Cap´ıtulo 15 Máximos e M´ınimos em Intervalos Fechados

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03.06.2013 Views

Capítulo 15 Máximos e Mínimos em Intervalos Fechados 15.1 Motivação Na Seção 4.1.1, estudamos o problema da caixa, onde queríamos montar uma caixa recortando retângulos nos quatro cantos de uma lâmina de plástico e dobrando para cima as bordas obtidas. O problema era determinar o tamanho do corte a ser feito nos cantos da folha de plástico, a fim de obter a caixa de volume máximo. O volume da caixa é uma função do tamanho do corte, que representamos por x, e é dado por V = x (20 − 2 x) 2 , onde 0 ≤ x ≤ 10. O problema da caixa é um exemplo típico de problemas de determinação de máximos e mínimos de funções definidas em intervalos fechados. Para estudar e resolver problemas desse tipo precisamos de algumas definições e do estabelecimento de critérios que permitam determinar facilmente estes pontos. 15.2 Máximos e mínimos absolutos Definição 1 Seja f uma função definida no intervalo fechado [a, b]. Um ponto c pertencente ao intervalo [a, b] é chamado ponto de máximo absoluto de f ou, simplesmente, ponto de máximo se f(x) ≤ f(c) para todo x em [a, b]. O valor f(c) é chamado de valor máximo absoluto de f neste intervalo ou, simplesmente, valor máximo de f. Um ponto d de [a, b] é chamado ponto de mínimo absoluto de f ou, simplesmente, ponto de mínimo de f se f(d) ≤ f(x) para todo x em [a, b]. O valor f(d) é chamado valor mínimo absoluto de f neste intervalo ou, simplesmente, valor mínimo de f. Assim, se f(c) é o máximo e f(d) é o mínimo de f em [a, b], teremos f(d) ≤ f(x) ≤ f(c), para todo x em [a, b]. Os valores máximo e mínimo de f são chamados valores extremos de f. valor maximo 40 30 20 10 –4 –3 –2 –1 1 2 x 3 4 –10 –20 –30 valor minimo O teorema abaixo garante que toda função contínua em um intervalo fechado tem sempre um máximo e um mínimo absolutos. Teorema dos valores extremos Seja f uma funcão contínua definida em um intervalo fechado [a, b]. Então existem números c e d no intervalo [a, b], tais que, f(c) é o valor máximo e f(d) é o valor mínimo de f em [a, b]. A demonstração deste teorema poderá ser encontrada no apêndice deste volume. Os exemplos abaixo mostram que se f não é contínua ou se o intervalo não é fechado, f pode não atingir valores máximo e mínimo.

Capítulo <strong>15</strong><br />

<strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong><br />

<strong>Fechados</strong><br />

<strong>15</strong>.1 Motivação<br />

Na Seção 4.1.1, estudamos o probl<strong>em</strong>a da caixa, onde queríamos montar uma caixa recortando retângulos nos quatro<br />

cantos de uma lâmina de plástico e dobrando para cima as bordas obtidas. O probl<strong>em</strong>a era determinar o tamanho do<br />

corte a ser feito nos cantos da folha de plástico, a fim de obter a caixa de volume máximo. O volume da caixa é uma<br />

função do tamanho do corte, que representamos por x, e é dado por V = x (20 − 2 x) 2 , onde 0 ≤ x ≤ 10.<br />

O probl<strong>em</strong>a da caixa é um ex<strong>em</strong>plo típico de probl<strong>em</strong>as de determinação de máximos e mínimos de funções<br />

definidas <strong>em</strong> intervalos fechados. Para estudar e resolver probl<strong>em</strong>as desse tipo precisamos de algumas definições e do<br />

estabelecimento de critérios que permitam determinar facilmente estes pontos.<br />

<strong>15</strong>.2 <strong>Máximos</strong> e mínimos absolutos<br />

Definição 1<br />

Seja f uma função definida no intervalo fechado [a, b]. Um ponto c pertencente ao intervalo [a, b] é chamado ponto<br />

de máximo absoluto de f ou, simplesmente, ponto de máximo se f(x) ≤ f(c) para todo x <strong>em</strong> [a, b]. O valor f(c)<br />

é chamado de valor máximo absoluto de f neste intervalo ou, simplesmente, valor máximo de f.<br />

Um ponto d de [a, b] é chamado ponto de mínimo absoluto de f ou, simplesmente, ponto de mínimo de f<br />

se f(d) ≤ f(x) para todo x <strong>em</strong> [a, b]. O valor f(d) é chamado valor mínimo absoluto de f neste intervalo ou,<br />

simplesmente, valor mínimo de f.<br />

Assim, se f(c) é o máximo e f(d) é o mínimo de f <strong>em</strong> [a, b], ter<strong>em</strong>os<br />

f(d) ≤ f(x) ≤ f(c),<br />

para todo x <strong>em</strong> [a, b]. Os valores máximo e mínimo de f são chamados valores extr<strong>em</strong>os de f.<br />

valor maximo<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

–4 –3 –2 –1 1 2<br />

x<br />

3 4<br />

–10<br />

–20<br />

–30<br />

valor minimo<br />

O teor<strong>em</strong>a abaixo garante que toda função contínua <strong>em</strong> um intervalo fechado t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre um máximo e um mínimo<br />

absolutos.<br />

Teor<strong>em</strong>a dos valores extr<strong>em</strong>os<br />

Seja f uma funcão contínua definida <strong>em</strong> um intervalo fechado [a, b]. Então exist<strong>em</strong> números c e d no intervalo [a,<br />

b], tais que, f(c) é o valor máximo e f(d) é o valor mínimo de f <strong>em</strong> [a, b].<br />

A d<strong>em</strong>onstração deste teor<strong>em</strong>a poderá ser encontrada no apêndice deste volume.<br />

Os ex<strong>em</strong>plos abaixo mostram que se f não é contínua ou se o intervalo não é fechado, f pode não atingir valores<br />

máximo e mínimo.


196 Cap. <strong>15</strong>. <strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong> <strong>Fechados</strong><br />

Ex<strong>em</strong>plo 1<br />

Seja f(x) = x 2 definida no intervalo [0, 1), isto é, seu domínio é um intervalo s<strong>em</strong>i-aberto à direita. Observando o<br />

gráfico de f v<strong>em</strong>os, claramente, que esta função atinge o mínimo <strong>em</strong> x = 0, porém não atinge um valor máximo. O<br />

candidato a ponto de máximo seria x = 1, porém este ponto não pertente ao domínio de f. Como f é crecente neste<br />

intervalo, qualquer que seja o valor de f(x1) com x1 < 1, existirá s<strong>em</strong>pre um x2, tal que x1 < x2 < 1 e f(x1) < f(x2).<br />

Ex<strong>em</strong>plo 2<br />

A função f definida no intervalo [0, 2] por<br />

1.2<br />

1<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

0<br />

0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2<br />

x<br />

f(x) =<br />

{<br />

1<br />

x−1<br />

x ̸= 1<br />

1 x = 1<br />

não é contínua no ponto x = 1. Seu limite lateral à esquerda lim<br />

lim<br />

x→1 +<br />

x→1 −<br />

1<br />

x − 1<br />

1<br />

= +∞. Portanto, esta função não atinge valor máximo n<strong>em</strong> mínimo <strong>em</strong> [0, 2].<br />

x − 1<br />

y<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

–2<br />

–4<br />

–6<br />

–8<br />

–10<br />

0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2<br />

x<br />

= −∞ e seu limite lateral à direita<br />

Exercício<br />

Esboce o gráfico de uma função definida <strong>em</strong> [0, 1] que seja descontínua e tenha um máximo e um mínimo absolutos.<br />

<strong>15</strong>.2.1 <strong>Máximos</strong> e mínimos locais<br />

Vimos que o teor<strong>em</strong>a dos valores extr<strong>em</strong>os garante a existência de máximos e mínimos de uma função contínua <strong>em</strong> um<br />

intervalo fechado [a, b]. A questão natural que se coloca agora é saber onde, exatamente, se localizam estes máximos<br />

e mínimos?<br />

Antes de tentar responder a esta pergunta, vamos examinar alguns ex<strong>em</strong>plos.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 3<br />

Considere a função f(x) = x 3 , que é contínua e crescente no intervalo [−1, 1]. Neste intervalo, o valor mínimo desta<br />

função é −1 e o valor máximo é 1. Estes valores ocorr<strong>em</strong> nos pontos x = −1 e x = 1, respectivamente, que são os<br />

extr<strong>em</strong>os do intervalo considerado.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 4<br />

Considere a função f(x) = −x 2 no intervalo [−2, 2]. Esta função é contínua neste intervalo e, portanto, o teor<strong>em</strong>a<br />

dos valores extr<strong>em</strong>os garante a existência de um máximo e de um mínimo globais.<br />

Neste caso, o máximo global da função f(x) = −x 2 é zero e ocorre <strong>em</strong> x = 0. O valor mínimo é −1 e ocorre <strong>em</strong><br />

x = −1 e x = 1.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 5<br />

Vamos examinar agora a função f(x) = x 3 − 4 x 2 − x + 10 definida <strong>em</strong> [−2, 5]. Veja o seu gráfico traçado a seguir,<br />

à esquerda.<br />

Os valores máximos e mínimos desta função ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> 5 e −2, respectivamente, que são os extr<strong>em</strong>os do intervalo.<br />

No entanto, existe um ponto no interior deste intervalo, onde a função atinge um máximo para valores de x, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

entre −1 e 1. Da mesma forma, existe um ponto onde f atinge um mínimo se considerarmos valores de x entre, por<br />

ex<strong>em</strong>plo 0 e 4. O gráfico seguinte, à direita, da mesma função traçado no intervalo [−1, 3.5], ilustra esta afirmação.


W.Bianchini, A.R.Santos 197<br />

30<br />

20<br />

10<br />

–2 –1 0 1 2 x 3 4 5<br />

–10<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

–1 0<br />

1 x 2 3<br />

Estes pontos são ditos máximos e mínimos locais, ou, genericamente, extr<strong>em</strong>os locais de f e são caracterizados<br />

na definição a seguir.<br />

Definição 2<br />

Diz<strong>em</strong>os que um ponto c é um ponto de máximo local ou relativo de f se f(x) ≤ f(c) para todo x suficient<strong>em</strong>ente<br />

próximo de c. Mais precisamente, se esta desigualdade for verdadeira para todo x que esteja no domínio de f, <strong>em</strong> algum<br />

intervalo aberto contendo c. Analogamente, diz<strong>em</strong>os que d é um ponto de mínimo local ou relativo de f se f(d) ≤ f(x),<br />

para todo x suficient<strong>em</strong>ente próximo de d.<br />

A questão que se coloca agora é descobrir algum critério que nos permita identificar com precisão os extr<strong>em</strong>os<br />

relativos de uma função. A reta tangente nos dá uma pista para localizá-los. Observe o diagrama abaixo e conclua o<br />

que é possível afirmar a respeito destes pontos.<br />

À primeira vista, parece ser possível afirmar que, nestes pontos, a reta tangente é horizontal e, portanto, a derivada<br />

da função é zero. No entanto, os ex<strong>em</strong>plos a seguir mostram que extr<strong>em</strong>os relativos pod<strong>em</strong> ocorrer <strong>em</strong> pontos onde<br />

a função sequer é derivável e que exist<strong>em</strong> pontos, onde a derivada é zero, que não são n<strong>em</strong> máximo e n<strong>em</strong> mínimo<br />

locais.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 6<br />

Examine a função f(x) = 3 − | x − 2 | definida <strong>em</strong> [1, 4].<br />

3<br />

2.8<br />

2.6<br />

2.4<br />

2.2<br />

2<br />

1.8<br />

1.6<br />

1.4<br />

1.2<br />

1<br />

1 1.21.41.61.8 2 2.22.42.62.8 3 3.23.43.63.8 4<br />

x<br />

O ponto x = 2 é um ponto de máximo relativo desta função (na realidade este ponto é um máximo global para<br />

esta função no intervalo considerado) e f não é derivável neste ponto.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 7<br />

Em x = 0, a reta tangente ao gráfico da função f(x) = x3 é horizontal e, portanto, a derivada desta função é zero<br />

neste ponto (prove analiticamente este fato!). No entanto, o ponto x = 0 não é n<strong>em</strong> ponto de máximo e n<strong>em</strong> ponto de<br />

mínimo local para esta função.<br />

O teor<strong>em</strong>a a seguir esclarece estes fatos.<br />

–2


198 Cap. <strong>15</strong>. <strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong> <strong>Fechados</strong><br />

Teor<strong>em</strong>a: Caracterização dos máximos e mínimos locais<br />

Seja f uma função definida <strong>em</strong> um intervalo aberto (a, b) e derivável <strong>em</strong> um ponto c de (a, b). Se f ′ (c) ̸= 0 então<br />

f(c) não é máximo n<strong>em</strong> mínimo local de f.<br />

D<strong>em</strong>onstração:<br />

Se f ′ (c) ̸= 0, então f ′ (c) > 0 ou f ′ (c) < 0. Vamos supor, primeiro, que f ′ (c) > 0. Então, para x suficient<strong>em</strong>ente<br />

próximo de c, t<strong>em</strong>os<br />

f(x) − f(c)<br />

x − c<br />

Logo, se x < c , t<strong>em</strong>-se x − c < 0, o que implica f(x) < f(c). Agora, se x > c, t<strong>em</strong>-se x − c > 0, o que implica<br />

f(x) > f(c). Assim, c não é extr<strong>em</strong>o relativo de f.<br />

Supondo, agora, f ′ (c) < 0, t<strong>em</strong>-se (−f) ′ (c) > 0. Logo, pelo caso anterior, c não é extr<strong>em</strong>o relativo de (−f) e<br />

assim, obviamente, c não é ponto de máximo n<strong>em</strong> mínimo relativo de f. (Por quê?)<br />

Observe que o teor<strong>em</strong>a é equivalente a dizer que se f é derivável <strong>em</strong> (a,b) e c é um ponto de máximo ou mínimo local<br />

de f, então, f ′ (c) = 0.<br />

Atenção!!! Cuidado!!! Esta condição é necessária mas não suficiente. Como o Ex<strong>em</strong>plo 7 mostrou, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é<br />

verdade que se f ′ (c) = 0, então f(c) é um extr<strong>em</strong>o local.<br />

<strong>15</strong>.3 Determinação dos pontos de máximo e mínimo de uma função<br />

Dos ex<strong>em</strong>plos, definições e teor<strong>em</strong>as estudados na seção anterior pod<strong>em</strong>os concluir que:<br />

Toda função contínua definida <strong>em</strong> um intervalo fechado [a,b] possui um máximo e um mínimo global.<br />

O máximo e o mínimo para estas funções só pod<strong>em</strong> ocorrer<br />

Definição 3: Ponto crítico<br />

> 0.<br />

nas extr<strong>em</strong>idades a e b do intervalo<br />

nos pontos onde a derivada f ′ se anula ou<br />

nos pontos onde a derivada f ′ não existe<br />

Um ponto c no domínio de f é dito um ponto crítico de f se f ′ (c) = 0 ou se f ′ (c) não existe.<br />

Assim, para localizar os pontos extr<strong>em</strong>os de uma função contínua f definida <strong>em</strong> [a, b], proceda da seguinte maneira:<br />

1. Determine os pontos críticos de f.<br />

2. Calcule os valores de f <strong>em</strong> cada um dos seus pontos críticos.<br />

3. Calcule f(a) e f(b).<br />

4. Compare todos os valores e verifique qual o maior e qual o menor.<br />

5. Conclua: o maior dentre estes valores será o máximo absoluto de f e o menor será o mínimo absoluto de<br />

f.<br />

<strong>15</strong>.4 Ex<strong>em</strong>plos<br />

Os ex<strong>em</strong>plos a seguir ilustram o procedimento descrito acima e mostram como pod<strong>em</strong>os usar o Maple para efetuar os<br />

cálculos necessários.<br />

Ex<strong>em</strong>plo 1<br />

Determine os valores máximos e mínimos de f(x) = x 3 − 3 x 2 − 9 x + 3, nos intervalos<br />

(a) [-4, 6] (b) [-4, 2] (c) [-2, 4]


W.Bianchini, A.R.Santos 199<br />

Solução Primeiro definimos a função f e calculamos a sua derivada:<br />

> f:=x->x^3-3*x^2-9*x+3;<br />

> Diff(f(x),x):%=diff(f(x),x);<br />

f := x → x 3 − 3 x 2 − 9 x + 3<br />

∂<br />

∂x (x3 − 3 x 2 − 9 x + 3) = 3 x 2 − 6 x − 9<br />

Observe que a função f é contínua e derivável <strong>em</strong> todos os pontos da reta. Assim, os candidatos a extr<strong>em</strong>os desta<br />

função são os extr<strong>em</strong>os do intervalo e os pontos onde a derivada se anula. Para determinar estes últimos pontos, basta<br />

resolver a equação f ′ (x) = 0:<br />

> solve(diff(f(x),x)=0,x);<br />

−1, 3<br />

Nestes pontos críticos os valores de f são, respectivamente<br />

> f(-1);f(3);<br />

8<br />

−24<br />

Para responder ao it<strong>em</strong> (a) é preciso comparar os valores obtidos acima com os valores de f nas extr<strong>em</strong>idades −4<br />

e 6 do intervalo considerado. T<strong>em</strong>os<br />

> f(-4);f(6);<br />

−73<br />

57<br />

Comparando os valores obtidos, concluímos que o maior é 57 e o menor é −73, isto é, os pontos de máximo e de<br />

mínimo desta função ocorr<strong>em</strong> nos extr<strong>em</strong>os do intervalo considerado. Assim, o valor máximo de f é 57 e ocorre <strong>em</strong><br />

x = 6, que é o ponto de máximo absoluto da função neste intervalo; o valor mínimo de f é −73 e ocorre <strong>em</strong> x = −4,<br />

que é o ponto de mínimo absoluto de f <strong>em</strong> [−4, 6].<br />

Como o ponto crítico 3 não pertence ao intervalo [−4, 2], para responder ao it<strong>em</strong> (b) basta comparar os valores de<br />

f no ponto crítico −1 e nos extr<strong>em</strong>os −4 e 2 do intervalo.<br />

> f(2);<br />

−19<br />

Logo, o valor mínino desta função, <strong>em</strong> [−4, 2], é −73. Este valor ocorre <strong>em</strong> x = −4, que é o seu ponto de mínimo.<br />

Da mesma forma, o valor máximo de f, neste intervalo, é 8. Este valor ocorre <strong>em</strong> x = −1, que é o seu ponto de<br />

máximo.<br />

Para responder ao it<strong>em</strong> (c) vamos calcular os valores de f nas extr<strong>em</strong>idades do intervalo [−2, 4] e compará-los com<br />

os valores de f(−1) e f(3) obtidos acima. T<strong>em</strong>os<br />

> f(-2);f(4);<br />

1<br />

−17<br />

Assim, concluímos que −1 é o ponto de máximo e 3 é o ponto de mínimo de f, <strong>em</strong> [−2, 4].<br />

• Quais os valores máximo e mínimo de f neste intervalo?<br />

Observe o gráfico de f:<br />

> plot(x^3-3*x^2-9*x+3,x=-4..6);<br />

Ex<strong>em</strong>plo 2<br />

Determine os pontos de máximo e de mínimo de g(x) = √ | x | no intervalo [−2, 1].<br />

40<br />

20<br />

0<br />

–20<br />

–40<br />

–60<br />

Solução: Como no ex<strong>em</strong>plo anterior, vamos definir a função e achar a sua derivada com o auxílio do Maple.<br />

x


200 Cap. <strong>15</strong>. <strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong> <strong>Fechados</strong><br />

> g:=x->sqrt(abs(x));<br />

> diff(g(x),x);<br />

g := x → √ |x|<br />

1 abs(1, x)<br />

√<br />

2 |x|<br />

Na derivada acima, a expressão abs(1,x ) é a notação usada pelo Maple para a derivada de | x |, isto é, para a<br />

função que vale 1 para x > 0 e −1 para x < 0. Claramente, v<strong>em</strong>os que a derivada de g não existe no zero e que esta<br />

derivada não se anula <strong>em</strong> nenhum ponto. Portanto, o seu único ponto crítico é o zero. Comparando os valores de g<br />

<strong>em</strong> −2, 1 (extr<strong>em</strong>os do intervalo) e 0 (ponto crítico), concluímos que −2 é o ponto de máximo de g e 0 é o ponto de<br />

mínimo. A lista de valores de g e o gráfico da função comprovam estas conclusões.<br />

> g(-2);g(1);g(0);<br />

√<br />

2<br />

> plot(g(x),x=-2..1,y=0..sqrt(2),axesfont=[TIMES,ROMAN,8]);<br />

Ex<strong>em</strong>plo 3<br />

Determine os pontos de máximo e mínimo de<br />

{<br />

2<br />

h(x) =<br />

x + 2 x ≤ 1<br />

4 − x2 x > 1<br />

1<br />

0<br />

0.8<br />

y<br />

0.6<br />

–2 –1.8 –1.4 –1 –0.8 –0.4 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1<br />

x<br />

1.4<br />

1.2<br />

1<br />

0.4<br />

0.2<br />

no intervalo [−1, 2].<br />

Solução Observando o gráfico desta função, traçado abaixo, concluímos que o ponto x = 1 é um ponto crítico<br />

para a função h, pois neste ponto a derivada não existe.<br />

> plot(piecewise(x1,4-x^2),x=-1..2);<br />

3<br />

2.5<br />

2<br />

1.5<br />

1<br />

0.5<br />

–1 –0.6 0 0.20.40.60.8 1 1.21.41.61.8 2<br />

x<br />

De fato, as derivadas laterais <strong>em</strong> x = 1 são diferentes. Calcule-as e comprove esta afirmação! Assim, para<br />

determinar os extr<strong>em</strong>os desta função, precisamos comparar os valores de h <strong>em</strong> x = 1 com os valores que ela assume<br />

nas extr<strong>em</strong>idades do intervalo, como faz<strong>em</strong>os com a ajuda do Maple:<br />

> h:=x->piecewise(x1,4-x^2):<br />

2.<br />

> h(-1);h(1);h(2);<br />

3<br />

3<br />

0<br />

Pod<strong>em</strong>os concluir, portanto, que h t<strong>em</strong> dois pontos de máximo e um de mínimo que são, respectivamente, −1, 1 e<br />

<strong>15</strong>.5 Probl<strong>em</strong>as envolvendo máximos e mínimos <strong>em</strong> intervalos fechados<br />

Probl<strong>em</strong>a 1<br />

Um fio com 4 metros de comprimento é cortado <strong>em</strong> dois pedaços. Com um deles formar<strong>em</strong>os um círculo e com o<br />

outro um quadrado.<br />

(a) Como dev<strong>em</strong>os cortar o fio para que a soma das áreas limitadas pelo círculo e pelo quadrado seja máxima?


W.Bianchini, A.R.Santos 201<br />

(b) Como dev<strong>em</strong>os cortar o fio a fim de que a soma das áreas seja mínima?<br />

(Os dois casos extr<strong>em</strong>os são admitidos, ou seja, é permitido formar com o fio apenas um quadrado ou apenas um<br />

círculo.)<br />

Solução: Dividimos o fio <strong>em</strong> um ponto qualquer. Seja x o comprimento de um dos pedaços. Obviamente, o<br />

comprimento do outro pedaço será 4 − x. Além disso, pela geometria do probl<strong>em</strong>a, os valores possíveis para x estão<br />

compreendidos no intervalo [0, 4].<br />

Formando um círculo com o pedaço de comprimento x, t<strong>em</strong>os que 2 π r = x, ou seja, r = x . Assim, a área do<br />

círculo será dada por<br />

C(x) = π r 2 =<br />

π x2 x2<br />

=<br />

4 π2 4 π<br />

e a área do quadrado, por Q(x) = ( 4−x<br />

4 )2 . A área total será, portanto, dada por<br />

A(x) = C(x) + Q(x) = x2<br />

4 π<br />

(4 − x)2<br />

+ .<br />

16<br />

Esta função é uma parábola, sendo, conseqüent<strong>em</strong>ente, derivável <strong>em</strong> qualquer ponto x do intervalo [0, 4]. Assim, os<br />

pontos extr<strong>em</strong>os de A(x) estarão entre aqueles onde sua derivada se anula ou nas extr<strong>em</strong>idades do intervalo. Abaixo<br />

derivamos a função A(x), calculamos as raízes s da equação A ′ (x) = 0 e comparamos os valores de A(s), A(0) e A(4).<br />

> A:=x->x^2/(4*Pi)+(4-x)^2/16:<br />

> diff(A(x),x);<br />

> s:=solve(%);<br />

> A(s);A(0);A(4);<br />

> simplify(A(s));<br />

4<br />

1 x 1 1<br />

− +<br />

2 π 2 8 x<br />

s := 4<br />

π<br />

4 + π<br />

π 1 π<br />

+ (4 − 4<br />

(4 + π) 2 16 4 + π )2<br />

1<br />

4<br />

π<br />

4<br />

4 + π<br />

Observando estes valores, pod<strong>em</strong>os concluir que o máximo ocorre no ponto x = 4 e o mínimo no ponto x =<br />

Assim, para que a área A(x) seja máxima não cortamos o fio e formamos apenas um círculo. Para que a área A(x)<br />

seja mínima dev<strong>em</strong>os cortar o fio no ponto x = e o quadrado terá um lado<br />

de comprimento 4<br />

4+π .<br />

4 π<br />

2<br />

4+π . O círculo terá um raio r igual a 4+π<br />

2 π<br />

4 π<br />

4+π .<br />

Probl<strong>em</strong>a 2<br />

Considere as parábolas y = x 2 − 4 e y = −x 2 + 4. Determine as dimensões de um retângulo cujos vértices inferiores<br />

estão sobre a parábola y = x 2 − 4 e os superiores sobre a parábola y = −x 2 + 4, de tal forma que a área desse retângulo<br />

seja máxima.<br />

Solução Observe no diagrama, que o valor da área depende da posição dos vértices do retângulo.


202 Cap. <strong>15</strong>. <strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong> <strong>Fechados</strong><br />

Dev<strong>em</strong>os determinar as dimensões que fornecerá a área máxima.<br />

Pela simetria da figura ao lado, t<strong>em</strong>os que a área A(x) é dada<br />

por A(x) = 4 x y = −4 x 3 + 16 x, para x variando no intervalo [0,<br />

2]. Como A(x) é contínua nesse intervalo, o teor<strong>em</strong>a dos valores<br />

extr<strong>em</strong>os garante que esta função t<strong>em</strong> um máximo absoluto <strong>em</strong><br />

[0, 2]. Além disso, este máximo ocorre <strong>em</strong> um dos extr<strong>em</strong>os do<br />

intervalo ou num ponto crítico da função. Como a derivada da<br />

função A(x) é um polinômio do segundo grau, os únicos pontos<br />

críticos de A são os pontos onde a sua derivada se anula. Determinar<br />

estes pontos críticos, portanto, é equivalente a resolver<br />

a equação A ′ (x) = 0. Vamos, uma vez mais, usar o Maple para<br />

fazer as contas:<br />

> A:=x->-4*x^3+16*x:<br />

> crt:={solve(diff(A(x),x)=0,x)};<br />

O ponto crítico que nos interessa é o ponto x = 2 √ 3<br />

3<br />

crt := { 2 √ 2 √<br />

3, − 3}<br />

3 3<br />

4<br />

2<br />

–2 –1 0<br />

1 2<br />

, pois o outro não pertence ao intervalo [0, 2]. Comparando os<br />

valores da função A neste ponto e nos pontos 0 e 2 (extr<strong>em</strong>idades do intervalo), obt<strong>em</strong>os:<br />

> A(0);A(2);A(2/3*sqrt(3));<br />

0<br />

0<br />

64 √<br />

3<br />

9<br />

Portanto, o ponto de máximo para esta função ocorre <strong>em</strong> x = 2 √ 3<br />

3<br />

terá base de comprimento igual a 4 √ 3<br />

3<br />

e altura 16<br />

3 .<br />

, conseqüent<strong>em</strong>ente, o retângulo de área máxima<br />

Probl<strong>em</strong>a 3<br />

Encontre as dimensões do cilindro circular reto de maior volume que pode ser inscrito <strong>em</strong> um cone circular reto<br />

com raio 7/2 cm e altura 6 cm.<br />

Solução Veja a figura a seguir, onde representamos um corte transversal do cilindro e esqu<strong>em</strong>atizamos o probl<strong>em</strong>a<br />

proposto.<br />

6-h<br />

1<br />

O volume do cilindro é dado por V = π r 2 h. Para expressar o volume <strong>em</strong> termos de uma única variável, precisamos<br />

de outra equação envolvendo r e h.<br />

Usando a figura anterior e s<strong>em</strong>elhança de triângulos, t<strong>em</strong>os 6 7<br />

2<br />

V (r) = π r 2 (6 −<br />

r<br />

7/2<br />

= 6−h<br />

r<br />

12 r<br />

7 ) = 6 π r2 −<br />

12 r<br />

, ou seja, h = 6 − 7 . Logo,<br />

12 π r3<br />

.<br />

7<br />

Esta função é contínua <strong>em</strong> [0, 7/2], logo t<strong>em</strong> um valor máximo absoluto neste intervalo. Vamos, então, derivar a<br />

função V para encontrar os seus pontos críticos:<br />

> diff(V(r),r);<br />

V := r → 6 π r 2 −<br />

12 π r − 36<br />

7<br />

π r2<br />

12 π r3<br />

7<br />

–2<br />

–4<br />

x<br />

x<br />

y


W.Bianchini, A.R.Santos 203<br />

Como esta derivada está definida <strong>em</strong> toda a reta, os únicos pontos críticos de V são os pontos onde a derivada se<br />

anula. Resolvendo a equação V ′ (x) = 0, obt<strong>em</strong>os<br />

> pontos_criticos:={solve(diff(V(r),r)=0)};<br />

pontos criticos := {0, 7<br />

3 }<br />

Comparando os valores de V nos pontos críticos e nos extr<strong>em</strong>os do intervalo, t<strong>em</strong>os<br />

> V(0);V(7/2);V(7/3);<br />

0<br />

0<br />

98<br />

9 π<br />

Logo, o valor máximo de V será V ( 7<br />

3<br />

e altura h = 2 cm.<br />

máximo terá raio r = 7<br />

3<br />

<strong>15</strong>.6 Exercícios<br />

98 π<br />

7<br />

12 r<br />

) = 9 , que é atingido <strong>em</strong> r = 3 . Como h = 6 − 7 , o cilindro de volume<br />

1. Em cada um dos itens abaixo, decida se a função dada atinge um valor máximo ou um valor mínimo ou ambos,<br />

no intervalo indicado. Se necessário esboce um gráfico da função.<br />

(a) f(x) = 1 − x <strong>em</strong> [-1,1)<br />

(b) f(x) = | x | <strong>em</strong> (-1, 1)<br />

(c) f(x) = 1 √ <strong>em</strong> (0,1]<br />

x<br />

(d) f(x) = x3 + 1 <strong>em</strong> [-1,1]<br />

(e) f(x) = 1<br />

x2 +1 <strong>em</strong> (−∞, ∞)<br />

(f) f(x) =<br />

(g) f(x) =<br />

1<br />

x (1−x) 1<br />

x (1−x)<br />

<strong>em</strong> [2, 3]<br />

<strong>em</strong> (0, 1).<br />

2. Em cada um dos itens abaixo, determine os valores máximo e mínimo atingidos pela função dada, no intervalo<br />

fechado indicado.<br />

(a) f(x) = 3 x − 2 <strong>em</strong> [−2, 3]<br />

(b) f(x) = 4 − x 2 <strong>em</strong> [1, 3]<br />

(c) g(x) = (x − 1) 2 <strong>em</strong> [−1, 4]<br />

(d) h(x) = x 3 − 3 x <strong>em</strong> [−3, 5]<br />

<strong>em</strong> [2, 6]<br />

(f) g(x) = | 2 x − 3 | <strong>em</strong> [1, 2]<br />

<strong>em</strong> [0, 3]<br />

(e) f(x) = x + 1<br />

x<br />

(g) f(x) = x<br />

x+1<br />

(h) f(x) = x √ 1 − x 2 <strong>em</strong> [−1, 1]<br />

3. (a) Seja f(x) = A x + B. Explique por que os valores máximo e mínimo de f, <strong>em</strong> um intervalo [a, b] qualquer,<br />

dev<strong>em</strong> ocorrer necessariamente nos pontos extr<strong>em</strong>os do intervalo.<br />

(b) Prove que toda função quadrática f(x) = a x 2 + b x + c, onde a ̸= 0, t<strong>em</strong> exatamente um ponto crítico <strong>em</strong><br />

toda a reta.<br />

(c) Explique por que a função polinomial cúbica pode ter dois, um ou nenhum ponto crítico <strong>em</strong> toda a reta.<br />

Dê ex<strong>em</strong>plos que ilustr<strong>em</strong> cada um dos casos.<br />

(d) Se f t<strong>em</strong> um valor mínimo <strong>em</strong> x = c, mostre que a função g(x) = −f(x) t<strong>em</strong> um valor máximo neste<br />

mesmo ponto.<br />

<strong>15</strong>.7 Probl<strong>em</strong>as propostos<br />

1. Prove que o retângulo de área máxima e perímetro dado é o quadrado.<br />

2. Um retângulo de lados paralelos aos eixos coordenados e localizado no primeiro quadrante t<strong>em</strong> um vértice na<br />

orig<strong>em</strong>, um vértice sobre o eixo x, um vértice sobre o eixo y e o quarto vértice sobre a reta 2 x + y = 100. Qual<br />

a área máxima de tal retângulo?<br />

3. Um campo retangular vai ser fechado com uma cerca e depois dividido ao meio por outra cerca. Se a cerca que<br />

passa pela metade custa R$ 10,00 por metro e a outra R$ 25,00 por metro, encontre as dimensões do campo de<br />

maior área possível que pode ser fechado com um custo de R$ 4800,00.<br />

4. Os pontos A e B são opostos um ao outro nas margens de um rio que mede 3 km de largura. O ponto C está<br />

na mesma marg<strong>em</strong> que B, mas a 6 km de B, rio abaixo. Uma companhia telefônica deseja estender um cabo de<br />

A até C. Se o custo por km do cabo é 25% mais caro sob a água do que <strong>em</strong> terra, qual o traçado do cabo mais<br />

barato para a companhia?


204 Cap. <strong>15</strong>. <strong>Máximos</strong> e Mínimos <strong>em</strong> <strong>Intervalos</strong> <strong>Fechados</strong><br />

5. Uma companhia de aviação freta um avião de 50 lugares de acordo com as seguintes condições especificadas no<br />

contrato de afretamento:<br />

(a) Cada passageiro pagará 600 reais se todos os 50 lugares for<strong>em</strong> vendidos.<br />

(b) Cada passageiro pagará um adicional de 30 reais por lugar não vendido.<br />

Quantos lugares a companhia deve vender para obter renda máxima?<br />

6. Seja f(x) = x 2 , para x pertencente ao intervalo [0, 1]. Determine a reta r tangente ao gráfico de f(x), tal que o<br />

triângulo determinado por r, a reta x = 1 e a reta y = 0 tenha a maior área possível.<br />

7. Num certo país, endividado até o pescoço, descobriu-se que a solução de todos os probl<strong>em</strong>as estava na criação<br />

de um combustível para substituir as importações de petróleo. Após muitas pesquisas foi criado o Tomatóleo,<br />

uma mistura de extrato de tomate e gasolina. O litro de extrato de tomate (ET) custa R$ 0,30 e o de gasolina<br />

(GS) custa R$ 0,50. Porém, um litro de Tomatóleo, com x litros de ET, dá para um carro médio percorrer 10<br />

1+x<br />

quilômetros. Determine a quantidade de ET que minimiza o custo por quilômetro.<br />

8. Dada a função f(x) = 1 + √ 18 − 2 x 2 , para x ∈ [−3, 3] e o ponto P = (2, 1). Determine a maior e a menor<br />

distâncias de P aos pontos do gráfico de f.<br />

9. Com a finalidade de evitar a construção de prédios muito altos <strong>em</strong> terrenos pequenos, foi criada na cidade do<br />

Sonho Dourado a seguinte lei: “ É obrigatória a existência de uma área livre <strong>em</strong> torno da área construída, com<br />

largura mínima de 50cm por metro de altura da construção, medidos a partir dos limites do terreno”. Assim,<br />

<strong>em</strong> Sonho Dourado, um prédio de 20 m de altura deverá ser construído <strong>em</strong> centro de terreno a uma distância<br />

de, pelo menos, 0, 5x20 = 10 m dos limites do terreno. Supondo que você:<br />

(a) More <strong>em</strong> Sonho Dourado.<br />

(b) Tenha um terreno de 30 m por 30 m.<br />

(c) Deseja construir um prédio <strong>em</strong> forma de paralelepípedo que tenha volume máximo.<br />

(d) Seja um cidadão respeitador das leis.<br />

Pergunta-se: Quais deveriam ser as dimensões do prédio a ser construído?<br />

10. Determine as dimensões do cilindro de área máxima inscrito <strong>em</strong> um cone circular reto dado.<br />

11. Determine o retângulo de maior área inscrito na região acima da parábola y = x 2 e abaixo da parábola y = −2 x 2 + 3,<br />

cujos lados são paralelos aos eixos coordenados.<br />

12. Em um terreno com a forma de um s<strong>em</strong>icírculo de 25 m de raio, deseja-se construir uma piscina com a forma<br />

de um triângulo retângulo com hipotenusa igual ao diâmetro do círculo e um vértice no s<strong>em</strong>i-círculo. Calcule as<br />

dimensões da piscina de área máxima.<br />

13. Uma janela normanda t<strong>em</strong> a forma de um retângulo encimado por um s<strong>em</strong>icírculo. Se o perímetro da janela é<br />

2 m, encontre as dimensões da janela para que penetre o máximo de luz possível.<br />

14. Sabendo que a resistência de uma viga retangular é proporcional ao produto da largura pelo quadrado da altura<br />

de sua seção transversal, quais serão as dimensões da viga a ser cortada de um toro cilíndrico de raio r para<br />

assegurar a maior resistência possível?<br />

<strong>15</strong>. Um segmento de reta, de comprimento fixo L, une o vértice de um retângulo ao ponto médio do lado oposto.<br />

Qual a maior área possível de tal retângulo?<br />

16. Uma tipografia dispõe de 8 impressoras, cada uma das quais pode imprimir 3600 cópias por hora. Custa R$ 5,00<br />

para preparar cada impressora para a operação e 10 + 6 n reais para fazer funcionar n impressoras durante uma<br />

hora. Quantas impressoras dev<strong>em</strong> ser utilizadas para imprimir 50000 cópias de um cartaz de forma a obter um<br />

lucro máximo?<br />

17. Um fazendeiro deseja contratar trabalhadores para colher 900 alqueires de grãos. Cada trabalhador pode colher<br />

5 alqueires por hora e recebe <strong>em</strong> pagamento R$ 1,00 por alqueire. O fazendeiro deve ainda pagar um capataz<br />

a R$ 10,00 por hora para supervisionar a colheita e t<strong>em</strong> ainda uma despesa adicional de R$ 8,00 com refeições<br />

por trabalhador. Quantos trabalhadores deve contratar de modo a minimizar o custo total? Quanto será então<br />

o custo do alqueire colhido?


W.Bianchini, A.R.Santos 205<br />

18. Uma companhia t<strong>em</strong> fábricas localizadas (<strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a de coordenadas adequadamente escolhido) nos pontos<br />

A(0, 1), B(0, −1) e C(3, 0). A companhia planeja construir uma central de distribuição elétrica no ponto P (x, 0).<br />

Qual o valor de x que minimiza o custo de distribuição da energia elétrica produzida?<br />

19. Um gramado circular de 20 m de raio é circundado por um passeio, e uma lâmpada é colocada no cimo de<br />

um poste fincado no centro do gramado. A que altura deve ser colocada a lâmpada para que o passeio receba<br />

iluminação máxima?<br />

k sen(θ)<br />

Observação: a intensidade de iluminação de uma superfície é dada por I = D2 onde D é a distância da fonte<br />

de luz à superfície, θ é o ângulo segundo o qual a luz atinge a superfície e k é uma constante positiva.<br />

20. Cinco placas de metal retangulares med<strong>em</strong> 210 cm por 336 cm cada. Cortam-se pedaços quadrados iguais de<br />

cada um de seus cantos, e as abas resultantes dev<strong>em</strong> ser dobradas para cima e soldadas, de modo a formar cinco<br />

caixas s<strong>em</strong> tampa. Os vinte pequenos quadrados retirados são reunidos <strong>em</strong> grupos de quatro e soldados para<br />

formar cinco quadrados maiores, que por sua vez são soldados de modo a formar uma caixa cúbica s<strong>em</strong> tampa,<br />

de modo que nenhum material é desperdiçado. Qual o tamanho do corte para que o volume total das seis caixas<br />

assim formadas seja o maior possível?<br />

21. Deve-se construir uma pista de corrida <strong>em</strong> forma de dois trechos retilíneos, paralelos e de igual comprimento,<br />

unidos por dois s<strong>em</strong>i-círculos nas extr<strong>em</strong>idades. O comprimento da pista (uma volta completa) deve ser de 5<br />

km. Quais são as dimensões da pista que maximizarão a área retangular interna?<br />

22. Um objeto é arrastado num plano horizontal por uma força que age ao longo de uma corda atada a ele. Se a<br />

corda faz um ângulo θ com o plano, então a magnitude da força é dada por<br />

F =<br />

µW<br />

µ sen θ + cos θ ,<br />

onde µ é uma constante positiva chamada coeficiente de fricção e 0 ≤ θ ≤ π<br />

2 . Mostre que F é minimizada<br />

quando tg θ = µ<br />

<strong>15</strong>.8 Para você meditar: O feirante de Caruaru<br />

Um vendedor foi à feira de Caruaru com sua balança de dois pratos defeituosa, pois tinha um braço mais curto do<br />

que o outro. Para compensar isto, ao atender os fregueses, passou a usar, sucessivamente, os dois lados para pesar a<br />

mercadoria. Por ex<strong>em</strong>plo, se alguém desejava dois quilos de açúcar, o vendedor lhe dava um quilo com excesso (pesado<br />

usando-se um dos pratos da balança) e um quilo com falta (pesado usando-se o outro lado).<br />

• Qu<strong>em</strong> ganha com este processo?<br />

Sugestão: Use a Lei das alavancas para obter uma relação entre o peso da mercadoria e o tamanho dos braços da<br />

balança.

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