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Publicação mensal | Edição <strong>86</strong> Ano X MAI | 2013<br />

Zico,<br />

cada vez mais,<br />

ídolo do Brasil<br />

Palco da Copa<br />

Zico está fora de campo já a algum tempo, mas muita gente ainda vê o galinho<br />

como se ele fosse entrar em campo a cada fim de semana com a camisa do Flamengo,<br />

e resolver todas as crises. O ex-jogador hoje curte a família, leva seus conhecimentos<br />

esportivos pelo mundo e mantém acesa a vontade de ser treinador.<br />

Zico esteve em Brasília recentemente. Falou com amigos, anunciou projetos que<br />

pretende tocar e, numa conversa rápida, com a Revista Entre Lagos até elogiou o<br />

moderno futebol alemão. Página 15<br />

tá lIgAdo<br />

Fernando Henrique fala de Lula,<br />

Dilma e namorada nova. Página 8<br />

EXClUSIVo<br />

Ricardo Trade, o nome do Brasil na<br />

Copa de 2014. Página 18<br />

André Gustavo fala sobre o custo Brasil. Página 3<br />

www.<strong>revista</strong><strong>entre</strong><strong>lagos</strong>.com.br


A FOTO DO FATO<br />

Começou o jogo<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 2<br />

Expediente<br />

diretor Responsável:<br />

José Natal<br />

Edição:<br />

Kátia Maia<br />

Projeto gráfico e diagramação:<br />

Evaldo Gomes de Abreu<br />

Impressão:<br />

Gráfica e Editora Ideal<br />

Colaboradores:<br />

Alexandre Garcia, Luís Natal,<br />

Ricardo Noblat, José Fonseca,<br />

Sheila D´Amorim, Wilson Ibiapina,<br />

Milton Seligman, MônicaWaldvolgel,<br />

Mayrluce Vilella, Paulo Pestana,<br />

Silvestre Gorgulho, Heraldo Pereira,<br />

Gilnei Rampazzo, Fernando Guedes,<br />

Christiane Samarco, Greicy Pessoa,<br />

Fernando Isoppo e Silvia Caetano.<br />

ChRIS NASCIMENto/SÃo PAUlo<br />

fABIANA fERNANdES/CURItIBA<br />

ENtRE lAgoS/RIo<br />

Editora: Dayse Nascimento (02121 7854 4428)<br />

Colaboradores: Carlos Sampaio, Cássia<br />

Olival, Ronsangela Alvarenga, Paulo César<br />

Feital, Daisy Nascimento e Luis Augusto Gollo.<br />

www.<strong>revista</strong><strong>entre</strong><strong>lagos</strong>.com.br<br />

Rio Grande Comunicação S/S Ltda<br />

SHCN CL quadra 211 Bloco A<br />

Nº 10 - Sala 218 - Brasília - DF.<br />

CNPJ: 33.459.231/0001-17<br />

Tel.: (61) 8170.3702 - 3366.2393<br />

Anuncie conosco Ligue (BSB) 61 8170 3702 / (RIO) 02121 7854 4428 ou acesse www.<strong>revista</strong><strong>entre</strong><strong>lagos</strong>.com.br<br />

A Revista Entre Lagos possui 10 anos de tradição. É distribuída gratuitamente em pontos comerciais e órgãos públicos.


André gustavo<br />

Ulysses Guimarães disse a um interlocutor<br />

que se ele achava o nível do Congresso<br />

da época muito ruim, deveria esperar<br />

para conhecer o próximo. Era uma<br />

visão pessimista do grande timoneiro que<br />

levou o plenário durante mais de um ano<br />

a realizar seguidas votações – algumas extremamente<br />

polêmicas – mas conseguiu<br />

concluir o difícil trabalho de aprovar uma<br />

nova Constituição para o país. Isso ocorreu<br />

em 1988. De lá para cá os parlamentares<br />

se especializaram em promover espetáculos<br />

que não dignificam o nobre exercício da<br />

política pública no Brasil.<br />

É preciso reconhecer que o parlamento<br />

reflete o país. Ele não pode ser diferente<br />

do que pretendem, enxergam ou pensam<br />

os eleitores. É fácil criticar o Congresso que<br />

é um poder desarmado. Aberto à curiosidade<br />

dos jornalistas e do povo em geral. O deputado<br />

ou o senador tem obrigações com<br />

aquela pessoa, que lá no interior, deu seu<br />

voto a ele. Algumas atitudes não são compreendidas<br />

em Brasília, mas explicáveis na<br />

base. Seja por amizade, seja por interesse.<br />

Em qualquer lugar do mundo democrático,<br />

os parlamentares são alvo da ação de lobistas.<br />

PodER<br />

Todo poder corrompe e o poder absoluto<br />

corrompe absolutamente. Os militares<br />

quando estavam mandando no país<br />

sofreram os mesmos problemas. Eles achavam<br />

que a hierarquia poderia protegê-los.<br />

Ingenuidade. A disputa pela presidência<br />

da República, cargo exclusivo de generais<br />

de quatro estrelas, passou a ser contestada<br />

dentro dos quartéis. Oficiais queriam<br />

ser ouvidos. A escolha do então presidente<br />

Médici passou por uma espécie de consulta<br />

informal nos comandos de todo o país.<br />

Ninguém senta na cadeira presidencial<br />

imune a contatos, convites, gentilezas e<br />

amabilidades de todos os tipos.<br />

Foi neste período, por exemplo, que<br />

a indústria automobilística brasileira, implantada<br />

no governo JK, começou a ganhar<br />

corpo no Brasil. Um lobby fortíssimo<br />

fez com que essa atividade fosse protegida<br />

da concorrência – o que acontece até hoje<br />

– e o governo decidisse desativar o sistema<br />

ferroviário. Naturalmente para favorecer a<br />

venda de caminhões. Hoje, a luta é inversa.<br />

Construir ferrovias, porque além das cida-<br />

Jornalista<br />

Custo<br />

Brasil<br />

des a estradas também estão congestionadas.<br />

O agronegócio brasileiro é de primeiro<br />

mundo da porteira para dentro. Mas no<br />

capítulo infraestrutura a situação é crítica.<br />

É por essa razão que a Medida Provisória<br />

que tenta mexer em alguns fundamentos<br />

da atividade portuária provocou tantos<br />

embates e discussões madrugada a dentro.<br />

Ferrovias precisam estar conectadas<br />

a portos. Não adianta colocar o trem para<br />

andar de um lado para outro se ele não<br />

conduzir produtos que cheguem ao mercado<br />

internacional. Um belo exemplo, neste<br />

particular, é o trabalho da Vale na exploração<br />

de minério no sul do Pará, em Carajás.<br />

A extração do produto é uma atividade que<br />

se justifica o trem, de 330 vagões, com um<br />

quilômetro de comprimento, faça a viagem<br />

em segurança, monitorado desde a origem<br />

até o porto de Itaqui, no Maranhão. A empresa<br />

exporta, por aquele caminho, cem<br />

milhões de toneladas por ano. Está iniciando<br />

a construção da segunda linha férrea<br />

que vai transportar o minério da Serra<br />

do Sul, na mesma área, e dobrar o volume<br />

de exportação.<br />

Há um trem de passageiros que leva<br />

o pessoal de uma ponta a outra da linha.<br />

É serviço especial destinado a atender a<br />

população do local. Atividade de caráter<br />

social. Visa ajudar a população de baixa<br />

renda que vive na região. Transporte ferroviário<br />

de passageiros, aliás, com alta ou<br />

baixa velocidade, costumar proporcionar<br />

3 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Tribuna do povo<br />

prejuízos monumentais na Europa, na Ásia<br />

e nos Estados Unidos.<br />

tREM E NAVIo<br />

Sem porto eficiente não há razão para<br />

ter ferrovia. Um precisa do outro. No caso<br />

brasileiro, ocorre um fenômeno novo. O<br />

agronegócio explodiu no centro-oeste, escorregou<br />

para o noroeste, Rondônia e Acre,<br />

e já alcançou o Piauí e o sul do Maranhão.<br />

Mas a grande produção está localizada nos<br />

dois Mato Grosso, em Goiás e em Tocantins.<br />

Existe até uma nova região, chamada<br />

de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí<br />

e Bahia), onde a produção é excepcional,<br />

inclusive em áreas de seca. A safra de mais<br />

de 180 milhões de toneladas precisa chegar<br />

ao litoral e ganhar o mundo. Os caminhões<br />

não mais são suficientes para o transporte.<br />

As estradas sofrem com os gigantes de 80<br />

toneladas.<br />

De repente, o brasileiro descobriu que<br />

seu sistema portuário é anacrônico, está<br />

em algum ponto dos anos sessenta no século<br />

passado, quando o café era embarcado<br />

nas costas do trabalhador avulso. Hoje os<br />

enormes navios são carregados e descarregados<br />

por máquinas descomunais, gigantescas,<br />

que trabalham dia e noite. Enchem<br />

um navio de minério de 400 mil toneladas<br />

em pouco mais de 24 horas. Utilizam esteiras<br />

de quilômetros de comprimento.<br />

Enfim, é tudo mecanizado, informatizado<br />

e organizado. Acabou o amadorismo neste<br />

setor. Esses números explicam as discussões,<br />

os debates e a permanente pressão<br />

dos muitos interesses que se cruzaram no<br />

plenário da Câmara nos últimos dias.<br />

O Congresso, neste caso, não ficou<br />

menor, nem maior. Apenas refletiu a<br />

dificuldade que existe em modernizar o<br />

país. Trabalhadores queriam garantir a<br />

sua reserva de mercado. Proprietários<br />

antigos pretendiam manter privilégios,<br />

os novos querem entrar no negócio e<br />

todos desejam empurrar a concorrência<br />

para debaixo do tapete. O tempo vai dizer<br />

se o que foi aprovado funciona, de<br />

fato. O que não funciona é a fila de caminhões<br />

diante do porto de Santos, carregados<br />

de soja, enquanto uma centena<br />

de navios aguarda ao largo para receber<br />

a carga. É prejuízo para todos os lados e<br />

aumento do famoso custo Brasil.


Isso te interessa<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 4<br />

Não é preciso ir muito longe. Aqui<br />

em londres, por exemplo, eu assisto<br />

a esse espetáculo da vida da janela do<br />

meu quarto. diariamente um casal de<br />

esquilos, inquilinos da árvore do meu<br />

vizinho, vem com seus dois filhotinhos<br />

passear (e procurar por comida)<br />

no meu quintal. E ai de quem se<br />

aproximar das crias… Papai e mamãe<br />

esquilos, geralmente fujões, deixam<br />

o instintivo medo de lado e partem<br />

para cima dos gigantescos humanos<br />

ameaçadores. É lindo de ver. também<br />

adoro a cena protagonizada pelos<br />

patos que povoam um lago no parque<br />

de high Barnet, onde corro em média<br />

5 vezes por semana.<br />

Papais e mamães patos correm, nadam,<br />

voam e fazem barulho para proteger seus<br />

patinhos de possíveis perigos. Idem para<br />

os falcões, que de longe pressentem o risco<br />

que correm suas ninhadas e mergulham<br />

do céu com suas garras apontadas para<br />

todo e qualquer inimigo em potencial...<br />

É mais do que um teatro da primavera<br />

que, aqui no hemisfério norte, está em<br />

cartaz nesta época do ano. É um retrato<br />

da vida. Na natureza é assim. Salvo um ou<br />

outro exemplo, geralmente <strong>entre</strong> répteis e<br />

animais peçonhentos, via de regra os pais<br />

amam e, por isso, protegem seus rebentos.<br />

Eu mesmo me enquandro, com muito<br />

orgulho, nesse mundo, digamos, animal.<br />

Desde que me tornei pai, virei um ‘’leão’’,<br />

não do tipo predador, mas um ‘’policial’’ - ou<br />

‘’pastor’’, se preferir. Sim, sou um ‘’leão de<br />

guarda’’. E quem não é? Qual o pai que não<br />

seria um protetor nato de suas sementes?<br />

Até pareceria redundantemente tolo<br />

eu estar aqui escrevendo sobre isso, não<br />

fosse um terrível porém: a regra tem<br />

monstruosa exceção. Também não é<br />

preciso ir muito longe para assistir, pois<br />

está na TV, praticamente toda noite. Um<br />

dos casos mais famosos (eu mesmo cobri,<br />

pela TV Globo) ocorreu na Áustria em<br />

2008. Um satânico senhor Josef Fritz<br />

manteve a filha presa por 24 anos no porão<br />

da própria casa. E teve sete filhos com ela.<br />

O monstro cumpre hoje prisão perpétua (a<br />

justiça divina – e a austríaca – não falham).<br />

No ano passado eu li na internet que<br />

em algum canto do Brasil um avô havia sido<br />

preso por ter estuprado o netinho, um menino<br />

de 3 anos, durante meses… Um vovô?<br />

Mas não são os avôs que são pais ‘’duas<br />

vezes’’? Em que mundo vivemos? Quando<br />

um progenitor, mais conhecido como<br />

pai, contraria a ordem natural dos fatores<br />

Marcos losekann, de londres<br />

Jornalista<br />

Na contramão da humanidade<br />

e ataca aqueles que, por regra, lei e<br />

natureza, deveria proteger,<br />

é porque chegamos<br />

ao fundo<br />

do poço. Mais<br />

grave do que<br />

um governante<br />

que assalta<br />

o cofre que,<br />

pelo contrário,<br />

deveria<br />

zelar, um<br />

pai (ou mãe)<br />

que espanca,<br />

estupra, mata, humilha<br />

ou simplesmente<br />

ignora um filho (que a rigor<br />

depende da proteção de seus pais) é, sim,<br />

um monstro (do que mais chamar esse<br />

tipo de ser?). Mas o mundo cão (eu diria<br />

que os cães não merecem essa ‘’deferência’’<br />

porque eles, sim, sabem cuidar de suas<br />

crias) não pára por aí. Esta semana vimos<br />

que esse tal de ser humano, essa raça da<br />

qual (in) felizmente fazemos parte, mostrou<br />

ser capaz de se superar em matéria<br />

de maldade com seus semelhantes. Estarrecidos,<br />

assistimos ao desfecho do sequestro<br />

de três jovens mulheres em Cleveland,<br />

Ohio (EUA).<br />

o CRIME<br />

O crime delas foi ter nascido próximo<br />

à casa da família de um certo Ariel Castro,<br />

de 52 anos. Quem poderia desconfiar<br />

daquele músico, um pacato cidadão que<br />

tocava em uma banda da cidade? Nem a<br />

polícia, que depois de 10 anos de sumiço<br />

das 3 jovens já nem lembrava mais do<br />

caso. Quando uma delas, Amanda Berry,<br />

finalmente conseguiu fugir do cativeiro,<br />

precisou convencer a atendente do plantão<br />

policial: ‘’sou eu mesma, estou livre’’ –<br />

ela jurou. Imediatamente a mídia revirou<br />

arquivos e elencou alguns dos principais<br />

casos semelhantes ocorridos nos últimos<br />

anos. É uma lista de horrores: também nos<br />

Estados Unidos, Jaycee Lee Dugard, que<br />

passou 18 anos refém na Califórnia, teve<br />

duas filhas com o sequestrador, Phillip<br />

Garrido. Ele e (vê se pode!!!) a esposa dele,<br />

sua cúmplice, estão presos; ainda em solo<br />

norte-americano, Elizabeth Smart, de 14<br />

anos, passou nove meses em poder de um<br />

sequestrador que trabalhava para a família<br />

da menina. Na Áustria, Natascha Kampusch,<br />

foi mantida refém dos 10 aos 18 anos.<br />

Quando ela conseguiu escapar, o sequestrador<br />

covardemente se matou. Aqui na<br />

Grã-Bretanha<br />

o desaparecimento<br />

de pessoas,principalmente<br />

do sexo<br />

feminino,<br />

e sobretudo<br />

crianças, é<br />

uma preocupação<br />

social<br />

crescente. No<br />

momento estão<br />

em julgamento dois<br />

casos diferentes de garotas que desapareceram<br />

em 2012. Uma delas, Tia Sharp, de<br />

12 anos, foi encontrada morta no sótão<br />

da casa do namorado da avó… Chocante!<br />

A outra vítima, April Jones, de 5 anos,<br />

nunca foi achada. E há ainda o caso mais<br />

emblemático (ou seria midiático?): Madeleine<br />

McCann. A inglesinha de apenas 3<br />

anos desapareceu do quarto em que dormia,<br />

na praia da Luz em Portugal, e apesar<br />

de todo o espaço que o caso ganhou<br />

na mídia mundial, jamais foi encontrada.<br />

Casos como o das 3 fênix americanas, que<br />

também já haviam sido dadas como mortas<br />

e que agora ressurgiram das cinzas da<br />

brutalidade humana, só fazem aumentar a<br />

esperança de pais, dos bons pais, como é o<br />

caso do casal McCann. Eles acreditam que<br />

uma hora dessas Madeleine também vai<br />

ter sua chance de voltar à vida… Tomara!<br />

E tomara que os culpados sejam descobertos<br />

e presos. Lugar de monstro desse tipo<br />

é atrás das grades. Pelo menos aqui na<br />

Europa (e nos Estados Unidos) as cadeias,<br />

realmente, tem portas (fechadas). Não<br />

posso dizer o mesmo sobre o Brasil, onde<br />

qualquer advogado parece possuir uma<br />

‘’chave-mestra’’ capaz de abrir cadeados e<br />

trancas quando o cliente é do tipo que tem<br />

sobrenome ou dinheiro para comprar um<br />

veredicto favorável.<br />

Sou do tipo que acha que para ética<br />

e honra (honra inclusive à família, à paternidade,<br />

à confiança…) não existe (não<br />

pode existir!!!) habeas corpus. Que pelo<br />

menos a índole da maioria de nós se mantenha<br />

presa aos bons princípios e valores<br />

humanos.


Renan Calheiros<br />

Senador (PMDB), presidente do Congresso Nacional<br />

A nova direção do Senado federal,<br />

buscando economia, transparência e<br />

eficiência, completou 100 dias. As medidas<br />

adotadas respondem por uma<br />

economia superior a 300 milhões <strong>entre</strong><br />

2013 e 2014.<br />

Foram eliminados 14º e 15º salários<br />

dos parlamentares, cortadas 25% das funções<br />

de chefia e assessoramento,racionalizadas<br />

estruturas administrativas e cancelados<br />

contratos.<br />

Foi implementada ainda a jornada<br />

corrida de sete horas e 50 mil horas foram<br />

adicionadas à jornada anual evitando novas<br />

contratações.<br />

Para eliminar privilégios, os profissionais<br />

do Serviço Médico e os equipamentos<br />

passaram a atender toda a população.<br />

Na gráfica houve redução dos impressos e<br />

também foi suspensa da distribuição dos<br />

5 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Limpando a área<br />

Contas abertas:<br />

os primeiros 100 dias<br />

kits de informática às Câmaras Municipais.<br />

A Mesa Diretora aprovou ainda a fixação<br />

de uma taxa de ocupação dos imóveis<br />

ocupados por não senadores e os ramais<br />

foram limitados para fazer ligações DDD,<br />

DDI e celulares. Também foi extinta a lotação<br />

de servidores no antigo “senadinho”<br />

no Rio de Janeiro.<br />

No quesito controle público criamos,<br />

sem custo, a Secretaria e o Conselho de<br />

Transparência que conta com integrantes<br />

da sociedade. No Portal da Transparência<br />

foram incluídos os salários dos aposentados<br />

e ex-parlamentares. Também inserimos<br />

o bem ou serviço contratado com recursos<br />

da verba indenizatória.<br />

Depois da lei que obriga a discriminar<br />

o preço dos impostos nos produtos, que<br />

tive a honra de apresentar, o Senado vai<br />

avaliar periodicamente o Sistema Tributá-<br />

rio Nacional e outras políticas públicas.<br />

Em busca de novas e modernas leis foram<br />

instaladas comissões de alto nível. Entre<br />

elas a consolidação de 180 mil diplomas<br />

legais e a regulamentação de 142 dispositivos<br />

constitucionais, a modernização da<br />

Lei de Execução Penal, a que vai atualizar<br />

Lei de arbitragem e mediação e a comissão<br />

para o Código Comercial.<br />

No campo legislativo, o Senado<br />

igualou direitos para os trabalhadores domésticos,<br />

que passam a contar com FGTS<br />

e horas-extras e outros benefícios. O mesmo<br />

ocorreu com o Estatuto da Juventude<br />

e o projeto que obriga a reconstituição de<br />

mama pelo SUS.<br />

Muito já foi feito, porém estes cem<br />

dias não encerram nossas ambições tampouco<br />

nossas obrigações com um legislativo<br />

forte, enxuto e eficiente.


Nosso quintal<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 6<br />

Ao levantar a bandeira em favor do<br />

voto aberto em todo o País, o deputado<br />

distrital Chico leite (Pt), idealizador<br />

e criador da campanha, anunciou<br />

como marco de início um abaixo-assinado<br />

com a reivindicação do fim do<br />

sigilo nas votações parlamentares em<br />

todas as instâncias. o objetivo principal:<br />

transparência na prestação de<br />

contas à população. Assim, Chico leite<br />

batalha para que todas as assembleias<br />

legislativas e o Congresso Nacional<br />

possam tornar o processo de votação<br />

aberto para conhecimento de todos.<br />

Na Câmara Legislativa do Distrito<br />

Federal todas as votações são abertas desde<br />

2006, graças a uma proposta de emenda<br />

à Lei Orgânica de autoria do distrital,<br />

que extinguiu a votação secreta. “É um<br />

avanço, que precisamos levar a todo<br />

o Poder legislativo brasileiro. Não há<br />

justificativas para manter a votação<br />

secreta. É preciso que haja imediatamente<br />

o fim desse tipo de voto, que<br />

veio dos regimes não democráticos,<br />

em todas as instâncias”, enfatiza. Para<br />

ele o sigilo nas votações parlamentares é<br />

uma das características mais prejudiciais à<br />

democracia representativa.<br />

Chico enfatiza não haver razão<br />

para vereadores, deputados e senadores<br />

esconderem suas posições da sociedade,<br />

“até porque a relação deve ser<br />

de estrita transparência”, afirma. “É<br />

Chiquinho dornas<br />

Jornalista<br />

Chico leite lança Campanha<br />

Nacional pelo fim do Voto Secreto<br />

O deputado quer combater<br />

a corrupção moral,<br />

o desvio de recursos,<br />

os crimes contra a<br />

administração pública,<br />

mas, principalmente,<br />

visa garantir o direito de<br />

fiscalização à população.<br />

importante termos em mente: quem<br />

tem direito de votar secretamente é<br />

o eleitor. o eleito, ao contrário, deve<br />

votar ostensivamente, deve se manifestar<br />

sempre de público e às claras,<br />

de maneira que seja fiscalizado. Assim,<br />

presta contas à população. Esse é<br />

um princípio geral de direito que tem<br />

2 mil anos: à aquele que administra o<br />

que é de outrem tem o dever de prestar<br />

contas”, justificou o distrital ao abrir<br />

o debate.<br />

Para o deputado, mais do que uma<br />

campanha, a iniciativa se traduz em um ato<br />

de cidadania política: “uma campanha<br />

cívica cuja importância para a política<br />

nacional será estudada no futuro, tenham<br />

certeza disso”. Para levar o voto<br />

aberto para todos os estados brasileiros serão<br />

tomadas atitudes em diversos âmbitos.<br />

O abaixo-assinado marca o início das ati-<br />

vidades e se unirá também ao processo de<br />

coleta de assinaturas virtuais. Atualmente,<br />

o grupo virtual Avaaz.com já colheu mais<br />

de 350 mil assinaturas para o fim do voto<br />

secreto no Congresso Nacional, diante de<br />

uma meta de 500 mil.<br />

“Essa é uma campanha que vai<br />

contra o desvio de recursos públicos,<br />

a sonegação, os crimes contra a administração<br />

pública”, afirma Chico Leite.<br />

Ele ainda explica que a campanha pelo<br />

Fim do Voto Secreto está no centro do<br />

combate à corrupção moral. “Aquele que<br />

age de formas diferentes em público e<br />

quando está com os mais íntimos tem<br />

um discurso para cada público, mas se<br />

esconde; sabe como agradar a todos e<br />

não tem adversário, porque, na realidade,<br />

só luta pelo próprio interesse.<br />

desses nós temos que nos livrar urgentemente”,<br />

enfatiza.


Jorge Motta<br />

Brasília acaba de completar 53<br />

anos. Jovem ainda, mas com história<br />

de fazer inveja a muitas cidades brasileiras<br />

centenárias. Vou entrar no túnel<br />

do tempo para exercitar a memória.<br />

lá em 1974, mais precisamente no dia<br />

quatro de abril, moço ainda (não nasci<br />

velho), com meus 37 anos. comecei<br />

a caminhada que acabaria em março<br />

de 1979. Carioca, cheguei trazido pelo<br />

governador Elmo Serejo faria para<br />

ocupar o honroso e cobiçado cargo de<br />

Chefe da Casa Civil do seu governo, período<br />

em que conheci as glórias e mazelas<br />

do poder. foram tempos difíceis,<br />

mas gratificantes. Pude participar da<br />

consolidação da cidade, dos desafios<br />

vencidos sob a liderança de um engenheiro<br />

competente, trabalhador, honrado,<br />

honesto, exemplo de homem público,<br />

voltado somente para cumprir a<br />

missão que recebera do Presidente Ernesto<br />

geisel: governar o distrito federal<br />

buscando consolidar a sua criação<br />

através de um plano de governo com<br />

soluções duradouras.<br />

O Presidente foi buscá-lo no Centro<br />

Industrial de Aratu, na Bahia, no cargo de<br />

superintendente. Dirigia o mais ousado<br />

projeto de industrialização do Estado, com<br />

plano diretor moderno e ambicioso. Aratu<br />

era referência na capitação de recursos<br />

provenientes de incentivo fiscal, proporcionado<br />

pela aplicação de valor dedutível<br />

do imposto de renda a pagar, das pessoas<br />

físicas e jurídicas, em projetos aprovados<br />

pela Superintendência de Desenvolvimento<br />

do Nordeste-SUDENE. Com suas fábricas<br />

e dois portos. Aratu é hoje orgulho do<br />

povo baiano.<br />

Faço este registro para balizar no túnel<br />

do tempo a injustiça que aqui em Brasília<br />

perpetuam contra o grande governador<br />

Elmo. por puro ranço ideológico, acredito.<br />

Os governantes que o sucederam, nas comemorações<br />

dos aniversários de Brasília,<br />

nunca fizeram referência ao legado do seu<br />

período de governo. Também, talvez por<br />

ciúme, por não poderem exibir como suas<br />

as obras e realizações por ele implantadas,<br />

que relaciono como vitais para a consolidação<br />

da cidade. As gerações que não testemunharam<br />

aquela época têm o direito<br />

de saber a verdade sobre aqueles dias de<br />

intenso trabalho e seriedade de um governante<br />

da nova capital do Brasil.<br />

Para isso, destaco:<br />

— O Parque da Cidade, o maior par-<br />

Jornalista<br />

7 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

...e por falar em saudade<br />

o túnel do tempo<br />

que urbano do mundo, com mais de quatro<br />

milhões de metros quadrados, em pleno<br />

coração do Plano Piloto, que acolhe todos<br />

os dias milhares de pessoas, velhos, moços,<br />

crianças, pais e mães, numa sinfonia<br />

democrática. Orgulho e património da população<br />

do Distrito Federal.<br />

— A Estrutural, estrada que liga o<br />

plano Piloto à Taguatinga, um dos certificados<br />

de garantia do Governo Elmo Farias.<br />

Os arquitetos do caos da época ( oposição )<br />

diziam que era a estrada que ligava nada a<br />

coisa nenhuma.<br />

— A ligação da W3Sul / W3 Norte,<br />

com os seus imponentes viadutos. Marco<br />

arquitetônico de cartão postal. O Dr. Lúcio<br />

Costa era contra a obra. Quem conseguiu<br />

convencê-lo foi o saudoso Senador Catete<br />

Pinheiro, Presidente da Comissão do Senado<br />

que legislava para o Distrito Federal,<br />

composta de onze senadores.<br />

As famosas “tesourinhas” dos Eixinhos.<br />

solução criativa e inovadora para o<br />

tráfego contínuo de veículos.<br />

— A Ponte Costa e Silva sobre o<br />

Lago Paranoá. Obra começada pelo Prefeito<br />

Wadijô Gomide, paralizada por<br />

problemas técnicos. Elmo os solucionou<br />

trazendo engenheiros da Holanda para<br />

ajudar a concluí-la.<br />

Os sete viadutos no início do Eixão,<br />

chamados de trevo de triagem sul. uma visão<br />

de urbanista competente.<br />

Duplicação da Avenida das Nações e<br />

urbanização das adjacências com ligação<br />

para a L2.<br />

Mais de 40.000 (quarenta mil) casas<br />

na Ceilândia e outras cidades satélites.<br />

Blocos de apartamentos funcionais na Asa<br />

Norte.<br />

— A projeção e implantação do bairro<br />

OCTOGONAL.<br />

Poderia alinhar centenas de outras<br />

realizações importantes, como Construção<br />

de Hospitais, Escolas. Prédios Públicos, e<br />

obras de Saneamento Básico, Água e Esgoto.<br />

Linhas de Transmissão de Energia,<br />

Barragens e a verdadeira reforma agrária,<br />

o PADEF-Plano de Acentamento Dirigido,<br />

hoje pruduzindo para o Distrito Federal e<br />

exportando produtos agrícolas.<br />

Não tenho a intensão de fazer deste<br />

artigo um relatório de governo. Dedico-o,<br />

apenas, à memoria do meu saudoso amigo,<br />

ELMO SEREJO FARIAS, tentando resgatar<br />

parte importante da história da construção<br />

desta cidade de todos os brasileiros.


Ent<strong>revista</strong><br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 8 Paulo Sampaio<br />

fernando henrique Cardoso entra<br />

na ampla sala onde costuma receber<br />

a imprensa e convidados na fundação<br />

ifhC, olha para o repórter e o<br />

fotógrafo e pergunta: “Não era uma<br />

moça que vinha?”. Era. Mas ela precisou<br />

apurar outra matéria, em Brasília,<br />

e, infelizmente, o presidente terá de<br />

se contentar com um repórter do sexo<br />

masculino. Ele parece resignado. fhC<br />

acabou de abrir e fechar uma palestra<br />

cujo tema era Brasil e América latina:<br />

que liderança É Possível? e agora<br />

come uns pãezinhos do coffee break<br />

que a secretária guardou para ele.<br />

Localizada no Vale do Anhangabaú,<br />

centro de São Paulo, a fundação foi inaugurada,<br />

em 2004, com robustas contribuições<br />

de empresários paulistas. Nasceu<br />

como instituto, para abrigar o acervo de<br />

documentos privados do presidente e também<br />

promover palestras e debates “sobre<br />

a democracia e o desenvolvimento”. Em<br />

2010, com o objetivo de “fortalecê-lo como<br />

Jornalista<br />

fernando henrique C<br />

lula, dilma, namorad<br />

instituição perene”, transformaram o instituto<br />

em fundação. Ali se discutem temas<br />

tão diversos quanto Retratos da Primavera<br />

Árabe, O Encontro de Joaquim Nabuco<br />

com a Política: As Desventuras do Liberalismo<br />

e India Grows at Night When Government<br />

Sleeps. Em oito anos de existência,<br />

a entidade promoveu mais de 200 debates.<br />

No dia em que PODER esteve lá, os palestrantes<br />

eram o embaixador Celso Lafer, o<br />

presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, e<br />

o porta-voz do ex-presidente mexicano Vicente<br />

Fox, o sociólogo Rubén Aguilar. Na<br />

abertura do evento, assistido por cerca de<br />

60 pessoas, o coordenador de debates da<br />

fundação, Sérgio Fausto, apresenta o tema.<br />

NóS, A ElItE<br />

O encontro é permeado por aquele<br />

tom de solenidade que os intelectuais<br />

costumam usar para infundir peso a suas<br />

opiniões. Os que estão ali afirmam que o<br />

Brasil “sem dúvida tem dimensão territorial<br />

para exercer liderança na região”; que<br />

conta com “preponderância econômica sobre<br />

os vizinhos”, com “indiscutível potencial<br />

energético”, com “instituições cada vez<br />

mais fortes”. “Estamos muito mais adiantados<br />

na defesa dos direitos humanos, na<br />

democracia”, concluem, orgulhosamente,<br />

os brasileiros. Porém, ressalvam, o Brasil<br />

parece “receoso em assumir posições”, “insiste<br />

em certas posturas desnecessárias” e<br />

“deveria falar menos em liderança e passar<br />

a exercê-la”. “Nós temos certa tendência<br />

à arrogância”, diz FHC. “Quando eu digo<br />

nós, quero dizer nós, a elite.”<br />

De repente, Rubén Aguilar efetua<br />

uma espécie de corte epistemológico no<br />

fluxo do debate, levantando questões que<br />

colocam em xeque a própria pertinência<br />

do tema. “Por que, afinal, o Brasil está<br />

tão preocupado com liderança?” “Que importância<br />

tem ser a sétima ou a primeira<br />

economia do mundo, se não se dá ao povo<br />

condições de viver?” “Como se pode ser líder<br />

de seus vizinhos, quando só se enxerga<br />

a si mesmo?” Alguns intelectuais presentes<br />

sorriem amarelo, outros acham graça de<br />

verdade.<br />

Depois do debate, comendo os pãe-<br />

zinhos do coffee break, FHC pondera que<br />

Aguilar é mexicano, por isso trata o assunto<br />

com ironia. “Ele diz que o povo lá não<br />

está interessado em liderança, mas quem<br />

tem de querer a liderança não é o povo, é<br />

o Estado”, diz. Por outro lado, o ex-presidente<br />

acredita que “a verdadeira liderança<br />

não precisa ser proclamada, ela é exercida”.<br />

E, assim sendo, o Brasil não tem de informar<br />

que é líder: “No mundo moderno, não<br />

existe imposição, mas convencimento”.<br />

INtElECtUAl PúBlICo<br />

Pouco antes da ent<strong>revista</strong>, a secretária<br />

de FHC aponta o lugar onde o chefe se<br />

senta e convida o repórter a ocupar uma<br />

das outras três cadeiras dispostas em volta<br />

de uma mesinha de centro redonda. O presidente<br />

posa para as fotos e, em seguida,<br />

responde às perguntas. Diz que, hoje, ele<br />

é “o que os americanos chamam de ‘intelectual<br />

público’”. “Transformo minhas posições<br />

e as exponho publicamente. Não fico<br />

restrito à universidade.” Certo. E o que ele<br />

sentiu, como intelectual público, quando<br />

soube que Lula teria uma coluna no jornal<br />

americano The New York Times? “O NYT<br />

vai distribuir matérias do ex-presidente<br />

Lula. Acho bom e normal. Fazem o mesmo<br />

com as colunas que escrevo no Brasil.”<br />

Tudo a ver. Pode-se inferir, então, que Lula<br />

também é um “intelectual público”.<br />

Apesar da identificação, Fernando<br />

Henrique Cardoso foi duro com Lula em<br />

um artigo publicado nos jornais O Estado<br />

de S. Paulo e O Globo com o título “Herança<br />

pesada”. Supostamente, o texto era bem<br />

intencionado; pretendia dar um desconto<br />

ao governo de Dilma, por conta dos erros<br />

cometidos por Lula. Mas, ao mesmo tempo,<br />

colocava os dois no mesmo equívoco original,<br />

o PT. “Comecemos pelo mais óbvio:<br />

a crise moral”, escreveu FHC. “Nem bem<br />

completado um ano de governo e lá se foram<br />

oito ministros, sete dos quais por suspeitas<br />

de corrupção. (…) Como o antecessor<br />

desempenhou papel eleitoral decisivo, seria<br />

difícil recusar seus filiados.” Citou também<br />

o mensalão, “outra dor de cabeça”. “De tal<br />

desvio de conduta a presidente passou longe<br />

e continua se distanciando, mas seu partido<br />

não tem jeito.” O tucano mencionou


ardoso fala de<br />

a e muito mais<br />

ainda como “herança pesada” o déficit da<br />

Previdência, a política energética e o atraso<br />

na transposição do rio São Francisco.<br />

Dilma ficou brava. Ela que, quando<br />

FHC completou 80 anos, havia mandado<br />

uma mensagem carinhosa para ele, elogiando<br />

“o político habilidoso, o ministro<br />

-arquiteto de um plano duradouro de saída<br />

da hiperinflação e o presidente que contribuiu<br />

decisivamente para a consolidação da<br />

estabilidade econômica”, soltou uma nota<br />

oficial ácida. “Não recebi um país sob intervenção<br />

do FMI ou sob ameaça de apagão.<br />

Recebi uma economia sólida, com crescimento<br />

robusto, inflação sob controle, investimentos<br />

consistentes em infraestrutura<br />

e reservas cambiais recordes. O passado<br />

deve nos servir de contraponto, de lição, de<br />

visão crítica, não de ressentimento.” Com<br />

sua expressão mais inocente, Fernando<br />

Henrique diz a PODER: “Eu escrevo um<br />

artigo, ela responde com uma nota oficial.<br />

Achei estranho”.<br />

SEM NoçÃo<br />

Na opinião de FHC, Dilma parece se<br />

sentir “imprensada” por interesses divergentes.<br />

Ele a aconselha a “não entrar no<br />

olho do furacão”. “Mesmo que esse furacão<br />

seja a eleição.” O presidente reconhece<br />

que a popularidade dela está em alta, mas<br />

acredita que isso é reflexo do que chama<br />

de “linguagem unificada do PT”. Para ele,<br />

todo mundo no partido diz a mesma coisa:<br />

ministros, Petrobras, Banco do Brasil etc.<br />

“Você pode ver na TV, só aparece um lado.<br />

O lado dela. O povo só vê isso. Não quer<br />

dizer que na hora da eleição vá julgá-la do<br />

jeito como a julga agora.”<br />

Por sua vez, o PSDB, partido do qual<br />

FHC é cofundador, filiado e presidente de<br />

honra, parece ter dificuldade para achar<br />

um lado – qualquer um. No momento, a<br />

impressão é a de que os próprios tucanos<br />

não sentem firmeza na decisão de Aécio<br />

Neves de disputar a Presidência da República.<br />

“O Aécio é mineiro, achava que não<br />

era a hora. Agora, ele achou que é hora.<br />

Está a toda”, garante Fernando Henrique.<br />

O tucano reconhece que o partido frequentemente<br />

deixa de “falar claramente”. “Tem<br />

de defender o que foi feito. Privatização?<br />

Todo mundo tem celular. Todo mundo tem<br />

orgulho da Embraer. Você não consegue fazer<br />

nada na história se não tiver noção de<br />

como ela foi construída.”<br />

Se o tucano reconhece traços de “acanhamento”<br />

<strong>entre</strong> os correligionários do<br />

PSDB, particularmente ele garante que<br />

sempre foi muito firme em suas opiniões.<br />

É verdade que algumas vieram com certo<br />

atraso, como a defesa da descriminalização<br />

da maconha, feita apenas há dois anos no<br />

México. FHC expôs sua posição durante a<br />

reunião da Comissão Latino-Americana<br />

sobre Drogas e Democracia, da qual faz<br />

parte. A repercussão no Brasil foi enorme.<br />

Ele discorda que só tenha falado sobre o<br />

assunto agora porque é mais fácil para um<br />

ex-presidente de 81 anos, sem intenção de<br />

disputar cargo político, dar sua opinião sobre<br />

temas espinhosos. “Sempre disse o que<br />

quis. Quando estava na Presidência, criei<br />

a Senad, Secretaria Nacional Antidrogas,<br />

com função educativa.” Senad quem? “De<br />

fato, não teve muito destaque na época”,<br />

ele reconhece.<br />

NINgUÉM ACREdItA<br />

Convenhamos que agora pega até<br />

bem, especialmente <strong>entre</strong> os jovens que<br />

frequentam a fundação, ter um mentor<br />

tão prafrentex. FHC responde a eles que<br />

nunca fumou maconha, “mas não adianta,<br />

ninguém acredita”. Ele acaba concordando<br />

que, de fato, expõe com muito mais liberdade<br />

suas ideias hoje, do que há 30 anos:<br />

“Não tenha dúvida”.<br />

Já que é assim, a reportagem se sente<br />

tentada a repercutir algumas histórias<br />

clássicas sobre ele. É pão-duro? “Sim, sou.”<br />

Mas do tipo pechincheiro? “Não sou uma<br />

pessoa de consumo, de gastos.” Esse seu<br />

terno é de marca? “Ganhei o tecido, e mandei<br />

fazer.” Algum bem de consumo durável<br />

que o seduza: canetas, óculos, relógios,<br />

automóveis? “Não, não. Carro, eu não sei<br />

nem qual a marca. Frequentemente, entro<br />

no carro errado, alguém me avisa.”<br />

Sua vaidade é intelectual. O presidente<br />

gosta de ir ao cinema, ao teatro, de ler<br />

livros. Quando sai, é tratado como astro.<br />

9 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Dá autógrafos, inclusive. A constante massagem<br />

no ego provavelmente ajuda a neutralizar<br />

a eventual decadência física. “Nada<br />

resolve essa parte.” De qualquer maneira,<br />

é mais fácil para um senhor de 81 anos esquecer<br />

uma dorzinha na articulação quando<br />

ele tem a agenda cheia. Na véspera da<br />

ent<strong>revista</strong>, FHC almoçou com o escritor<br />

peruano Mario Vargas Llosa, depois falou<br />

para mil jovens sobre democracia. À<br />

noite, jantou com amigos. No dia seguinte,<br />

faria uma palestra em Belo Horizonte.<br />

Nesses eventos, ele gosta de falar, “não de<br />

ler”, para quem o assiste. Mas garante que<br />

não sente sono quando um palestrante lê,<br />

como o fez, por exemplo, Celso Lafer.<br />

SAlto NA BIogRAfIA<br />

O celular dele toca, é a namorada, Patrícia<br />

Scarlat, 35 anos, ex-funcionária da<br />

fundação. Eles vão se encontrar depois da<br />

ent<strong>revista</strong>. O presidente diz a ela que liga<br />

quando entrar no carro. O tucano não sabe<br />

precisar há quanto tempo namora Patrícia.<br />

“Ah, não sei. Uns dois, três anos.” Gosta de<br />

namorar? “Com moderação”, ri. Ele diz que<br />

nunca ouviu falar em um grupo de viúvas<br />

moradoras de Higienópolis, bairro onde<br />

vive em São Paulo, que são apaixonadas<br />

por ele. “Só em Higienópolis?”, ri de novo.<br />

Sua fama de mulherengo pareceu se<br />

confirmar quando FHC assumiu um filho<br />

que, descobriu-se depois, não era dele. É<br />

razoável imaginar que o presidente preferiu<br />

ser politicamente correto e reconhecer<br />

a paternidade do garoto antes mesmo de<br />

saber se era o pai. Mas ele explica que não<br />

foi bem assim: “Eu não sabia anteriormente<br />

e decidi não ‘assumir a paternidade’ –<br />

posto que o DNA mostra que não se trata<br />

de filho meu – mas, sim, manter laços<br />

afetivos e as custas de sua educação. Isso<br />

eu faço não porque seja ‘politicamente correto’,<br />

mas porque é humana e sentimentalmente<br />

o que sinto que devo fazer.”<br />

Um salto e tanto na biografia do intelectual<br />

público. Duas vezes presidente<br />

da República, ministro das Relações Exteriores,<br />

da Fazenda e senador, Fernando<br />

Henrique Cardoso revela-se agora um pai<br />

adotivo de tendências.<br />

TRANSCRITO DA REVISTA PODER


Vida que segue<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 10 Saulo diniz<br />

Jornalista<br />

Siga seus sonhos<br />

Ser empreendedor<br />

é sonhar GRANDE,<br />

ver oportunidades<br />

onde outros vêem<br />

apenas problemas.<br />

Você acredita que<br />

Benjamin Franklin foi<br />

aconselhado a parar suas<br />

experiências com a eletricidade?<br />

É verdade! Tentar melhorar a<br />

funcionalidade perfeita da lâmpada<br />

a óleo foi considerado uma<br />

perda de tempo por aqueles<br />

que não acreditavam em seu<br />

sonho. Sempre encontraremos<br />

dificuldades para desistirmos de nossos<br />

sonhos devemos lembrar sempre<br />

que determinação supera obstáculos, seja<br />

sempre otimista, pois um dia seu sonho<br />

será realidade. O jornalista Roberto Ma-<br />

rinho aos 65 anos montou a Rede Globo<br />

de televisão que se tornou o principal canal<br />

de comunicação do Brasil e do mundo.<br />

BRASÍLIA, a capital do Brasil, é fruto de<br />

um grande sonho de um dos maiores empreendedores<br />

da história de nosso país,<br />

Juscelino Kubitschek de Oliveira, e da fé<br />

de milhares de brasileiros que acreditaram<br />

e vieram para Brasília trabalhar e, claro,<br />

empreender. Ainda nos tempos de campanha<br />

presidencial, Kubitschek abraçou<br />

a ideia de levar a sede de governo do Rio<br />

de Janeiro para o Planalto Central; a oposição<br />

à JK achava que esse projeto seria<br />

um desastre total. Se JK não seguisse seu<br />

espírito empreendedor certamente não<br />

estaríamos morando em uma das cidades<br />

mais belas do mundo: Brasília, a capital<br />

de todos os brasileiros. As oportunidades<br />

empreendedoras existem para aqueles que<br />

são capazes de desenvolver produtos ou<br />

serviços diferenciados. Uma oportunidade<br />

empreendedora promissora é muito mais<br />

que uma ideia interessante, uma vez que<br />

envolve um produto ou serviço atraente<br />

aos clientes, fazendo que eles abram mão<br />

do dinheiro em troca dele. Em outras palavras,<br />

um empreendedor deve descobrir<br />

uma maneira de criar valor aos clientes.<br />

Uma pessoa que deseja empreender deve<br />

começar a ver oportunidades onde outros<br />

não conseguem enxergá-las, empreender<br />

significa realizar, fazer ou executar, transformando<br />

a situação mais trivial em uma<br />

oportunidade excepcional (E POR ONDE<br />

COMEÇAR?). Que tal o espírito empreendedor<br />

de Benjamin Franklin, Roberto Marinho,<br />

Juscelino Kubitschek e, AGORA, O<br />

SEU?! Siga seus sonhos e seja um grande<br />

empreendedor.


dA REdAçÃo<br />

Ronaldo Fenômeno diz que gostaria de ter<br />

jogado no Estádio Nacional de Brasília<br />

O secretário-geral da Federação<br />

Internacional de Futebol (FIFA), Jérôme<br />

Valcke, avaliou o Estádio Nacional<br />

de Brasília Mané Garrincha como um<br />

dos melhores do mundo, observação<br />

que fez durante uma visita técnica ao<br />

futuro palco da Copa do Mundo de Futebol<br />

(2014).<br />

“Se me perguntassem qual meu<br />

estádio preferido, não só no Brasil mas<br />

<strong>entre</strong> os de todo o mundo, certamente<br />

o estádio de Brasília estaria na primeira<br />

lista”, declarou o dirigente da entidade<br />

máxima do futebol mundial.<br />

A arena multiuso também foi elogiada<br />

por Ronaldo Nazário, o “Fenômeno”,<br />

que disse: “queria parabenizar<br />

11 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

O gigante da bola<br />

fIfA considera Mané garrincha um<br />

dos melhores estádios do mundo<br />

o governador (Agnelo Queiroz) por fazer<br />

este estádio, que é comparado a um<br />

dos melhores do mundo”.<br />

“Fiquei louco para jogar, mas o<br />

tempo passou e não terei essa oportunidade.<br />

Talvez em algum jogo festivo”,<br />

completou o atacante que fez parte<br />

das seleções que venceram as copas<br />

de 1994 (EUA) e 2002 (Alemanha), ao<br />

visitar o gramado do novo Mané Garrincha.<br />

O também campeão mundial de<br />

futebol, Bebeto que, com Ronaldo,<br />

integra o Comitê Organizador Local,<br />

órgão nacional responsável pela organização<br />

no Brasil das copas-, se somou<br />

ao coro de elogios.<br />

“Parabenizo os trabalhadores que<br />

fizeram esta magnífica obra. Ver um<br />

estádio bonito como esse é um orgulho<br />

para eles”, completou o tetracampeão<br />

do mundo no torneio dos Estados Unidos.<br />

A comitiva que também contou<br />

com a presença do governador Agnelo<br />

Queiroz e do ministro dos Esportes,<br />

Aldo Rebelo – visitou as arquibancadas,<br />

vestiários e o campo, cuja grama<br />

foi recentemente plantada.<br />

“Este estádio está à altura daqueles<br />

que sonharam Brasília não só como<br />

uma capital administrativa, mas como<br />

um projeto civilizatório para o Brasil”,<br />

declarou Rebelo.


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 Revista Entre 12 Lagos • Edição 85 • ABR-2013 12<br />

Às margens do Lago... ou na beira da praia<br />

José Natal<br />

jnatal@uol.com.br<br />

o CINEMA foI, é será<br />

sempre a arte eterna que<br />

emociona, seduz e encanta.<br />

Nas telas dos cinemas de<br />

Brasília a vida e a música<br />

de Renato Russo revivem<br />

emoções e trazem a todos<br />

nós lembranças do artista<br />

e poeta. Vale a pena ver<br />

“Somos tão jovens” e “ Faroeste<br />

Caboclo”, filmados<br />

em vários pontos do DF.<br />

Renato Russo<br />

Mané garrincha<br />

oS ENSAIoS foRAM feitos, equipes estão sendo treinados. Palestras,<br />

cursos, ensinamentos e estágios com especialistas estão<br />

em curso há meses. Tudo isso para que os torcedores que vão ao<br />

Mané Garrincha ver a Copa das Confederações sofram menos, ou<br />

não sofram. Os organizadores estão cheios de boas intenções. Não<br />

é o suficiente, mas deve ajudar.<br />

Aécio quer conversar<br />

dEMoRoU, MAS fINAl-<br />

MENtE o Senador Aécio Neves<br />

assume o PSDB e começa a sua<br />

pregação para ser candidato a<br />

presidência da república. A Convenção<br />

que elegeu Aécio à presidência<br />

do partido, a décima primeira<br />

da história, foi charmosa,<br />

imponente e pela primeira vez<br />

sem a mão dos tucanos de São<br />

Paulo. A PROLE, agência que<br />

está fazendo a campanha de Aécio,<br />

mostrou talento, criatividade<br />

e modernidade no marketing.<br />

Se os tucanos entenderem que devem se unir por Aécio, a eleição<br />

de 2014 será mais interessante. O senador é bom de prosa, e quer<br />

conversar.<br />

Morreu Civita<br />

RoBERto MARINho, RUy Mesquita e Roberto Civita. Alguns<br />

dos personagens que tiveram participação ativa, decisiva e histórica<br />

na consolidação dos meios de comunicação do País já se foram.<br />

Cada um, a sua maneira, enternizou o nome na história.<br />

Neymar<br />

SE o JogAdoR do Santos tivesse<br />

juízo, uma boa assessoria e um<br />

pouco mais de coragem já deveria<br />

estar na Europa jogando bola desde<br />

muito atrás. Seu tempo de Brasil já<br />

passou faz tempo, e não há nele a<br />

menor motivação para provar nada<br />

pra ninguém. Mas, anotem, não<br />

será lá, como não foi aqui, nenhuma<br />

estrela de primeira grandeza. Um<br />

bom jogador, o melhor do Brasil no<br />

momento. A uns 400 km, mais ou<br />

menos, do que foi Pelé.<br />

CANdIdAtíSSIMo Ao<br />

goVERNo do DF o Senador<br />

Rodrigo Rollemberg, jovem,<br />

arrojado e com ideias de renovação<br />

na cabeça, Rodrigo<br />

parece ser o primeiro a assumir<br />

a disputa e já trabalha<br />

pra isso. Em volta dele estão<br />

alguns políticos veteranos e<br />

muitos jovens. A intenção é<br />

formar um bloco competitivo<br />

e que busque votos em todos<br />

os segmentos da comunidade.<br />

Começou a disputa.<br />

Rollemberg<br />

Shopping lago Sul<br />

o ASSUNto EStá na mesa, ou nas pesquisas. Um grupo de<br />

empresários competentes estuda e avalia a construção de um<br />

moderno Shopping no Lago. Como tudo na vida, o novo sempre<br />

desperta reações diferentes, às vezes polemicas. Claro que parte<br />

da comunidade não quer, mesmo sem conhecer o projeto. Acha<br />

que polui, prejudica o meio ambiente e vai contra o estilo de vida<br />

do bairro. Os que aprovam, e conhecem o projeto, querem saber<br />

mais para consolidar posições. Não há motivo para barricadas e<br />

passeatas. A cidade cresce, e com ela a consciência da comunidade<br />

também.<br />

teste final<br />

o EStAdIo MANÉ Garrincha passou no teste, está pronto para<br />

receber torcedores, as seleções e as criticas durante a Copa das<br />

Confederações, e o que mais vier. Quem for aos jogos, ou quem<br />

se utilizar dele de alguma forma ainda vai encontrar um problema<br />

aqui e outro ali. Mas nada que possa acontecer de errado será<br />

de importância maior. O estádio não é só bonito e grandioso. É<br />

moderno, funcional, versátil e, de fato, pode ser considerado um<br />

marco na história de Brasilia. Que os criticos e pessimistas se<br />

acostumem. As novas gerações vão desfrutar de um monumento<br />

que deu dignidade a capital da República em vários aspectos.


EL O que você achou do confronto <strong>entre</strong><br />

Espanha e Alemanha, com os jogos<br />

<strong>entre</strong> Barcelona e Real Madrid contra<br />

Borussia e Bayer de Munique. A escola<br />

da vez é Alemanha?<br />

Zico Os times alemães se mostraram<br />

bastante competitivos e chegaram<br />

com justiça a final. Não acredito<br />

que a escola da vez seja a alema,<br />

pois considero normal essa<br />

chegada dessas equipes, principalmente<br />

o Bayer que nas ultimas<br />

4 chegou em 3.<br />

EL A Seleção vai a Copa das Confederações<br />

sem o Gaúcho, Pato e Kaká. Sem fazer<br />

juizo de valor dos tres, qual o critério<br />

do Felipão para não convocá-los?<br />

Zico Respeito qualquer tipo de convocacao.<br />

Acho que so o Felipão pode<br />

responder esse tipo de pergunta.<br />

Acredito sempre na produtividade<br />

na Seleção e não em clube e aí<br />

só o treinador pode avaliar quem<br />

produziu ou não para seguir na seleção.<br />

EL A situação financeira dos clubes brasileiros<br />

é ruim de um modo geral. Mas, a<br />

de Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense<br />

chega a ser humilhante. Por que<br />

isso? O que mata o futebol carioca?<br />

Zico Talvez por más administrações<br />

anteriores os clubes acabam ficando<br />

sem condições de fazer novos<br />

investimentos. O Fluminense e<br />

ENtREVIStA<br />

um caso a parte pois tem um patrocinador<br />

muito forte e por isso<br />

está conseguindo manter um bom<br />

plantel.<br />

Me desculpe mas não acho essa<br />

situação humilhante, acho sim erros<br />

que muitas vezes levam tempo<br />

para serem corrigidos.<br />

EL O futebol brasileiro sempre esteve no<br />

topo do ranking mundial, sempre liderando<br />

ou <strong>entre</strong> os primeiros. Agora estamos<br />

na vigésima colocação, ou quase<br />

isso. Por que isso?<br />

Zico Pela falta de bons resultados em<br />

competições oficiais.<br />

EL Você sempre teve um perfil de liderança,<br />

competência, seriedade, correção e<br />

lealdade. Ou seja, você reúne tudo que<br />

falta aos gestores do futebol brasileiro.<br />

Porque você nunca quis assumir posições<br />

que possam ajudar o futebol nesses<br />

ítens?<br />

Zico Porque estou ainda com a cabeca<br />

voltada para continuar minha<br />

carreira de treinador e por outro<br />

lado também não tenho nenhuma<br />

obrigação em me tornar dirigente<br />

de futebol, mesmo tendo experimentado<br />

em algumas ocasiões,<br />

que por sinal me deixaram muito<br />

magoado quando tentei fazer algo<br />

pelo meu Flamengo.<br />

13 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

O ex-jogador Zico, o Galinho<br />

de Quintino e eterno ídolo da<br />

torcida do Flamengo viaja pelo<br />

mundo, leva seus ensinamentos<br />

a quem gosta do bom futebol,<br />

curte a família e pensa em<br />

projetos que possam ajudar a<br />

estruturar os clubes e ajudar<br />

dirigentes a uma boa gestão.<br />

Zico esteve em Brasília e falou<br />

com a Revista Entre Lagos.<br />

Zico: sucesso do futebol alemão era esperado<br />

EL A sua experiência como jogador e como<br />

técnico, a sua notória capacidade de<br />

agregar e a sua aceitação comprovada<br />

em todos os setores nunca te motivaram<br />

a presidir a CBF, por exemplo?<br />

Zico Não, em nenhum momento.<br />

EL Todos os países que sediaram Copas do<br />

Mundo até hoje enfrentaram problemas<br />

semelhantes aos que o Brasil parece enfrentar<br />

hoje. Fora o futebol, o que você<br />

acha que pode contribuir para que o torcedor<br />

brasileiro sofra na COPA DE 2014?<br />

Zico A dificuldade para se fazer turismo<br />

no País. Aéreas, hotéis, telecomunivcações,<br />

enfim, infraestrutura<br />

para o dia a dia de um cidadão.<br />

EL Sei que você é ético sensato em suas<br />

análises sobre futebol. Mas, se coubesse<br />

a você mudar alguns nomes na Seleção,<br />

quem você trocaria por quem?<br />

Zico Não faço analise por hipótese. Todos<br />

nós temos a preferência mas<br />

no momento quem tem que decidir<br />

é quem está no comando.<br />

EL O que o Zico pretende fazer nos próximos<br />

anos. Presidir o Flamengo passa<br />

pela sua cabeça, já pensou nisso?<br />

Zico Cuidar dos meus netos. Nunca<br />

passou pela minha cabeça presidir<br />

o Flamengo.


Comendo a bola<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 14<br />

A Copa do Mundo e<br />

grande parte dos países da Europa<br />

tem como atração turística a culinária<br />

típica de cada país. Notadamente<br />

a frança, a Alemanha e Portugal<br />

fazem de seu carro chefe como atrativo<br />

para turistas estrangeiros, a divulgação<br />

maciça e internacional de seus<br />

pratos típicos. Acrescentam no material<br />

de divulgação uma receita para a<br />

confecção e um histórico explicando a<br />

origem do prato.<br />

As autoridades brasileiras e empresários<br />

do ramo alimentício, cientes da<br />

importância da culinária como atrativo e<br />

conhecedores do momento ímpar com a<br />

realização da Copa das Confederações e do<br />

Campeonato Mundial de Futebol, perceberam<br />

que se trata de uma oportunidade,<br />

não somente de atração turística, mas de<br />

aumentar e fidelizar a capacidade de exportação<br />

de produtos originários de Minas<br />

Gerais, d<strong>entre</strong> outras regiões brasileiras.<br />

O empresariado mineiro aliado ao<br />

programa denominado “ Gol to Brasil”,<br />

projeto de divulgação das cidades-sede da<br />

competição, conduzido pela Embratur, autarquia<br />

do Ministério do Turismo, reuniu<br />

no mês de abril, em Montevidéu, cerca de<br />

250 operadores, agentes de turismo e jornalistas,<br />

para conhecerem e degustarem<br />

receitas da rica gastronomia mineira.<br />

No encontro tiveram oportunidade<br />

de tomar conhecimento que a culinária<br />

mineira é onde se concentra a maior diversidade<br />

de pratos do Brasil. A maioria da cozinha<br />

mineira tem na elaboração do prato<br />

legumes, frutas, tubérculos nativos. Além<br />

das guloseimas, tais como pão de queijo,<br />

goiabada cascão, doce de leite, broas, bolos<br />

e a cachaça artesanal de alambique.<br />

“CoMIdA dE BotECo” E A<br />

CoPA<br />

Os organizadores do festival de “Comida<br />

de Boteco”, que acontece todo ano no<br />

meses de abril e maio, com a participação<br />

de mais de 400 estabelecimentos, acreditam<br />

que o turista que vier para a Copa das<br />

Confederações e a Copa do Mundo deverão<br />

antecipar a sua chegada a Minas Gerais,<br />

para adequar a programação das partidas<br />

de futebol, a fim de possibilitá-lo conhecer<br />

as cidades históricas como Ouro Preto,<br />

Mariana, Congonhas e Tiradentes. Na<br />

oportunidade os turistas poderão desfrutar<br />

da culinária mineira nos bares, em ambiente<br />

alegre e descontraído, e com preços<br />

acessíveis.<br />

O festival gastronômico “ Comida de<br />

Boteco” terá como novidade a participação<br />

simultânea de bares das cidades de São<br />

Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Manaus.<br />

Todos os participantes têm a<br />

obrigatoriedade de servir<br />

pratos com<br />

dois ingredientesindispensáveis<br />

e bem típicos da<br />

culinária mineira, a<br />

linguiça e a mandioca.<br />

VINho MINEIRo NA<br />

CoPA<br />

A Associação Mineira de Produtores<br />

de Cachaça de Qualidade (Ampaq)<br />

começa a trabalhar um projeto que cria<br />

um produto especial para a Copa do Mundo.<br />

Para tanto, a Vinícola Lídio Carraro, do<br />

Rio Grande do Sul, fará o lançamento do<br />

vinho Faces, licenciado pela FIFA como vinho<br />

oficial da Copa do Mundo.<br />

Uma pesquisa realizada pela Wine Intelligence<br />

e divulgada pela Fecomércio de<br />

São Paulo revelou que a cidade de Belo Horizonte<br />

está <strong>entre</strong> as grandes metrópoles<br />

brasileiras que apresenta altos índices de<br />

consumo de vinho.<br />

RECoNhECIMENto INtERNA-<br />

CIoNAl<br />

Diversos países adotaram procedimento<br />

jurídico internacional para fazer<br />

valer o reconhecimento formal das bebidas<br />

originárias de cada país. Como Cuba<br />

na produção de rum, México com a tequila,<br />

domingo Sabino<br />

Jornalista<br />

a Rússia com a vodca. Mais recentemente<br />

a França exigiu que a bebida com a denominação<br />

de Champanhe, seja utilizada<br />

somente indicando a proveniência do poroduto<br />

daquele país. Os demais que produzem<br />

a bebida devem utilizar o termo<br />

espumante.<br />

Considerando que o Brasil exporta<br />

aproximadamente 12 milhões de<br />

dólares de cachaça e que o consumo<br />

nos Estados Unidos tem<br />

aumentado gradativamente,


o mais antigo<br />

15 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

a Culinária Mineira<br />

sem contudo os consumidores tomarem<br />

conhecimento de que se trata de uma bebida<br />

genuinamente brasileira, as entidades<br />

de classe têm tomado medidas pertinentes<br />

para que ocorra o reconhecimento internacional<br />

nos mesmos moldes dos demais<br />

países.<br />

doUtoRAdo dE CUlINáRIA<br />

A cientista social Luciana Patrícia de<br />

Morais realizou uma pesquisa para tentar<br />

compreender como a culinária mineira e os<br />

pratos paranaenses estão ligados na valorização<br />

cultural, bem como no atrativo turístico<br />

e na memória regional. Afirma a pesquisadora<br />

que, a partir da década de 1970,<br />

as culinárias regionais se anunciam como<br />

atrativo turístico, sendo que a legitimação<br />

e afirmação como produto turístico se dá<br />

a partir de 1980, com maior identificação<br />

regional. Esclarece a pesquisadora que no<br />

período citado começaram a desenvolver<br />

políticas públicas objetivando fazer com<br />

que todos os municípios se tornem um potencial<br />

destino turístico.<br />

O mais antigo alambique do Brasil está localizado na cidade de Coronel Xavier<br />

Chaves (MG) que continua funcionando até os dias atuais.<br />

Lei Seca mineira- Século XVII<br />

O Conde de Assumar proibiu a entrada de aguardente na Capitania de Minas Gerais,<br />

gerando um movimento nativista que envolveu protestos na cobrança de impostos.<br />

A chamada Revolta das Pingas aconteceu na Vila de Pitangui.<br />

Independência com cachaça<br />

Segundo afirmam diversos historiadores, D. Pedro I brindou a Independência do<br />

Brasil com uma boa dose de cachaça.<br />

Reconhecimento internacional<br />

A hIStóRIA dA CUlINáRIA<br />

MINEIRA<br />

É necessário se reportar ao início do<br />

século XVIII para compreender como surgiram<br />

as apetitosas iguarias da culinária<br />

mineira. A contribuição maior se deve aos<br />

portugueses, que traziam todo tipo de especiarias,<br />

alimentos e bebidas originários<br />

de diversos países por eles colonizados.<br />

Elas foram incorporadas às variedades de<br />

alimentos que já eram utilizados no Estado<br />

como mandioca, milho, batata doce e mel,<br />

além de frutas tropicais como goiaba e jabuticaba.<br />

Curiosidades<br />

Em função de tudo isto, a partir de maio/junho os Estados Unidos deverão reconhecer<br />

e oficializar a cachaça como produto tipicamente brasileiro, com isso abrindo<br />

novos mercados para o produto, que até então era lá conhecido como Brasil rum. O<br />

próximo passo, segundo informações do Ministério da Agricultura, será a busca do<br />

reconhecimento do produto como bebida nacional brasileira pelos países da Comunidade<br />

Européia.


Bye bye Neymar<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 16<br />

Brasília provou estar preparada<br />

para receber grandes clássicos do futebol<br />

ao realizar, sem problemas, o jogo<br />

<strong>entre</strong> Santos e flamengo pela primeira<br />

rodada do Campeonato Brasileiro no Estádio<br />

Nacional Mané garrincha, com a<br />

presença de 63.501 torcedores pagantes.<br />

“Deu quase tudo certo. Restam uns<br />

pequenos ajustes na sinalização e informação<br />

na chegada dos torcedores dentro<br />

do estádio”, afirmou o governador Agnelo<br />

Queiroz, ao fim da partida, que terminou<br />

zero a zero.<br />

dA REdAçÃo<br />

flamengo e Santos atraem mais<br />

de 63 mil ao Mané garrincha<br />

Torcedores que foram à arena aprovaram as instalações do<br />

palco da abertura da Copa das Confederações<br />

Ainda de acordo com o governador,<br />

os jogos no Mané Garrincha seguem o padrão<br />

da Federação Internacional de Futebol<br />

(Fifa), algo com que os brasileiros ainda<br />

precisam se acostumar.<br />

“O Brasil está recebendo um jeito<br />

novo de assistir espetáculos de futebol, em<br />

que o espectador precisa chegar bem antes<br />

para ocupar o assento que ele adquiriu e<br />

assistir ao jogo com todo o conforto. No<br />

começo é natural que algumas coisas demorem<br />

a acontecer, mas quando chegar a<br />

Copa do Mundo, o DF estará preparado”,<br />

declarou Agnelo Queiroz.<br />

O designer gráfico Bruno Freitas de<br />

Andrade, 29 anos, é ciente de que as regras<br />

estipuladas para a partida são exigências<br />

da Fifa: “Só não gostei de haver apenas<br />

uma fila na entrada, mas a estrutura está<br />

legal, foi bom e tudo correu bem”.<br />

O flamenguista Fernando Assunção,<br />

43 anos, diz que gostou do que viu e que “a<br />

organização estava muito boa e tudo funcionou<br />

bem”.<br />

O próximo jogo a ser realizado no Estádio<br />

Nacional Mané Garrincha é a abertura<br />

da Copa das Confederações, no dia 15<br />

de junho, quando as seleções do Brasil e do<br />

Japão se enfrentam.


dA REdAçÃo<br />

<br />

Correr, remar e pedalar. Este é o<br />

princípio do Multisport, modalidade<br />

esportiva que reúne atletas altamente<br />

preparados, físico e psicologicamente.<br />

Nascida na Nova Zelandia no final<br />

da década de 70, o Multisport ganhou<br />

adeptos no mundo todo. Brasília possui<br />

vocação para este tipo de esporte e<br />

está muito bem representada.<br />

Os atletas Camila Nicolau e Guilherme<br />

Phal são dois campeões que a cada ano<br />

superam os próprios limites e fazem bonito<br />

quando o assunto é Multisport. Já participaram<br />

do evento no país onde foi concebido,<br />

além de china, Uruguai, Patagônia<br />

e é claro, em solo Brasiliense.<br />

<br />

17 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Superando marcas<br />

Esporte de gente grande<br />

As provas são divididas em Mini<br />

(19Km), Short (34 km) e Long (77KM).<br />

Cada percurso é desenvolvido por corrida,<br />

remo e ciclismo. Em Brasília os atletas são<br />

desafiados a percorrer as ruas da capital,<br />

fazer trilhas pelo entorno e remar no Lago<br />

Paranoá.<br />

O próximo desafio de Camila e Gui é<br />

formar a primeira equipe brasileira campeã<br />

mundial de corridas de aventura. Proposta<br />

ousada, porém, com certa dose de confiança<br />

nos atletas brasileiros, que descobrem<br />

nessa modalidade os benefícios à saúde e<br />

ao bem estar, sendo uma modalidade que<br />

propicia o contato com a natureza.<br />

A dupla possui o recorde brasileiro do<br />

<br />

esporte com a quarta colocação em 2008 e<br />

planeja disputar o mundial 2013, em dezembro,<br />

na Costa Rica e o Mundial de 2014<br />

no Equador.<br />

Em Brasília as corridas de aventura<br />

conquistam novos adeptos a cada ano.<br />

No Multisport não é diferente, os atletas<br />

precisam de concentração e esforço para<br />

cruzar a linha de chegada, cada passo, cada<br />

remanda e padalada é decisiva para a vitória.<br />

Camila e Gui estão no rumo certo.<br />

Falta agora, um patrocinador oficial para<br />

que a dupla possa competir de igual com os<br />

atletas internacionais e assim conquistar o<br />

título mundial.


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 18 ENtREVIStA<br />

Contagem regressiva<br />

Ricardo trade, o sen<br />

Coordenador da Copa do mundo no Brasil em 2014,<br />

Ricardo Trade representa a FIFA em nosso País. Otimista<br />

quanto ao sucesso do evento, interlocutor habilidoso<br />

quando as exigências dos organizadores pedem,<br />

Trade já se manifestou mais de uma vez sobre<br />

o legado que o campeonato mundial do ano que vem<br />

deixará para o Brasil. Nessa ent<strong>revista</strong> exclusiva a<br />

Revista Entre Lagos o dirigente fez um balanço da<br />

atual condição das obras da Copa e o que espera para<br />

os próximos meses.<br />

Em recente ent<strong>revista</strong> a nossa<br />

<strong>revista</strong> - edição de abril - o Ministro<br />

do tCU, Valmir Campelo disse,<br />

otimista, que o legado da Copa de<br />

2014 será altamente positivo para<br />

o Brasil, notadamente no que refere<br />

as obras que serão concluídas. Quais<br />

os demais pontos que podem somar<br />

positivamente para o país após a<br />

CoPA?<br />

São muitos os benefícios para o<br />

povo brasileiro após a Copa do Mundo<br />

da FIFA no Brasil. Segundo uma pesquisa<br />

desenvolvida pela Ernst&Young em<br />

parceria com a Fundação Getúlio Vargas<br />

(FGV) sobre o impacto social e econômico<br />

da Copa do Mundo da FIFA, a competição<br />

deverá injetar, adicionalmente, R$<br />

142,39 bilhões na economia brasileira<br />

<strong>entre</strong> 2010 e 2014, gerando 3,63 milhões<br />

de empregos temporários por ano e R$<br />

63,48 bilhões em renda para a população.<br />

Basicamente, as pessoas podem<br />

esperar mudanças em quatro grandes<br />

áreas: social, urbanismo, meio<br />

ambiente e infraestrutura, além do<br />

esporte, é claro.<br />

Em todas as 12 cidades-sede, a população<br />

vai se beneficiar de novos estádios<br />

e de uma melhor infraestrutura em<br />

geral. As áreas de transporte, urbanização,<br />

turismo e hospitalidade vão melhorar.<br />

No Rio de Janeiro, por exemplo,<br />

desde 2008 muitas favelas têm recebido<br />

investimentos como nunca antes. A<br />

meta de muitas cidades é estabelecer-se<br />

como um destino internacional, com um<br />

calendário permanente de eventos. Dessa<br />

forma, eles podem continuar a receber<br />

visitantes também após a Copa do Mundo<br />

da FIFA.<br />

A resposta do Corinthians as cobranças<br />

da fIfA sobre as reais con-<br />

dições de uso do ItAQUERÃo para a<br />

abertura da Copa, num primeiro momento,<br />

foi dura, quase arrogante.<br />

Embora as garantias de conclusão<br />

da obra tenham sido contundentes,<br />

qual a primeira opção da fIfA caso<br />

tenha que mudar o local de abertura<br />

do evento?<br />

Acompanhamos de maneira muito<br />

próxima todos os seis estádios restantes<br />

da Copa do Mundo da FIFA, não só o de<br />

São Paulo. O prazo de <strong>entre</strong>ga continua<br />

sendo dezembro de 2013. As sedes comprometeram-se<br />

com esta data de <strong>entre</strong>ga<br />

e sabem que não podemos colocar em<br />

risco a realização bem sucedida do principal<br />

evento de futebol do planeta, o que<br />

seria muito ruim não só para a FIFA, mas


19 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

hor da Copa no Brasil<br />

também para nós brasileiros. Por isso,<br />

estamos confiantes de que os estádios<br />

serão <strong>entre</strong>gues no prazo, não havendo<br />

plano B nesse estágio.<br />

Ao que tudo indica, a fIfA, o governo<br />

e todas entidades com alguma<br />

responsabilidade sobre o Campeonato<br />

Mundial no Brasil trabalham com<br />

determinação e responsabilidade<br />

para que tudo dê certo. Na sua opinião,<br />

além da conclusão das obras,<br />

quais os problemas que ainda preocupam<br />

?<br />

Nós não estamos preocupados, mas<br />

trabalhando de forma atenta e com afinco.<br />

É assim em qualquer grande evento.<br />

São muitos envolvidos, muitas variáveis.<br />

Precisamos garantir que tudo saia conforme<br />

o esperado – o que inclui desde o<br />

transporte das delegações até a infraestrutura<br />

de ponta para as TVs, por exemplo.<br />

As obras iniciadas para atender<br />

a Copa em algumas capitais, como<br />

Cuiabá, estão atrasadas e o próprio<br />

governo do Estado admite que não<br />

ficarão prontas em tempo. Se isso<br />

acontecer como a fIfA vai agir?<br />

As obras de infraestrutura são de<br />

responsabilidade do governo. Nós acompanhamos<br />

e monitoramos o trabalho<br />

que vem sendo feito, e em muitas sedes<br />

é impressionante o número de intervenções.<br />

No entanto, é bom lembrar que<br />

tudo isso é importante não apenas para a<br />

Copa do Mundo da FIFA, mas também e<br />

principalmente para o nosso país, como<br />

legado.<br />

Por mais que modernize e renove<br />

a estrutura de funcionamento de<br />

nossos aeroportos, é difícil acreditar<br />

que haja uma melhora no atendimento<br />

da forma ideal. Quais os<br />

aeroportos, além de Rio e São Paulo,<br />

exigem mais atenção?<br />

Assim como obras de infraestrutura<br />

e mobilidade urbana, os aeroportos<br />

são uma responsabilidade do Governo<br />

Federal. Sabemos da importância dos<br />

aeroportos para a realização da Copa do<br />

Mundo da FIFA, e por isso fazemos parte<br />

de um grupo de trabalho com o Governo<br />

e a FIFA, que busca soluções para os desafios<br />

enfrentados.<br />

Na sua opinião, até onde o senhor<br />

se recorda, qual o País que melhor<br />

se organizou até hoje para sediar<br />

uma Copa do Mundo ?<br />

Cada país é diferente, não dá pra<br />

comparar. Em 2010, quando já estava<br />

no COL, trabalhei em Pretória para conhecer<br />

melhor a operação do evento, e<br />

aprendi muito. A África do Sul fez uma<br />

bela Copa do Mundo, que surpreendeu<br />

muita gente que conhecia pouco sobre<br />

o país.<br />

Se o senhor tivesse que pontuar<br />

uma escala de um a dez, para avaliar<br />

a nossa atual posição em relação as<br />

reais condições para sediar a Copa,<br />

em que ponto estaríamos?<br />

Ainda não estamos prontos, mas<br />

estamos trabalhando muito e estamos<br />

seguros de que tudo correrá bem. Falta<br />

pouco mais de um ano para a Copa do<br />

Mundo e temos metade dos estádios<br />

prontos. A integração absoluta <strong>entre</strong><br />

FIFA, COL, Governo Federal e as 12 sedes<br />

nos permite superar os desafios encontrados<br />

e, mais uma vez, naturais em<br />

eventos desse porte.


A pele que habito<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 20 dr. Alderson luiz Pacheco<br />

A pele é o maior órgão do corpo<br />

humano. Responsável por envolver o<br />

corpo e denominar seu limite com o<br />

meio externo, a derme corresponde a<br />

16% do peso corporal e exerce diversas<br />

funções necessárias para a sobrevivência<br />

do ser humano, como a regulação<br />

térmica, a defesa orgânica, controle<br />

do fluxo sanguíneo, proteção contra<br />

diversos agentes do meio ambiente e<br />

funções sensoriais – as sensações de<br />

calor, frio, pressão, dor e tato.<br />

Logo, fica claro que a pele é um<br />

órgão vital e, portanto, precisa de cuidados<br />

especiais para que permaneça<br />

sempre bem cuidada e saudável.<br />

Porém, questão que acontece com frequência<br />

é o fato de pessoas que perdem<br />

muito peso, seja com a ajuda da cirurgia<br />

bariátrica ou por conta própria, e então ficam<br />

com um excesso de pele, que se torna<br />

flácida. Essa pele em excesso, dependendo<br />

dos casos, pode criar outras dificuldades,<br />

pois, além de ser um problema para<br />

a autoestima da pessoa, que finalmente<br />

consegue atingir seu peso ideal, mas se<br />

depara com esse “peso morto”, que é esteticamente<br />

prejudicial e pode acarretar<br />

problemas de coluna na pessoa. E ainda<br />

existem outras questões ligadas ao excesso<br />

de pele que podem impossibilitar o<br />

indivíduo de ter uma vida comum, pois<br />

pode causar uma série de problemas de<br />

saúde, como infecções bacteriana, fúngica<br />

e viral, que ocorrem devido à dificuldade<br />

em manter as dobrinhas limpas e secas.<br />

Outro problema comum é que o paciente<br />

não consegue praticar exercício físico.<br />

Para resolver este problema de contorno<br />

corporal é possível contar com o auxílio da<br />

cirurgia plástica. “Existem procedimentos<br />

seguros e eficazes para melhorar o contor-<br />

Cirurgião Plástico<br />

.www.draldersonluizpacheco.wordpress.com.br<br />

Cuidados que devem ser tomados<br />

com a pele após o emagrecimento<br />

Maior órgão do corpo humano, a derme precisa de atenção<br />

especial quando se perde muita massa corporal.<br />

no corporal. Para escolher a opção mais<br />

certa em cada caso, o cirurgião plástico<br />

precisa analisar dois fatores principais:<br />

as regiões que precisam ser operadas e o<br />

grau de flacidez da pele. Pois, por exemplo,<br />

existem pessoas que ao perderem 20<br />

kg ficam mais flácidas do que outras que<br />

eliminaram o dobro de peso”, afirma o<br />

cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco,<br />

da clínica Michelangelo, de Curitiba.<br />

Segundo o médico, esta diferença <strong>entre</strong> o<br />

grau de flacidez é determinada por fatores<br />

genéticos e pelo estilo de vida de cada<br />

um. “Um indivíduo que se cuidou a vida<br />

inteira, adotando um estilo de vida mais<br />

saudável, com alimentação adequada, praticando<br />

esportes, controlando a exposição<br />

ao sol e não fazendo uso do cigarro, tende<br />

a apresentar uma pele melhor e, provavelmente,<br />

necessitará de intervenções de<br />

menor porte”, explica o cirurgião graduado<br />

em medicina pela Universidade Federal<br />

do Paraná e pós-graduado em Cirurgia<br />

Geral pelo Hospital de Clínicas da UFPR.<br />

Apesar de cada caso possuir sua singularidade,<br />

Pacheco comenta que os procedimentos<br />

mais utilizados quando o excesso<br />

de pele acontece na barriga são a Miniabdominoplastia<br />

ou a abdominoplastia. “A<br />

primeira é indicada para quem apresenta<br />

uma protuberância na parte inferior<br />

do abdômen, causada por sobra de pele.<br />

Para sua realização, o médico realiza uma<br />

incisão de 8 a 12 cm no púbis e descola a<br />

pele, cortando o excesso e completando<br />

com a sutura” explica Pacheco. Já segundo<br />

o especialista, a abdominoplastia é<br />

para indivíduos que sofrem com flacidez<br />

de pele e muscular em toda a barriga.<br />

Também existem técnicas especiais para<br />

aqueles que têm excesso de pele nas costas<br />

(torsoplastia), coxas (lifting de coxas), nádegas<br />

(gluteoplastia), braços (braquioplastia)<br />

e seios (mamoplastia).


Raoni Bories<br />

raoni@barcelonasolucoes.com.br<br />

Ser mãe é o desejo de muitas mulheres<br />

e a maternidade também é um<br />

privilégio concedido pela natureza. É<br />

por isso que algumas mulheres podem<br />

se sentir incapazes, quando as condições<br />

biológicas desfavorecem essa tão<br />

maravilhosa experiência.<br />

Taciana, 37 anos, tinha endometriose<br />

e o marido tinha feito vasectomia. Esses<br />

fatores dificultavam a realização de seu<br />

sonho. Para complicar ainda mais o quadro,<br />

o primeiro especialista a quem ela<br />

recorrera à técnica de Fertilização in<br />

vitro (FIV) fez o procedimento de<br />

maneira pouco profissional,<br />

ocasionando em uma gravidez<br />

ectópica: o embrião se alojara<br />

em sua trompa esquerda exigindo<br />

a interrupção da gestação,<br />

já que isso colocava<br />

em risco a vida de Taciana.<br />

A médica que realizou<br />

a cirurgia e cuidou dela no<br />

hospital também era especialista<br />

em medicina reprodutiva,<br />

e disse que elas poderiam<br />

tentar que Taciana engravidasse<br />

novamente, e foi exatamente<br />

o que aconteceu. Ela realizou um<br />

novo procedimento de FIV pelo grupo<br />

huntington Medicina Reprodutiva,<br />

que resultou em oito embriões. Logo<br />

na primeira tentativa foram implantados<br />

dois, que hoje se chamam João Pedro e<br />

Maria Alice, um casal de gêmeos com mais<br />

de um ano de idade. “Me sinto realizada.<br />

Tinha muitas dúvidas que fosse conseguir<br />

novamente. Já havia até entrado na fila<br />

para adotar uma criança. Quando os dois<br />

nasceram quase não acreditei. Faria tudo<br />

de novo”, declara. Os outros seis embriões<br />

que foram congelados estão para doação,<br />

caso algum casal precise. “Doei para que<br />

outros pais possam ter as mesmas chances<br />

que eu tive”.<br />

Bianca, 33 anos, também recorreu a<br />

FIV para engravidar. Hoje ela aguarda a<br />

chegada da Luiza, que pode nascer a qualquer<br />

momento. “Estou muito contente que<br />

minha filha nascerá no mesmo mês das<br />

21 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Filhos da mãe<br />

Mulheres recuperam o<br />

sonho da maternidade<br />

Conheça a história<br />

de duas mães que<br />

concretizaram sonhos<br />

através da reprodução<br />

assistida<br />

mães”,<br />

declara Bianca.<br />

Prestes a ser mãe, Bianca tinha ovários policísticos<br />

e seu marido algumas alterações<br />

no espermograma. Os dois trabalham na<br />

área da aviação, o que dificultava ainda<br />

mais a possibilidade de engravidarem, já<br />

que sempre estavam em lugares diferentes.<br />

A solução foi a Fertilização in vitro.<br />

Antes de partir para esse procedimento,<br />

ela passou pelo tratamento de estímulo<br />

ovariano e conseguiu 56 óvulos. Desses,<br />

oito tornaram-se embriões, dois foram implantados<br />

e apenas um foi a adiante: a pequena<br />

Luiza. “Apesar do cansaço que vem<br />

com a gravidez, é um momento bastante<br />

especial”, afirma Bianca. Ela e o marido<br />

têm ainda seis embriões congelados e pensam<br />

na possibilidade de ter mais filhos.<br />

As técnicas de reprodução assistida<br />

estão bastante avançadas. Ainda assim,<br />

elas não se realizam por si só. É indispensável<br />

um médico especialista que realmente<br />

domine todos os procedimentos<br />

na área. A experiência desse profissional<br />

também é um elemento decisivo para<br />

esclarecer aos pacientes, com segurança,<br />

quais são as reais chances<br />

de uma gravidez. Essa classe de<br />

médicos lida não só com organismos<br />

e doenças que levam<br />

à infertilidade. Ele é parte<br />

de um conjunto de expectativas,<br />

dramas pessoais<br />

e familiares. “Dar o total<br />

apoio e a confiança de<br />

que seus pacientes precisam<br />

torna o processo<br />

mais ameno, ajudando<br />

a estabelecer a tranquilidade<br />

necessária para que<br />

tudo ocorra sem grandes<br />

complicações”, explica dra.<br />

Karla Zacharias, médica<br />

especialista do grupo h<br />

untingon Medicina Reprodutiva.<br />

SoBRE o gRUPo hUNtINgtoN<br />

Criada em 1995, a Huntington Medicina<br />

Reprodutiva é um dos maiores grupos<br />

do Brasil, com cinco unidades instaladas<br />

em São Paulo e uma nova unidade em<br />

Campinas. Sob a direção de Paulo Serafini<br />

e Eduardo Motta, renomados especialistas<br />

na área, o grupo é referência nacional e<br />

internacional em tratamentos para fertilidade.<br />

A Huntington possui corpo médico<br />

e técnico-científico altamente capacitado,<br />

que se destaca na prática clínica, cirúrgica<br />

e tecnológica. Os principais tratamentos<br />

utilizados atualmente são: Inseminação<br />

Artificial, Fertilização in Vitro, além de<br />

técnicas de reversão de vasectomia e de laqueadura,<br />

<strong>entre</strong> outras.


Foto: Lula Lopes<br />

Arte no DF<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 22 Carla Spegiorin<br />

Abraham Palatnik posa ao lado de um dos Objetos Cinéticos, obra<br />

que compõe a mostra do CCBB Brasília<br />

Abraham Palatnik é um daqueles<br />

artistas que não se enquadra apenas<br />

em um tipo de arte. No início da carreira<br />

fez pintura figurativa, retratando<br />

paisagens, pessoas e natureza morta.<br />

O fascínio pelo jogo de luzes, o caleidóscopio<br />

e até o cinema mudaram a sua<br />

forma de trabalho. Foi a partir da construção<br />

do Aparelho Cinecromáticoque ele<br />

se tornou um dos maiores artistas da arte<br />

cinética no mundo. Diga-se de passagem,<br />

não só pelo ineditismo da obra, mas porque<br />

ela dialoga com a produção cinética<br />

na Europa e na Amércia do Sul e amplia<br />

o conceito de pintura. Esse senhor de 85<br />

anos passou por Brasília para acompanhar<br />

a montagem da maior mostra individual<br />

já realizada em solo brasileiro com suas<br />

obras. A Exposição Abraham Palatnik:<br />

a reinvenção da pintura poderá ser visitada<br />

até 14 de julho de 2013, noCentro<br />

Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB).<br />

Palatnik nasceu em Natal (RN), no<br />

ano de 1928, filho de judeus russos. Em<br />

1932, mudou-se para a cidade de Tel Aviv<br />

em Israel e, <strong>entre</strong> 1942 e 1945, frequentou<br />

a Escola Técnica de Montefiori, onde<br />

se especializou em motores de explosão.<br />

Todo aquele conhecimento tecnológico adquirido<br />

teria aplicações que iriam além de<br />

consertar válvulas de motores ou carburadores<br />

quebrados. A partir de seus estudos<br />

sobre psicologia da forma e cibernética,<br />

chegou à conclusão de que o artista não<br />

deve estar fadado somente à pintura, desenho,<br />

gravura ou escultura. E com essa<br />

constatação, começou seus estudos sobre<br />

luz e movimento,<br />

que deram origem<br />

aosAparelhos<br />

Cinecromáticos e<br />

aos Objetos Cinéticos.<br />

Palatnik é<br />

um artista revolucionário.<br />

A relação <strong>entre</strong> arte e tecnologia,<br />

as novas conquistas da ótica, a virtualidade<br />

da imagem e o não contentamento<br />

com a técnica pictórica do pincel aparecem<br />

nos Objetos Cinéticos, construídos em chapas<br />

de metal ou aço. Elas são suspensas<br />

em forma de varetas, desenham curvas<br />

sinuosas e figuras geométricas, onde cores<br />

e formas criam um diálogo com as pinturas<br />

concretas, articuladas de tal forma que<br />

apesar de ser movimentarem por meio de<br />

um motor, variam em sua velocidade e direção.<br />

Um balé para os olhos de quem aprecia.<br />

Esses dois trabalhos estão <strong>entre</strong> as 85<br />

obras que compõem a exposição na capital<br />

federal.<br />

Estima-se que há no Distrito Federal<br />

apenas duas obras do artista natalense. Na<br />

mostra do CCBB, trabalhos nunca antes<br />

expostos podem ser vistos pelo público de<br />

Brasília. Algumas dessas peças ainda estão<br />

em produção e compõem o acervo como<br />

forma de aproximar a população do artista,<br />

bem como inseri-la no processo criativo.<br />

Assim, os visitantes poderão conhecer<br />

o interior de um Aparelho Cinecromático,<br />

uma espécie de superfície luminosa que<br />

tem a luz como matéria prima. Também<br />

poderão entender como se monta um Ob-<br />

Jornalista<br />

Palatnik:<br />

um artista<br />

inventor<br />

Pioneiro na arte cinética, o brasileiro<br />

mistura tecnologia e estética em suas<br />

criações, utilizando movimento, luz e<br />

tempo como os principais instrumentos<br />

de trabalho. Aos 85 anos, ele se prepara<br />

para a sua maior exposição individual já<br />

realizada em solo brasileiro. Até 14 de<br />

julho no CCBB Brasília<br />

jeto Cinético, o que ressalta o caráter artesanal<br />

de Palatnik.<br />

O uso que Palatnik faz da tecnologia<br />

e suas possibilidades inovadoras imprime<br />

em sua arte grande potencialidade poética.<br />

Possui grande afinidade com os artistas<br />

da arte cinética, movimento internacional<br />

das décadas de 50 e 60, mas sua obra possui<br />

relação com as de Juan Miró e Alexander<br />

Calder. Sua originalidade fez com que<br />

não somente a classe artística, mas um júri<br />

especializado direcionasse atenção para<br />

seu trabalho. Em 1951, durante a I Bienal<br />

de São Paulo, a comissão internacional de<br />

premiação se viu diante de um impasse ao<br />

qualificar o Aparelho Cinecromático “Azul e<br />

roxo em seu primeiro movimento”.Não era<br />

uma escultura, também não era uma pintura.<br />

Era algo que não poderia ser qualificado<br />

em nenhuma das categorias. A solução<br />

para reconhecer aquele trabalho tão inovador<br />

era dar a ele uma menção honrosa.<br />

SERVIÇO:<br />

Galeria I– Centro Cultural Banco do<br />

Brasil Brasília<br />

Até 14 de julho/Terça a domingo,<br />

das 9h às 21h<br />

Entrada franca – Classificação Livre


José Carlos Ignácio*<br />

Quando a<br />

sociedade<br />

chega ao fim<br />

S e<br />

existem motivos<br />

sobre os quais os<br />

sócios têm dificuldades de<br />

comentar e planejar regras,<br />

certamente a separação está inclusa.<br />

Afinal, é raro alguém montar<br />

uma sociedade, investir tempo, energia<br />

e capital e, simultaneamente, pensar<br />

em como a mesma terminará.<br />

Normalmente o assunto tende a ficar<br />

esquecido ou intocado em um canto qualquer.<br />

Porém, por mais que os sócios evitem<br />

tocar no assunto, a experiência tem mostrado<br />

que separação de sócios ou término<br />

de sociedade é parte importante do relacionamento<br />

e deve ser tratado com seriedade<br />

e boa dose de planejamento.<br />

Existem vários motivos que levam à<br />

separação <strong>entre</strong> sócios. De forma abrangente,<br />

podemos dizer que o momento de<br />

se separar é quando a sinergia desaparece<br />

ou quando o equilíbrio na sociedade deixa<br />

de existir. É o momento em que não se<br />

consegue mais evitar conflitos devido a diferenças<br />

existentes <strong>entre</strong> os gestores.<br />

Para conseguir que uma sociedade<br />

seja equilibrada e sinergética,<br />

é necessário<br />

trabalhar aspectos como<br />

complementariedade funcional,<br />

planos pessoais, plano<br />

de negócios, divisão de trabalho,<br />

divisão do capital, dedicação, estilo<br />

gerencial e uma série de outros fatores<br />

que devem ser conciliados de forma a gerar<br />

trabalho coordenado a favor de objetivos<br />

comuns e prevenção contra conflitos, isto<br />

é, equilíbrio e sinergia.<br />

Por outro lado, quando esses fatores<br />

entram em desequilíbrio (por razões variadas),<br />

podem se transformar em motivos<br />

para a separação ou a finalização da sociedade.<br />

O sintoma pode vir por um conflito<br />

interno na imprensa ou por mudanças no<br />

curso da vida pessoal de cada sócio. Independentemente<br />

do fato gerador, o resultado<br />

é perda parcial de sinergia.<br />

INdíCIoS<br />

Alguns sintomas são detectáveis e podem<br />

indicar uma tendência negativa para a<br />

sociedade:<br />

- Mudança de expectativas: se por<br />

qualquer motivo os sócios não estão mais<br />

sintonizados quanto ao que esperam da<br />

empresa, as divergências podem levar ao<br />

fim da sociedade.<br />

- Desentendimento gerado pela falta<br />

de discussão anterior: quando não se atenta<br />

para o diálogo do dia a dia e deixa se acumular<br />

questões mal resolvidas, a soma dos<br />

desentendimentos pode levar à separação.<br />

23 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Dito popular<br />

- Esgotamentogerencial:<br />

quando um<br />

dos sócios gestores<br />

não tem condições de<br />

aproveitar as oportunidades<br />

da empresa e nem<br />

se dispõe a reciclar, insistindo<br />

no mesmo modus operandi<br />

de anos, há o risco óbvio de atritos<br />

ou de necessidade de mudanças.<br />

- Falta de sucessores e aposentadoria<br />

também podem ser fatores decisivos para<br />

a decisão de separação.<br />

PRECAUçõES<br />

Seja qual for o motivo, ou mo tivos<br />

da separação, vale a pena destacar que as<br />

suas regras, tais como valorização da participação<br />

societária do sócio retirante, condições<br />

de pagamento, sucessão do cargo e<br />

outros relacionados devem estar p<strong>revista</strong>s<br />

no Acordo de Cotistas ou Acionistas, evitando-se<br />

assim a discussão de regras em<br />

momento inoportuno, ou seja, com o jogo<br />

em andamento.<br />

Ressalto ainda a importância de se<br />

planejar a parte prática da separação, ou<br />

seja, a elaboração do Plano de Separação,<br />

o qual deve prever eventos e prazos, tais<br />

como transmissão do cargo, comunicado<br />

ao público interno (funcionários) e externo<br />

(clientes, fornecedores, bancos e outros)<br />

de forma assertiva, <strong>entre</strong> outras providências,<br />

provocando um efeito positivo<br />

de todo o processo e blindando as operações<br />

da empresa.<br />

Por tudo isso, nunca se esqueça: planejamento<br />

da separação dos sócios também<br />

faz parte da gestão da sociedade.<br />

* José Carlos Ignácio é sócio-fundador da JCI<br />

Acquistion, formado em Administração de<br />

Empresas e possui MBA e Pós Graduação.<br />

É também palestrante e já participou<br />

de processos de Fusão e Aquisição e de<br />

Relacionamento de Sócios em diversas<br />

organizações nacionais e multinacionais.<br />

Autor do recém-lançado livro Todo<br />

relacionamento <strong>entre</strong> sócios pode ser<br />

melhorado (Anadarco Editora) jci@<br />

jciconsultoria.com.br


Pensa nisso<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 24 otto lara Resende<br />

Acho que foi o hemingway quem<br />

disse que olhava cada coisa à sua volta<br />

como se a visse pela última vez.<br />

Pela última ou pela primeira vez? Pela<br />

primeira vez foi outro escritor quem<br />

disse. Essa ideia de olhar pela última<br />

vez tem algo de deprimente. olhar de<br />

despedida, de quem não crê que a vida<br />

continua, não admira que o hemingway<br />

tenha acabado como acabou.<br />

Se eu morrer, morre comigo um certo<br />

modo de ver, disse o poeta. Um poeta é<br />

só isto: um certo modo de ver. O diabo é<br />

que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar.<br />

Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira<br />

vez o que você vê todo dia, sem ver.<br />

Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o<br />

que nos é familiar, já não desperta curiosidade.<br />

O campo visual da nossa rotina é<br />

como um vazio.<br />

Jornalista<br />

Vista cansada<br />

Você sai todo dia, por exemplo, pela<br />

mesma porta. Se alguém lhe perguntar o<br />

que é que você vê no seu caminho, você não<br />

sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um<br />

profissional que passou 32 anos a fio pelo<br />

mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá<br />

estava sempre, pontualíssimo, o mesmo<br />

porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe<br />

passava um recado ou uma correspondência.<br />

Um dia o porteiro cometeu a descortesia<br />

de falecer.<br />

Como era ele? Sua cara? Sua voz?<br />

Como se vestia? Não fazia a mínima ideia.<br />

Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado,<br />

o porteiro teve que morrer. Se um dia no<br />

seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo<br />

o rito, pode ser também que ninguém desse<br />

por sua ausência. O hábito suja os olhos<br />

e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o<br />

que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?<br />

Não, não vemos.<br />

Uma criança vê o que o adulto não vê.<br />

Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo<br />

do mundo. O poeta é capaz de ver pela<br />

primeira vez o que, de fato, ninguém vê.<br />

Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido<br />

que nunca viu a própria mulher, isso<br />

existe às pampas. Nossos olhos se gastam<br />

no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala<br />

no coração o monstro da indiferença.<br />

Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.


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Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 26<br />

A liderança continua<br />

Natália Boeira:<br />

a mulher do aço<br />

Qual a matéria-prima da Hybel? O<br />

que a empresa oferece para o mercado?<br />

A Hybel tem diversos tipos de matéria-prima,<br />

desde aços especiais em barras<br />

até peças fundidas - tanto de aço, como de<br />

alumínio. Apesar de nossa diversidade de<br />

matéria-prima ser de grande tamanho, a<br />

principal, atualmente, tanto em questão<br />

de custos como de qualidade, é o material<br />

fundido. Nosso produto final são bombas<br />

e motores óleo-hidráulicos. Neste sentido,<br />

a Hybel oferece ao mercado soluções hidráulicas,<br />

ou seja, não somos apenas uma<br />

fabricante de bombas e motores óleo-hidráulicos,<br />

mas sim uma empresa que está<br />

ao lado de seu cliente desde o momento do<br />

projeto das máquinas a serem colocadas no<br />

mercado, até o pós-venda, buscando market<br />

share com sustentabilidade.<br />

Jovem, mulher e à frente de uma<br />

equipe que é composta na sua grande<br />

maioria por homens. Como é lidar com<br />

esse cenário?<br />

Existem diversos tipos de personalidades<br />

neste mundo. A minha é movida<br />

a desafios. Sou o tipo que fica aficionada<br />

ao encarar qualquer tipo de desafio profissional.<br />

Talvez seja isto que não me deixe<br />

perceber “problemas”, pois nunca os<br />

encaro com a denotação negativa como a<br />

maioria das pessoas. O que normalmente<br />

digo é que, se não houvesse nada a resolver<br />

ou melhorar, não teríamos emprego. Portanto,<br />

no início percebi como desafio lidar<br />

com esse cenário, mas de longe o maior ou<br />

um dos maiores.<br />

Você possui conhecimentos que<br />

vão desde administração financeira<br />

à logística. Além de possuir conhecimento<br />

específico no segmento, quais<br />

as habilidades e capacidades que você<br />

considera imprescindíveis desenvolver<br />

para alcançar um cargo de alto escalão?<br />

Quais foram os seus principais<br />

desafios para chegar à CEo da empresa?<br />

dA REdAçÃo<br />

Quem não conhece o personagem<br />

das HQs da Marvel, o Homem<br />

de Ferro? Ele saiu dos quadrinhos<br />

para se lançar ao sucesso mundial<br />

nas telonas dos cinemas. A nossa<br />

Mulher do Aço da vida real, Natália<br />

Boeira, também se lança ao sucesso<br />

– profissional.<br />

CEO da Hybel há quatro anos,<br />

a empresária de apenas 29 anos<br />

comanda uma das empresas mais<br />

importantes do país no segmento<br />

de equipamentos hidráulicos. Conheça<br />

um pouco mais sobre essa jovem<br />

líder, de carreira promissora.<br />

Acho complicado dizer que a pessoa<br />

deva ser “a, b ou c”… para ascender profissionalmente,<br />

pois acredito que cada um<br />

tem seus meios e diferentes formas de ser<br />

e agir, e são exatamente estas diferenças<br />

os fatores que, muitas vezes provocam<br />

uma grande mudança em uma empresa,<br />

ou até mesmo em um setor. Portanto, não<br />

sou adepta ao clichê ou ao fato de que você<br />

tenha que ser “moldado” de certa forma<br />

para alcançar um cargo de alto-escalão. É<br />

claro que toda nossa sociedade e, principalmente,<br />

as próprias empresas buscam<br />

um “modelo ideal” para líder que muitas<br />

vezes difere de acordo com a cultura organizacional,<br />

com as pessoas, etc. Para alcançar<br />

um cargo de alto escalão é necessário<br />

amar desafios, saber encarar algo novo não<br />

como ameaça mas talvez como uma nova<br />

maneira de “enxergar” as coisas e, humildade<br />

acima de tudo.<br />

O principal desafio que encarei para<br />

eu chegar ao alto-escalão da empresa foi a<br />

cultura organizacional. Mas que. aos poucos<br />

- talvez por sensibilidade feminina,<br />

não sei, ou algo que já é meu mesmo - fui<br />

conseguindo mudar. É claro que isto não<br />

aconteceu da noite para o dia e sempre foi<br />

preciso mostrar que o resultado da mudança<br />

é positivo. Ainda há muito trabalho<br />

pela frente, mas é isto que nos move, não<br />

é mesmo?


Você é CEo da hybel há quatro<br />

anos. Quais foram as principais mudanças<br />

e conquistas desde a sua ascensão<br />

ao cargo e quais as suas metas para<br />

os próximos quatro anos na empresa?<br />

Veja bem, antes de assumir o cargo<br />

de CEO na empresa, já tinha trabalhado<br />

em diversos setores da mesma e, a cada<br />

local que eu passava, eu ia mudando ou<br />

adaptando algo para nos tornarmos mais<br />

ágeis, com maior controle da eficiência e<br />

eficácia dos sistemas. Portanto, assim que<br />

iniciei minhas atividades como CEO, logo<br />

coloquei em prática e “carimbei” algumas<br />

mudanças que eu acreditava serem necessárias.<br />

A principal delas foi aumentar o<br />

controle da eficiência e eficácia - sou aficionada<br />

por números e sempre digo que contra<br />

eles não há o que argumentar ou negar.<br />

Sempre carrego uma máxima em meus<br />

pensamentos: “só se administra o que se<br />

mede” – por isso, hoje temos indicadores<br />

de desempenho para quase tudo.<br />

A cultura organizacional que antes<br />

não tinha esta cobrança por metas ou medições<br />

começou a mudar, e hoje todos os<br />

funcionários conhecem as metas da em-<br />

presa e como ele auxilia neste compromisso.<br />

Assim, o nosso objetivo foi traçado e<br />

alcançado: tornar-nos mais ágeis em todos<br />

os sentidos. Se esta era a nossa meta até<br />

2012, a partir de 2013 serão anos de inovação<br />

das linhas de produtos. Temos muita<br />

coisa interessante no nosso departamento<br />

de engenharia e P&D para ser lançada, e<br />

muita coisa que está sendo patenteada. Enfim,<br />

serão anos para marcar a Hybel como<br />

uma das gigantes mais velozes e ágeis do<br />

setor hidráulico.<br />

Você tem um perfil de liderança<br />

participativa na gestão da empresa,<br />

e como disse, já passou por todos os<br />

setores até chegar ao cargo que ocupa<br />

atualmente. Como você lida com a<br />

burocracia (existente em qualquer setor)<br />

e qual sua relação com os funcionários?<br />

Entendo a burocracia como necessária<br />

até certo ponto, depois disso ela apenas<br />

engessa as empresas. Esta coisa de CEO<br />

com sua sala separada, apenas recebendo<br />

relatórios o dia todo, me dá arrepios! O<br />

layout do nosso escritório não tem pare-<br />

27 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

des - minha mesa fica ao lado de todos os<br />

funcionários; raramente estou nela, pois<br />

fico por toda parte. Quando preciso falar<br />

com alguém, vou até esta pessoa e nisso já<br />

verifico todos os outros setores, desde o recebimento<br />

da matéria-prima, inspeção da<br />

qualidade, produção, expedição até o chão<br />

de fábrica.<br />

há algum objetivo profissional<br />

que ainda não tenha alcançado?<br />

Sempre há, principalmente para uma<br />

pessoa que ainda não tem 30 anos completos!<br />

Como você se imagina daqui a 10<br />

anos - pessoalmente e profissionalmente?<br />

Espero ter colaborado em todos os<br />

sentidos para o crescimento da empresa<br />

que estou atuando, além de adentrar em<br />

outros negócios como sócia ou investidora.<br />

O segredo do futuro está no presente, portanto<br />

o negócio é trabalhar cada vez com<br />

mais afinco e, assim, construir o futuro!


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 28 Roberto Nogueira<br />

Historianhas do vinil (I)<br />

Recebi uma mensagem eletrônica sobre “as preferidas<br />

de Costa e Silva” que citei como uma das curiosidades<br />

da minha coleção. O LP chama-se “As minhas preferidas”,<br />

foi gravado em 1968, mesmo ano em que Costa e Silva assinou<br />

o célebre AI 5, ponto de partida para um período de<br />

crueza e escuridão democrática.<br />

Ave Maria no Morro, Minha Terra, Feitio de Oração, Chão<br />

de Estrelas,Canta Brasil, Prenda Minha, Lamento, Carolina, Noite<br />

Cheia de Estrelas, O que eu gosto de você e Na baixa do Sapateiro.<br />

Canções belíssimas. Pelo menos duas obras primas: Feitio<br />

de Oração de Noel e Vadico e Chão de Estrelas de Sylvio Caldas<br />

e Orestes Barbosa. Mal posso imaginar Costa e Silva chegando<br />

em casa, depois de assinar o AI 5, botando na vitrola Lamento,<br />

de Pixinguinha, ou Chão de Estrelas... “Minha vida é um palco<br />

iluminado...”. Agora só falta alguém me dizer que a preferida de<br />

Médici é “The Long and Widing Road”, Lenon e McCartney, embora<br />

faça algum sentido.<br />

ElIS E o toQUE dE EdU loBo<br />

Vamos pular essa parte e chegar até Elis Regina, a maior<br />

cantora do Brasil. Em 1966, com apenas 21 anos, Elis já era uma<br />

estrela. Não dava para imaginar que ela carregava alguma insatisfação<br />

com seu destino musical. Mas quando se lê a contracapa do<br />

LP ELIS, de 1966 (Na capa a face de Elis, gorinha), vamos nos deparar<br />

com um desabafo manuscrito pela própria, letrinhas miúdas:<br />

“Faz um tempão que eu queria gravar assim... Confesso que<br />

sempre me apavorou a ideia de me transformar numa cantora<br />

Consultor da Presidência da<br />

Confederação Nacional do Comércio<br />

robertonogueira@terra.com.br<br />

de televisão, que somente ‘funcionasse dentro de um programa<br />

de televisão’. Elis era um sucesso extraordinário. Junto com Jair<br />

Rodrigues apresentavam o célebre “Dois na Bossa” que rendeu 3<br />

LP de primeiríssima qualidade. Mas, a julgar pela sua cartinha na<br />

contracapa, ela não estava completamente feliz. A carta é longa<br />

e Elis segue abrindo seu coração: “Quem me mostrou as coisas<br />

erradas e acreditava (ele não disse mas eu senti) que eu pudesse<br />

voltar atrás foi... esse amigo: Edu Lobo”. Então ela gravou o que<br />

gostaria: Roda, Pra dizer adeus, Veleiro, Carinhoso, Canção do<br />

Sal... salve Edu!<br />

CANçõES PARA ChoRAR<br />

Recebo um novo amigo em casa. Paulista, presidente de<br />

um grupo que se torna cliente de meu escritório. Quis conhecer<br />

meus discos. Ao ver Astor Piazzolla pergunta-me se tenho um LP<br />

Piazzolla/Mulligan. Quem gosta de boa música sabe do que estou<br />

falando. Digo que tenho, mas o convido a ouvir Adios Nonino, do<br />

LP do mesmo nome, cvanção que até então acreditava ser a mais<br />

melancólica de Piazzolla, o bandoneon rasgando o peito, linda e<br />

triste, uma tristeza gostosa, impossível não chorar. Ele ouve e me<br />

diz, que tristeza, mas vamos ouvir do outro LP (Astor Piazzolla e<br />

Gerry Mulligan), bandoneon e sax barítono, Años de Solitud. A<br />

agulha começa a rasgar o vinil e a melodia vai saindo lentamente<br />

durante 4 minutos e 7 segundos de silêncio absoluto, ligação direta<br />

com coração, cérebro, mente, saindo em forma líquida pelo<br />

canal lacrimoso. Só ao terminar me dei conta desciam algumas<br />

lágrimas pela sua face. Eu não sabia que ele se enviuvara há alguns<br />

anos.<br />

As preferidas<br />

do general


Wilson Ibiapina<br />

A cachaça, feito o samba “Tempos<br />

Idos”, de Cartola, “aos poucos se aprimora<br />

e, sem cerimonia, parte para o estrangeiro.<br />

De conquista em conquista penetra na<br />

alta sociedade” e já é vendida em bares e<br />

restaurantes sofisticados, destronando o<br />

velho preconceito que a transformava em<br />

bebida de pobre e de irresponsável.<br />

A cachaça faz parte da cultura de nosso<br />

país mas, apesar de seu sabor único, de<br />

ser a bebida nacional, é discriminada. Ainda<br />

hoje tem gente que morre de vergonha<br />

se for flagrada tomando um gole de pinga.<br />

Talvez por causa do preço, virou bebida<br />

de pobre. Como é muito barata, a moçada<br />

abusa do aperitivo. Bebe até cair, ajudando<br />

a estigmatizar o produto que ainda é tido<br />

por alguns como bebida de gente desqualificada.<br />

Chamar alguém de cachaceiro é uma<br />

ofensa imperdoável, a não ser que o cidadão<br />

tenha presença de espirito e tire de<br />

letra como fez o ex-prefeito dse Caucaia,<br />

município do Ceará. Domingos Pontes,<br />

discursava inaugurando obras no mercado<br />

municipal, quando ouviu um grito: - cala a<br />

boca, cachaceiro!!.<br />

Domingão, sem perder a pose, respondeu<br />

na lata: -Quem dera fosse eu um<br />

cachaceiro, um fabricante de aguardente.<br />

Infelizmente, sou apenas um humilde consumidor.<br />

No Nordeste, até a literatura de cordel<br />

faz coro na discriminação:<br />

“A cachaça é moça branca<br />

Filha do<br />

pardo trigueiro<br />

Q u e m<br />

bebe muita<br />

cachaça<br />

Jornalista<br />

Não pode juntar dinheiro.”<br />

Os mineiros com suas marcas artesanais<br />

suavizaram o sabor, tiraram o cheiro<br />

forte. A bebida vai penetrando que nem<br />

faca em melancia. Hoje já se vê até grupos<br />

de mulheres em bares, restaurantes,<br />

jogando conversa fora em torno de uma<br />

pura.<br />

A compra da Ypioca pela britânica<br />

Diageo, fabricante do Johnnie Walker, um<br />

negócio de R$ 900 milhões, ajuda a diminuir<br />

preconceito.<br />

A última vitória da cachaça vem<br />

dos Estados Unidos, onde foi oficialmente<br />

reconhecida como<br />

produto de origem exclusivo<br />

do Brasil. Acabou com<br />

essa história de “brazilian<br />

rum”.<br />

O jornalista e escritor<br />

Reginaldo Vasconcelos<br />

não esquece “ a história<br />

do cara que quis tomar<br />

cachaça no restaurante de<br />

um hotel 5 estrelas da cidade.<br />

Não serviam cachaça.<br />

Então ele quis saber se<br />

serviam caipirinha. Sim,<br />

caipirinha serviam. Pediu<br />

então uma caipirinha, porém<br />

sem gelo, sem limão e<br />

sem açúcar. E desse modo<br />

pôde tomar a sua pinga sos-<br />

29 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Você ainda tem vergonha<br />

de pedir uma cachaça?<br />

segado, num belo copo long drink.”<br />

Acredito que está chegando o dia em<br />

que os garçons se orgulhem de oferecer<br />

uma caninha e que as pessoas não fiquem<br />

mais bebendo um scotch , vodca ou vinho<br />

com vergonha de pedir uma pinga.


Educação é tudo<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 30 luiz gonzaga Bertelli<br />

o governo<br />

federal vem elegendo<br />

o ensino<br />

técnico como o<br />

antídoto para<br />

atenuar um problema<br />

grave<br />

que preocupa o<br />

empresariado<br />

brasileiro: a escassez de mão de obra<br />

qualificada no mercado de trabalho.<br />

A prova de que a preocupação ganhou<br />

ares vitais na administração federal é<br />

o crescimento no investimento reservado<br />

para o ensino profissional nos últimos<br />

anos. Nos primeiros dois anos do<br />

governo da presidente dilma, foram<br />

ampliadas de 5% para 9% as despesas<br />

com o ensino técnico profissionalizante<br />

e tecnológico.<br />

Os gastos passaram de R$ 3,6 bilhões,<br />

em 2010, para R$ 7,6 bilhões, em 2012. Setenta<br />

por cento desse montante vai para a<br />

manutenção de 365 escolas técnicas e para<br />

a expansão de toda a rede. A quantidade de<br />

escolas também multiplicou-se nos últimos<br />

anos. De 2005 a 2012, foram construídas<br />

222 escolas técnicas, com a criação de mais<br />

Jornalista<br />

E-mail<br />

Prioridade do<br />

ensino técnico<br />

de 100 mil vagas para os jovens estudantes.<br />

Priorizar o ensino técnico é uma alternativa<br />

acertada para que o país consiga se<br />

manter competitivo no comércio internacional.<br />

A globalização exige estruturas tecnológicas<br />

mais complexas para as empresas,<br />

o que demanda uma parcela importante de<br />

funcionários capacitados para a realização<br />

de tarefas que exigem conhecimentos aprofundados.<br />

A falta de mão de obra, sentida<br />

hoje, é uma profunda ameaça, até mesmo,<br />

para a instabilidade econômica. Não existem<br />

empresas competitivas sem um capital humano<br />

de qualidade que responda às demandas<br />

frequentes do mercado.<br />

No ensino profissionalizante, o aluno<br />

aprende na prática, adquirindo a capacitação<br />

necessária para desempenhar as funções<br />

Saudades de Brasília<br />

histórias do século passado, do<br />

início dos anos 60 e um pouco à frente.<br />

Brasília era um monte de obras, terra<br />

vermelha, sol de rachar. Quase todos<br />

morávamos na Asa Sul, com poucos<br />

prédios construídos. A Asa Norte era<br />

só cerrado. o Eixão não estava todo<br />

pronto e às vezes jogávamos bola no<br />

asfalto deserto. Anos mais tarde, fizemos<br />

dos primeiros gramados nossos<br />

campos oficiais de pelada e éramos<br />

caçados pelos “graminhas”, guardas<br />

que zelavam pelo verde que começava<br />

a surgir nas superquadras. No seu<br />

duro ofício, tentavam confiscar a bola,<br />

mas não nos pegavam.<br />

O sonho da cidade ideal parecia dar<br />

certo. Na mesma escola classe estudavam<br />

filhos de senadores e dos contínuos dos senadores.<br />

Na Escola Classe 107, a diretora<br />

D. Lydia nos perfilava para conferir se os<br />

sapatos estavam engraxados e as unhas,<br />

cortadas. Li outro dia que uma professora<br />

em Brasília foi parar no hospital, agredida<br />

por um aluno que lhe arremessou a lata de<br />

lixo no rosto, depois de cobrado pela falta<br />

de atenção na aula...<br />

O lago era uma aventura. Não havia<br />

pontes e íamos às poucas casas de amigos<br />

do outro lado do lago contornando pela estrada<br />

que levava até o aeroporto. Era uma<br />

viagem, programada com antecedência.<br />

Do lado de cá, íamos nos fins de semana<br />

ao Cota Mil, onde o barato era descer até<br />

o fundo da piscina, para sermos vistos pelas<br />

meninas através das janelonas de vidro<br />

(ainda estão lá?). Havia também a piscina<br />

do Brasília Palace e os almoços no restaurante<br />

do hotel. Ou na Churrascaria do<br />

Lago. Durante a semana, às vezes formávamos<br />

uma turma para atravessar o cerrado e<br />

nadar no lago. Pescávamos cará.<br />

Mais tarde, já jovens, alguns com carro,<br />

íamos à noite para as “quebradas”, recantos<br />

às margens do lago, namorar, fazer<br />

assim que sair da<br />

escola. Por isso, é<br />

grande a porcentagem<br />

de jovens<br />

que saem com o<br />

diploma técnico<br />

ou tecnológico e<br />

já ingressam rapidamente<br />

no mercado<br />

de trabalho. É o que se vê em São Paulo,<br />

com os alunos das Escolas Técnicas (Etecs) e<br />

das Faculdades de Tecnologia (Fatecs).<br />

Apesar da maior atenção que o governo<br />

federal vem dando ao ensino técnico, o<br />

desenvolvimento tecnológico no país ainda<br />

deixa muito a desejar às nações consideradas<br />

mais privilegiadas e, até mesmo, <strong>entre</strong><br />

os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e<br />

África do Sul. Estamos largando atrás nesse<br />

processo, mas se os investimentos tiverem<br />

o foco correto ainda podemos dar a volta<br />

por cima e surpreender.<br />

*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente<br />

Executivo do Centro de Integração Empresa-<br />

Escola (CIEE), da Academia Paulista de<br />

História (APH) e diretor da Fiesp.<br />

Ricardo Pedreira<br />

fogueira, jogar conversa fora, tomar vinho<br />

barato. Tinha uma quebrada onde sintonizávamos<br />

melhor o programa do Big Boy,<br />

na Rádio Mundial, do Rio. Foi quando pela<br />

primeira vez ouvi Eric Clapton. Guitarra<br />

elétrica, céu estrelado!<br />

Crianças, não entendemos muito bem<br />

o golpe de 64. Mas aos poucos, pelos comentários<br />

dos adultos, soubemos que boa<br />

coisa não era. Nas paradas de Sete de Setembro,<br />

que aconteciam no Eixão, fazíamos<br />

pequena subversão, dizendo “abaixo<br />

a ditadura” em nossos walkie-talkies que<br />

interferiam nas comunicações dos milicos,<br />

e depois corríamos medrosos de volta para<br />

baixo dos blocos. No dia do golpe, meu pai<br />

ouvira no rádio a intenção dos militares<br />

“marcharem sobre Brasília”. “Na primeira<br />

tesourinha eles se perdem”, resmungou.<br />

Lembro também da conquista da<br />

Copa de 70, quando o Portuga, um maluco<br />

de carteirinha, no êxtase das comemorações<br />

subiu num caminhão em frente ao<br />

Beirute e tirou toda a roupa, ficou peladão.<br />

O que foi feito do Portuga? Dizem que<br />

morreu. Saudades de Brasília.


dA REdAçÃo<br />

o Brasil Protagonista<br />

e a Capital que<br />

demandamos<br />

há motivos sim para celebrarmos<br />

o Brasil e não se limita ao sonho de ganharmos<br />

a Copa de 2014, afinal, para<br />

esta conquista ainda temos várias<br />

dúvidas quanto aos nossos novos “craques<br />

artistas”.<br />

O Brasil é hoje palco de um desenvolvimento<br />

econômico generoso quando<br />

visualizamos a decadência de algumas<br />

economias mundiais, percebemos este<br />

progresso quando visitamos os Estados<br />

de nosso País que se propuseram a buscar<br />

uma melhor eficiência na gestão publica e<br />

acreditar na atratividade que o Brasil tem<br />

perante empresas exportadoras de classe<br />

mundial.<br />

No que se refere ao nosso desenvolvimento<br />

local – Brasília – percebemos dicotomias<br />

baseadas em uma “Cidade Planejada”<br />

e que hoje tem um porte já significativo<br />

no contexto de Brasil. Brasília, prodiga em<br />

atrair empreendedores na década de 60,<br />

soube alicerçar suas empresas através do<br />

compromisso com a confiabilidade e <strong>entre</strong>ga,<br />

cito como exemplo Dr Osório Adriano a<br />

quem nutro grande admiração e cujas empresas<br />

tem se perpetuado.<br />

É notória a percepção de que o Distrito<br />

Federal tem uma vocação nata para<br />

o desenvolvimento imobiliário e nele consolida<br />

seu crescimento econômico, permito-me<br />

discordar deste instrumento, pois<br />

acredito que a bolha imobiliária que vivemos<br />

em Brasilia é finita e os Governantes<br />

e Empresários, que nela especulam, cometem<br />

um erro de interpretação que décadas<br />

á frente será percebido de forma mais clara.<br />

Esta percepção é lastreada em estudos<br />

informais que tratam dos “Herdeiros de<br />

Brasilia”, cuja principal herança são conquistas<br />

passadas que ao não serem atualizadas<br />

denotam uma decadência que pode<br />

ser sufocante no futuro.<br />

O Brasil hoje se agiganta ao discutir<br />

temas de importância magna, tais como: a<br />

abertura dos Portos; a implementação da<br />

Infraestrutura a exemplo da modernização<br />

dos Aeroportos e Estradas; as medidas de<br />

indução á Competitividade da Indústria,<br />

d<strong>entre</strong> outros temas. Estes temas, abordados<br />

de forma disciplinada e bem intencionada,<br />

ratificam o Brasil da próxima década<br />

no âmbito das Grandes Economias do Século<br />

XXI.<br />

31 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

O futuro é hoje<br />

Enganam-se aqueles que têm a crença<br />

equivocada de que Brasilia não tem vocação<br />

para ser um pólo catalisador de desenvolvimento.<br />

Temos uma renda per capita<br />

ímpar no contexto brasileiro, solidificamos<br />

empresas que atuam em vários setores e<br />

seremos o hub da logística brasileira, desta<br />

forma não podemos nos apequenar na<br />

limitada bolha imobiliária. Certamente,<br />

a classe empresarial que se distingue em<br />

uma Brasilia de desbravadores perceberá<br />

a necessidade do crescimento atrelado ao<br />

foco de Fóruns Mundiais.<br />

Desejo Plantar através deste artigo<br />

a Semente da Brasilia 100 – anos. Aqueles<br />

que pouco conhecem a nossa Capital<br />

não sabem que a Política, atividade nobre<br />

que tem em sua essência engrandecer<br />

a Sociedade, não é mais a tinta abstrata<br />

que a maioria dos brasileiros percebe de<br />

uma forma equivocada. Mas Brasília é,<br />

sim, uma Cidade Plena, forjada na coragem<br />

de muitos que aqui chegaram e geraram<br />

frutos e, especialmente, famílias,<br />

que, acima de tudo, desejam vê-la mais<br />

preparada e pronta para desafios ainda<br />

maiores .


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 32 dA REdAçÃo<br />

Coragem ou precipitação?<br />

Exame como o de<br />

Angelina Jolie pode ser<br />

feito também no Brasil<br />

Comercializado pela Diagnóstika, o exame pode detectar<br />

mutação no gene reparador do DNA<br />

A Mastectomia é um procedimento<br />

cirúrgico para retirada completa da<br />

mama e é indicado em alguns tratamentos<br />

de câncer. Essa semana o procedimento<br />

foi bastante comentado, já<br />

que a atriz Angelina Jolie contou em<br />

detalhes, através de um artigo<br />

divulgado pelo<br />

jornal norte americano The New york<br />

times, que realizou o procedimento,<br />

como forma preventiva ao descobrir<br />

que possuía 87% de chances de desenvolver<br />

câncer de mama.<br />

A atriz constatou o fato após a realização<br />

de um exame que pesquisa a presença<br />

da mutação do gene BRCA1.<br />

Este é responsável pelo reparo<br />

dos danos na formação do<br />

‘novo DNA’ durante o<br />

processo de divisão celular.<br />

“Homens e mulheres<br />

que possuem alteração<br />

nesse gene têm<br />

maior predisposição<br />

aos tumores de mama<br />

e ovário, principalmente,<br />

mas também de tuba<br />

uterina, endométrio, cólon,<br />

próstata e pâncreas”,<br />

explica a médica Cristiane<br />

Nimir, especialista<br />

em Anatomia Patológica<br />

e responsável pelo setor<br />

de Patologia Mamária da<br />

Diagnóstika, maior e mais<br />

completo laboratório de<br />

Patologia Cirúrgica e Citopatologia<br />

do Brasil.<br />

Já a cirurgia deve ser<br />

feita em consenso <strong>entre</strong><br />

médico e paciente, mas é<br />

a medida mais eficaz para<br />

quem tem essa mutação<br />

especificamente. “A decisão<br />

da cirurgia é tomada para<br />

mulheres que já tiveram<br />

seus filhos e os amamentaram. Até lá, elas<br />

devem ser acompanhadas de perto, com<br />

exames de imagem frequentes” explica a<br />

médica. Pacientes que possuem mutação<br />

nesse gene têm o risco aumentado para<br />

câncer de mama em 80%, enquanto a população<br />

sem mutação este risco é <strong>entre</strong> 10<br />

e 12%. Assim, têm indicação da pesquisa<br />

da mutação do BRCA1, pacientes com história<br />

de várias mulheres com câncer de<br />

mama na família e que tiveram o aparecimento<br />

precoce. Vale ainda lembrar que os<br />

homens também podem ter a mutação e<br />

ter câncer de mama.<br />

Segundo o relato de Angelina, a decisão<br />

de realizar o teste deu-se por conta<br />

de sua mãe ter sido vencida pelo câncer de<br />

mama e falecido aos 56 anos. “Vale ressaltar<br />

que as mutações genéticas dos genes<br />

BRCA1 e também do BRCA2 são responsáveis<br />

por casos de câncer familiar. Uma<br />

das características desse tipo de câncer é<br />

ser mais comum em pacientes jovens e, no<br />

caso das mulheres, ainda não menopausadas”,<br />

complementa Cristiane.<br />

A maior vantagem da cirurgia é a diminuição<br />

do risco do desenvolvimento<br />

do câncer de mama ou ovário em quase<br />

100%. “Além disso, atualmente, com excelentes<br />

técnicas de reconstrução imediata<br />

(no mesmo ato cirúrgico para a retirada<br />

das mamas) a estética e a autoestima da<br />

paciente ficam preservadas”, finaliza a especialista.<br />

Sobre a Diagnóstika<br />

A Diagnóstika é considerada o maior<br />

e mais completo laboratório de Patologia<br />

Cirúrgica do Brasil. Hoje conta com uma<br />

equipe de mais de 150 funcionários, processa<br />

cerca de meio milhão de exames por<br />

ano e já pode ser comparada aos maiores<br />

centros de patologia cirúrgica do mundo.<br />

Como diferencial, o laboratório oferece<br />

avaliações integradas de patologia, imuno-histoquímica<br />

e diagnósticos de biologia<br />

molecular. O compromisso da Diagnóstika<br />

é colocar à disposição da equipe<br />

médica os diagnósticos mais precisos e<br />

informações decisivas, sempre de forma<br />

rápida e efetiva. Mais informações: www.<br />

diagnostika.med.br


A CAUSA<br />

O enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes é um<br />

dever de todo cidadão. Proteger nossa juventude signifi ca fortalecer o<br />

futuro da sociedade e contribuir para o desenvolvimento de cidadãos de<br />

caráter e autoestima elevada.<br />

Para combater esse mal, é preciso abrir os olhos, se importar com as<br />

pessoas e ter atitude humana de proteger, cuidar e amar o próximo.<br />

COMO IDENTIFICAR A VIOLÊNCIA SEXUAL<br />

Não desviando o olhar e identifi cando sinais como:<br />

Corporais<br />

• Problemas de saúde sem aparente causa clínica.<br />

• Doenças sexualmente transmissíveis, coceira na área genital e<br />

infecções urinárias.<br />

• Ganho ou perda de peso, visando afetar a atratividade para o agressor.<br />

• Traumatismo físico ou lesões corporais, por uso de violência física.<br />

Comportamentais<br />

• Mudanças comportamentais radicais.<br />

• Baixo nível de autoestima.<br />

• Medo ou pânico de certa pessoa.<br />

• Regressão a comportamentos infantis.<br />

Acesse carinhodeverdade.org.br e saiba mais como<br />

abraçar a causa do enfrentamento à violência sexual infantojuvenil no Brasil.<br />

Parceiros Uma iniciativa<br />

Sexualidade<br />

• Interesse ou conhecimento súbitos e não usuais sobre questões sexuais.<br />

• Certo grau de provocação erótica, inapropriado para uma criança.<br />

• Brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos.<br />

• Desenhar órgãos genitais com detalhes, além de sua capacidade etária.<br />

COMO DENUNCIAR<br />

A denúncia é um importante instrumento de intervenção da sociedade para<br />

coibir a violência sexual de crianças e adolescentes. Para fazê-la, você<br />

pode entrar em contato com:<br />

• Conselho Tutelar<br />

• Delegacias especializadas ou comuns<br />

• Polícia Militar<br />

• Polícia Federal<br />

• Polícia Rodoviária Federal<br />

Ou disque o número<br />

100.<br />

(A ligação é anônima).<br />

Conselho Nacional


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 34 oswaldo Rocha<br />

Retratos da Cidade<br />

Aniversário de Cláudia Pereira<br />

Com movimentado almoço na residência de sua mãe, Wilma Pereira, Cláudia<br />

reuniu seus familiares e amigos para festejar a data.<br />

Cláudia Pereira <strong>entre</strong> seu irmãos Ronaldo e Paulo Octávio, sua filha Maíra e<br />

sua mãe Wilma Pereira<br />

Ana Maria Gontijo, Wilma e Claudia Pereira Eloise e Christine Ururay<br />

Os participantes da comemoração<br />

Jornalista<br />

mundovip@terra.com.br<br />

Lisane Távora e Áurea Farah<br />

Salma Farah e Cleusa Ferreira


35 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Inauguração da Mostra Artefacto 2013<br />

Pompéia Addário, Denise Zuba e May Moura Sandra de Santis e o ministro Marco<br />

Aurélio de Melo com Paulo Zuba<br />

Denise Zuba e Tereza Barbosa<br />

Mônica Oliveira , Denise Zuba, Adeliza Muniz e Teresa Neves<br />

Cristiane Constantino comemorou<br />

seu aniversário no gran Cru<br />

A aniversariante <strong>entre</strong> suas cunhadas<br />

Sara e Renata Foresti<br />

Cristiane com sua irmã Auristela<br />

Constantino<br />

Márcia e George Zardo com filha Júlia<br />

Karla Osório festejou seus 50 anos no ECCO<br />

tratoria da Rosário<br />

O chef Rosário Tensier recebendo os<br />

cumprimentos do senador Aécio Neves pela<br />

conquista, pela décima vez, do troféu de melhor<br />

restaurante italiano de Brasília, realizado<br />

anualmente pela <strong>revista</strong> Veja<br />

Karla Osório com seus familiares A Embaixatriz Maria Guisela e o Embaixador dos Estados<br />

Unidos, Thomaz Alfred Shannon Jr. com a aniversariante


Vaidades<br />

Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 36 dA REdAçÃo<br />

dicas para mulheres que não abrem<br />

mão de cuidar da saúde para<br />

ficarem mais charmosas<br />

toda mulher já é bonita por natureza,<br />

mas é sempre bom alguns cuidados<br />

especiais para manter a beleza.<br />

Mas, de nada adianta cuidar do corpo<br />

e do guarda roupa e deixar de lado o<br />

principal: a saúde.<br />

Nutricionistas fizeram uma seleção<br />

dos principais nutrientes que uma mulher<br />

deve acrescentar nas refeições para ficar<br />

com a saúde em dia.<br />

“Ao elaborar um cardápio para os<br />

clientes sempre levam em conta os nutrientes<br />

que cada ingrediente tem e os benefícios<br />

que eles trarão. A maior preocupação<br />

é preparar um cardápio personalizado,<br />

saboroso e equilibrado”, comenta Andressa<br />

Barbosa, coordenadora do programa de<br />

educação nutricional da Risa Viva Melhor.<br />

Ferro e Vitamina C: O Ferro é um<br />

importante mineral devido à sua perda<br />

acentual nos períodos menstruais. Quando<br />

consumido juntamente com a vitamina<br />

C, sua absorção é ainda maior. Feijão, lentilha,<br />

couve e carnes como o fígado são grandes<br />

fontes de ferro. Os alimentos fontes de<br />

vitamina C são as frutas cítricas como a la-<br />

ranja, morango, maçã, acerola e tangerina.<br />

Esses alimentos são também antioxidantes,<br />

ou seja, combatem os radicais livres e<br />

evitam o envelhecimento.<br />

Cálcio: Os alimentos ricos em Cálcio<br />

são o leite e seus derivados, vegetais verdes<br />

escuros e peixes. Para quem não sabe,<br />

a menopausa está associada à osteoporose<br />

devido à baixa produção do hormônio<br />

estrogênio, responsável pela conservação<br />

dos ossos.<br />

Selênio: Presente na castanha do<br />

Pará, o selênio é um importante oxidante,<br />

responsável em fortalecer as funções cerebrais.<br />

Soja: A soja contém isoflavonas que<br />

colaboram com a diminuição do colesterol<br />

e podem amenizar os sintomas da menopausa<br />

devido à sua estrutura de fitoestrógeno.<br />

O estrógeno é um hormônio feminino<br />

que se encontra diminuído durante a<br />

menopausa, causando alguns desconfortos<br />

como calores, secura na pele, insônia, mudança<br />

de humor, <strong>entre</strong> outros.<br />

Betacaroteno: O betacaroteno está<br />

presente em vegetais alaranjados como cenoura<br />

e abóbora e em folhas verdes escuras<br />

como brócolis e espinafre. Ajuda na síntese<br />

de tecidos do corpo e possui indóis, que<br />

previnem o câncer de mama.<br />

Fibra e água: A constipação intestinal<br />

é uma queixa frequente. Para solucionar<br />

este problema, procure beber muita<br />

água, <strong>entre</strong> 1,5 e 2,5 litros todos os dias.<br />

Aumente a ingestão de fibras como verduras,<br />

legumes, frutas, cereais e grãos integrais.<br />

Consuma bastante água e fibras,<br />

além de ajudar no trânsito intestinal, hidrata<br />

o corpo e ajuda na eliminação de toxinas<br />

pelos rins.<br />

Inhame: O inhame ameniza as cólicas<br />

menstruais e outros sintomas das TPM.<br />

Reforça as defesas do organismo, estimula<br />

a libido e tem ação anti-inflamatória, deixando<br />

o organismo menos suscetível ao<br />

acúmulo de líquido e toxinas — evitando<br />

até a celulite.<br />

Serviço<br />

www.risarefeicoes.com.br


fabiana fernandes<br />

desconectar<br />

para me<br />

conectar<br />

Tenho 45 anos, mas às vezes, parece<br />

que tenho 70. Calma, não é de corpo. Enquanto<br />

muitos jovens adoecem de tanta<br />

tecnologia, eu preferia o mundo mais manual,<br />

mais pessoal, mais artesanal. Uma<br />

agenda com o telefone dos amigos em vez<br />

da lista de contatos do celular. A ligação de<br />

um telefone fixo em vez da conversa pelo<br />

telefone móvel do meio da rua. A máquina<br />

fotográfica quando se quer fotografar.<br />

Abrir o jornal de manhã e ler as notícias<br />

fresquinhas, que a gente não sabia na noite<br />

anterior. Cada coisa com a sua função.<br />

Cada uma na sua hora, uma de cada vez<br />

porque há tempo para tudo. Reconheço: a<br />

parte das notícias é a melhor. Saber rápido<br />

o que acontece é um feliz privilégio do nosso<br />

tempo.<br />

Quando comecei a trabalhar em redação,<br />

usava máquina de escrever. Errar alguma<br />

coisa, mudar de ideia, querer escrever<br />

tudo diferente significava muito trabalho<br />

pela frente. Não existia control C control<br />

V. Ter o telefone da casa de uma fonte era<br />

o máximo da intimidade. O normal era o<br />

telefone do trabalho e pronto.<br />

Hoje, é tanta tecnologia, que a gente<br />

parece estar ligado à eletricidade e ninguém<br />

pode ser desligado. Antes, trabalhávamos<br />

na hora do trabalho. Agora, tem<br />

trabalho nos pressionando 24 horas. Como<br />

ainda sonho com um mundo mais tranquilo,<br />

evito o computador quando chego em<br />

casa e não tenho internet no meu android.<br />

Android! Descobri outro dia que é isso que<br />

o meu celular é. Tablet, também não tenho.<br />

Mas nesse caso, confesso que até já tive<br />

vontade de ter. O problema é que fiquei<br />

imaginando: e se der um pau? E se pifar? E<br />

se eu perder tudo o que tenho nele?<br />

Jornalista<br />

De vez em quando, descubro alguma<br />

coisa realmente útil. Outro dia, passei<br />

duas horas conversando e – a melhor parte<br />

– vendo uma amiga que mora em Washington.<br />

Foi incrível! Queremos repetir a dose.<br />

Melhor do que falar, é poder ver a pessoa<br />

com quem a gente fala. Taí um jeito de vencer<br />

a saudade.<br />

O celular ainda é meu maior trauma.<br />

Prático quando se quer falar com alguém?<br />

Sem dúvida. Mas e se não atender? E se eu<br />

incomodar? Vai que a pessoa está no banheiro<br />

– com o celular? (Por que mesmo<br />

que alguém leva o celular para o banheiro?)<br />

E se ela não me ouvir ou vice versa?<br />

Lembra quando a gente não tinha celular?<br />

Falar com alguém era um momento de <strong>entre</strong>ga<br />

absoluta. O telefone preso na parede,<br />

o som perfeito e muita coisa pra contar.<br />

37 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013<br />

Matutando<br />

Imagine que já vivi um grande amor por<br />

telefone. Eu aqui. Ele lá, muito longe. E era<br />

uma delícia. Claro que dá pra namorar pelo<br />

celular, mas não é a mesma coisa. O celular<br />

é em qualquer lugar. O fixo é em casa,<br />

na intimidade. A gente não perde uma<br />

palavra. Já reparou quanta coisa a gente<br />

escuta mal pelo celular? Adoro falar com<br />

minha mãe pelo fixo. E ela também. Parece<br />

que pelo celular, a mensagem tem que<br />

ser curta – mesmo quando passamos uma<br />

hora conversando (grande parte do tempo<br />

repetindo o que a outra pessoa não ouviu<br />

direito). O celular acaba sendo um instrumento<br />

apenas para reduzirmos a conta de<br />

telefone.<br />

A tecnologia anda isolando muita<br />

gente. No restaurante onde almoço de vez<br />

em quando, já vi crianças com idade de 3<br />

anos que só comem porque os pais e avós<br />

mantêm ligada uma traquitana dessas que<br />

hipnotizam os seres humanos desde tão<br />

pequenos. Nos shoppings e cafés, as pessoas<br />

andam comendo acompanhadas de<br />

outras pessoas e cada uma delas utiliza um<br />

tablet ou celular ou notebook, enquanto<br />

fazem a refeição. Como isso é possível?<br />

Particularmente, acho imperdoável dividir<br />

a mesa e usar outra coisa que não seja o<br />

olhar e as palavras para aproveitar o momento.<br />

O almoço pode ser um saboroso<br />

encontro. Principalmente se for com quem<br />

a gente gosta.<br />

E fico me perguntando: por que buscamos<br />

tanta distração o tempo todo? Por<br />

que estamos sempre achando que fazer<br />

nada é um absurdo? Por que não parar e<br />

apenas observar, observar-se. No almoço,<br />

almoçar. Ao trabalhar, trabalhar. Ao deitar,<br />

dormir. Cada coisa em seu tempo, cada<br />

uma em seu lugar. Viver sem invasões, sem<br />

distrações, sem passatempos. Não quero<br />

passar o tempo. Quero apenas poder viver<br />

cada minuto, cada momento presente. E<br />

quando a tecnologia puder ser útil, ela que<br />

trabalhe pra mim. Porque é assim que tem<br />

que ser. Eu escolho.<br />

Uma coisa é certa: diferente de tanta<br />

gente que, mesmo aos 70 anos, aprecia a<br />

tecnologia, eu sigo rumo à velhice querendo<br />

estar cada dia mais perto de mim mesma,<br />

de vez em quando, das pessoas, e mais<br />

longe das modernas barreiras, que nos<br />

mantém na solidão.


Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 38 Vanessa Costa guimarães<br />

Love story<br />

Amor<br />

Não vamos falar de<br />

amor, falaremos sobre a<br />

falta dele...<br />

O que é mais importante<br />

para o homem?<br />

Dinheiro, status, fama<br />

e poder ou o amor?<br />

Relembremos que, com<br />

dinheiro, você compra boas viagens.<br />

O prestígio anexado à sua<br />

posição na sociedade é reflexo do seu<br />

status. Com a fama, adquire-se notoriedade,<br />

e quem possui poder possui<br />

também o direito de agir, de decidir e de<br />

mandar.<br />

Sem amor, você também consegue<br />

mais do que bens materiais. Compra<br />

amizades, compra companhias e compra<br />

até felicidade, uma felicidade momentânea.<br />

Agora, sejamos realistas: com o<br />

amor você não compra nada. Porém você<br />

cativa, emociona e é emocionado, você<br />

ama e é amado, apaixona e conquista até<br />

o que não lhe foi dado.<br />

Você descobre por que trocaria todo<br />

luxo e conforto por um acampamento<br />

<strong>entre</strong> amigos. Aprende que a verdadeira<br />

felicidade não se compra, porque ela só<br />

existe quando temos, ao lado, pessoas<br />

na mesma sintonia. Pessoas capazes de<br />

criar, de sonhar, de rir, de chorar e de<br />

dançar no mesmo ritmo que o seu. Ah! E<br />

essas pessoas nunca estão à venda.<br />

Se não sabemos o dia de amanhã,<br />

por que economizamos amor todos os<br />

dias?<br />

O amor está no jeito especial que alguém<br />

te olha. Na forma envolvente que<br />

te abraçam. Na atenção dada aos seus<br />

problemas<br />

e à<br />

importância<br />

colocada<br />

em tudo que dizes.<br />

Dificilmente será fruto<br />

do seu poder. O amor está<br />

no fato de sentir-se bem. Ter com quem<br />

compartilhar momentos únicos. Visualizar<br />

um sorriso sincero que lhe é direcionado<br />

ou simplesmente ouvir palavras<br />

sinceras que lhe fazem sorrir. Nada tem<br />

a ver com sua conta bancária. O amor<br />

está no carinho atribuído ao apelido que<br />

te chamam. No elogio inesperado. Na<br />

magia que surge em uma dança, ou na<br />

forma como cuidam de você enquanto<br />

não pode dançar... e isso acontece independentemente<br />

da fama ou do sucesso<br />

de alguém.<br />

A falta de amor está diretamente ligada<br />

à inversão de valores. Portanto, são<br />

vítimas também aqueles que possuem<br />

uma situação financeira estável, uma posição<br />

favorável. Conquistaram reconhecimento<br />

e, por isso, têm maior facilidade de<br />

Jornalista<br />

atraírem pessoas que colocam<br />

seus próprios interesses à<br />

frente de qualquer relacionamento.<br />

O amor existe dentro daquele que<br />

se incomoda com o desinteresse do próximo,<br />

que se rebela ao ver maus tratos<br />

aos animais, que se entristece por saber<br />

que a fome e a miséria existem e que tantos<br />

não se importam com isso.<br />

Muitos falarão das oportunidades<br />

que você perdeu e do que fariam se estivessem<br />

em seu lugar... mas poucos<br />

vão perceber que foi em cada detalhe,<br />

sem propósito, que o amor foi cultivado<br />

dentro de você. E que a sua importância<br />

nada mais é que a importância que os<br />

outros lhe atribuem.<br />

Poucos vão entender também que,<br />

embora seja absolutamente possível seguir<br />

sem amor, acreditar nele e fazer o<br />

bem são premissas básicas para se viver<br />

em paz com o coração. Errar e acertar,<br />

sorrir e chorar, viver e morrer, nada disso<br />

poderá ser evitado, mas <strong>entre</strong> ser triste<br />

ou feliz, a opção a ser escolhida será somente<br />

sua.


dA REdAçÃo<br />

A partir de agora, as vendas de<br />

ingressos para a visitação do cartão<br />

postal do Rio de Janeiro, o Cristo<br />

Redentor, pelo acesso trem do Corcovado,<br />

será apenas pela internet,<br />

por meio da Ingresso Com desconto,<br />

empresa especializada na pré-venda<br />

de ingressos de mais de 33 parques e<br />

atrações turísticas no Brasil.<br />

A ICD é a responsável pela venda via<br />

internet do Trem do Corcovado há três<br />

anos e agora é o único canal de vendas<br />

para o acesso de uma das Sete Novas Maravilhas<br />

do Mundo Moderno. Muitas são<br />

as vantagens desse formato de compra,<br />

<strong>entre</strong> elas, a possibilidade de agendar dia<br />

e hora para o passeio, sem a necessidade<br />

de ficar em filas para a compra do ingresso,<br />

conforto e segurança no momento<br />

da compra e sigilo total das informações<br />

bancárias. E para atender ao público nacional<br />

e internacional, o site de compras<br />

de ingressos ICD está disponível em sete<br />

idiomas: português, inglês, espanhol,<br />

francês, italiano, alemão e polo nês.<br />

Maria Santana que realizou a compra<br />

para a visitação do Cristo Redentor,<br />

via Trem do Corcovado, pela ICD, disse<br />

que não teve dificuldades para comprar<br />

o seu ingresso. “O site é bastante claro,<br />

senti segurança, não existe complexidade,<br />

qualquer pessoa que tenha um mínimo<br />

de noção de informática compra com<br />

facilidade, além de ser cômodo, sem necessidade<br />

de locomoção e de filas”, acrescentou.<br />

E mais: na ICD cada parceiro é único<br />

e, portanto, são desenvolvidas ferramentas<br />

para facilitar a compra de ingresso via<br />

Internet. No caso do Trem do Corcovado,<br />

ao acessar o site www.corcovado.com.br,<br />

o comprador logo é informado da nova<br />

regra de vendas apenas pela internet e,<br />

ao clicar no local indicado, é direcionado<br />

ao site da Ingresso Com Desconto.<br />

Além disso, a ICD desenvolveu uma<br />

ferramenta que possibilita a aquisição<br />

dos tíquetes por meio da Rede Social<br />

Facebook do Trem do Corcovado (www.<br />

facebook.com.br/tremdocorcovado) ou<br />

pela fanpage da Ingresso Com Desconto<br />

(www.facebook.com.br/ingressocomdesconto)<br />

com todas as vantagens e<br />

segurança do acesso via site venda de<br />

ingressos para a JMJ – É importante<br />

esclarecer ao público visitante do Trem<br />

do Corcovado, que devido ao evento internacional<br />

Jornada Mundial da Juventude,<br />

que acontecerá no Rio de Janeiro,<br />

quando são esperadas mais de três milhões<br />

de pessoas, uma estratégia especial<br />

foi desenhada. As vendas com data<br />

e hora marcada já estão disponíveis para<br />

o período de utilização de 17 de Julho a<br />

primeiro de Agosto, inclusive para o período<br />

que compreende o evento de 23 a<br />

28 de Julho.<br />

INgRESSo CoM dESCoNto<br />

A Ingresso Com Desconto é uma<br />

empresa especializada na criação de soluções<br />

para parques e atrações turísticas<br />

de todo o Brasil. Com mais de quatro<br />

anos de atuação no mercado, já ostenta<br />

uma carteira com mais de 30 parques e<br />

atrações turísticas, que somam mais de<br />

80 endereços de diversão em todo o Brasil.<br />

Com o slogan Hoje é Dia de Parque, a<br />

ICD é líder no segmento, com uma ferramenta<br />

online para venda antecipada de<br />

ingressos para parques e atrações turísticas<br />

e na criação de soluções para estes<br />

estabelecimentos.<br />

www.ingressocomdesconto.com.br<br />

39 Revista Entre Lagos • Edição 85 • ABR-2013 RJ<br />

Modernidade<br />

Cristo Redentor via trem do<br />

Corcovado só pela internet<br />

ICD desenvolve ações para facilitar a compra de ingressos


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