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Hipoadrenocorticismo primário no cão - UTL Repository ...

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demasiado rápida da hiponatrémia crónica, uma vez que não é dado ao cérebro tempo<br />

suficiente para se reajustar, resultando num desequilíbrio electrolítico do líquido extracelular<br />

que rodeia as células do sistema nervoso central. Como factores de risco para a ocorrência<br />

desta situação podemos referir a hipocalémia, a doença hepática e a má condição corporal. A<br />

mielinólise é uma complicação rara e grave. No entanto, a recuperação completa da função<br />

neurológica nestes pacientes é possível (Brady, Vite & Drobatz, 1999)<br />

Com efeito, na hiponatrémia crónica ocorre uma translocação adaptativa de líquido<br />

extracelular <strong>no</strong> cérebro, de forma a prevenir o edema cerebral. As células do cérebro<br />

sintetizam bombas nas membranas para retirar catiões e solutos orgânicos, de tal forma que o<br />

Na + , o K + , o Cl - e outros solutos, como a glutamina, glutamato, mioi<strong>no</strong>sitol, saiem<br />

rapidamente das células. Devido a este mecanismo de adaptação, o equilíbrio do gradiente<br />

osmótico entre o líquido extracelular e o líquido intracelular é restaurado e mantido em 2 ou 3<br />

dias. No entanto, o cérebro requer até cerca de uma semana para reverter estas alterações<br />

adaptativas (Soupart & Decaux, 1996; MacMillan, 2003). Por esse motivo, após a rápida<br />

correcção dos valores do Na + , as células ficam em risco de stress osmótico à medida que o<br />

plasma fica hipertónico em relação ao líquido extracelular, o que resulta em desidratação<br />

cerebral, edema intramielínico, quebra da barreira hemato-encefálica e degeneração<br />

oligodendrítica (Brady et al., 1999).<br />

Os sinais neurológicos apresentados são so<strong>no</strong>lência, depressão, fraqueza, ataxia, tetraparesia,<br />

diminuição da propriocepção e hipermetria (McCabe, Feldman, Lynn & Kass, 1995; Meeking<br />

2007). Esta complicação tem maior probabilidade de ocorrer em animais em mau estado<br />

nutricional. Esta condição está provavelmente pouco documentada pois na maioria das vezes<br />

estes sintomas podem confundir-se com as alterações atribuídas ao HpoAC (Brady et al.,<br />

1999; Meeking, 2007).<br />

Segundo Brady et al. (1999), a forma de prevenir esta complicação consiste em monitorizar a<br />

concentração de Na + , a qual não deverá sofrer um aumento superior a 25 mEq/L nas primeiras<br />

48 horas.<br />

O uso de mineralocorticóides <strong>no</strong> tratamento do HpoAC agudo pode também predispor a esta<br />

situação. Segundo Meeking (2007) o tratamento pode, na maioria dos casos, ser conseguido<br />

com sucesso apenas recorrendo ao uso de fluidoterapia e de glucocorticóides, iniciando-se<br />

apenas os mineralocorticóides após estabilização inicial do paciente.<br />

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