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2006_Dis_ CSALBUQUERQUE.pdf - Repositório Institucional UFC

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cooperação e de solidariedade travadas entre si. Procuram, de forma<br />

diferenciada, realizar em seus territórios, tênues e até certo ponto<br />

fragmentados e fluidos, atividades com interesses individuais e coletivos. Em<br />

se tratando de juventude, melhor dizendo, juventudes, o processo de<br />

socialização 36 é composto de novas relações e interações sociais. A partir das<br />

constantes mudanças e transformações dos processos e espaços sociais, os<br />

jovens constituem múltiplas redes relacionais, onde constroem suas<br />

identificações 37 , ações e significados (Carrano, 2000).<br />

Os espaços de lazer, de sociabilidade lúdica como os da rua, das festas,<br />

as praias etc., assumem uma relevância cada vez maior no processo de<br />

socialização entre os jovens. Estas formas muitas vezes “descomprometidas”,<br />

mais desprendidas possuem uma grande efetividade no estabelecimento de<br />

valores, laços, reconhecimentos e identificações. No espaço-tempo do lazer os<br />

grupos de estilos juvenis (Dayrell, 2005), como no caso dos surfistas, por meio<br />

do seu “estilo de vida” manifestam-se por formas singulares de experimentação<br />

do mundo, de estética corporal, de linguagem, hábitos de consumo,<br />

apropriação do espaço e do mercado de bens simbólicos.<br />

Na perspectiva de Dayrell (2005, p. 41), esta noção trata-se de uma<br />

manifestação simbólica das culturas juvenis, expressa em um conjunto mais ou<br />

menos coerente de elementos materiais e imateriais que os jovens consideram<br />

representativos da sua identidade individual e coletiva. A construção de um<br />

estilo não é simplesmente a apropriação ou a utilização de um conjunto de<br />

artefatos; implica a organização ativa e seletiva de elementos simbólicos que<br />

são apropriados e re-significados, articulados a atividades e valores que<br />

produzem uma suposta identidade de grupo, um estilo de vida em comum.<br />

36 Para Beger & Luckmann (1985, p. 184), a socialização é um processo de construção social<br />

do homem, embora sob a perspectiva do indivíduo seja uma experiência una, singular, em<br />

qualquer lugar que se realize. A socialização significa movimento e dinamicidade, pois ela<br />

nunca é completamente conseguida, portanto, nunca é totalmente acabada.<br />

37 Melucci afirma que a identidade na sociedade contemporânea é vivenciada como uma ação e<br />

não como uma condição. O indivíduo constrói seu reconhecimento, no interior dos limites<br />

postos pelo lugar ocupado e pelas relações sociais estabelecidas. Portanto, propõe uma<br />

mudança de conceito: a mesma palavra identidade não é mais apropriada para exprimir essa<br />

mudança e será necessário falar identificação para exprimir o caráter processual, auto-reflexivo<br />

e construído da definição de nós mesmo (Apud Carrano, 2000, p. 17).<br />

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