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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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O tratamento dos abscessos é eminentemente cirúrgico, ou seja, a drenagem do mesmo. A drenagem cirúrgica não deve ser postergada ou<br />

substituída pelo uso de antibióticos e anti-inflamatórios.<br />

TRATAMENTO DAS FISTULAS<br />

- O tratamento tradicional da fístula anorretal é sempre cirúrgico, e visa eliminar a fístula, prevenir a recorrência, e preservar a continência<br />

anal. A técnica cirúrgica baseia-se na abertura do trajeto fistuloso, com secção da menor quantidade de músculo possível, e na ressecção da<br />

cripta comprometida.<br />

- Para identificação do orifício interno, vale mencionar a regra de Goodsal-Salmon, na qual dividindo-se o orifício anal por uma linha imaginária<br />

em metade anterior e outra posterior, os orifícios fistulares externos posteriores tem trajeto curvelíneo que tendem a confluir para cripta<br />

mediana posterior; e os OE anteriores geralmente têm trajeto radiado e se dirigem diretamente para cripta anal correspondente. Exceção a<br />

esta regra ocorre quando os OE estão localizados a mais de 3 centímetros do orifício anal, e nestes casos devemos estar atentos para as<br />

fístulas complexas.<br />

- Fistulotomia e Curetagem:<br />

Abertura e curetagem do trajeto fistuloso, com ressecção da cripta acometida, sendo que a ferida é deixada aberta para cicatrizar por segunda<br />

intenção. Indicação: fístulas superficiais que não envolvem o esfíncter.<br />

Quando atinge o esfíncter: incisão deve dividir as fibras perpendicularmente em um único nível, senão pode causar incontinência.<br />

Se grande risco de incontinência: técnica de Setton → 2 tempos. Reparo do trajeto fistulo com fio de seda (causa fibrose) posteriormente<br />

fistulectomia.<br />

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL<br />

RETOCOLITE ULCERATIVA<br />

CONCEITO<br />

- Doença inflamatória intestinal difusa, limitada ao intestino grosso, podendo acometer o intestino em toda a sua extensão (universal), atingir<br />

do reto ao colon tranverso ou limitar-se ao reto e sigmóide (forma distal, mais comum). Seu acometimento é continuo, sem áreas saudáveis<br />

entre as lesões, e as lesões mais graves são, normalmente, as distais.<br />

- As alterações limitam-se a mucosa e sub-mucosa, sendo que a área acometida apresenta-se edemaciada, friável, com ulceras circundadas<br />

pelo tecido doente.<br />

- Não há fator etiológico bem definido para a doença.<br />

- Aumento da incidência de adenoCA em 2%<br />

QUADRO CLÍNICO<br />

- Variável, com períodos de exacerbações e remissões<br />

- Aumento do numero de evacuações (diarréia)<br />

- Sangramento às evacuações<br />

- Tenesmo<br />

- Cólicas abdominais, febre, perda de peso, anorexia<br />

- Manifestações extra-intestinais: eritema nodoso, pioderma gangrenoso, espondilite anquilosante.<br />

- Exame proctológico pode mostrar lesões no reto<br />

EXAMES COMPLEMENTARES<br />

- Enema opaco com duplo contraste: lesão continua com perda das haustrações, sendo mais intensa no segmento distal.<br />

- Colonoscopia: possibilita avaliar a distensão da doença. Friabilidade, ulceras e pólipos inflamatórios. Permite a realização de biopsia.<br />

TRATAMENTO<br />

→ Clínico:<br />

- Indicado para correção de distúrbios hidroeletroliticos, nutricionais e metabólicos<br />

- Uso de sulfasalazina (imunomodulador) e corticoesteroides<br />

→ Cirúrgico:<br />

- Indicado para casos de intratabilidade clinica, hemorragia maciça incontrolável, megacólon tóxico, suspeita ou presença de câncer, retardo<br />

do crescimento em crianças.<br />

- Retocolectomia total com bolsa ileal em J e anastomose bolsa-anal: técnica de eleição (retira todo o intestino grosso e permite manutenção<br />

da continência anal).<br />

- Colectomia total com anastomose íleo-retal: quando o reto esta preservado, porém necessita de acompanhamento freqüente pelo risco de<br />

neoplasia no reto remanescente.<br />

- Proctocolectomia total com ileostomia definitiva: quando as outras técnicas já falharam, tumor retal, etc.<br />

COMPLICAÇÕES<br />

- Megacólon tóxico<br />

- Perfuração intestinal<br />

Nestes dois casos não se pode fazer colonoscopia nem exame contrastado.<br />

- Hemorragia<br />

- Carcinama – 5% após 10 anos de evolução, mais à direita<br />

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