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Já para prevenir
os efeitos da crise,
Margarida Rebelo Pinto,
que vive apenas
da escrita, trocou
de casa. “Sou muito
prudente”, assegura
“Eu preciso
de riso, confi ança,
entendimento
e leveza.
Não preciso
de presentes„
série de hábitos e rotinas de vários
anos?
M.R.P. – Nada! O meu maior sonho
é que ele seja independente. Foi
assim que a minha mãe me educou.
Lux – E esse facto traz-lhe também
mais consciência da passagem
do tempo?
M.R.P. – Não sinto o tempo a passar,
o tempo é muito relativo.
Lux – Já vendeu mais de 1,3 milhões
de livros. Ainda se consegue viver
só da escrita em Portugal?
M.R.P. – Sim, mas sou moderada
nos meus gastos, sempre fui.
Lux – Tem sentido a crise na venda
de livros, numa altura em que as
pessoas têm menos dinheiro?
A Internet ameaça a existência
do livro tal como o conhecemos?
M.R.P. – A net não ameaça os livros.
E o mercado não baixou signifi cativamente,
as pessoas continuam
a comprar livros. Os livros fazem
sempre falta.
Lux – Já repensou também alguns
dos seus hábitos por causa da crise?
A mudança de casa que fez é um
exemplo disso?
M.R.P. – Sim, mas sou muito prudente,
fi z as mudanças que tinha a fazer
antes de a crise se instalar.
Lux – Acha que é preciso ter os pés
bem assentes na terra para conseguir
sobreviver a 2013 e às medidas
de austeridade já anunciadas?
M.R.P. – É preciso ter calma e encarar
a realidade. São ciclos, faz parte da
vida.
Lux – É uma mulher prevenida,
economicamente falando?
M.R.P. – Muito prevenida. Nunca dou
um passo maior do que a perna,
os meus investimentos são sempre
ponderados e muito cautelosos. Sou
espartana, sempre fui, e isso tem-me
ajudado em tudo na vida. ■
texto Natália Ribeiro (nribeiro@lux.iol.pt)
fotos João Cabral produção Sara Bettencourt
cabelo e maquilhagem Natasha Chirmanova
agradecimentos Adolfo Dominguez, Be Code,
Miu Miu, Alado e Hotel Fonte Cruz