AMABILIS DE JESUS DA SILVA FIGURINO-PENETRANTE: UM ...
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idéia e da representação do sensível 78 . A natureza aparente é inferior à consciência, e uma<br />
representação muito menos adequada para revelar à alma tudo que esta contém de grande, de<br />
sublime e de verdadeiro. Só a arte tem esse fim maior, pois provem do espírito e existe para<br />
o espírito 79 . Por isso não interessa à arte ser o produto natural, ou de viver de uma vida natu-<br />
ral, o seu aspecto sensível só para o espírito existe e deve existir 80 . A realidade ordinária,<br />
perecível, é produto da natureza e incapaz de efetuar a passagem pelo espírito. Para além da<br />
experiência da vida real, a arte acorda o sentimento mais elevado, cultivando o humano no<br />
humano, de modo puro e transparente. Do já dado, do já existente, o sensível retira o que<br />
seja isolamento desinteressado para colocar em seu lugar uma interrogação, um apelo dirigido<br />
às almas e ao espírito 81 . A arte é a manifestação do divino e, por isso, o despertar da<br />
alma.<br />
Diante dos parâmetros colocados pela bodmods, a manifestação do divino é o desper-<br />
tar do corpo/alma, uma única coisa. E o corpo/alma é natural e artificial, sem hierarquia. É,<br />
também, mídia. Coloca-se inteiro como obra, sem divisões. É realidade ordinária, perecível,<br />
e acorda o sentimento mais elevado, cultivando o humano no humano. A natureza aparente<br />
não é inferior à consciência, já que não se separa dela.<br />
(Como figurinista, profanarei. Quebrarei a Santa Âmbula para ver o corpo humano<br />
do Rei.)<br />
78 Cf: “A concepção objetiva da Arte” e “As teorias empíricas da Arte”, In: HEGEL, Georg W. Friedrich.<br />
Estética e o ideal; Estética: o belo artístico ou o ideal. Trad. Orlando Vitorino. São Paulo: Nova Cultural,<br />
1991.<br />
79 HEGEL, ibidem, p. 35.<br />
80 HEGEL, ibidem, p. 39.<br />
81 HEGEL, ibidem, p. 64.<br />
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