Hipoadrenocorticismo primário no cão - UTL Repository ...
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3.3. Diagnóstico<br />
Os sinais clínicos do HpoAC são subjectivos, pouco específicos e intermitentes, sendo desta<br />
forma compatíveis com outras situações tais como doenças gastrointestinais primárias,<br />
doenças renais e doenças neuromusculares.<br />
As alterações electrolíticas típicas do HpoAC (diminuição da concentração de Na + e aumento<br />
da concentração de K + ) são frequentemente as primeiras alterações laboratoriais que levam o<br />
clínico a considerar esta doença como a causa mais provável dos sinais clínicos apresentados.<br />
Na medida em que o io<strong>no</strong>grama não faz parte, por rotina, do painel de exames<br />
complementares de diagnóstico requerido pelos clínicos, é fácil de compreender que muitas<br />
vezes não se detectem estas alterações (Lathan & Tyler, 2005).<br />
O diagnóstico desta doença, pelas razões atrás apontadas, é muitas vezes um desafio clínico e<br />
exige a conjugação integrada da informação obtida pela história pregressa, pelo exame clínico<br />
e pelos exames complementares.<br />
3.3.1. História<br />
A maioria dos cães com HpoAC apresenta problemas crónicos e progressivos, ou seja, exibem<br />
sinais e sintomas que aumentam de gravidade e de frequência à medida que a doença vai<br />
evoluindo. Estes factos podem ser explicados pela destruição progressiva da glândula adrenal<br />
que, apesar de conseguir responder às necessidades <strong>no</strong>rmais do organismo, é insuficiente na<br />
resposta em situações de stress (Reusch, 2005). Assim, os sinais mais referidos pelos<br />
proprietários são: a<strong>no</strong>rexia, letargia, vómito, perda de peso, diarreia, poliúria, polidipsia,<br />
tremores e fraqueza muscular (Thompson et al., 2007).<br />
Uma percentagem mais reduzida de animais, chega ao veterinário em situação de urgência,<br />
em crise adrenal aguda. Nestes casos, a história obtida dos proprietários refere o aparecimento<br />
súbito de prostração, de apatia, de a<strong>no</strong>rexia e de imobilidade. Se o médico veterinário for<br />
minucioso <strong>no</strong> interrogatório, facilmente verifica que outros sinais ligeiros já se manifestavam,<br />
por vezes, há meses, apesar de não ter sido dada a devida importância, por não terem sido<br />
considerados graves nem debilitantes para o animal (Lathan & Tyler, 2005).<br />
3.3.2. Exame clínico<br />
Os sinais clínicos do HpoAC variam desde uma crise hipovolémica aguda até uma panóplia<br />
de sinais crónicos, vagos e inespecíficos, tal como é apresentado <strong>no</strong> quadro 2. Esta variação<br />
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