Complicações da cirurgia bariátrica
Complicações da cirurgia bariátrica
Complicações da cirurgia bariátrica
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Complicações</strong> <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong><br />
Christiany de Barros Valente, Médica Clínica Geral, Instituto Terzius Informação e Formação em<br />
Saúde, Endereço: Rua Nove de julho, n. 125, Parque Nove de Julho, São Roque-SP, Telefone: (011)<br />
4712-9430, e-mail: chrisdoctor@bol.com.br<br />
Prof. Dr. Renato Giuseppe Giovanni Terzi, Endereço: Telefone: (019) 3231-8232,<br />
e-mail: contato@terzius.com.br.<br />
RESUMO<br />
A obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> é uma epidemia crescente que sobrecarrega os sistemas de saúde e tem<br />
grande impacto sobre a mortali<strong>da</strong>de. A <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> é ca<strong>da</strong> vez mais utiliza<strong>da</strong> mundialmente<br />
para o tratamento de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> (IMC > ou = 40 kg/m2). Uma eficaz per<strong>da</strong> de peso é<br />
consegui<strong>da</strong> em pacientes obesos mórbidos após a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, e a grande maioria dos<br />
pacientes resolve seus problemas de hiperlipidemia, diabetes, hipertensão e apnéia obstrutiva do<br />
sono. Porém, esta intervenção <strong>cirurgia</strong> também apresenta complicações tais como: deficiência<br />
nutricional, complicações neurológicas, respiratórias e cardiovasculares. Devido a estas<br />
complicações, aumentou-se a incidência de pacientes internados em Uni<strong>da</strong>de de Terapia Intensiva<br />
após a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, para que essas complicações possam ser controla<strong>da</strong>s e resolvi<strong>da</strong>s.<br />
Palavras-chave: Obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>; Cirurgia <strong>bariátrica</strong>; Per<strong>da</strong> de peso; <strong>Complicações</strong>; Uni<strong>da</strong>de de<br />
Terapia Intensiva.<br />
SUMMARY<br />
Morbid obesity is a growing epidemic that overloads the health systems and has great impact on<br />
mortality. Bariatric surgery is increasingly used worldwide for the treatment of morbid obesity (BMI > or<br />
= 40 kg/m2). Effective weight loss is achieved in morbidly obese patients after bariatric surgery, and<br />
the most of patients solves their problems of diabetes, hypertension and obstructive sleep apnea.<br />
However, this intervention surgery also presents complications such as nutritional deficiency,<br />
neurological, respiratory and cardiovascular diseases. Due to these complications, increased the<br />
incidence of patients hospitalized in the Intensive Care Unit after bariatric surgery, so that these<br />
complications can be controlled and resolved.<br />
Key-words: Morbid Obesity, Bariatric Surgery, Weight Loss, Complications, intensive care unit.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O excesso de peso é o sexto mais importante fator de risco que contribui para a<br />
obesi<strong>da</strong>de em todo o mundo. Adultos e crianças, ambos os sexos, estão com sobrepeso ou<br />
obesi<strong>da</strong>de. E a esperança média de vi<strong>da</strong> já está diminuí<strong>da</strong> devido às principais<br />
conseqüências adversas como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, e<br />
vários tipos de câncer. A obesi<strong>da</strong>de, com sua varie<strong>da</strong>de de comorbi<strong>da</strong>des, necessita de<br />
avaliação clínica cui<strong>da</strong>dosa para identificar os fatores subjacentes e para permitir uma<br />
assistência coerente. A epidemia reflete problemas relacionados com a diminuição <strong>da</strong><br />
ativi<strong>da</strong>de física, mu<strong>da</strong>nças dietéticas, pouco consumo de energia, entre outros (HASLAM;<br />
JAMES, 2005).
A obesi<strong>da</strong>de é considera<strong>da</strong> a segun<strong>da</strong> causa de morte prematura passível de<br />
prevenção, depois do cigarro. Um exemplo é que nos EUA a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> pode reduzir<br />
até 89% o risco de mortali<strong>da</strong>de em pacientes obesos (BAGATINI et al., 2006).<br />
De acordo com a Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS), estima-se que, pelo menos,<br />
1 bilhão de pessoas esteja com excesso de peso e aproxima<strong>da</strong>mente 300 milhões sejam<br />
obesos (HASLAM; JAMES, 2005).<br />
E projeções basea<strong>da</strong>s em inquéritos nacionais realizados nas últimas déca<strong>da</strong>s<br />
estimam que a obesi<strong>da</strong>de atinja, em 2025, 40% <strong>da</strong> população nos EUA, 30% na Inglaterra e<br />
20% no Brasil (CONDE; BORGES, 2011).<br />
Dietas nutricionais, tratamentos farmacológicos e melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do estilo de<br />
vi<strong>da</strong> dos indivíduos com obesi<strong>da</strong>de, às vezes, têm resultados decepcionantes e recidivas<br />
constantes. Isto porque a obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> geralmente é refratária à dieta e ao tratamento<br />
medicamentoso, mas geralmente responde bem à <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, muito utiliza<strong>da</strong> nos<br />
últimos anos (COLQUIT et al., 2003; BUCHWALD et al., 2004; CENDÁN et al., 2005;<br />
PIERACCI; BARIE; POMP, 2006; MELO et al., 2009).<br />
Porém, Helling et al. (2004) relatam que a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> pode estar associa<strong>da</strong> a<br />
graves complicações pós-operatórias que exigem cui<strong>da</strong>dos intensivos.<br />
Geralmente a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> é bem tolera<strong>da</strong>, mas reconhece-se sua associação<br />
com algumas complicações pós-operatórias que requerem cui<strong>da</strong>dos intensivo, eletivos ou<br />
emergenciais (VARON, 2001; CENDÁN et al., 2005; RAY et al., 2005; TRUS; POPE;<br />
FINLAYSON, 2005; PIERACCI; BARIE; POMP. 2006).<br />
O estudo dessa temática é relevante ao se considerar que a obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> é<br />
um grave problema de saúde pública e a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> proporciona redução de peso<br />
maior e mais durável do que as intervenções farmacológicas e comportamentais, embora<br />
possam surgir complicações no pós-operatório (SANTRY; GILLEN; LAUDERDALE, 2005). O<br />
questionamento que se apresenta é: mesmo com as complicações que a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong><br />
traz, esta ain<strong>da</strong> é indica<strong>da</strong> como uma <strong>da</strong>s únicas opções para melhora na quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />
dos obesos mórbidos?<br />
Helling et al. (2004) relatam que a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> pode estar associa<strong>da</strong> a graves<br />
complicações pós-operatórias que exigem cui<strong>da</strong>dos intensivos.<br />
Objetivos mostrar os tipos e complicações <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, que justificam a<br />
necessi<strong>da</strong>de do paciente permanecer em Uni<strong>da</strong>de de Terapia Intensiva (UTI).<br />
A metodologia utiliza<strong>da</strong> foi a revisão bibliográfica com opinião de vários autores<br />
sobre o assunto em questão.<br />
1
1 A OBESIDADE MÓRBIDA<br />
A obesi<strong>da</strong>de, de acordo com Bagatini et al. (2006) é vista como um problema de<br />
saúde pública, considerado grave em nível mundial, atingindo tanto os países desenvolvidos<br />
quanto em desenvolvimento.<br />
A prevalência <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m², aumentou<br />
drasticamente nos últimos 40 anos, atingindo um terço <strong>da</strong> população <strong>da</strong> América do Norte e<br />
Europa, com índices (IMC ≥25 kg/m²) de mais de 40% <strong>da</strong> população em nosso meio. Esta<br />
prevalência tem relação com um significativo aumento de comorbi<strong>da</strong>des como, diabetes<br />
melito Tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistólica (HAS), doença cardiovascular, apnéia do<br />
sono, doenças musculoesqueléticas e neoplasias (FARIA et al., 2010).<br />
Segundo Bagatini et al. (2006, p. 206), “estima-se que de 1% a 6% dos gastos totais<br />
de saúde nos países ricos são relacionados com a obesi<strong>da</strong>de, e os gastos públicos são<br />
ain<strong>da</strong> maiores devido à per<strong>da</strong> de produtivi<strong>da</strong>de e ao pagamento de pensões”.<br />
Nasser e Elias (2003) comentam que foram elaborados consensos nos Estados<br />
Unidos sobre a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de e os critérios de aplicação para tratamento cirúrgico,<br />
referen<strong>da</strong>dos pela Federação Internacional para Cirurgia Bariátrica (IFSO) e Socie<strong>da</strong>de<br />
Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB), onde foram adotados os seguintes parâmetros:<br />
grau de obesi<strong>da</strong>de acentuado, resistência ao tratamento clínico, presença de doenças<br />
associa<strong>da</strong>s, risco cirúrgico aceitável, capaci<strong>da</strong>de do paciente em compreender as<br />
implicações <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong>.<br />
2 CIRURGIA BARIÁTRICA<br />
Para pacientes com obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, ou seja, IMC>40kg.m-2, refratária ao<br />
tratamento clínico ou para pacientes com IMC > 35 kg.m-2 com comorbi<strong>da</strong>des, o tratamento<br />
cirúrgico é bem reconhecido. Este tratamento tem se mostrado seguro, mas não isento de<br />
complicações, como, por exemplo, distúrbios nutricionais e complicações neurológicas, que<br />
são considerados como mais incapacitantes e potencial maior de sequelas (REMÍSTICO et<br />
al., 2011).<br />
A <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> é apropria<strong>da</strong> para pacientes que estão em alto risco de, ou que<br />
já têm complicações médicas <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>. Esta <strong>cirurgia</strong> leva à per<strong>da</strong> de peso<br />
mais significativo do que o manejo convencional e tem a vantagem de ser um tratamento a<br />
longo prazo para um problema crônico de saúde. Esta <strong>cirurgia</strong> é um procedimento eletivo,<br />
geralmente realizado em pacientes jovens e a taxa de admissão no pós-operatório na<br />
Uni<strong>da</strong>de de Terapia Intensiva (UTI) deve ser baixa. No entanto, pacientes com obesi<strong>da</strong>de<br />
grave frequentemente apresentam múltiplas comorbi<strong>da</strong>des e pacientes submetidos à<br />
2
<strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> podem requerer internação em UTI ou internação prolonga<strong>da</strong>. A<br />
permanência em UTI é mais importante para aqueles pacientes com índice de massa<br />
corpórea (IMC) > 60 kg/m(2) e com apnéia obstrutiva do sono (COLQUIT et al., 2003; EL-<br />
SOLH, 2004; LIVINGSTON, 2004; STEINBROOK, 2004; EL SHOBARY et al., 2008;<br />
THORNTON et al., 2012).<br />
De acordo com Colquit et al. (2009), a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> para obesi<strong>da</strong>de deve ser<br />
considera<strong>da</strong> quando os outros tratamentos tradicionais falharam. As pessoas que são<br />
elegíveis para esta <strong>cirurgia</strong> têm um índice de massa corporal (IMC) maior que 40 ou maior<br />
que 35 com doenças relaciona<strong>da</strong>s, tais como diabetes tipo 2.<br />
Bagatini et al. (2006) refere que o tratamento cirúrgico para pacientes obesos<br />
mórbidos é considerado eficaz de manutenção do controle ponderal por longo prazo.<br />
Por um lado a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> atua na redução <strong>da</strong>s comorbi<strong>da</strong>des associa<strong>da</strong>s à<br />
obesi<strong>da</strong>de, por outro, cria um novo perfil de pacientes, que é passível de sofrer diversas<br />
complicações que desafiam os profissionais <strong>da</strong> saúde (MENEZES; HARADA; ALVAREZ,<br />
2008).<br />
2.1 Tipos de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong><br />
A <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> se desenvolveu com base em três mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de tratamento,<br />
que contem três mecanismos distintos: má absorção, má absorção e restrição, restrição<br />
pura (KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
2.1.1 Procedimentos por má absorção<br />
Bypass jejunoileal:<br />
Este procedimento foi pioneiro em todos os tipos de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, em especial<br />
de má absorção, sendo utilizado amplamente nos anos 60. Este tipo de <strong>cirurgia</strong> consiste em<br />
realizar uma anastomose de jejuno proximal, 45cm após o ângulo de Treitz ao íleo terminal,<br />
localizado a 15cm antes <strong>da</strong> válvula ileocecal. O restante do intestino delgado deve<br />
permanecer fora do trânsito alimentar, o que reduz de forma drástica a área de absorção<br />
(PAREJA; PILLA apud GARRIDO JÚNIOR et al., 2003).<br />
Biliopancreática de Scopinaro:<br />
Este procedimento surgiu no ano de 1979, pelo Dr. Nicola Scopinaro, com o objetivo<br />
de eliminar os efeitos indesejáveis de outros tipos de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>. Este procedimento<br />
provoca uma redução na capaci<strong>da</strong>de do estômago, por meio de uma gastrectomia distal, em<br />
um coto gástrico proximal de 200 a 400ml, o qual é anastomosado no íleo, 250cm próximo à<br />
3
válvula ileocecal, formando assim o canal alimentar. A porção proximal do intestino tem seu<br />
coto distal anastomosado a 50cm <strong>da</strong> válvula ileocecal, <strong>da</strong>ndo origem ao um canal comum<br />
(FARIAS apud SILVA; KAWAHARA, 2005).<br />
Duodenal Switch:<br />
Em 1993, Marceus e colaboradores, apresentaram esta técnica. É uma gastrectomia<br />
tubular que reduz o reservatório gástrico e o número de células parietais, reduzindo assim o<br />
potencial ulcerogênico do procedimento. Neste procedimento, a anastomose jejunoileal é<br />
realiza<strong>da</strong> a 100cm <strong>da</strong> válvula ileocecal, com o intuito de melhorar o controle <strong>da</strong> diarréia e<br />
desnutrição causa<strong>da</strong>s por algumas técnicas (LEITE; RODRIGUES apud GARRIDO JÚNIOR<br />
et al., 2003; KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
2.1.2 Procedimentos por má absorção/restrição<br />
Bypass gástrico em Y-deRoux (BGYR):<br />
Este procedimento é considerado por alguns profissionais, como restritivo. Uma<br />
câmara gástrica proximal é confecciona<strong>da</strong> com capaci<strong>da</strong>de para 30ml ou menos. Neste<br />
procedimento leva-se em consideração a má absorção, já que se exclui um extenso<br />
segmento digestivo do trânsito. A per<strong>da</strong> de peso neste procedimento está relaciona<strong>da</strong> ao<br />
tamanho <strong>da</strong> câmara gástrica, do calibre <strong>da</strong> anastomose dessa câmara ao jejuno e <strong>da</strong><br />
extensão do intestino delgado excluso. O estômago era seccionado horizontalmente,<br />
próximo ao fundo gástrico, criando-se assim um reservatório pequeno de aproxima<strong>da</strong>mente<br />
100 cc e uma gastrojejunostomia de 20ml na grande curvatura, via retrocólica (LEITE;<br />
RODRIGUES apud GARRIDO JÚNIOR et al., 2003; KLAJNER; MALZONI; BORGES apud<br />
SAESP, 2005).<br />
No ano de 1986, Fobi propôs bypass gástrico com anel de silicone (utilizado como<br />
elemento de limitação <strong>da</strong> distensão <strong>da</strong> bolsa) sem secção do estômago. O mesmo<br />
procedimento foi realizado com secção gástrica no ano de 1991. No ano de 1990, Capella<br />
fez proposta semelhante à de Fobi, com dimensão de reservatórios menores, onde a<br />
anastomose era realiza<strong>da</strong> na porção terminal <strong>da</strong> gastroplastia com anel de silastic no<br />
formato de trapézio. Hoje, a modificação de bypass gástrico que Fobi e Capella propuseram<br />
é considera<strong>da</strong> como padrão ouro <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> (LEITE; RODRIGUES apud<br />
GARRIDO JÚNIOR et al., 2003; KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
4
2.1.3 Procedimentos restritivos<br />
Gastroplastia vertical com ban<strong>da</strong>:<br />
Esse procedimento se baseia na criação de uma câmara gástrica com capaci<strong>da</strong>de<br />
que oscila entre 15 a 30ml orienta<strong>da</strong> na posição vertical. No estômago é inseri<strong>da</strong> uma son<strong>da</strong><br />
de Fouchet, na pequena curvatura para mol<strong>da</strong>r a as dimensões <strong>da</strong> câmara. Delimita-se o<br />
calibre para passagem dos alimentos por um anel de silicone, que envolve a pequena<br />
curvatura e mantém a restrição. É realizado um grampeamento linear em direção cranial,<br />
sem secção, criando dois compartimentos gástricos com comunicação exclusiva pelo<br />
segmento calibrado pelo anel (KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
Ban<strong>da</strong> gástrica ajustável (BGA):<br />
Este tipo de <strong>cirurgia</strong> teve sua origem em 1976, porém a primeira ban<strong>da</strong> gástrica<br />
ajustável de silicone foi introduzi<strong>da</strong> em 1980, por Lubomyr Kuzmak, que adicionou uma<br />
porção inflável a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a um tubo de acesso implantado no tecido subcutâneo, na região<br />
pré-external de fácil acesso. Esse sistema foi aprovado no tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de<br />
mórbi<strong>da</strong>, nos Estados Unidos por Food and Drug Administration (FOB) no ano de 2001<br />
(FERRARO, 2003; FIN apud GARRIDO JÚNIOR, 2003).<br />
Atualmente o sistema de BGA por vídeolaparoscopia inclui um porte de segurança<br />
que controle o fechamento do sistema de calibração do tubo, com o intuito de ajustar e<br />
facilitar o tamanho do reservatório gástrico, o qual pode sofrer variações de acordo com o<br />
tempo que foi colocado (FERRARO, 2003). A ban<strong>da</strong> gástrica pode ser feita aberta,<br />
seguindo a técnica de exigi<strong>da</strong> em <strong>cirurgia</strong>s videolaparoscópicas, onde a ban<strong>da</strong> é introduzi<strong>da</strong><br />
na cavi<strong>da</strong>de abdominal através de trocartes de 15 a 18mm, posiciona<strong>da</strong> englobando to<strong>da</strong> a<br />
circunferência do estomago. Um tubo inserido via oral é posicionado até a extremi<strong>da</strong>de<br />
gástrica. Um balão é inflado com 20ml de ar atmosférico que orienta o tamanho do neo-<br />
estômago, que deve ficar superior à ban<strong>da</strong>. A trava <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> deve ser fecha<strong>da</strong> e fixa<strong>da</strong>, em<br />
segui<strong>da</strong> é feita uma tunelização do estômago, com intuito de evitar o deslizamento <strong>da</strong> ban<strong>da</strong><br />
e a dilatação do neo-estômago (FIN apud GARRIDO JÚNIOR, 2003).<br />
2.1.4 Cirurgia por vídeolaparoscopia<br />
Quando compara<strong>da</strong> aos procedimentos convencionais, este tipo de <strong>cirurgia</strong> tem<br />
demonstrado resultados excelentes em diversas <strong>cirurgia</strong>s abdominais, deixando claro que o<br />
acesso por via laparoscópica na <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> é benéfico para os obesos mórbidos. A<br />
opção por um acesso menos invasivo reduz a morbi<strong>da</strong>de pós-operatória, reduzindo a<br />
agressão aos sistemas e órgãos, o que se traduz em redução do tempo de recuperação e<br />
morbi<strong>da</strong>de, com diminuição <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de energia, a deman<strong>da</strong> de oxigênio pelo miocárdio, e a<br />
5
carga de trabalho dos pulmões e dos rins, realiza<strong>da</strong> em anestesia geral ou em combinação<br />
com a peridural (TINOCO et al., 2002).<br />
A desvantagem deste tipo de <strong>cirurgia</strong> são os custos de materiais utilizados nos<br />
procedimentos, que devem ser pagos pelo paciente, uma vez que nem os convênios<br />
particulares nem o Sistema Único de Saúde (SUS) não dão cobertura (TINOCO et al.,<br />
2002).<br />
2.1.5 Balão intragástrico<br />
A introdução do balão intragástrico por via laparoscópica, descoberta por Nieben e<br />
Harboe, teve início na déca<strong>da</strong> de 80, como alternativa à <strong>cirurgia</strong> <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>. O<br />
balão de silicone inicialmente, possui formato cilíndrico, sendo mantido neste formato por<br />
uma bainha de silicone conecta<strong>da</strong> por meio de sua válvula a uma son<strong>da</strong> de preenchimento<br />
que termina em conexão Luer-Lock, através <strong>da</strong> qual balão é insuflado (MARCHESINi;<br />
SALLET; PAIVA apud GARRIDO JÚNIOR et al., 2003).<br />
O balão intragástrico é indicado em obesos mórbidos para baixar o peso antes <strong>da</strong><br />
<strong>cirurgia</strong>, diminuindo assim os riscos cirúrgicos. O balão intragástrico é introduzido vazio, por<br />
via oral, tendo capaci<strong>da</strong>de de 400 à 700ml; seu preenchimento é feito com mistura de 10ml<br />
de azul de metileno (para monitorar qualquer vazamento <strong>da</strong> prótese) e 1000ml de solução<br />
salina. A a<strong>da</strong>ptação ao balão fica em torno de cinco dias. O sucesso deste procedimento<br />
depende <strong>da</strong> colaboração do paciente, que deve mu<strong>da</strong>r seus hábitos alimentares em<br />
associação à prática de exercícios físicos (FLUXÁ, 2003).<br />
2.2 <strong>Complicações</strong> <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong><br />
A obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> pode levar a uma síndrome restritiva pelo acúmulo de gordura<br />
periférica e abdominal, que se agrava após a anestesia geral em posição supina, levando à<br />
redução dos volumes pulmonares e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de residual funcional (CRF), o que favorece<br />
o desenvolvimento de atelectasias, alterando a relação entre perfusão e ventilação,<br />
aumentando o shunt pulmonar fisiológico (REMÍSTICO et al., 2011).<br />
Veremos abaixo as complicações por tipo de procedimento:<br />
Bypass jejunoileal:<br />
Neste tipo de procedimento, a complicação mais comum é a cirrose hepática, com<br />
insuficiência hepática oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong> desnutrição e à absorção de toxinas produzi<strong>da</strong>s na grande<br />
extensão do intestino delgado excluído no trânsito, por este motivo esta técnica foi<br />
abandona<strong>da</strong> (PAREJA; PILLA apud GARRIDO JÚNIOR et al., 2003).<br />
6
Biliopancreática de Scopinaro:<br />
As complicações mais frequentes são diarréia, flatulência, anemia, úlceras de boca<br />
anastomótica, dismineralização óssea e má absorção protéica (FARIAS apud SILVA;<br />
KAWAHARA, 2005).<br />
Duodenal Switch:<br />
As principais complicações são: diarréia, má absorção de cálcio e protéica (LEITE;<br />
RODRIGUES apud GARRIDO JÚNIOR et al., 2003; KLAJNER; MALZONI; BORGES apud<br />
SAESP, 2005).<br />
Bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR):<br />
As complicações mais comuns são: úlceras nas anastomoses, sangramento<br />
intestinal, úlcera gástrica duodenal do segmento excluído, torção do braço do Y-de-Roux,<br />
obstrução de alça, estenose do estoma e colelitíase (LEITE; RODRIGUES apud GARRIDO<br />
JÚNIOR et al., 2003; KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
Gastroplastia vertical com ban<strong>da</strong>:<br />
Neste tipo de procedimentos os índices de complicações e mortali<strong>da</strong>de são baixos,<br />
porém a recidiva <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, após 10 anos é alta. por este motivo esta técnica tem sido<br />
abandona<strong>da</strong> em nível mundial (KLAJNER; MALZONI; BORGES apud SAESP, 2005).<br />
Ban<strong>da</strong> gástrica ajustável (BGA):<br />
As complicações neste procedimento podem ser transoperatórias ou tardias. No<br />
intra-operatório, pode ter conversão para laparotomia, por lesão de vísceras. Pode haver<br />
febre persistente, como indício de infecção precoce <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>, o que pode exigir sua<br />
retira<strong>da</strong>. Nos primeiros dias após a <strong>cirurgia</strong> pode ocorrer deslizamento <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>, decorrente<br />
de ruptura dos pontos <strong>da</strong> tunelização e <strong>da</strong>s infecções. As complicações tardias incluem:<br />
esofagite de refluxo, vômitos frequentes, megaesôfago e reganho de peso, o que pode levar<br />
alguns especialistas e autores a fazer restrições a esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de (FERRARO, 2003; FIN<br />
apud GARRIDO JÚNIOR, 2003; FIN apud GARRIDO JÚNIOR, 2003).<br />
Balão intragástrico:<br />
Podem acontecer efeitos adversos por intolerância inicial do balão, que pode gerar<br />
náuseas, vômitos e dor epigástrica. Raramente podem ocorrer úlceras e perfurações<br />
gástricas. Em casos isolados pode acontecer obstrução intestinal, que necessita de<br />
intervenção cirúrgica (FLUXÁ, 2003; MARCHESINI; SALLET; PAIVA apud GARRIDO<br />
JÚNIOR et al., 2003).<br />
Menezes, Hara<strong>da</strong> e Alvarez (2008) comentam que as complicações neurológicas são<br />
vistas como as mais temi<strong>da</strong>s por seu potencial de irreversibili<strong>da</strong>de. “Nenhum outro fator é<br />
7
mais importante na sua patogenia do que as deficiências nutricionais decorrentes <strong>da</strong><br />
operação” (MENEZES; HARADA; ALVAREZ, 2008, p. 255).<br />
3 DISCUSSÃO<br />
O paciente bariátrico está entre uma <strong>da</strong>s mais complexas <strong>cirurgia</strong>s em geral. A<br />
obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> e comorbi<strong>da</strong>des associa<strong>da</strong>s criam uma maior probabili<strong>da</strong>de de<br />
internação na Uni<strong>da</strong>de de Terapia Intensiva (UTI) (HALLOWELL et al., 2007).<br />
De acordo com Pieracci, Barie e Pomp (2006), a obesi<strong>da</strong>de emergiu como epidemia<br />
de saúde pública nos Estados Unidos e na vira<strong>da</strong> do milênio, mais <strong>da</strong> metade dos norte-<br />
americanos estavam com sobrepeso (IMC ≥25 kg/m 2 ), mais de 30% estavam obesos (≥30<br />
kg/m 2 ) e mais de 5% estavam obesos mórbidos (IMC ≥ 40 kg).<br />
A prevalência <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de nos Estados Unidos continua a aumentar e é<br />
substancialmente maior do que a obesi<strong>da</strong>de encontra<strong>da</strong> nos outros países desenvolvidos,<br />
sendo considera<strong>da</strong> a principal causa de morte evitável, resultando em 100.000 mortes por<br />
ano e gastos em torno de US$ 70 bilhões, respondendo por quase 10% <strong>da</strong>s despesas<br />
nacionais de saúde (PIERACCI; BARIE; POMP, 2006).<br />
Um estudo realizado por Flegal et al. (2010) examinou as tendências <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de<br />
nos Estados Unidos entre 1999 e 2008 e <strong>da</strong> atual prevalência de obesi<strong>da</strong>de e sobrepeso em<br />
2007-2008, em 5.555 indivíduos, ambos os sexos, com i<strong>da</strong>de entre 20 anos ou mais<br />
mostrou que em 2007-2008, a prevalência de obesi<strong>da</strong>de foi de 32,2% entre os homens e<br />
35,5% entre as mulheres. A prevalência de obesi<strong>da</strong>de variou por faixa etária e por grupo<br />
racial, tanto para homens quanto para mulheres. Observou-se que durante o período de 10<br />
anos, a obesi<strong>da</strong>de não apresentou tendência de aumento significativa entre as mulheres.<br />
A prevalência de obesi<strong>da</strong>de nos Estados Unidos continua a ser elevado, superior a<br />
30% independente do sexo e grupos etários. Comparações entre o Canadá e os Estados<br />
Unidos mostram que a prevalência de obesi<strong>da</strong>de foi maior nos Estados Unidos em 1999-<br />
2002 do que no Canadá em 2004, com a diferença em grande parte devido à maior<br />
prevalência de obesi<strong>da</strong>de entre as mulheres (TJEPKEMA, 2006).<br />
Para Conde e Borges (2011), a prevalência <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de vem crescendo entre<br />
adultos, ambos os sexos, nos países desenvolvidos e em desenvolvendo, e no Brasil, entre<br />
2008 e 2009, a obesi<strong>da</strong>de entre adultos atingiu pelo menos 10% <strong>da</strong> população.<br />
O volume circulatório e plasmático, o débito cardíaco, pressões de enchimento e<br />
consumo de oxigênio aumentam proporcionalmente com o aumento do peso (AULER<br />
JUNIOR; GIANNINI; SARAGIOTTO, 2003).<br />
8
Este excesso de peso aumenta substancialmente o risco de morbi<strong>da</strong>de por<br />
hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, doenças coronarianas,<br />
acidente vascular encefálico, doença <strong>da</strong> vesícula biliar, osteoartrite, apnéia do sono e<br />
problemas respiratórios, câncer de mama, de cólon e de próstata. De fato, o risco de morte<br />
por to<strong>da</strong>s esas causas, doenças cardiovasculares, câncer ou outras doenças, aumenta em<br />
pessoas com sobrepeso moderado e obesi<strong>da</strong>de grave, tanto em homens quanto em<br />
mulheres e em to<strong>da</strong>s as faixas etárias (VARON, 2001; SANCHES et al., 2007).<br />
A etiologia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de é heterogênea, com vários fatores, tendo o potencial de<br />
causar um balanço energético positivo durante longos períodos. Esses fatores incluem uma<br />
dieta rica em gordura, um baixo nível de ativi<strong>da</strong>de física, uma baixa taxa metabólica de<br />
repouso para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> massa corporal e composição corporal, um quociente respiratório<br />
alto em jejum (ou seja, uma tendência a oxi<strong>da</strong>r mais carboidratos do que os lipídios sob<br />
condições padroniza<strong>da</strong>s), e talvez a sensibili<strong>da</strong>de à insulina eleva<strong>da</strong> (VARON, 2001).<br />
Helling et al. (2004) realizaram estudo para examinar os fatores que aumentam a<br />
probabili<strong>da</strong>de de um paciente após a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> ir para a UTI e receber ventilação<br />
mecânica prolonga<strong>da</strong>. Os autores realizaram estudo retrospectivo de 250 pacientes, com<br />
i<strong>da</strong>de média de 43,6 anos, submetidos à <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> em uma instituição de<br />
atendimento terciário, sendo: gastroplastia vertical (n = 15) e bypass gástrico em Y de Roux<br />
(n = 235). Observou-se que comorbi<strong>da</strong>des pulmonares estiveram presentes em 123<br />
pacientes (49%), 41 pacientes (17%) precisaram realizar <strong>cirurgia</strong> revisional, 21 pacientes<br />
(8%) foram reoperados e 60 pacientes (24%) necessitaram de cui<strong>da</strong>dos na UTI.<br />
Colquit et al. (2009) revisaram 26 estudos (03 ensaios clínicos randomizados, 03<br />
estudos de coorte prospectivos comparando intervenções cirúrgicas e não-cirúrgicas e 20<br />
ensaios clínicos randomizados comparando diferentes procedimentos bariátricos) para<br />
avaliar os efeitos <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> para obesi<strong>da</strong>de. Observou-se que este tipo de<br />
<strong>cirurgia</strong> está associa<strong>da</strong> a complicações como embolia pulmonar e mortes no pós-operatório.<br />
Cinco diferentes procedimentos bariátricos foram avaliados e evidências sugerem que a<br />
per<strong>da</strong> de peso após bypass gástrico é maior do que gastroplastia vertical ou de ban<strong>da</strong><br />
gástrica ajustável, mas semelhante à gastrectomia vertical isola<strong>da</strong> e bypass gástrico em<br />
faixas. A per<strong>da</strong> de peso e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> foram semelhantes entre <strong>cirurgia</strong> aberta e<br />
laparoscópica.<br />
Análise sistemática realiza<strong>da</strong> por Buchwald et al. (2004) em artigos sobre todos os<br />
tipos de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, no período de 1990 a 2003, extraiu 136 estudos com um total de<br />
22.094 pacientes, sendo que 72,6% dos pacientes eram mulheres, com i<strong>da</strong>de média de 39<br />
anos. A média de redução de peso de todos os pacientes foi de 61,2%; média de 47,5%<br />
para pacientes que realizaram a ban<strong>da</strong> gástrica, 61,6% bypass gástrico e 68,2%<br />
9
gastroplastia. O diabetes foi totalmente resolvido em 76,8% dos pacientes. A hiperlipidemia<br />
melhorou em 70% dos pacientes. A hipertensão foi resolvi<strong>da</strong> em 61,7% dos pacientes, e a<br />
apnéia obstrutiva do sono foi resolvi<strong>da</strong> em 85,7% dos pacientes.<br />
DeMaria et al. (2010) consultaram o banco de <strong>da</strong>dos de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> <strong>da</strong><br />
American Society for Metabolic e <strong>da</strong> Bariatric Surgery Center, para definir as características<br />
dos pacientes. Um total de 57.918 pacientes com <strong>da</strong>dos do procedimento cirúrgico foram<br />
incluídos. Destes 57.918 pacientes, 41.243 eram adultos com i<strong>da</strong>des entre 26-55 anos. As<br />
mulheres constituíam uma maioria significativa <strong>da</strong> população do estudo (45.619 = 78,76%).<br />
O procedimento mais comum de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> foi o bypass gástrico (31.668 = 54,68%),<br />
seguido pela ban<strong>da</strong> gástrica (22.947 = 39,62%), gastrectomia em manga (1.328 = 2,29%) e<br />
derivação biliopancreática (517 = 0,89%). A grande maioria dos procedimentos utilizou<br />
técnicas de <strong>cirurgia</strong> laparoscópica, exceto a de derivação biliopancreática, que foi feita por<br />
abor<strong>da</strong>gem aberta. Em maio de 2009, 78 mortes foram registra<strong>da</strong>s, com uma taxa de<br />
mortali<strong>da</strong>de de 0,13%. A taxa de mortali<strong>da</strong>de de 90 dias foi de 0,11%, e a taxa de<br />
mortali<strong>da</strong>de de 30 dias foi de 0,09%.<br />
<strong>Complicações</strong> após <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> para obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> variam de acordo com<br />
o procedimento realizado e podem ser tão eleva<strong>da</strong>s quanto 40%. Devido ao aumento deste<br />
tipo de <strong>cirurgia</strong> (entre 2001 e 2005 a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> cresceu 113% nos Estados Unidos),<br />
melhorar a segurança dessas <strong>cirurgia</strong>s tornou-se alta priori<strong>da</strong>de, levando ao<br />
desenvolvimento de critérios rigorosos, procedimentos seguros e eficazes, e uma cui<strong>da</strong>dosa<br />
monitorização dos resultados cirúrgicos (ENCINOSA et al., 2009; LONGITUDINAL<br />
ASSESSMENT OF BARIATRIC SURGERY et al., 2009; KELLY et al., 2009; MULLIGAN et<br />
al., 2009; SCHIRMER; JONES, 2007).<br />
Cendán et al. (2005) comentam que pacientes bariátricos ocasionalmente precisam<br />
de cui<strong>da</strong>dos intensivos tanto eletivos quanto emergenciais após a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>. Os<br />
autores realizaram uma pesquisa retrospectiva de julho de 1991 a julho de 2004, nos<br />
registros médicos de 1.279 operações <strong>bariátrica</strong>s e constataram que 241 pacientes (19%)<br />
necessitaram de internação na Uni<strong>da</strong>de de Terapia Intensiva (UTI) após a <strong>cirurgia</strong>. Foram<br />
encontra<strong>da</strong>s três complicações: tromboembólicas, pulmonares e anastomoses.<br />
Pacientes com obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> que mais se beneficiam com a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong><br />
têm um risco maior do que a média de desenvolver diversas complicações pós-operatórias,<br />
incluindo síndrome de sepse grave, úlceras de pele, infecção de feri<strong>da</strong> operatória e<br />
deiscência e doença tromboembólica venosa (TEV) (BROLIN, 2001; BULLÓ et al., 2003;<br />
LEVI et al., 2003; WILSON; CLARK, 2003).<br />
Outras complicações pós-operatórias tardias cita<strong>da</strong>s por Levi et al. (2003) são:<br />
hernias incisionais frequentemente na linha média (10% a 20%), obstrução do intestino<br />
10
delgado (1% a 2%), colelitíase (3% a 30%) causa<strong>da</strong> por estase biliar.<br />
Com relação às complicações respiratórias, os pacientes bariátricos no pós-<br />
operatório podem requerer internação na UTI por problemas de apnéia obstrutiva do sono,<br />
muitas vezes desconheci<strong>da</strong>, mas que contribui para aumento dos eventos respiratórios<br />
(HALLOWELL et al., 2007).<br />
Esta síndrome está fortemente associa<strong>da</strong> à obesi<strong>da</strong>de, pode acentuar a hipoxemia<br />
em certos períodos e agravar a hipertensão pulmonar. Um aumento do volume sanguíneo e<br />
do fluxo pulmonar predispõe os indivíduos obesos à hipertensão pulmonar, podendo ser<br />
acentua<strong>da</strong> pela vasoconstrição pulmonar (AULER JUNIOR; GIANNINI; SARAGIOTTO,<br />
2003).<br />
Hallowell et al. (2007) realizaram revisão retrospectiva para avaliar se pacientes<br />
bariátricos com apnéia obstrutiva do sono precisavam de internação na UTI. De 1998 a<br />
2005, 890 procedimentos bariátricos foram realizados no Departamento de Cirurgia do<br />
Hospital Universitário Case Medical Center, de Cleveland, Ohio: 858 bypass gástricos<br />
primários e 32 revisões. Antes de 2004, os pacientes foram avaliados seletivamente para<br />
apnéia obstrutiva do sono; depois de 2004, todos os pacientes tiveram o sono estu<strong>da</strong>do. A<br />
permanência na UTI pós-operatória foi necessária em 43 pacientes (5%). De 1998 a 2003,<br />
quando a avaliação <strong>da</strong> apnéia obstrutiva do sono não era obrigatório, a internação na UTI foi<br />
necessária em 11 dos 572 pacientes. Quando a avaliação <strong>da</strong> apnéia obstrutiva do sono foi<br />
obrigatória em todos os pacientes (2004-2005), houve apenas um caso de apnéia obstrutiva<br />
do sono relaciona<strong>da</strong> com a permanência na UTI (1/318).<br />
Muitos pacientes necessitam de controle <strong>da</strong>s vias aéreas no pós-operatório e a<br />
intubação endotraqueal, na maioria dos casos, é dificil porque a traquéia dos pacientes<br />
obesos é dificil de intubar, sendo a máscara laríngea uma forma eficaz e temporária de<br />
ventilação nestes pacientes, e fornece um excelente canal para broncofibroscopia (JUVIN et<br />
al., 2003; LEVI et al., 2003).<br />
Sanchez et al. (2007) relatam que a ventilação mecânica é necessária em 0,6% a<br />
7,3% dos pacientes após a <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>.<br />
Levi et al. (2003) ain<strong>da</strong> comentam que anormali<strong>da</strong>des no controle <strong>da</strong> ventilação são<br />
comuns em pacientes obesos porque o trabalho respiratório é aumentado nestes pacientes<br />
devido à maior resistência <strong>da</strong> parede torácica, aumento <strong>da</strong> resistência <strong>da</strong>s vias aéreas e a<br />
posição diafragmática anormal. Pacientes com insuficiência respiratória de obesi<strong>da</strong>de (por<br />
exemplo, síndrome <strong>da</strong> apnéia obstrutiva do sono / síndrome <strong>da</strong> hipoventilação em obesos,<br />
obstrução <strong>da</strong>s vias aéreas e hipoxemia) têm maior morbi<strong>da</strong>de e mortali<strong>da</strong>de em UTI.<br />
11
Segundo Sanches et al. (2007), o paciente obeso geralmente apresenta doença<br />
pulmonar obstrutiva devido ao maior volume sanguíneo pulmonar e pela espessura de sua<br />
parede torácica. Seu diafragma está em posição anormal, com resistência nas vias aéreas<br />
superiores e aumento de produção de CO2. assim, a restrição pulmonar deste paciente pode<br />
persistir por até duas semanas, elevando as chances de complicações pulmonares, como a<br />
retenção de de CO2, atelectasia e infiltrado broncopulmonar.<br />
A hemorragia gastrointestinal precoce após o bypass gástrico aberto é<br />
freqüentemente relata<strong>da</strong>. Nguyen, Rivers e Wolfe (2003) analisaram a incidência de<br />
hemorragia gastrointestinal precoce após a <strong>cirurgia</strong> laparoscópica de bypass gástrico em Y<br />
de Roux, a sua apresentação e possíveis opções de tratamento. Os pesquisadores<br />
realizaram uma revisão retrospectiva de 155 pacientes que desenvolveram hemorragia<br />
gastrointestinal pós-operatório imediato após realização de <strong>cirurgia</strong> laparoscópica de bypass<br />
gástrico em Y de Roux. Dos 155 pacientes em nosso banco de <strong>da</strong>dos que foram submetidos<br />
a esta intervenção, 5 (3,2%) desenvolveram hemorragia gastrointestinal clínica precoce.<br />
Apresentações clínicas de hemorragia gastrointestinal foram hematêmese (2 pacientes), o<br />
sangue vermelho vivo pelo reto (1 paciente), melena (1 paciente) e hipotensão (1 paciente).<br />
Um estudo de diagnóstico (cintilografia) foi realizado em apenas um dos 5 pacientes. Três<br />
dos 5 pacientes foram tratados conservadoramente, 2 pacientes necessitaram de transfusão<br />
de sangue. O aparecimento <strong>da</strong> hemorragia nestes 3 pacientes ocorreu 24 horas pós-<br />
operatório ou mais tarde. Dois dos 5 pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica para<br />
controle <strong>da</strong> hemorragia. A hemorragia ou hipotensão nestes 2 pacientes ocorreu dentro de<br />
12 horas após a <strong>cirurgia</strong>. Os locais de hemorragia estavam nos grampos gástricos<br />
remanescentes em um paciente e na gastrojejunostomia do outro paciente. Os autores<br />
concluíram que a reoperação precoce deve ser realiza<strong>da</strong> nos pacientes com instabili<strong>da</strong>de<br />
hemodinâmica e pacientes com hemorragia precoce após a <strong>cirurgia</strong>.<br />
Outras complicações comuns em pacientes pós <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> é a trombose<br />
venosa profun<strong>da</strong> (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP), que ocorrem em<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 2% a 4% de pacientes submetidos a bypass gástrico em Y de Roux, com<br />
mortali<strong>da</strong>de de 25% a 67% em pacientes que desenvolvem embolia pulmonar (BLASZYK;<br />
BJORNSSON, 2000; STOOPEN-MARGAIN et al., 2004; SANCHES et al., 2007).<br />
4 CONCLUSÃO<br />
Vários estudos têm mostrado uma positiva associação entre obesi<strong>da</strong>de e aumento<br />
<strong>da</strong> taxa de mortali<strong>da</strong>de, com um risco ain<strong>da</strong> maior de morte entre pessoas com IMC, o peso<br />
em de 35 ou mais, quando comparados com aqueles com um IMC de 30-34.<br />
12
A ca<strong>da</strong> ano aumenta o número de pacientes obesos mórbidos que se submetem à<br />
<strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, com a ocorrência, ca<strong>da</strong> dia mais frequente, de complicações. As<br />
principais complicações são: metabólicas, nutricionais, neurológicas (neuropatias<br />
periféricas), psicológicas e psiquiátricas (MENEZES; HARADA; ALVAREZ, 2008).<br />
A <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> tem sido encara<strong>da</strong> como um dos principais tratamentos para<br />
obesos mórbidos, o que tem feito com que o número de <strong>cirurgia</strong>s tenha aumentado<br />
atualmente. As técnicas cirúrgicas têm se mostrado ca<strong>da</strong> vez mais seguras e eficientes,<br />
alia<strong>da</strong> a bons resultados na per<strong>da</strong> de peso e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> dos pacientes, apesar <strong>da</strong>s<br />
complicações.<br />
Entre as complicações <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>, as neurológicas são as mais temi<strong>da</strong>s.<br />
Nenhum outro fator é considerado mais importante em sua patogenia do que as deficiências<br />
nutricionais decorrentes <strong>da</strong> <strong>cirurgia</strong>.<br />
Devido ao aumento do número de <strong>cirurgia</strong>s <strong>bariátrica</strong>s, o fluxo de pacientes obesos<br />
em UTI aumentou, tornando-se um desafio na prática clínica pó apresentarem diversas<br />
complicações pós cirúrgicas.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
AULER JUNIOR, José Otávio Costa; GIANNINI, Cindy Galvão; SARAGIOTTO, Daniel<br />
Fernandes. Desafios no Manuseio Peri-Operatório de Pacientes Obesos Mórbidos: Como<br />
Prevenir <strong>Complicações</strong>. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 53, n. 2, p. 227-236,<br />
2003.<br />
BAGATINI A. et al. Anestesia para <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>. Avaliação retrospectiva e revisão <strong>da</strong><br />
literatura. Revista Brasileira de Anestesiologia. v. 56, n. 3, p. 205-222, 2006.<br />
BLASZYK, H.; BJORNSSON, J. Factor V leiden and morbid obesity in fatal postoperative<br />
pulmonary embolism. Arch Surg, 2000;135:1410-1413.<br />
BROLIN, R. E. Gastric bypass. Surgical Clinics of North America, v. 81, n. 5, p. 1077, out.<br />
2001.<br />
BUCHWALD, H. et al. Bariatric surgery: a systematic review and meta-analysis. The Journal<br />
of American Medical Association, v. 292, n. 14, p. 1724-1737, 2004.<br />
BULLÓ, M. et al. Systemic inflammation, adipose tissue tumor necrosis factor, and leptin<br />
expression. Obesity Research, v. 11, n. 4, p. 525-531, abr. 2003.<br />
CENDÁN, J. C. et al. Utilization of intensive care resources in bariatric surgery. Obesity<br />
Surgery, v. 15, n. 9, p. 1247-1251, 2005.<br />
13
COLQUITT, J. et al. Surgery for morbid obesity. Cochrane Database Systemic Review,<br />
2003. Disponível em:<br />
. Acesso em: 01 mar. 2012.<br />
COLQUIT, J. L. et al. Surgery for obesity. Cochrane Database Systemic Review, 2009.<br />
Disponível em:<br />
. Acesso em: 01 mar. 2012.<br />
CONDE, W. L.; BORGES, C. O risco de incidência e persistência <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de entre<br />
adultos brasileiros segundo seu estado nutricional ao final <strong>da</strong> adolescência. Revista<br />
Brasileira de Epidemiologia, v. 14, Supl. 1, p. 71-79, 2011.<br />
DEMARIA, E. J. et al. Baseline <strong>da</strong>ta from American Society for Metabolic and Bariatric<br />
Surgery-designated Bariatric Surgery Centers of Excellence using the Bariatric Outcomes<br />
Longitudinal Database. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 6, n. 4, p. 347-355,<br />
jul./ago. 2010.<br />
EL SHOBARY, H. et al. Use of critical care resources after laparoscopic gastric bypass:<br />
effect on respiratory complications. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 4, n. 6,<br />
p. 698-702, nov./dez. 2008.<br />
EL-SOLH, A. A. Clinical approach to the critically ill, morbidly obese patient. American<br />
Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 169, n. 5, p. 557-561, mar. 2004.<br />
ENCINOSA, W. E. et al. Recent improvements in bariatric surgery outcomes. Medical Care,<br />
47, n. 5, p. 531-, 2009.<br />
FARIA, A.M. et al. Progressos recentes e novas perspectivas em farmacoterapia <strong>da</strong><br />
obesi<strong>da</strong>de. Arquivos Brasileiro de Endocrinologia Metabólica. v. 54, n. 6, p. 516-529,<br />
2010.<br />
FARIAS, F. Cirurgia <strong>bariátrica</strong>: história. In: SILVA, R.S.; KAWAHARA, M.T. Cui<strong>da</strong>dos pré e<br />
pós-operatórios na <strong>cirurgia</strong> <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. Porto Alegre: AGE, 2005.<br />
FERRARO, D.R. Laparoscopic adjustable gastric banding for morbid obesity. AORN J., v.<br />
77, n. 5, p. 924-940, 2003.<br />
FIN, A.S. Ban<strong>da</strong>gem gástrica ajustável por vídeolaparoscopia. In: GARRIDO JÚNIOR, A.B.<br />
et al. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. São Paulo: 2003.<br />
FLEGAL, K. M. et al. Prevalence and trends in obesity among US adults, 1999-2008. The<br />
Journal of American Medical Association, v. 303, n. 3, p. 235-241, 2010.<br />
14
FLUXÁ, G.F. Balón gástrico. Rev. Méd. Clin. Condes, v. 14, n. 3, p. 130-132, 2003.<br />
HALLOWELL, P. T. et al. Eliminating respiratory intensive care unit stay after gastric bypass<br />
surgery. Surgery, v. 142, n. 4, p. 608-612, out. 2007.<br />
HASLAM, D. W.; JAMES, W. P. T. Obesity. The Lancet, v. 366, n. 9492, p. 1197-1209, out.<br />
2005.<br />
HELLING, T. S. et al. Determinants of the Need for Intensive Care and Prolonged<br />
Mechanical Ventilation in Patients Undergoing Bariatric Surgery. Obesity Surgery, v. 14, n.<br />
8, p. 1036-1041, 2004.<br />
JUVIN, P. et al. Difficult tracheal intubation is more common in obese than in lean patients.<br />
Anesthesia & Analgesia, v. 97, n. 2, p. 595-600, ago. 2003.<br />
KELLY, J. J. ET AL. Best practice up<strong>da</strong>tes for surgical care in weight loss surgery. Obesity,<br />
v. 17, n. 5, p. 863-870, maio 2009.<br />
KLAJNER, S.; MALZONI, C.E.; BORGES, P.C.M. A <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>: técnicas e indicações.<br />
In. Socie<strong>da</strong>de de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP). Anestesia para<br />
pacientes com obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>. São Paulo: Atheneu, 2005.<br />
KLEIN, S.; WADDEN, T. SUGERMAN, H. J. AGA technical review on obesity.<br />
Gastroenterology. v. 123, p. 882-932, 2002.<br />
LEITE, M.A.M; RODRIGUES, M.P.F. Procedimentos cirúrgicos: introdução histórica. In:<br />
GARRIDO JÚNIOR, A.B. et al. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. São Paulo: 2003.<br />
LEVI, D. et al. Critical care of the obese and bariatric surgical patient. Critical Care Clinics,<br />
v. 19, n. 1, p. 11, 2003.<br />
LIVINGSTON, E. H. Procedure incidence and in-hospital complication rates of bariatric<br />
surgery in the United States. American Journal of Surgery, v. 188, n. 2, p. 105-110, ago.<br />
2004.<br />
LONGITUDINAL ASSESSMENT OF BARIATRIC SURGERY (LABS) et al. Perioperative<br />
safety in the longitudinal assessment of bariatric surgery. The New England Journal of<br />
Medicine, v. 361, n. 5, p. 445-454, jul. 2009.<br />
MELO, S. M. D. A. et al. Cirurgia <strong>bariátrica</strong>: existe necessi<strong>da</strong>de de internação em Uni<strong>da</strong>de<br />
de Terapia Intensiva? Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 21, n. 2, p. 162-168,<br />
2009.<br />
15
MARCHESINI, J.C.; SALLET, J.A.; PAIVA, D.S. Balão intragástrico. . In: GARRIDO JÚNIOR,<br />
A.B. et al. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. São Paulo: 2003.<br />
MENEZES, M.S.; HARADA, K.O.; ALVAREZ, G. Polineuropatia periférica dolorosa após<br />
<strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong>. Relato de casos. Revista Brasileira de Anestesiologia. v. 58, n. 3, p.<br />
252-259, 2008.<br />
MULLIGAN, A. T. et al. Best practice up<strong>da</strong>tes for nursing care in weight loss surgery.<br />
Obesity, v. 17, n. 5, p. 895-900, maio 2009.<br />
NASSER, D.; ELIAS, A.A. Indicação de tratamento cirúrgico <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de grave. In.<br />
GARRIDO JÚNIOR, A.B. et al. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. São Paulo: Atheneu, 2003.<br />
NGUYEN, N. T.; RIVERS, R.; WOLFE, B. M. Early gastrointestinal hemorrhage after<br />
laparoscopic gastric bypass. Obesity Surgery, v. 13, n. 1, p. 62-65, fev. 2003.<br />
PAREJA, J.C.; PILLA, V.F. Mecanismos de funcionamento <strong>da</strong> restrição gástrica, <strong>da</strong><br />
derivação gastrojejunal e <strong>da</strong>s derivações intestinais e biliopancreáticas. In: GARRIDO<br />
JÚNIOR, A.B. et al. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. São Paulo: 2003.<br />
PIERACCI, F. M.; BARIE, P. S.; POMP, A. Critical Care of the Bariatric Patient. Critical Care<br />
Medicine, v. 34, n. 6, p. 1796-1804, 2006.<br />
RAY, D. E. et al. The effect of body mass index on patient outcomes in a medical ICU.<br />
Chest, v. 127, n. 6, p. 2125-2131, jun. 2005.<br />
REMÍSTICO, P.P.J. et al. Impacto <strong>da</strong> manobra de recrutamento alveolar no pós-operatório<br />
de <strong>cirurgia</strong> <strong>bariátrica</strong> videolaparoscópica. Revista Brasileira de Anestesiologia. v. 61, n. 2,<br />
p. 169-176, 2011.<br />
SANTRY H. P.; GILLEN D. L..; LAUDERDALE D. S. Trends in bariatric surgical procedures.<br />
Journal of American Medical Association, v. 294, n. 15, p. 1909-1917, 2005.<br />
SCHIRMER, B.; JONES, D. B. The American College of Surgeons Bariatric Surgery Center<br />
Network: establishing stan<strong>da</strong>rds. Bulletin of the American College of Surgeons, v. 92, n.<br />
8, p. 21-27, ago. 2007.<br />
STEINBROOK, R. Surgery for severe obesity. The New England Journal of Medicine, v.<br />
350, n. 11, p. 1075-1079, mar. 2004.<br />
STOOPEN-MARGAIN, E. et al Laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass for morbid obesity:<br />
results of our learning curve in 100 consecutive patients. Obes Surg, 2004;14:201-205.<br />
16
TINOCO, R.C. Cirurgia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> por vídeolaparoscopia. Revista do Colégio<br />
Brasileiro de Cirurgiões, v. 29, n. 3, p. 138-144, maio/jun. 2002.<br />
THORNTON, K. et al. Management of the critically ill obese patient. Upto<strong>da</strong>te, 2012.<br />
Disponível em: .<br />
Acesso em: 05 mar. 2012.<br />
TJEPKEMA, M. Adult obesity. Health Reports, v. 17, n. 3, p. 9-25, 2006.<br />
TRUS, T. L.; POPE, G. D.; FINLAYSON, S. R. National trends in utilization and outcomes of<br />
bariatric surgery. Surgical Endoscopy, v. 19, n. 5, p. 616-620, maio 2005.<br />
VARON, J. Management of the obese critically ill patient. Critical Care Clinics, v. 17, n. 1, p.<br />
187-200, jan. 2001.<br />
WILSON, J. A.; CLARK, J. J. Obesity: impediment to wound healing. Critical Care Nursing<br />
Quarterly, v. 26, n. 2, p. 119-132, abr./jun. 2003.<br />
17