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2006_Dis_ CSALBUQUERQUE.pdf - Repositório Institucional UFC

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sociedade do visual 31 que alimenta nossas estruturas imaginárias com um<br />

arsenal infinito de possibilidades. A apropriação desse arsenal semiótico é para<br />

os pesquisadores da contemporaneidade, um desafio para nós deixado. Assim,<br />

a comunicação atesta e reforça o caráter semiótico da antropologia, com maior<br />

razão da visual, já que é preciso buscar os múltiplos significados que se<br />

concentram em seus textos (Canevacci, 2001).<br />

O surfe, hoje, assume incontestavelmente um aspecto visual para os<br />

jovens e para a cidade. Para além da prática do esporte, como já foi dito, ele<br />

deve ser percebido como um “universo”, um “mundo social”, um estilo de vida.<br />

O surfe não se resume à prática em si, mas, sobretudo, é manifestado na<br />

cultura: diz respeito à roupas, comida, natureza, gírias, saúde, publicidade,<br />

visual, modo específico de ser e de viver na cidade.<br />

A construção deste estilo de vida perpassa pelo universo da<br />

comunicação visual. A elaboração do estilo do surfe, em grande medida, é<br />

influenciada pelos meios de comunicação, tais como: revistas especializadas,<br />

vídeos de surfe, programas de televisão e a publicidade de uma multiplicidade<br />

de artigos para o consumo que vão desde produtos como pranchas,<br />

acessórios, roupas, tênis, óculos, até programas específicos de esportes<br />

radicais em TV fechada. Nessa perspectiva, a comunicação do visual-surfe<br />

passou a ser também objeto de análise na minha pesquisa.<br />

Fiquei atenta para todas as propagandas veiculadas nos meios de<br />

comunicação que utilizavam o surfe de alguma forma. Passei acompanhar as<br />

notícias dos programas esportivos, sobretudo, daqueles que se referem aos<br />

esportes radicais. A imprensa especializada como sites na Internet, periódicos<br />

locais e regionais, revistas de surfe, etc., foi uma das minhas principais fontes,<br />

uma vez que os editores dessa mídia, em sua maioria são surfistas ou de<br />

alguma forma são pessoas que participam ativamente do “mundo do surfe”. As<br />

marcas e os produtos surfwear, aquilo que eles “comunicam”, também<br />

passaram a ser constantemente observados e analisados.<br />

Canevacci (2001) adverte sobre os fetiches visuais que proliferam na<br />

comunicação e que são incorporados pelas mercadorias, uma vez que, o<br />

31 Para Canevacci (2001, p.8), o visual refere-se as muitas linguagens que a comunicação<br />

veicula: a montagem, o enquadramento, o comentário, o enredo, o primeiro plano, as cores, o<br />

ruído, as linguagens verbal, corporal e musical. Mas também refere-se aos diferentes<br />

gêneros,que podem utilizar as mesmas linguagens ou incentivar novas: o cinema, a televisão,<br />

a fotografia, a publicidade, etc.<br />

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