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Amigos dos locutores temem que eles tentem magoar-se a si próprios, pois estão muito<br />

“frágeis”. A rádio, que tem sido alvo de críticas, já criou um fundo com cerca de 400 mil euros<br />

em nome da enfermeira, com lucros de publicidade, e cancelou a festa de Natal da empresa<br />

“Estamos destroçados, arrasados, inconsoláveis.<br />

Era um telefonema sem malícia„ Michael Christian ao Channel 7<br />

King Edward VII. Só estava com o<br />

marido e os fi lhos nas suas folgas.<br />

Entre os colegas foi lembrada,<br />

por uns, como “calma e dedicada”,<br />

por outros, como “solitária”.<br />

E, ainda que o hospital<br />

tenha garantido que não a responsabilizou<br />

pela situação nem<br />

lhe aplicou qualquer sanção, o<br />

seu irmão Naveen Saldanha disse<br />

ao Daily Mail que “ela fi caria destroçada<br />

por ajudar uma colega<br />

a quebrar o sigilo profi ssional”.<br />

Principalmente, na instituição<br />

em causa. O Hospital King<br />

Edward VII tem como patrona<br />

a rainha Isabel II, daí ser um<br />

dos preferidos da família real<br />

britânica. Além disso, está entre<br />

os melhores do Reino Unido no<br />

ranking de satisfação do cliente.<br />

Este ano, num inquérito ao consumidor,<br />

99,3% dos pacientes<br />

abordados disseram estar satisfeitos<br />

com a forma como a sua privacidade<br />

foi respeitada. Jacintha<br />

Saldanha sentiu ter quebrado<br />

esse padrão de exigência. “Em<br />

contexto profi ssional, os indianos<br />

são mais conservadores, mais<br />

formais e reservados”, descreveu<br />

à <strong>Lux</strong> um professor da Universidade<br />

de Goa, que preferiu<br />

não ser identifi cado. Ainda não<br />

foi determinado se o hospital vai<br />

processar a estação 2Day FM,<br />

em Sídnei, já que peritos em<br />

direito australiano consideram<br />

que foram quebradas várias leis<br />

com a transmissão daquele telefonema<br />

falso. Uma delas, a<br />

falta de consentimento dos implicados<br />

na sua utilização. Mas,<br />

tal como os locutores disseram<br />

nas entrevistas concedidas, não<br />

lhes cabia a eles “decidir se a<br />

gravação deveria ir para o ar”.<br />

“Há pessoas que tomam essa<br />

decisão. Nós só nos limitamos<br />

[a fazê-las]”, explicaram, desculpando-se<br />

com o facto de este<br />

tipo de brincadeira – chamadas<br />

falsas – existir desde sempre<br />

em programas de rádio. A própria<br />

rainha Isabel II já foi uma<br />

vítima. Em 1995, falou durante<br />

17 minutos com aquele que<br />

pensava ser o primeiro-ministro<br />

do Canadá. Era, na verdade,<br />

Pierre Brassard, um locutor<br />

de rádio canadiano. ■<br />

texto Vanessa Barros Cruz (redaccaolux@lux.iol.pt)<br />

fotos Getty Images, Reuters e D.R.

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