Hipoadrenocorticismo primário no cão - UTL Repository ...
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A destruição do córtex da adrenal é, na maioria dos casos, de natureza idiopática ou<br />
imu<strong>no</strong>mediada (Church, 2004). Muitos investigadores têm descrito uma atrofia bilateral das<br />
adrenais com presença de infiltrados mo<strong>no</strong>nucleares bem como anticorpos anti-adrenal em<br />
cães com HpoAC <strong>primário</strong> (Boujon et al., 1994; Church, 2004). São também referidas outras<br />
causas, me<strong>no</strong>s comuns, de destruição do córtex da adrenal, embora estas não estejam tão bem<br />
documentadas: doenças infecciosas e destruição secundária a hemorragias por coagulopatias<br />
(Church, 2004). A metastização de tumores, a infiltração linfomatosa, doença granulomatosa,<br />
e as causas iatrogénicas por remoção cirúrgica das adrenais ou ainda administração de<br />
farmacos adre<strong>no</strong>corticolíticos tais como o mitota<strong>no</strong> e o trilosta<strong>no</strong> são também causas de<br />
HpoAC <strong>primário</strong> (Boysen, 2008).<br />
O HpoAC secundário é raro <strong>no</strong> <strong>cão</strong>, com me<strong>no</strong>s de 5% do total de casos (Church, 2004), e<br />
surge por deficiência na síntese de ACTH. Esta leva a uma insuficiência selectiva em<br />
glucocorticóides e, embora a zona glomerulosa do córtex possa sofrer uma ligeira atrofia, a<br />
produção de aldosterona é mantida, razão pela qual o animal apenas apresenta<br />
hipocortisolémia, sendo os sinais clínicos apresentados subtis (Thompson et al., 2007;<br />
Boysen, 2008). As possíveis causas mais comuns para esta situação incluem a neoplasia do<br />
hipotálamo ou da hipófise e causas iatrogénicas por suspensão brusca da terapêutica com<br />
glucocorticóides ou com progesterona (Mooney, 2007). Como causas me<strong>no</strong>s comuns<br />
podemos referir os traumatismos e as lesões inflamatórias (Boysen, 2008; Meeking, 2007).<br />
3.2.1. Deficiência mineralcorticóide<br />
A deficiência mineralocorticóide leva a alterações na homeostase do equilíbrio hídrico,<br />
equilíbrio eletrolítico e do equilíbrio ácido-base.<br />
A ausência de secreção de aldosterona resulta numa perda de Na + , de Cl - e de água através da<br />
urina. Também <strong>no</strong> tubo digestivo, principalmente <strong>no</strong> cólon, a ausência e/ou diminuição desta<br />
hormona leva à não reabsorção do Na + e, consequentemente, do Cl - e da água, originando<br />
diarreia que é acompanhada frequentemente por vómito, resultando num agravamento da<br />
depleção do volume de líquido extracelular. À medida que este diminui, o volume<br />
intravascular diminui, o débito cardíaco diminui e o choque hipovolémico instala-se (Boysen,<br />
2008).<br />
A manutenção da concentração do K + sérico depende fundamentalmente da sua excreção<br />
renal, estimulada pela aldosterona. Assim, a ausência ou diminuição da secreção desta<br />
hormona resulta numa hipercalémia marcada, que é realçada pela diminuição da perfusão<br />
renal e, consequentemente, da diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG). Por último, a<br />
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