Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Dois meses após a sua morte,<br />
Margarida Marante<br />
recordada no dia do<br />
lançamento do seu último livro<br />
“Vou conseguir<br />
ser um pai razoável,<br />
mas nunca vou<br />
conseguir ser mãe„<br />
Henrique Granadeiro, ex-marido<br />
Em cima, da esquerda para a direita, o ex-marido da jornalista, Henrique Granadeiro, com dois<br />
dos três fi lhos que tiveram, Joana e Henrique, e este último a autografar um exemplar para Fernanda Câncio<br />
Nos últimos dois anos,<br />
Margarida Marante<br />
e o fotógrafo Rui<br />
Ochôa percorreram<br />
os EUA em busca de<br />
histórias de sucesso de portugueses<br />
e de descendentes de<br />
portugueses. “Portugueses<br />
na América” foi o último projeto<br />
da jornalista, que morreu antes<br />
de ver o livro ir para as bancas.<br />
O trabalho foi apresentado ao<br />
público no dia 6 de dezembro<br />
no auditório da Fundação Luso-<br />
-Americana, num fi nal de tarde<br />
em que familiares e amigos<br />
recordaram Margarida Marante e<br />
o seu legado. Muito emocionado,<br />
o fi lho, Henrique Granadeiro,<br />
não escondeu o seu orgulho.<br />
“Fez ontem dois meses que<br />
eu e as minhas irmãs fi cámos<br />
órfãos da minha querida mãe<br />
e o panorama jornalístico<br />
perdeu uma das suas grandes<br />
referências. Sou suspeito porque<br />
sou o fi lho, mas o trabalho dela<br />
sempre me encheu de orgulho.<br />
Penso que deixou poucos<br />
discípulos. Hoje em dia, mais<br />
do que nunca, uma voz incisiva<br />
e corajosa como a dela faz<br />
falta. Este é um passo importante<br />
no caminho para eu redescobrir<br />
a felicidade sem a minha mãe.<br />
Sei que ela, onde quer que<br />
esteja, me ajudará”, confessou.<br />
Na plateia estava também o<br />
ex-marido da jornalista, Henrique<br />
Granadeiro, a mãe, Hortênsia,<br />
e a fi lha Joana. A terceira fi lha<br />
do casal, Catarina, encontra-se<br />
nos Estados Unidos. Dois meses<br />
depois, todos estão ainda a<br />
aprender a viver sem Margarida<br />
Marante. “Tenho acompanhado<br />
os meus fi lhos e tenho procurado<br />
ajudá-los a ultrapassar os<br />
problemas que a ausência da<br />
mãe terá sempre na vida deles.<br />
É uma perda irreparável. Vou<br />
conseguir ser um pai razoável,<br />
mas não vou conseguir nunca<br />
ser mãe e sinto muitas vezes a<br />
falta que ela faz ao acompanhamento<br />
dos fi lhos”, confi -<br />
denciou Henrique Granadeiro,<br />
que sempre teve uma relação<br />
próxima com a ex-mulher.<br />
A mãe, Hortênsia, recorda com<br />
dor a morte da fi lha. “O meu<br />
marido tinha falecido há nove<br />
meses e logo a seguir faleceu<br />
a minha fi lha. Foi horroroso e<br />
é horroroso. Ela faz-me muita<br />
falta. Era fi lha única...” ■<br />
texto Natália Ribeiro (nribeiro@lux.iol.pt)<br />
fotos João Cabral