular</strong>es, porém sem evidências <strong>de</strong> lesões nas<br />

células e fibras nervosas ou vasos intra<strong>muscular</strong>es. 17<br />

No músculo, encontramos fibras do tipo I (vermelhas), abundantes em enzimas<br />

oxidativas e fibras do tipo II (pálidas), ricas em fosforilase. Nos casos <strong>de</strong> Distrofia Muscular<br />

<strong>de</strong> Duchenne, observam-se anormalida<strong>de</strong>s no tamanho das fibras <strong>muscular</strong>es. As do tipo II<br />

são acometidas por hipertrofia, e as do tipo I, principalmente por atrofia . 31


QUADRO CLÍNICO<br />

As manifestações clínicas normalmente começam na infância, geralmente nos três<br />

primeiros anos <strong>de</strong> vida. 32 Cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das crianças adquirem marcha in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte até os<br />

18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. 17 Embora existam variações na evolução do quadro clínico, normalmente<br />

os portadores <strong>de</strong> DMD não são capazes <strong>de</strong> continuar <strong>de</strong>ambulando após os 16 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, 19<br />

26, 33<br />

pois freqüentemente a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> andar é perdida entre 12 e 17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Devido à natureza insidiosa, a DMD é normalmente suspeitada na época em que a<br />

criança começa a andar. As crianças po<strong>de</strong>m apresentar déficit <strong>de</strong> equilíbrio, <strong>de</strong>mora para<br />

<strong>de</strong>ambular, dificulda<strong>de</strong>s em subir escadas, fraqueza progressiva em membros inferiores,<br />

quedas freqüentes, bem como atraso do <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor.<br />

18, 26, 34.<br />

Um dos achados do estágio inicial da DMD é o aumento da musculatura da<br />

panturrilha. Esta freqüentemente acompanha o envolvimento da pelve. O aumento do volume<br />

<strong>muscular</strong> é causado pela proliferação anormal do tecido intersticial nas fibras do músculo<br />

gastrocnêmio. Observa-se firmeza e resistência à palpação da massa <strong>muscular</strong>, <strong>de</strong>nominada<br />

pseudo-hipertrofia <strong>muscular</strong>, que também po<strong>de</strong> acometer outros grupos <strong>muscular</strong>es. 1<br />

Inicialmente há um comprometimento simétrico da musculatura esquelética,<br />

acompanhado <strong>de</strong> déficit motor da cintura pélvica. Posteriormente, outros músculos, como os<br />

da cintura escapular, são afetados <strong>de</strong> maneira progressiva. A fraqueza dos músculos resulta na<br />

inclinação da pelve quando a criança se mantém em bipe<strong>de</strong>stação. A fraqueza do músculo<br />

glúteo máximo também induz a inclinação anterior da pelve, que é compensada com o<br />

aumento da lordose lombar. Com o encurtamento dos músculos responsáveis pela flexão


dorsal dos pés e para suportar melhor esta posição da pelve, a criança realiza uma<br />

compensação alargando sua base <strong>de</strong> sustentação, que por sua vez induz a uma marcha do tipo<br />

1, 32<br />

anserina.<br />

A maneira como essas crianças levantam-se do chão é peculiar. A força da<br />

musculatura tanto extensora do joelho, quanto do quadril, não são suficientes para permitir a<br />

extensão voluntária do tronco. Desta forma, eles realizam uma compensação, <strong>de</strong>nominada<br />

manobra <strong>de</strong> Gower, que se caracteriza pela utilização das mãos apoiadas nos joelhos, usando<br />

os membros inferiores como alavancas e gradualmente esten<strong>de</strong>m o tronco, dando a impressão<br />

<strong>de</strong> uma escalada ao longo dos membros inferiores. 1<br />

A hiperlordose lombar é a <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> mais precoce resultante da fraqueza dos<br />

músculos glúteo máximo e abdominais. A pelve fica em anteversão. A fim <strong>de</strong> compensar esse<br />

<strong>de</strong>sequilíbrio e se manter ereto, o indivíduo projeta o tronco para trás, aumentando ainda mais<br />

a curvatura lombar. Esta postura é mais pronunciada quando o envolvimento <strong>muscular</strong> se<br />

torna mais severo. Com a progressão da doença, ocorre aumento da lordose lombar com<br />

exagero da marcha anserina. 1<br />

As <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s ortopédicas são <strong>de</strong>vidas às posições viciosas em nível <strong>de</strong> várias<br />

articulações. Tais posições viciosas levam freqüentemente à retrações músculo-tendinosas,<br />

envolvendo vários grupos <strong>muscular</strong>es, agindo numa mesma articulação. As <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s são<br />

progressivas e as alterações ósseas não são <strong>de</strong>correntes da falha genética, mas <strong>de</strong>correntes<br />

exclusivamente do <strong>de</strong>suso, incluindo a rarefação óssea encontrada nas extremida<strong>de</strong>s dos ossos<br />

longos e chatos. Em estágios tardios, ocorre <strong>de</strong>scalcificação e distorções grosseiras com<br />

<strong>de</strong>sorganização do sistema esquelético. Essas alterações tornam os ossos <strong>de</strong>sses pacientes<br />

1, 35-37<br />

bastante susceptíveis a fraturas por pequenos traumas.<br />

A <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> em tronco que gera conseqüências clínicas relevantes é o <strong>de</strong>svio<br />

lateral da coluna (escoliose) que, geralmente, aparece associado a uma rotação <strong>de</strong> tronco.<br />

Acreditava-se que a escoliose surgisse após a perda da marcha, relacionada com a postura<br />

ina<strong>de</strong>quada em ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas. Contudo, alguns estudos <strong>de</strong>screveram o aparecimento <strong>de</strong><br />

escoliose em crianças que ainda não haviam perdido a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ambular. 38<br />

O comprometimento cardíaco ocorre em aproximadamente 50% a 85% dos casos <strong>de</strong><br />

DMD. Os achados patológicos em músculo cardíaco incluem envolvimento da contractilida<strong>de</strong><br />

ventricular, fibrose miocárdica focal localizada principalmente na pare<strong>de</strong> ventricular esquerda<br />

e, eventualmente, taquicardia associada, embora os estudos <strong>de</strong> ecocardiografia <strong>de</strong>monstrem<br />

função miocárdica relativamente preservada. 39-43<br />

09


Alguns autores afirmam que há também um comprometimento da musculatura lisa,<br />

paralelamente à <strong>de</strong>generação da musculatura esquelética. Os principais sintomas relacionados<br />

são vômitos, diarréia, dilatação gástrica e distensão <strong>de</strong> cólon, sugerindo hipomobilida<strong>de</strong><br />

44, 45<br />

gastro-intestinal, quadro que po<strong>de</strong> levar ao óbito.<br />

Quanto ao comprometimento do Sistema Nervoso Central (SNC), os portadores <strong>de</strong><br />

DMD apresentam discreta atrofia cerebral em 65% dos casos. 46 Há freqüentemente um déficit<br />

intelectual <strong>de</strong>stas crianças, com aproximadamente 75% apresentando coeficiente <strong>de</strong><br />

18, 47<br />

inteligência (QI) abaixo <strong>de</strong> 75.<br />

As crianças com DMD também apresentam retardo no <strong>de</strong>senvolvimento do sistema<br />

locomotor e cognitivo, déficit <strong>de</strong> linguagem e <strong>de</strong> memória, bem como dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

atenção. 48-52 A prevalência <strong>de</strong> retardo mental mo<strong>de</strong>rado ou grave tem sido <strong>de</strong>scrita em 30 a<br />

1, 24<br />

50% dos casos.<br />

10


DIAGNÓSTICO<br />

A DMD é geralmente diagnosticada entre 3 e 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, época em que os pais<br />

notam um atraso no <strong>de</strong>senvolvimento da criança. 26 Porém, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

diagnóstico imediatamente após o nascimento, através da análise sanguínea colhida do cordão<br />

umbilical do recém nascido, on<strong>de</strong> o nível <strong>de</strong> CK sérico se encontra consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

elevado, 17 <strong>de</strong>vido ao comprometimento da musculatura esquelética. 33<br />

O diagnóstico po<strong>de</strong> ser estabelecido, na maioria dos casos, através da história<br />

familiar, <strong>de</strong> achados clínicos, laboratoriais e genéticos, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados eventualmente<br />

53, 54<br />

exames eletrofisiológicos ou histológicos.<br />

Atualmente, os níveis <strong>de</strong> enzimas <strong>muscular</strong>es esqueléticas, principalmente <strong>de</strong> CK,<br />

biópsia <strong>muscular</strong> e análise <strong>de</strong> DNA são amplamente empregados no diagnóstico e na<br />

53, 54<br />

caracterização da DMD.<br />

No início do processo, a CK po<strong>de</strong> atingir valores até 2.000 vezes mais elevados que o<br />

normal, geralmente antes do <strong>de</strong>senvolvimento do quadro clínico, porém seus valores caem<br />

rapidamente após o <strong>de</strong>senvolvimento completo do processo, chegando a níveis normais na<br />

12, 17<br />

fase avançada da doença.<br />

Na avaliação <strong>muscular</strong> através <strong>de</strong> biópsia, a coleta <strong>de</strong> material é realizada<br />

comumente nos músculos quadríceps, gastrocnêmio ou <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>. Observam-se fibras<br />

<strong>muscular</strong>es necrosadas com presença <strong>de</strong> fagocitose e, eventualmente, substituídas por tecido<br />

adiposo e conjuntivo, bem como alterações no comprimento das fibras <strong>muscular</strong>es. 55


O diagnóstico <strong>de</strong> DMD po<strong>de</strong> ser confirmado pela análise <strong>de</strong> material genético do<br />

DNA através da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>leção ou mutação localizada no braço curto do<br />

cromossomo X, na região Xp21, <strong>de</strong> crianças portadoras <strong>de</strong> miopatias. 33<br />

A eletromiografia (EMG), um exame também freqüentemente utilizado como<br />

complementar no diagnóstico da DMD, estuda a ativida<strong>de</strong> elétrica da contração <strong>de</strong> fibras<br />

<strong>muscular</strong>es e fornece informações sobre a estrutura e funcionamento da unida<strong>de</strong> motora. A<br />

EMG nos portadores <strong>de</strong> DMD apresenta potenciais <strong>de</strong> ação menores quanto à duração e<br />

amplitu<strong>de</strong> e o potencial polifásico mais freqüente que o normal. A alteração observada é uma<br />

perda generalizada da ativida<strong>de</strong> da fibra <strong>muscular</strong> com redução da extensão da unida<strong>de</strong><br />

motora, tendo como resultado um potencial <strong>de</strong> ação menor. 56<br />

Outras investigações, como a histoquímica <strong>muscular</strong>, estudos <strong>de</strong> inervação <strong>muscular</strong>,<br />

microscopia eletrônica, eletrocardiografia e tomografia computadorizada po<strong>de</strong>m fornecer<br />

informações adicionais para uma melhor compreensão sobre a evolução da DMD, bem como<br />

no auxílio do diagnóstico diferencial. 57<br />

12


PROGNÓSTICO<br />

A ida<strong>de</strong> do óbito não está relacionada com a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início da manifestação da<br />

doença, e sim correlacionada com a ida<strong>de</strong> em que a criança fica confinada à ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas,<br />

ou seja, quanto mais cedo a criança parar <strong>de</strong> andar, pior o prognóstico. 19<br />

A causa <strong>de</strong> óbito é freqüentemente relacionada às <strong>complicações</strong> cardiomiopáticas ou<br />

<strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong>. 24 Os problemas respiratórios <strong>de</strong>correntes da DMD são<br />

relacionados a <strong>de</strong>feito restritivo causado por fraqueza dos músculos diafragmático,<br />

intercostais e acessórios, que irá levar a uma falência respiratória. 40, 43 Estima-se que 55 a 90%<br />

dos pacientes com DMD morrem por falência respiratória entre 16 e 19 anos e raramente após<br />

os 25 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. 58-63 A infecção pulmonar e/ou insuficiência respiratória são as causas<br />

mais freqüentes <strong>de</strong> óbito, ocorrendo em 75% dos casos. 19, 64-66 O óbito acontece entre a 2ª e 3ª<br />

18, 24, 64, 65, 67<br />

décadas <strong>de</strong> vida, freqüentemente antes dos 21 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.


COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS<br />

Na DMD <strong>de</strong>tectam-se precocemente alterações da função pulmonar, que se tornam<br />

18, 68<br />

mais evi<strong>de</strong>ntes com a evolução da doença.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista respiratório, a DMD freqüentemente segue um curso previsível. O<br />

<strong>de</strong>clínio progressivo da função pulmonar quase sempre inicia após o confinamento à ca<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> rodas e está associado com o aumento da insuficiência respiratória (IR) e da ineficiência da<br />

tosse, tornando os pacientes vulneráveis à atelectasias, pneumonias e retenção <strong>de</strong> secreções<br />

24, 33, 66, 69<br />

endobronquiais.<br />

Em crianças com doenças neuro<strong>muscular</strong>es, a fraqueza da musculatura respiratória,<br />

incluindo o diafragma e músculos da pare<strong>de</strong> torácica, resulta em tosse ineficiente e respiração<br />

superficial (hipoventilação). 70 Com a hipoventilação, as bases pulmonares são pobremente<br />

ventiladas e os pulmões e as pare<strong>de</strong>s do tórax tornam-se inflexíveis, pouco expansivos (não-<br />

complacentes). 71 Durante o sono, o déficit <strong>muscular</strong> se agrava, principalmente em <strong>de</strong>cúbito<br />

dorsal ou ventral, on<strong>de</strong> a musculatura respiratória se encontra em <strong>de</strong>svantagem biomecânica. 66<br />

A hipoventilação, <strong>de</strong> provável origem periférica, ocorre primeiro durante o sono e, com a<br />

fraqueza progressiva, resulta em pobre qualida<strong>de</strong> do sono, ocorrendo redução da oxigenação<br />

do sangue (hipoxemia) e elevação das concentrações sanguíneas <strong>de</strong> gás carbônico<br />

(hipercapnia). 72, 73 Eventualmente, com a progressão da doença, a hipoxemia e a hipercapnia<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer também durante o período <strong>de</strong> vigília. 74 Além do mais, crianças com fraqueza<br />

da musculatura respiratória têm reduzida habilida<strong>de</strong> para tossir, tendo como conseqüência<br />

29, 66, 69<br />

ineficiência para remover secreções das vias aéreas.


Pacientes com doença neuro<strong>muscular</strong> também apresentam anormalida<strong>de</strong> no padrão<br />

respiratório. Normalmente, o tórax e o abdômen se expan<strong>de</strong>m simultaneamente durante a<br />

inspiração. Já nos pacientes com fraqueza <strong>muscular</strong> respiratória, ocorre uma projeção interna<br />

do tórax e uma projeção externa do abdômen durante a inspiração. Este padrão respiratório<br />

chamado <strong>de</strong> ‘paradoxal’ causa uma respiração ineficiente. Deste modo, os pacientes com<br />

DMD têm um aumento no trabalho respiratório e uma expansibilida<strong>de</strong> pulmonar diminuída,<br />

resultando numa fadiga <strong>muscular</strong> respiratória, hipoventilação progressiva e potencial falência<br />

respiratória. 75<br />

Os pacientes com DMD também apresentam menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suspirar,<br />

provocando redução na elasticida<strong>de</strong> pulmonar, aumento do trabalho respiratório, formação <strong>de</strong><br />

18, 66, 69, 77-84<br />

microatelectasias e diminuição <strong>de</strong> reserva respiratória.<br />

Anormalida<strong>de</strong>s torácicas, como escoliose e “pectus excavatum”, são <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s<br />

muito comuns em pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es, contribuindo também para<br />

expansão pulmonar reduzida <strong>de</strong>vido à restrição da pare<strong>de</strong> do tórax. 75 Alguns estudos<br />

concluem que quanto mais severa é a escoliose, mais importante é a redução da capacida<strong>de</strong><br />

pulmonar vital, <strong>de</strong>monstrando que o aumento <strong>de</strong> 10 graus na curvatura da coluna implica em<br />

redução <strong>de</strong> 4% na capacida<strong>de</strong> vital. 48, 50, 69, 85 Vale ressaltar que quando a curvatura da coluna<br />

exce<strong>de</strong> 35 graus nesses pacientes, a capacida<strong>de</strong> vital pulmonar encontra-se geralmente menor<br />

que 40% em relação aos valores normais. 86<br />

A fraqueza do músculo glossofaríngeo e a disfunção bulbar favorecem o fechamento<br />

ineficiente da glote com ina<strong>de</strong>quada proteção das vias aéreas superiores, resultando em<br />

29, 87<br />

disfagias e freqüentes aspirações.<br />

Todas estas modificações pulmonares e <strong>respiratórias</strong> que po<strong>de</strong>m ocorrer na DMD,<br />

incluindo hipoventilação, redução da expansibilida<strong>de</strong> pulmonar, tosse ineficiente, padrão<br />

respiratório anormal e aspirações, tornam os pacientes com DMD extremamente vulneráveis à<br />

atelectasias, infecções pulmonares e obstrução <strong>de</strong> vias aéreas por ‘rolha <strong>de</strong> muco’. 74<br />

Avaliação dos fatores <strong>de</strong> risco para <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong><br />

A avaliação respiratória básica dos pacientes com DMD consiste na história da<br />

doença atual, exame físico do sistema respiratório, avaliação da função pulmonar, mensuração<br />

das trocas gasosas (gasometria) e avaliação da <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m respiratória durante o sono. 88<br />

15


A história médica po<strong>de</strong> ser o fator mais importante para se avaliar um paciente com<br />

risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> severas. Entretanto, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que o<br />

paciente e seus familiares já estão habituados com as <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> uma doença crônica, eles<br />

raramente relatam sobre os sintomas respiratórios <strong>de</strong> uma maneira espontânea. Geralmente, o<br />

profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve checar uma lista <strong>de</strong> principais sinais e sintomas apresentados por<br />

pacientes portadores <strong>de</strong> doença respiratória crônica. 89<br />

Os principais sintomas <strong>de</strong> hipoventilação são: sono inquieto, fadiga, dificulda<strong>de</strong> em<br />

<strong>de</strong>spertar do sono, dispnéia, cefaléia matutina, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração nas tarefas<br />

mentais, <strong>de</strong>clínio no <strong>de</strong>sempenho escolar e <strong>de</strong>pressão. 89 Em casos severos, hipersonolência e<br />

alterações do estado mental po<strong>de</strong>m ocorrer. 29<br />

Os pacientes com significante prejuízo da tosse têm uma história <strong>de</strong> congestão<br />

pulmonar e/ou infecções <strong>respiratórias</strong> superiores, e eles po<strong>de</strong>m ter sido hospitalizados ou<br />

terem recebido repetidas terapias antibióticas para bronquites, atelectasias ou pneumonia.<br />

Com as infecções <strong>respiratórias</strong> superiores, eles <strong>de</strong>senvolvem uma sensação <strong>de</strong> muco a<strong>de</strong>rido<br />

em sua garganta e/ou traquéia, o que freqüentemente estimula, mesmo que ineficiente, o<br />

esforço da tosse, resultando em dispnéia e sofrimento respiratórios. 29<br />

O exame físico do paciente com significante fraqueza <strong>muscular</strong> respiratória po<strong>de</strong> ser<br />

enganosamente normal. Mesmo pacientes com insuficiência respiratória crônica compensada<br />

po<strong>de</strong>m se apresentar bem e sem queixas. Isto acontece, na maioria das vezes, <strong>de</strong>vido à<br />

pequena <strong>de</strong>manda do sistema respiratório necessária para se manter uma boa função pulmonar<br />

em um paciente confinado a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas. É importante avaliar a pare<strong>de</strong> torácica do<br />

paciente procurando a presença <strong>de</strong> escoliose, “pectus excavatum” ou outras potenciais<br />

<strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s restritivas. A freqüência respiratória po<strong>de</strong> estar aumentada para compensar o<br />

padrão respiratório superficial. 74<br />

Presença <strong>de</strong> tiragens intercostais durante a inspiração e outros padrões anormais <strong>de</strong><br />

respiração são sinais <strong>de</strong> fraqueza <strong>muscular</strong> respiratória. Pacientes com fraqueza severa<br />

apresentam sons pulmonares escassos. A ausculta pulmonar revela movimentos aéreos<br />

diminuídos ou abolidos em bases pulmonares, o que po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong><br />

atelectasias pulmonares ou pneumonias. 74<br />

Durante o exame, se faz necessário um período <strong>de</strong> conversação para se avaliar<br />

qualquer mudança na velocida<strong>de</strong> da fala do paciente <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> dispnéia. O<br />

paciente dispnéico também po<strong>de</strong> se apresentar inquieto na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, movimentando-a<br />

16


para frente e para trás. Esta é uma técnica auto-adaptativa utilizada por muitos pacientes para<br />

mover o diafragma e realizar um grau mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> ventilação mecânica nos pulmões. 29<br />

Quando a patologia pulmonar é suspeitada, radiografia <strong>de</strong> tórax e medidas <strong>de</strong> trocas<br />

gasosas, como oximetria <strong>de</strong> pulso, são essenciais. 74 O teste <strong>de</strong> função pulmonar é um<br />

excelente instrumento para avaliar o grau <strong>de</strong> prejuízo respiratório nos pacientes com doenças<br />

neuro<strong>muscular</strong>es. 90 Os parâmetros <strong>de</strong> função pulmonar que <strong>de</strong>vem ser observados são:<br />

medida da capacida<strong>de</strong> vital forçada, pressões inspiratórias e expiratórias máximas e pressão<br />

<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> tosse. 88 Esses parâmetros po<strong>de</strong>m ser mensurados com espirômetro e por outros<br />

equipamentos <strong>de</strong> função pulmonar básicos. Não existe consenso quanto ao nível <strong>de</strong> função<br />

pulmonar abaixo do qual os pacientes estarão sob o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver severas<br />

<strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong>. Entretanto, alguns níveis <strong>de</strong> função pulmonar aparentemente<br />

sugerem alto risco para pacientes com DMD: capacida<strong>de</strong> vital abaixo <strong>de</strong> 1,5 L (valores<br />

normais para adultos masculinos: 4.8 L) 29, 91 e/ou pressão <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> tosse abaixo <strong>de</strong> 160<br />

L/min (valores normais para adultos masculinos: > 360 L/min). 29, 92 Um estudo recentemente<br />

publicado revela que quando a capacida<strong>de</strong> vital apresenta-se abaixo <strong>de</strong> 1L, há uma<br />

sobrevivência média <strong>de</strong> 3 a 5 anos em apenas 8% <strong>de</strong> pacientes com DMD. 93<br />

Altas concentrações sanguíneas <strong>de</strong> gás carbônico e baixas concentrações <strong>de</strong> oxigênio<br />

sanguíneo <strong>de</strong>vido a respiração superficial são as principais causas <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> em pacientes<br />

com doenças neuro<strong>muscular</strong>es. A hipercapnia e a hipoxemia, respectivamente, ocorrem<br />

primeiramente durante o sono, especialmente no sono REM. 73 Durante o sono não REM a<br />

redução da ativida<strong>de</strong> do abdutor faringeal e grupos dilatadores, juntamente com a geração <strong>de</strong><br />

pressão intratorácica negativa, gera colapso parcial da pare<strong>de</strong> orofaringeal durante a<br />

inspiração. Isto po<strong>de</strong> acarretar hipopnéias e apnéias com fragmentação do sono e conseqüente<br />

sonolência diurna, às vezes acompanhadas <strong>de</strong> cefaléias pela manhã (por retenção <strong>de</strong> dióxido<br />

<strong>de</strong> carbono), fadiga, baixa concentração e alterações psicológicas, incluindo confusão e<br />

<strong>de</strong>pressão. 66<br />

A troca noturna <strong>de</strong> gases po<strong>de</strong> ser avaliada por vários métodos, incluindo oximetria<br />

<strong>de</strong> pulso portátil durante a noite ou por polissonografia. Ambos os métodos são eficientes,<br />

porém a oximetria <strong>de</strong> pulso portátil é o método mais acessível. Entretanto, a polissonografia é<br />

o melhor método para avaliar a qualida<strong>de</strong> do sono e problemas respiratórios. A oximetria <strong>de</strong><br />

pulso mensura a saturação <strong>de</strong> oxihemoglobina, ou seja, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hemoglobina do<br />

sangue saturada <strong>de</strong> oxigênio. Alguns autores referem que saturação <strong>de</strong> oxihemoglobina abaixo<br />

17


<strong>de</strong> 90% é anormal e indicam ventilação noturna mecanicamente assistida para pacientes<br />

portadores <strong>de</strong> <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong>. 91<br />

A troca <strong>de</strong> gases durante a vigília po<strong>de</strong> ser medida também por oximetria <strong>de</strong> pulso<br />

portátil ou por amostra <strong>de</strong> sangue arterial (gasometria arterial). A oximetria <strong>de</strong> pulso tem<br />

como vantagens: disponibilida<strong>de</strong> e por não ser um método invasivo. 94<br />

Baixa saturação <strong>de</strong> oxihemoglobina, por exemplo abaixo <strong>de</strong> 94%, em paciente que<br />

não está agudamente doente com atelectasia ou pneumonia, é um sinal <strong>de</strong> avanço da doença<br />

neuro<strong>muscular</strong>. 94<br />

Os resultados dos testes <strong>de</strong> função pulmonar e medidas <strong>de</strong> trocas gasosas durante o<br />

sono e vigília po<strong>de</strong>m ser correlacionados com a história clínica e exame físico do paciente<br />

com DMD no intuito <strong>de</strong> fornecer uma impressão global do risco <strong>de</strong>ste paciente ter alguma<br />

complicação respiratória. 29<br />

18


TRATAMENTO<br />

Ainda não há cura para a DMD. Existem alguns tratamentos que po<strong>de</strong>m amenizar os<br />

sintomas, melhorando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e diminuindo a alta morbimortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

26, 33<br />

pacientes.<br />

Uma avaliação freqüente da função respiratória durante a vigília e o sono, nesses<br />

pacientes, <strong>de</strong>ve ser associada a um programa terapêutico com objetivo <strong>de</strong> promover limpeza<br />

(clearance) mucociliar, melhorar a força e resistência da musculatura respiratória e corrigir as<br />

anormalida<strong>de</strong>s nas trocas gasosas. 33<br />

Existem controvérsias sobre os efeitos dos exercícios físicos em portadores <strong>de</strong><br />

DMD. 53, 95 Alguns pesquisadores chegam a alertar sobre um possível efeito <strong>de</strong>letério<br />

associado à concepção <strong>de</strong> que ativida<strong>de</strong>s que requerem muita força contra a ação da gravida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> forma repetitiva, po<strong>de</strong>m ser prejudiciais à evolução da doença nos portadores <strong>de</strong> DMD. 19<br />

Por outro lado, a ausência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física normal acarreta uma perda funcional <strong>de</strong><br />

vários órgãos e sistemas, como por exemplo, o sistema cardiorrespiratório. Sabe-se que a<br />

programação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas para portadores <strong>de</strong> DMD, quando realizada com base em<br />

uma avaliação funcional minuciosa, é fundamental para a manutenção da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

<strong>de</strong>stas crianças, assim como <strong>de</strong>vem ser utilizados outros recursos associados. 19<br />

Uma das ativida<strong>de</strong>s prescritas com freqüência quando a criança se encontra na fase<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ambulação é a caminhada simples, diária, associada a alguns exercícios específicos <strong>de</strong><br />

alongamentos e exercícios respiratórios. Esta ativida<strong>de</strong>, embora simples, po<strong>de</strong> ser dificultada<br />

pela presença <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> associada ao quadro <strong>de</strong> DMD. A manutenção da <strong>de</strong>ambulação,


pelo máximo tempo possível, e o tratamento da obesida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>saceleram a progressão do<br />

19, 83<br />

distúrbio respiratório.<br />

A redução da morbida<strong>de</strong> respiratória, a melhora da dispnéia e o aumento da<br />

tolerância ao exercício e a ativida<strong>de</strong> física total po<strong>de</strong>m ocorrer com o treinamento da<br />

musculatura respiratória. 96<br />

Uma pesquisa recente <strong>de</strong>monstrou, analisando <strong>de</strong>zesseis crianças portadoras <strong>de</strong><br />

DMD, que o treinamento respiratório específico melhora a resistência da musculatura<br />

respiratória, e sua efetivida<strong>de</strong> parece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treino. 97<br />

Outros estudos evi<strong>de</strong>nciam que a força e a resistência da musculatura respiratória<br />

po<strong>de</strong>m ser melhoradas através <strong>de</strong> treinamento a longo prazo dos músculos inspiratórios <strong>de</strong><br />

pacientes com <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns neuro<strong>muscular</strong>es, incluindo DMD. 98 O treinamento da musculatura<br />

foi associado também com melhorias significantes das pressões inspiratória e expiratória<br />

máximas. 96<br />

Com a evolução da doença, o tratamento das manifestações <strong>respiratórias</strong> requer<br />

melhora da ventilação. 72, 99 Avaliação gasométrica seriada é um método simples e seguro para<br />

o seguimento clínico dos pacientes com DMD, tanto na avaliação da função <strong>muscular</strong>, quanto<br />

das condições do sistema respiratório. 100, 101 Pesquisas recentes <strong>de</strong>monstram que o paciente<br />

necessita <strong>de</strong> cuidados intensivos mais freqüentes quando a capacida<strong>de</strong> vital forçada (CVF) cai<br />

abaixo <strong>de</strong> 1L. 100 Além disso, quando o portador <strong>de</strong> DMD atinge valores <strong>de</strong> CVF inferiores a<br />

1L, ele aumenta o risco <strong>de</strong> morte nos próximos três anos. 102<br />

Terapias para as <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> <strong>de</strong> doenças neuro<strong>muscular</strong>es pediátricas<br />

incluem métodos manuais e mecânicos <strong>de</strong> assistência à tosse assistida, respiração profunda e<br />

ventilação mecânica assistida. 74<br />

Pacientes com fraqueza neuro<strong>muscular</strong> <strong>de</strong>senvolvem atelectasias nas bases<br />

pulmonares <strong>de</strong>vido à inabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar respirações profundas. Terapia <strong>de</strong> respiração<br />

profunda (insuflação pulmonar) po<strong>de</strong> ser realizada manualmente no domicílio do paciente,<br />

expandindo os pulmões com ambu, ou mecanicamente usando respiração com pressão<br />

positiva intermitente (IPPB), ou qualquer recurso similar. Com a IPPB, a pressão positiva é<br />

transmitida aos pulmões do paciente através <strong>de</strong> máscara facial ou bocal. A pressão limite é<br />

programada para atingir uma boa expansão das bases pulmonares e da caixa torácica. Não há<br />

consenso em quando se <strong>de</strong>ve iniciar a terapia <strong>de</strong> respiração profunda. Recomenda-se a IPPB<br />

por quinze minutos, uma ou duas vezes/dia quando os pacientes <strong>de</strong>senvolvem disfunção<br />

pulmonar severa. 94<br />

20


Tosse ineficaz po<strong>de</strong> ser tratada usando técnicas manuais e/ou mecânicas. 103 A técnica<br />

manual é utilizada no tratamento <strong>de</strong> pacientes com secreções retidas no trato respiratório<br />

<strong>de</strong>vido à fraqueza neuro<strong>muscular</strong>. O tratamento <strong>de</strong> forma manual da tosse ineficaz é realizado<br />

da seguinte maneira: posicionando o cuidador na frente do paciente com as mãos localizadas<br />

na parte superior do abdômen, com uma mão abaixo da margem inferior <strong>de</strong> cada costela<br />

(alternativo, uma mão po<strong>de</strong> estar localizada sobre a região epigástrica, enquanto o cuidador<br />

sentado ao lado do paciente, estabiliza a pare<strong>de</strong> torácica com a mão livre). Enquanto o<br />

paciente tenta tossir, o cuidador comprime o abdômen empurrando para cima e para <strong>de</strong>ntro<br />

como na manobra <strong>de</strong> Heimlich, gerando um fluxo <strong>de</strong> ar traqueal e mobilizando as secreções<br />

para fora das vias aéreas. 103 Depois se realiza uma tosse com respiração profunda com ajuda<br />

do ambu para aumentar o fluxo gerado. As compressões abdominais não <strong>de</strong>vem ser feitas no<br />

período pós-prandial, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> vômito e aspiração. 29<br />

O clearance do muco e a insuflação pulmonar po<strong>de</strong>m ser realizadas mecanicamente<br />

usando o método In-Exsufflator/Cough Assist. 103 Esta técnica <strong>de</strong> respiração transmite uma<br />

pressão positiva seguida rapidamente <strong>de</strong> uma pressão negativa (sucção) aplicada através <strong>de</strong><br />

bocal ou máscara facial. A pressão positiva infla os pulmões e a pressão negativa suga<br />

(aspira) secreções para fora do trato respiratório, simulando uma tosse normal. Este método<br />

terapêutico tem por finalida<strong>de</strong> melhorar o fluxo <strong>de</strong> tosse e o clearance das vias aéreas,<br />

prevenindo conseqüentemente as <strong>complicações</strong> pulmonares. 29, 104 A fase <strong>de</strong> pressão negativa<br />

po<strong>de</strong> ser sincronizada com uma tosse manualmente assistida com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maximizar o<br />

fluxo da tosse. 29<br />

Outros métodos <strong>de</strong> clearance <strong>de</strong> muco (mobilização <strong>de</strong> secreções) potencialmente<br />

úteis para pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es são: ventilação intrapulmonar percussiva<br />

(IPV) e o sistema <strong>de</strong> clearance <strong>de</strong> vias aéreas (VEST). 105<br />

O IPV transmite correntes <strong>de</strong> gases umidificadores com alta frequência (100 a 300<br />

freqüências por minuto) para as vias aéreas através <strong>de</strong> bucal ou máscara facial, percutindo<br />

internamente as vias aéreas para mobilizar as secreções endobronquiais. O IPV é um método<br />

<strong>de</strong> clearance <strong>de</strong> vias aéreas extremamente seguro que se mostra efetivo na assistência <strong>de</strong><br />

29, 106<br />

retirada <strong>de</strong> muco em pacientes com DMD.<br />

O sistema VEST é um percursor torácico externo que comprime a pare<strong>de</strong> torácica<br />

com alta freqüência. Terapias com um <strong>de</strong>sses métodos po<strong>de</strong>m ser seguidas <strong>de</strong> aplicação com o<br />

In-Exsufflator/Cough Assist® para extrair as secreções mobilizadas das gran<strong>de</strong>s vias<br />

aéreas. 107 Deve-se ter cautela na aplicação dos métodos <strong>de</strong> clearance <strong>de</strong> muco com os<br />

21


pacientes agudamente doentes e/ou muito fracos, já que eles po<strong>de</strong>m apresentar obstrução<br />

traqueal por secreções mobilizadas que não conseguiram expectorar. 105 Nesses casos, <strong>de</strong>ve-se<br />

aplicar essas terapias em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva (UTI). 107<br />

Não se sabe, até o momento, quando iniciar a ventilação mecânica assistida em<br />

pacientes com doença neuro<strong>muscular</strong>. Alguns pesquisadores recomendam a ventilação<br />

mecânica noturna em qualquer paciente com sintomas <strong>de</strong> hipoventilação crônica, índices <strong>de</strong><br />

oximetria anormais durante a noite, hipoxemia ou hipercapnia na gasometria analisada<br />

durante a vigília. 91<br />

As opções <strong>de</strong> ventilação mecânica assistida incluem modalida<strong>de</strong>s invasivas e não-<br />

invasivas, usando pressão positiva ou negativa para aumentar a profundida<strong>de</strong> das respirações<br />

do paciente. Historicamente, a ventilação <strong>de</strong> pressão negativa foi o primeiro modo <strong>de</strong><br />

ventilação em pacientes com fraqueza <strong>muscular</strong>. Atualmente, apesar <strong>de</strong> disponíveis métodos<br />

<strong>de</strong> ventilação por pressão negativa mais seguros, a ocorrência <strong>de</strong> obstrução e colapso nas vias<br />

aéreas superiores em pacientes com fraqueza <strong>muscular</strong> ainda é elevada. Além disso, esses<br />

métodos limitam a mobilida<strong>de</strong> dos pacientes, pois não são portáteis. Como resultado, a<br />

ventilação mecânica em pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es é realizada através <strong>de</strong><br />

29, 108<br />

ventilação com pressão positiva.<br />

Ventilação com pressão positiva po<strong>de</strong> ser aplicada utilizando-se métodos invasivos<br />

ou não-invasivos. Ventilação invasiva com pressão positiva é realizada através <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong><br />

traqueostomia. As potenciais <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> ter uma traqueostomia são substanciais,<br />

incluindo susceptibilida<strong>de</strong> a infecções nas vias aéreas, dificulda<strong>de</strong> na <strong>de</strong>glutição e fala,<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar o equipamento, bem como efeitos psicológicos e <strong>de</strong> natureza<br />

estética. 109 O método alternativo é o uso <strong>de</strong> ventilação não-invasiva através <strong>de</strong> máscara nasal.<br />

A ventilação <strong>de</strong> pressão positiva não-invasiva (NPPV) po<strong>de</strong> ser realizada através <strong>de</strong> uma<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes ventiladores. Uma escolha para tratamento em domicílio é o uso do<br />

BIPAP®. 110 Quando um paciente começa a inspiração, um fluxo negativo <strong>de</strong> ar é gerado. A<br />

unida<strong>de</strong> BIPAP® capta esse fluxo e transmite a pressão positiva <strong>de</strong> respiração para uma<br />

pressão limite pré-selecionada. A respiração mecânica é sincronizada com o padrão <strong>de</strong><br />

respiração do paciente. Normalmente, a respiração é transmitida através <strong>de</strong> máscara nasal,<br />

embora em algumas circunstâncias uma máscara facial po<strong>de</strong> ser preferida. 107 A NPPV po<strong>de</strong><br />

ser usada para restaurar a oxigenação do sangue normal, remover excesso <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong><br />

carbono do sangue, expandir as bases pulmonares do paciente e normalizar o trabalho e o<br />

padrão respiratórios. 111 Os sintomas <strong>de</strong> hipoventilação, como fadiga, dispnéia e sono agitado<br />

22


melhoram significativamente com a NPPV, otimizando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>stes pacientes.<br />

Para pacientes com fraqueza severa, incluindo aqueles com doença progressiva, como DMD,<br />

NPPV po<strong>de</strong> ser usado durante o dia e à noite. Um método <strong>de</strong> ventilação mecânica, como o<br />

BIPAP®, po<strong>de</strong> ser acoplado na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas do paciente utilizando uma bateria portátil<br />

como fonte <strong>de</strong> energia, permitindo uma ventilação mecânica quase contínua sem tubo ou<br />

traqueostomia. 112 O uso <strong>de</strong> NPPV tem proporcionado o prolongamento da vida <strong>de</strong> pacientes<br />

113, 114<br />

com doença neuro<strong>muscular</strong> severa.<br />

Alguns autores <strong>de</strong>claram que a assistência ventilatória não-invasiva reverte a<br />

hipoventilação <strong>de</strong> maneira efetiva, porém a <strong>de</strong>terioração da função pulmonar continua<br />

necessitando progressivamente <strong>de</strong> períodos mais longos sob ventilação, e posteriormente <strong>de</strong><br />

traqueostomia em poucos anos. 115<br />

Na Dinamarca, o uso intermitente da pressão positiva contínua nas vias aéreas<br />

(CPAP) ocorre antes da iniciação da ventilação com pressão positiva (NPPV) para pacientes<br />

com doenças neuro<strong>muscular</strong>es, proporcionando alívio dos sinais e sintomas associados com<br />

fraqueza dos músculos respiratórios. 116 O tratamento com CPAP parece estimular a limpeza<br />

bronquiolar, sendo clinicamente mais relevante quando as crianças apresentam um <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong><br />

40-50% da capacida<strong>de</strong> vital, on<strong>de</strong> normalmente a técnica é introduzida. 117<br />

A predileção dos pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es é pelos métodos não-<br />

invasivos ao invés da traqueostomia, por otimizar sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. 112 Apesar das<br />

vantagens potenciais dos métodos <strong>de</strong> ventilação não-invasiva no tratamento <strong>de</strong> <strong>complicações</strong><br />

<strong>respiratórias</strong> das doenças neuro<strong>muscular</strong>es. Em pesquisa recente verificou-se que a tosse<br />

assistida manualmente e o In-Exsufflator foram utilizados em apenas 18% e 5% dos<br />

pacientes, respectivamente, <strong>de</strong> uma clínica especializada no tratamento <strong>de</strong>sses pacientes. 118<br />

Uma pesquisa recente avaliou a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> 19 portadores <strong>de</strong> doença<br />

neuro<strong>muscular</strong>, incluindo DMD, submetidos à assistência ventilatória domiciliar com<br />

traqueostomia. Oitenta e quatro por cento dos entrevistados se mostraram satisfeitos com o<br />

método e disseram ter feito uma escolha acertada. 119<br />

Como o tratamento <strong>de</strong> um paciente com uma doença neuro<strong>muscular</strong> grave é<br />

agressivo e apresenta pequena perspectiva <strong>de</strong> melhora clínica significativa, é um dilema ético<br />

indicar um programa terapêutico a estes sofridos pacientes. A indicação <strong>de</strong> um suporte<br />

respiratório e a escolha do método <strong>de</strong> ventilação numa complicação respiratória, por exemplo,<br />

po<strong>de</strong> necessitar <strong>de</strong> uma equipe multidisciplinar, incluindo a família e o próprio paciente.<br />

Como todo o tratamento <strong>de</strong> um paciente portador <strong>de</strong> <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> visa melhorar sua<br />

23


qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, ultimamente, é o próprio paciente e seus familiares que <strong>de</strong>terminam o que<br />

constitui uma aceitável qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para eles, e assim, po<strong>de</strong>m optar ou não pelo<br />

tratamento proposto. 9<br />

Nem todos os pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es são bons candidatos ao uso <strong>de</strong><br />

métodos <strong>de</strong> ventilação não-invasiva. Contra-indicações potenciais incluem inabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expectorar secreções orofaringeanas, mudança do estado mental ou prejuízo cognitivo e<br />

instabilida<strong>de</strong> cardiovascular. 110 Alguns pacientes mais graves po<strong>de</strong>m requerer episódios<br />

120, 121<br />

repetidos <strong>de</strong> intubação e ventilação mecânica na UTI para prolongar sua sobrevivência.<br />

Entre os usuários <strong>de</strong> NPPV, efeitos colaterais incluem alterações na pele facial,<br />

<strong>de</strong>vido à pressão da máscara nasal, boca seca, irritação dos olhos, coriza, sinusite,<br />

122, 123<br />

sangramento nasal e ocasionalmente aerofagia.<br />

Barotrauma pulmonar é uma ocorrência muito rara e pneumotórax po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito<br />

como uma complicação virtualmente não-existente no tratamento ventilatório <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong><br />

pacientes com doenças neuro<strong>muscular</strong>es. 124 Existem apenas quatro casos <strong>de</strong>scritos na<br />

literatura médica <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> pneumotórax como complicação <strong>de</strong> terapia com NPPV em<br />

pacientes com doença neuro<strong>muscular</strong>. 125-127<br />

Tratamento medicamentoso<br />

Alguns tratamentos medicamentosos têm sido testados no sentido <strong>de</strong> prolongar a<br />

sobrevida do paciente com DMD, diminuindo a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua progressão inexorável 128<br />

Os corticói<strong>de</strong>s são medicamentos utilizados na tentativa <strong>de</strong> melhorar parcialmente a<br />

função pulmonar e a força <strong>muscular</strong> global. A prednisona ou a prednisolona são os corticói<strong>de</strong>s<br />

mais usados na prática clínica para tal finalida<strong>de</strong>. 128, 129 Inclusive, a prednisolona tem sido<br />

indicada para crianças portadoras <strong>de</strong> DMD para manter a <strong>de</strong>ambulação e prevenir ou retardar<br />

a escoliose, <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> óssea freqüente nesta patologia. 130 Porém, estas drogas possuem<br />

efeitos colaterais importantes, incluindo obesida<strong>de</strong>, catarata, distúrbio do crescimento,<br />

diabetes, hipertensão arterial e osteoporose. 26 Tratamentos recentes com <strong>de</strong>flazacort tem<br />

reduzido significativamente estes efeitos colaterais in<strong>de</strong>sejados, que acometem<br />

preferencialmente crianças. 131<br />

O albuterol oral tem sido utilizado como tratamento alternativo para DMD.<br />

Pesquisadores observaram melhora da força <strong>muscular</strong> em crianças com DMD em uso <strong>de</strong><br />

24


albuterol via oral. Porém, são necessários estudos futuros com albuterol oral para se chegar a<br />

uma conclusão significativa. 26<br />

Tratamentos promissores que garantem revolucionar o tratamento e o prognóstico da<br />

DMD nos próximos anos incluem: oxandrolone, esterói<strong>de</strong> que acelera o crescimento <strong>muscular</strong><br />

e melhora a força <strong>muscular</strong> 132 ; DNA plasmi<strong>de</strong> 133 ; fatores <strong>de</strong> crescimento insulino-like,<br />

substância que promove a melhora da tolerância <strong>muscular</strong> à fadiga 134 ; transplante <strong>de</strong><br />

mioblastos 135, 136 ; creatina monohidratada, sua suplementação melhora a força <strong>muscular</strong><br />

global e aumenta a massa <strong>muscular</strong> magra 137 ; e utrofina, proteína que po<strong>de</strong> substituir a<br />

distrofina na junção neuro<strong>muscular</strong>. 138<br />

Aconselhamento genético<br />

Após o nascimento <strong>de</strong> uma criança com DMD em uma família, é necessário um<br />

aconselhamento genético para seus progenitores em relação às possíveis gestações futuras.<br />

Também se oferece este tipo <strong>de</strong> aconselhamento para as outras mulheres pertencentes à<br />

família, pois po<strong>de</strong>m ser portadoras do cromossomo X <strong>de</strong>feituoso. 26<br />

Depois que o menino recebe o diagnóstico <strong>de</strong> DM <strong>de</strong> Duchenne, é importante buscar<br />

conselho genético e testes apropriados para membros da família, que po<strong>de</strong>m ser portadoras.<br />

Os genes <strong>de</strong> uma mulher po<strong>de</strong>m ser testados para saber se ela é portadora <strong>de</strong> DM <strong>de</strong><br />

Duchenne ou Becker. 26<br />

25


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Tendo em vista a alta prevalência <strong>de</strong> infecções pulmonares e insuficiência<br />

respiratória nos pacientes portadores da Distrofia Muscular <strong>de</strong> Duchenne, faz-se necessário<br />

uma avaliação rigorosa individual e acompanhamento diário <strong>de</strong>stes pacientes por uma equipe<br />

multidisciplinar. Esta equipe <strong>de</strong>ve estabelecer um programa a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> tratamento que vise<br />

o prolongamento da sobrevida, porém com boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

Existem controvérsias no tratamento das <strong>complicações</strong> <strong>respiratórias</strong> quanto à<br />

execução <strong>de</strong> exercícios físicos e <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> força e resistência <strong>muscular</strong>. Alguns<br />

autores relatam efeitos <strong>de</strong>letérios com os treinamentos, outros já <strong>de</strong>monstram benefícios, pois<br />

acreditam que <strong>de</strong>saceleram a progressão do distúrbio respiratório. Na literatura científica,<br />

existem poucas pesquisas sobre este assunto, especificamente. É <strong>de</strong> fundamental importância<br />

a realização <strong>de</strong> estudos randomizados e controlados que visem <strong>de</strong>monstrar os reais resultados<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> tratamento.<br />

Vale lembrar que a escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado programa terapêutico para esta<br />

doença potencialmente fatal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da opinião não só da equipe multidisciplinar, mas<br />

principalmente do próprio paciente e <strong>de</strong> sua família, pois são eles quem <strong>de</strong>termina o que seria<br />

uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. Emery AEH. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Oxford Monograths on Medical Genetics<br />

n.24 London, 1993 apud Caromano FA, 1999.<br />

2. Harrison J. Medicina Interna. 11ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan; 1988. P.87-8<br />

apud Caromano FA, 1999.<br />

3. Adams RD. Diseases of muscle, 3ª ed. Hagerstown, MD: Harper & Row; 1975. P.262-5<br />

apud Kenneth LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy.<br />

Muscle & Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

4. Bell C. The nervous system of the humam body. London: Longman, Rees, Orme,<br />

Brown, and Green; 1830 apud Kenneth LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne<br />

<strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

5. Dubowitz V. History of muscle disease. In: Rose FC, Bynum WF. Historical aspects of<br />

the neurosciences. New York: Raven Press; 1982. P. 133-222 apud Kenneth LT. Origins<br />

and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve 2003; 28:<br />

402-22.


6. Emery AEH, Emery MLH. The history of a genetic disease: Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy or Meryon disease. London: Royal Society of Medicine 1995 apud Kenneth<br />

LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve<br />

2003; 28: 402-22.<br />

7. Engel AG. Duchenne dystrophy. In: Engel AG, Banker BQ. Myology. Basic and<br />

clinical. New York: McGraw-Hill; 1986. P. 1185-240 apud Kenneth LT. Origins and<br />

early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

8. Conte G, Gioja L. Scrofola <strong>de</strong>l sistema muscolare. Annali Clinici <strong>de</strong>ll’Ospedale <strong>de</strong>gli<br />

Incurabili di Napoli 1836; 2: 66-79 apud Kenneth LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

9. Conte G, Gioja L. Scrofola <strong>de</strong>l sistema <strong>muscular</strong>e. Cardiomyology 1986; 5: 15-28 apud<br />

Kenneth LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle &<br />

Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

10. Partridge R. Fatty <strong>de</strong>generation of voluntary muscle. Transactions of the Pathological<br />

Society of London 1846-1848; 1: 334 apud Kenneth LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions<br />

of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve 2003; 28: 402-22.<br />

11. Partridge R. Fatty <strong>de</strong>generation of muscle. Med Times Gaz 1847; 5: 944 apud Kenneth<br />

LT. Origins and early <strong>de</strong>scriptions of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle & Nerve<br />

2003; 28: 402-22.<br />

12. An<strong>de</strong>rson WA, Kissane JM. Patologia. 7ª ed. São Paulo: Guanabara Koogan. v.2, p.<br />

1691-1992, 1982 apud Caromano FA. Características do portador <strong>de</strong> <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong><br />

<strong>de</strong> Duchenne (DMD): revisão. Arq Ciências Saú<strong>de</strong> UNIPAR 1999; 3(3): 211-8.<br />

13. Diament A, Cypel S. Neurologia Infantil. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 1996. P.1113-37.<br />

14. Roux CC, Almeida CI. Distrofia <strong>muscular</strong> progressiva forma grave <strong>de</strong> Duchenne:<br />

apresentação <strong>de</strong> um caso no sexo feminino. Med Reab 1987; 5 (15): 17-22.<br />

28


15. Gardner D, Medwin M. Clinical features and classification of <strong>muscular</strong> dystrophies.<br />

Brithish Medical Bulletin 1980; 36(2): 109-15 apud Caromano FA. 1999.<br />

16. Levy JA, Nitrini RA. Neurologia que todo médico <strong>de</strong>ve saber. São Paulo: Maltese;<br />

1991. P. 268 apud Caromano FA.1999.<br />

17. Walton SJ. Disor<strong>de</strong>rs of Voluntary Muscle. 5ª ed. New York; 1988 apud Caromano FA.<br />

1999.<br />

18. Walton J. Gardner-Medwin D. The <strong>muscular</strong> dystrophies. In: Walton J. Disor<strong>de</strong>rs of<br />

voluntary muscle. 5ª ed. London: Churchill Livingstone; 1988. P.519-69 apud Araújo<br />

APQC. Distúrbios respiratórios na <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne. Arq. Bras Med<br />

1992; 66(5): 441-3.<br />

19. Caromano, FA. Características do portador <strong>de</strong> <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne (DMD):<br />

revisão. Arq Ciências Saú<strong>de</strong> UNIPAR 1999; 3(3): 211-8.<br />

20. Emery AEH. Population frequencies inheried neuro<strong>muscular</strong> disease-a world survey.<br />

Neuromusc Dis 1991; 1:19-29 apud Gozal D. 2000.<br />

21. Zatz M. Relação da estatura e peso com o <strong>de</strong>sempenho <strong>muscular</strong> e os níveis enzimáticos<br />

na <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne. Tese <strong>de</strong> livre docência apresentada ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia do Instituto <strong>de</strong> Biociências da USP, São Paulo, 1987 apud<br />

Caromano FA. 1999.<br />

22. Cervera RC, Codina PA, Alberca SR. Miopatías. In: Codina PA. Tratado <strong>de</strong> neurología.<br />

Libro <strong>de</strong>l año; 1994. P. 867-909 apud Andrada LE, De Vito EL. 1996.<br />

23. Sanjeev J. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy in a female child. Indian Pediatrics 2002;<br />

39(1): 98.<br />

29


24. Smith AS, Swaiman KF. Muscular dystrophies. In: Swaiman KF, Ashwal S. Pediatric<br />

neurology: principles and practice. 5 ª ed. St. Louis: Mosby; 1999. P.1235-56 apud<br />

Birnkrant DJ. 2002.<br />

25. Andrada LE, De Vito EL. Comportamiento clinico y espirometrico <strong>de</strong> pacientes com<br />

<strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne. Medicina 1996; 56(5/1): 463-71.<br />

26. Restrepo S. Editorial: New treatment alternatives for Duchenne and Becker <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. Neurology, 2004.<br />

27. Zatz M, Vaizof M, Passos-Bueno MR. Serum creatine kinase (CK) in progressive<br />

<strong>muscular</strong> dystrophies in methods in molecular medicine, 2000 apud Caromano FA.<br />

1999.<br />

28. Miranda AF, Bonilla E, Martucci G. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Am J Pathol, 1988;<br />

132(3): 410-6 apud Caromano FA. 1999.<br />

29. Birnkrant DJ. The assessment and management of the respiratory complications of<br />

pediatric neuro<strong>muscular</strong> diseases. Clinical Pediatrics 2002; 41: 301-8.<br />

30. Mokri B, Engel AG. Duchenne dystrophy: electron microscopic findings pointing to a<br />

basic or early abnormality in the plasma membrane of the muscle fibre. Neurology,<br />

1975; P.1110 apud Caromano FA. 1999.<br />

31. Dubowitz V. Muscle biopsy: a mo<strong>de</strong>rn approach. Oxford Monographs on Medical<br />

Genetics. London, 1985 apud Caromano FA. 1999.<br />

32. Levy JA. Miopatias. 1ª ed. São Paulo: Livraria Atheneu; 1978. P. 83-7 apud Caromano<br />

FA. 1999.<br />

33. Gozal D. Pulmonary manifestations of neuro<strong>muscular</strong> disease with special reference to<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy and spinal <strong>muscular</strong> atrophy. Pediatr Pulmonol 2000;<br />

29(2):141-50.<br />

30


34. Dubowitz V. The <strong>muscular</strong> dystrophies. In: Dubowitz V, editor. Muscle disos<strong>de</strong>rs in<br />

childhood. 2 ª ed. Phila<strong>de</strong>lphia: Saun<strong>de</strong>rs CO; 1995. P. 34-133 apud Gozal D. 2000.<br />

35. Bayley N. The <strong>de</strong>velopment of motor abilities during the first three years. Monogr Soc<br />

Res Child Dev 1935; 1: 1-26 apud Caromano FA. 1999.<br />

36. Bobath B, Bobath K. Cerebral palsy. In: Pearson PH.: Williams CE. Physical therapy<br />

services in the <strong>de</strong>velopmental disabilities. Sprigfield; 1972. P.31-177 apud Caromano<br />

FA. 1999.<br />

37. Cornélio F, Dworzak F, Morandih FE, Balestrini MR. Functional evaluation of<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy: proposal for protocol. Ital J Neurol Sci 1982; 4: 323-30<br />

apud Caromano FA. 1999.<br />

38. Robin GC, Brief LP. Scoliosis in childhood <strong>muscular</strong> dystrophy. J Bone Joint Surg<br />

1971; 53(4): 466-76 apud Caromano FA. 1999.<br />

39. Goldberg SJ, Feldman L, Reinecke C, Stern LZ, Grigs RC, Forbes G, Moxley RT, Herr<br />

BE. The assessment of muscle mass in progressive neuro<strong>muscular</strong> disease. Neurology<br />

1983; 35: 758 apud Caromano FA. 1999.<br />

40. Gol<strong>de</strong>berg SJ, Stern LZ, Feldman L, Allen HD, Sahn DJ, Val<strong>de</strong>s-Cruz LM. Serial two-<br />

dimensional echocardiography in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Neurology 1982; 32:<br />

1101-5 apud Gozal D. 2000.<br />

41. Danilowicz D, Rutrowski, M, Myung D, Shively D. Echocardiography in Duchenne<br />

<strong>muscular</strong> distrophy. Muscle and Nerve 1980; 36 (2): 135 apud Caromano FA. 1999.<br />

42. Hunter S. The heart in <strong>muscular</strong> dystrophy. British Medical Bulletin 1980; 36 (2): 133-4<br />

apud Caromano FA. 1999.<br />

43. Manning GW, Cropp GJ. The electrocardiogram in progressive <strong>muscular</strong> dystrophy. Br<br />

Heart J 1958; 23: 416-20 apud Gozal D. 2000.<br />

31


44. Jaffe KM, Macdonald M, Ingman E, Haas J. Symptons of upper gastrointestinal<br />

disfuction in DMD: case-control study. Arch Phys Med Rehabil 1990; 71: 742-4.<br />

45. Novak A. Gastrointestinal manifestations of <strong>muscular</strong> dystrophies. Gastroenterol 1982;<br />

82 (4): 806-8 apud Caromano FA. 1999.<br />

46. Yoshioka M, Okuno T, Honda Y, Nikini Y. Central nervous system involvement in<br />

progressive <strong>muscular</strong> dystrophy. Arch Dis Child 1980; 55: 589-94 apud Caromano FA.<br />

1999.<br />

47. Hodgson SV, Hart KH, Abbs S, Dubowitz V. Correlation of clinical and <strong>de</strong>letion data in<br />

Duchenne and Becker <strong>muscular</strong> dystrophy. J Med Genet 1989; 26: 682-93 apud Gozal<br />

D. 2000.<br />

48. Smith AD, Koreska J, Moseley CF. Progression of scoliosis in DMD. J Bone Joint<br />

Surgery 1989; 71 (7): 1066-74 apud Caromano FA. 1999.<br />

49. Smith RA, Sibert JR, Wallace SJ, Harper PS. Early diagnosis and secundary prevention<br />

of DMD. Arch Dis Child 1989; 64 (6): 787-90 apud Caromano FA. 1999.<br />

50. Smith RA, Sibert JR, Harper PS. Early <strong>de</strong>velop of boys with DMD. Dev Med Child<br />

Neurol 1990; 32: 519-27 apud Caromano FA. 1999.<br />

51. Ogasawara A. Similarity of Iqs of siblings with Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Am J<br />

Ment Retard 1989; 93 (5): 548-50 apud Caromano FA. 1999.<br />

52. An<strong>de</strong>rson SW, Routh DK, Ionasescu VV. Serial position memory of boys with DMD.<br />

Dev Med Child Neurol 1988; 30: 328-33 apud Caromano FA. 1999.<br />

53. Dubowits V. Physical therapy in neuro<strong>muscular</strong> disor<strong>de</strong>rs, DMD association, 1990 apud<br />

Caromano FA. 1999.<br />

32


54. Partridge T. Pathophysiology of <strong>muscular</strong> dystrophy. British J Hosp Medicine 1993;<br />

49(1) apud Caromano FA. 1999.<br />

55. Bell CD, Conen PE. Change in fiber size in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Neurology<br />

1985; 17: 658 apud Caromano FA. 1999.<br />

56. Emery AEH. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Oxford Monograph on Medical Genetics<br />

1987; 15: 25-42 apud Caromano FA. 1999.<br />

57. Vainzof M, Passos-Bueno MR, Takata RI, Pavanello RCMM, Zatz M. Intrafamilial<br />

variability in dystrophyn abundance correlated with difference in the severity of the<br />

phenotype. J Neurol Sci 1993; 119-38 apud Caromano FA. 1999.<br />

58. Brooke MH, Fenichel GM, Griggs RC. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy: patterns of<br />

clinical progression and effects of supportive therapy. Neurology 1989; 39: 475-80 apud<br />

Bach JR, Ishikawa Y, Kim H. 1997.<br />

59. Inkley SR, Ol<strong>de</strong>nburg FC, Vignos PJ. Pulmonary function in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy related to stage of disease. Am J Med 1974; 56: 297-306 apud Bach JR,<br />

Ishikawa Y, Kim H. 1997.<br />

60. Mukoyama M, Kondo K, Hizawa. Life spans of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy patients<br />

in the hospital care program in Japan. J Neurol Sci 1987; 81: 155-8 apud Bach JR,<br />

Ishikawa Y, Kim H. 1997.<br />

61. Ri<strong>de</strong>au Y, Gatin G, Bach J, et al. Prolongation of life in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy.<br />

Acta Neurol 1983; 5:118-24 apud Bach JR, Ishikawa Y, Kim H. 1997.<br />

62. Vignus PJ. Respiratory function and pulmonary infection in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. Isr J Med Sci 1977; 13: 207-14 apud Bach JR, Ishikawa Y, Kim H. 1997.<br />

33


63. Emery AEH. Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy: genetics aspects, carrier <strong>de</strong>tection and<br />

antenatal diagnosis. Br Med Bull 1980; 36: 117-22 apud Bach JR, Ishikawa Y, Kim H.<br />

1997.<br />

64. Bach JR, Obrien J, Krotenberg R, Alba AS. Management of end stage respiratory<br />

failure in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Muscle Nerve 1987; 10: 177-82 apud Gozal D.<br />

2000.<br />

65. Boland BJ, Silbert PL, Groover RV, Wollan PC, Silverstein MD. Skeletal, cardiac and<br />

smooth muscle failure in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Pediatr Neurol 1996; 14: 7-12.<br />

66. Newson DJ. The respiratory sistem in <strong>muscular</strong> dystrophy. Brit Med Bull 1980;<br />

36(2):135-8 apud Caromano FA. 1999.<br />

67. Schmalbruch H. The <strong>muscular</strong> dystrophies. In: Mastaglia FL, Walton Y. Skeletal<br />

muscle pathology. Edinburgh: Churchill Livingstone; 1982. P. 253-65 apud Andrada<br />

LE, De Vito EL. 1996.<br />

68. Oretaggio F, Marcello N, Lucci B, Chilloni G, Sanfelici. Critical stages for the<br />

dystrophic patient role of the respirator. Minerva Pediatr 1986; 38(15-16): 665-8 apud<br />

Araújo APQC. 1992.<br />

69. Kurz LT, Mubarak SJ, Schultz P, Park SM, Leach J. Correlation of scoliosis and<br />

pulmonary function in the DMD. J Pediat Orthoped 1983; 3: 347-53 apud Caromano<br />

FA. 1999.<br />

70. Bach JR. Pathophyfisiology of paralytic-restrictive pulmonary syndromes. In: Bach JR.<br />

Pulmonary rehabilitation: the obstructive and paralytic conditions. Phila<strong>de</strong>lphia: Hanley<br />

and Belfus; 1996. P. 275-83 apud Birnkrant DJ. 2002.<br />

71. Araújo APQC. Distúrbios respiratórios na <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne. Arq Bras<br />

Med 1992; 66(5): 441-3.<br />

34


72. Smith PE, Edwards RH, Calverley PM. Ventilation and breathing pattern during sleep<br />

in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Chest 1989; 96(6): 1346-51 apud Araújo APQC.<br />

Distúrbios respiratórios na <strong>distrofia</strong> <strong>muscular</strong> <strong>de</strong> Duchenne. Arq Bras Med 1992 66(5):<br />

441-3.<br />

73. Smith PE, Caverley PM, Eduwards RH. Hypoxemia during sleep in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. Am Rev Respir Dis 1988; 137: 884-8 apud Birnkrant DJ. 2002.<br />

74. Bach JR, Ishikawa Y, Kim H. Prevention of pulmonary morbidity for patients with<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Chest 1997; 112: 1024-8.<br />

75. Kennedy JD, Staples AJ, Brook PD. Effect of spinal surgery on lung funtion in<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Thorax 1995; 50: 1173-8.<br />

76. Baydur A. Respiratory muscle strength and control of ventilation in patients with<br />

neuro<strong>muscular</strong> disease. Chest 1991; 99:330-8 apud Gozal D. 2000.<br />

77. Bergofsky EH. Respiratory failure in disor<strong>de</strong>rs of the thoracic cage. Am Rev Respir Dis<br />

1979; 119: 643-69 apud Gozal D. 2000.<br />

78. Black LF, Hyatt RE. Maximal static respiratory pressures in generalized neuro<strong>muscular</strong><br />

disease. Am Rev Respir Dis 1971; 103: 641-50 apud Gozal D. 2000.<br />

79. Estenni M, Heilporn A, Delhez Y, Yenalt JC, De Troyer A. Chest wall stiffness in<br />

patients with chronic respiratory muscle weakness. Am Rev Respir Dis 1983; 128:<br />

1002-7 apud Gozal D. 2000.<br />

80. Sinha R, Bergofsky EH. Prolonged alteration of lung mechanics in kyphoscoliosis by<br />

positive pressure hyperinflation. Am Rev Respir Dis 1972; 106: 47-57 apud Gozal D.<br />

2000.<br />

81. Vignos PJ Jr. Respiratory function and pulmonary infection in <strong>duchenne</strong> <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. Isr J Med Sci 1977; 13: 207-14 apud Gozal D. 2000.<br />

35


82. Bureal MA, Begim R. Chest wall disease and dysfuction in children In: Kendig EL,<br />

Chernick V. Disor<strong>de</strong>rs of respiratory tract in children. 4ª ed. Phila<strong>de</strong>lphia: Saun<strong>de</strong>rs;<br />

P.609-14 apud Araújo APQC. 1992.<br />

83. Heckmatt JZ. Respiratory care in <strong>muscular</strong> dystrophy. Br Med J 1987; 295: 1014-5<br />

apud Araújo APQC. 1992.<br />

84. Veneruso G, Adamilami C, Azzari C, Calandi C, Franchini V, Sabatini C et al.<br />

Evaluation of the respiratory function in patients with Duchenne’s <strong>muscular</strong> dystrophy.<br />

Pediatr Med Chi 1987; 9(1): 15-9 apud Araújo APQC. 1992.<br />

85. Inkley SR, Ol<strong>de</strong>nburg FC, Vignos PJ. Pulmonary function in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy related to stage of disease. Am J Med 1974; 56: 297-306 apud Caromano FA.<br />

1999.<br />

86. Smith AD, Koreska J, Moseley CF. Progression of scoliosis in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. J Bone Joint Surg 1989; 71(7): 1066-74 apud Araújo APQC. 1992.<br />

87. Suárez AA, Pessolano FA, Monteiro SG, Ferreyra G, Capria ME, Mesa L et al. Peak<br />

flow and peak cough flow in the evaluation of expiratory muscle weakness and bulbar<br />

impairment in patients with neuro<strong>muscular</strong> disease. Am J Phys Med Rehabil 2002;<br />

81(7): 506-11.<br />

88. Bach JR, Alba AS. Rehabilitation of the patient with paralytic/restrictive pulmonary<br />

syndromes In: Haas F, Axen K. Pulmonary therapy and rehabilitation. 2 ª ed. Baltimore:<br />

Williams and Wilkins; 1991. P. 339-58 apud Birnkrant DJ. 2002.<br />

89. Bach JR, Alba AS. Management of chronic alveolar hypoventilation by nasal<br />

ventilation. Chest 1990; 97: 52-7 apud Birnkrant DJ. 2002.<br />

90. Inkley SR, Ol<strong>de</strong>nburg FC, Vignos PJ. Pulmonary function in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy related to stage of disease. Am J Med 1974; 56: 297-306 apud Birnkrant DJ.<br />

2002.<br />

36


91. Robert D, Willig TN, Paulus J. Long-term nasal ventilation in neuro<strong>muscular</strong> disor<strong>de</strong>rs:<br />

report of a consensus conference. Eur Respir J 1993; 6: 599-606 apud Birnkrant DJ.<br />

2002.<br />

92. Bach JR, Saporito LR. Criteria for extubation and tracheostomy tub removal for patients<br />

with ventilatory failure. Chest 1996; 110: 1566-71.<br />

93. Phillips MF, Quinlivan RC, Edwards RH, Calverley PM. Changes in spirometry<br />

overtime as a prognostic marker in patients with Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Am J<br />

Respir Crit Care Med 2001; 164: 2191-4 apud Birnkrant DJ. 2002.<br />

94. Tzeng AC, Bach JR. Prevention of pulmonary morbidity for patients with<br />

neuro<strong>muscular</strong> disease. Chest 2000; 118: 1390-6.<br />

95. Vignos SJ. Physical mo<strong>de</strong>ls of rehabilitation in neuro<strong>muscular</strong> disease. Muscle Nerve,<br />

1983; 6(5): 323-8 apud Caromano FA, 1999.<br />

96. Gozal D, Tririet P. Pulmonary muscle training in neuro<strong>muscular</strong> disease: long-term<br />

effects on strength and load perception. Med Sci Sports Exerc 1999 apud Gozal D,<br />

2000.<br />

97. Topin N, Matecki S, Le Bris S, Rivier F, Echenne B, Prefaut C et al. Dose-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<br />

effect of individualized respiratory muscle training in children with Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy. Neuromuscul Disord 2002; 12(6): 576-83.<br />

98. Koessler W, Wanke T, Winkler G, Na<strong>de</strong>r A, Toifl K, Kurz H, Zwick H. 2 years’<br />

experience with inspiratory muscle training in patients with neuro<strong>muscular</strong> disor<strong>de</strong>rs.<br />

Chest 2001; 120(3): 765-9.<br />

99. Segall D. Non invasive nasal mask-assited ventilation in respiratory failure of Duchenne<br />

<strong>muscular</strong> dystrophy. Chest 1988; 93(6): 1298-300 apud Araújo APQC. 1992.<br />

37


100. Phillips MF, Quinlivan RCM, Edwards RHT, Calverley PMA. Changes in spirometry<br />

over time as a prognostic marker in patients with Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Am J<br />

Respir Crit Care Med 2001; 164: 2191-4.<br />

101. Tangsrud SE, Petersen IL, Lodrup Carlsen KC, Carlsen KH. Lung function in children<br />

with Duchenne’s <strong>muscular</strong> dystrophy. Respir Med 2001; 95: 898-903.<br />

102. Raphael JC, Chevret S, Chastang C, Bouvet F. Randomised trial of preventive nasal<br />

ventilation in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. French Multicentre Cooperaative Group<br />

on Home Mechanical Ventilation Assistence in Duchenne <strong>de</strong> Boulogne Muscular<br />

Dystrophy. Lancet 1994; 343: 1600-4.<br />

103. Bach JR. Update and perspective on noninvasive respiratory muscle aids. Part 2: The<br />

expiratory aids. Chest 1994; 105: 1538-44.<br />

104. Miske LJ, Hickey EM, Kolb SM, Weiner DJ, Panitch HB. Use of the mechanical in-<br />

exsufflator in pediatric patients with neuro<strong>muscular</strong> disease and impaired cough. Chest<br />

2004; 125(4): 1406-12.<br />

105. Birnkrant DJ, Pope JF, Lewarski J, et al. Persistent pulmonary consolidation thrated<br />

with intrapulmonary percussive ventilation. Pediatr Pulmonol 1996; 21: 246-9 apud<br />

Birnkrant DJ, 2002.<br />

106. Toussaint M, De Win H, Steens M, Soudon P. Effect of intrapulmonary percusive<br />

ventilation on mucus clearance in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy patients: a preliminary<br />

report. Respir Care 2003; 48(10): 940-7.<br />

107. Birnkrant DJ, Pope JF, Eiben RM. Management of the respiratory complications of<br />

neuro<strong>muscular</strong> diseases in the pediatric intensive care unit. J Child Neurol 1999; 14:<br />

897-905.<br />

108. Hill NS. Clinical applications of body ventilators. Chest 1986; 90: 897-905 apud<br />

Birnkrant DJ, 2002.<br />

38


109. Bach JR. A comparison of long-term ventilatory support alternatives from the<br />

perspective of the patient and care giver. Chest 1993; 104: 1702-6 apud Birnkrant DJ,<br />

2002.<br />

110. Birnkrant DJ, Pope JF, Eiben RM. Pediatric noninvasive nasal ventilation. J Child<br />

Neurol 1997; 10: 231-6.<br />

111. Diaz CE, Deoras KS, Allen JL. Chest wall motion before and during mechanical<br />

ventilation in children with neuro<strong>muscular</strong> disease. Pedriatr Pulmonol 1993; 16: 89-95<br />

apud Birnkrant DJ, 2002.<br />

112. Bach JR, Alba AS, Saporito LR. Intermittent positive pressure ventilation via the mouth<br />

as na alternative to tracheostomy for 257 ventilator users. Chest 1993; 103: 174-82 apud<br />

Birnkrant DJ, 2002.<br />

113. Vianello A, Bevilacqua M, Salvador V, et al. Long-term nasal intermittent positive<br />

pressure ventilation in advanced Duchenne’s <strong>muscular</strong> dystrophy. Chest 1994; 105:<br />

445-8 apud Birnkrant DJ, 2002.<br />

114. Baydur A, Layne E, Aral H, Krishnareddy N, Topacio R, Fre<strong>de</strong>rick G et al. Long term<br />

non-invasive ventilation in the community for patients with musculoskeletal disor<strong>de</strong>rs:<br />

46 year experience and review. Thorax 2000; 55(1): 4-11.<br />

115. Mohr CH, Hill NS. Long-term follow-up of nocturnal ventilatory assistance in patients<br />

with respiratory failure due to Duchenne-type <strong>muscular</strong> dystrophy. Chest 1990; 97(1):<br />

91-6.<br />

116. Lyager S, Steffense B, Juhl B. Indications of need for mechanical ventilation in<br />

Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy and spinal <strong>muscular</strong> atrophy. Chest 1995; 108: 779-85<br />

apud Klefbeck B, Svartengren K, Camner P, Philison K, Svartengren M, Sejersen T et<br />

al. 2001.<br />

39


117. Klefbeck B, Svartengren K, Camner P, Philison K, Svartengren M, Sejersen T et al.<br />

Lung clearance in children with Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy or spinal <strong>muscular</strong><br />

atrophy with and without CPAP (continuous positive airway pressure). Exp Lung Res<br />

2001; 27(6): 469-84.<br />

118. Bach JR, Chaudhry SS. Standards of care in MDA clinics. Am J Phys Med Rehabil<br />

2000; 79: 193-6.<br />

119. Narayanaswami P, Bertorini TE, Pourmand R, Horner LH. Long-term tracheostomy<br />

ventilation in neuro<strong>muscular</strong> diseases: patient acceptance and quality of life.<br />

Neurorehabil Neural Repair 2000; 14(2): 135-9.<br />

120. Birnkrant DJ, Pope JF, Martin JE, et al. Treatment of type 1 spinal <strong>muscular</strong> atrophy<br />

with noninvasive ventilation and gastrostomy feeding. Pediatr Neurol 1998; 18:407-10.<br />

121. Pope JF, Birnkrant DJ. Noninvasive ventilation to facilitate extubation in a pediatric<br />

intensive care unit. J Intens Care Med 2000; 15: 99-103.<br />

122. Teague WG, Fortenberry JD. Noninvasive ventilatory support in pediatric respiratory<br />

failure. Respir Care 1995; 40: 86-95.<br />

123. Hill NS. Management of long-term noninvasive ventilaton. In: Hill NS. Long-term<br />

mechanical ventilation. New York: Marcel Dekker; 2001. P.253-304 apud Vianello A,<br />

Arcaro G, Gallan F, Ori C, Bevilacqua M. 2004.<br />

124. Kang SW, Bach JR. Maximum insufflation capacity: the relationships with vital<br />

capacity and cough flows for patients with neuro<strong>muscular</strong> disease. Am J Phys Med<br />

Rehabil 2000; 79: 222-7.<br />

125. Choo-Kang LR, Ogunlesi FO, McGrath-Morrow SA, Crawford TO, Marcus CL.<br />

Recurrent pneumothoraces associated with nocturnal non-invasive ventilation in a<br />

patient with <strong>muscular</strong> dystrophy. Pediatr Pulmunon 2002; 34: 73-8.<br />

40


126. Hill NS. Complications of noninvasive positive pressure ventilation. Respir Care 1997;<br />

42: 432-42 apud Vianello A, Arcaro G, Gallan F, Ori C, Bevilacqua M. 2004.<br />

127. Vianello A, Arcaro G, Gallan F, Ori C, Bevilacqua M. Pneumothorax associated with<br />

long-term non-invasive positive pressure ventilation in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy.<br />

Neuro<strong>muscular</strong> Disor<strong>de</strong>rs 2004; 14(6): 353-5.<br />

128. Brooke MH, Fenichel JM, Griggs RC, Men<strong>de</strong>ll JR, Moxley RY, Miller JP et al. Clinical<br />

investigation of Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy. Interesting results in a trial of<br />

prednisone. Arch Neurol 1987; 44 (8): 812-7 apud Araújo APQC. 1992.<br />

129. Manzur AY, Kuntzer T, Pike M, Swan A. Glucocorticoid. Corticosteroids for Duchenne<br />

<strong>muscular</strong> dystrophy. Cochrane Database Syst Rev 2004; 2: 25-37.<br />

130. Yilmaz O, Karaduman A, Topaloglu H. Prednisolone therapy in Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy prolongs ambulation and prevents scoliosis. Eur J Neurol 2004; 11(8): 541-4.<br />

131. Biggar WD, Politano L, Harris VA, Passamano L, Vajsar J, Alman B et al. Deflazacort<br />

in Duchenne <strong>muscular</strong> dystrophy: a comparison of two different protocols.<br />

Neuromuscul Disord 2004; 14(8-9): 476-82.<br />

132. Fenichel GM, Griggs RC, Kissel J, Kramer TI, Men<strong>de</strong>ll JR, Moxley RT et al. A<br />

randomized efficacy and safety of oxandrolone in the treatment of Duchenne dystrophy.<br />

Neurology 2001; 56: 1075-9.<br />

133. Braun S. Naked plasmid DNA for the treatment of <strong>muscular</strong> dystrophy. Curr Opin Mol<br />

Ther 2004; 6(5): 499-505.<br />

134. Gregorevic P, Plant DR, Lynch GS. Administration of insulin-like growth factor-I<br />

improves fatigue resistance of skeletal muscle from dystrophic mdx mice. Muscle Nerve<br />

2004; 30(3): 295-304.<br />

41


135. Biggar WD, Klamut HJ, Demacio PC, Stevens DJ, Ray PN. Duchenne <strong>muscular</strong><br />

dystrophy: current knowledge, treatment, and future prospects. Clin Orthop 2002; 401:<br />

88-106.<br />

136. Camirand G, Rousseua J, Ducharme ME, Rothstein DN, Tremblay JP. Movel Duchenne<br />

<strong>muscular</strong> dystrophy treatment Though myoblast transplantation tolerance with anti-<br />

CD45RB, anti-CD154 and mixed chimerism. Am J Transplat 2004; 4(8): 1255-65.<br />

137. Tarnopolsky MA, Mahoney D, Vajsar J, Rodriguez C, Doherty TJ, Roy BD. Creatine<br />

monohydrate enhances strength and body composition in <strong>duchenne</strong> <strong>muscular</strong> dystrophy.<br />

Neurology 2004; 62(10): 1771-7.<br />

138. Gillis JM. Utrophin, a way to cure Duchenne muscle dystrophy. Med Sci (Paris) 2004;<br />

20(4): 442-7.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!