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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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O diagnóstico de choque é clínico: a avaliação do nível de consciência, da coloração e da temperatura da pele e das<br />

características do pulso dão uma idéia rápida da situação hemodinâmica do doente.<br />

O sangramento esterno deve ser controlado por compressão local ou por dispositivos pneumáticos de imobilização.<br />

Torniquetes devem ser evitados (uso restrito a amputações traumáticas de extremiddes). Também se deve evitar<br />

controlar sangramentos externos com pinças hemostáticas.<br />

As cavidades torácica e abdominal e as fraturas de grandes estruturas ósseas (ossos longos e bacia) são locais<br />

onde pode ocorrer grande sangramento, nem sempre evidente. Assim, seu controle pode exigir intervenção cirúrgica.<br />

→ Instituir 2 acessos de grosso calibre em veias periféricas (preferencialmente em MMSS)<br />

Na impossibilidade de se conseguir acessos periféricos são opções femoral – palpa-se o pulso e entra-se<br />

medial (lembrar que em direção à periferia se vai de VAN), dissecção da safena e acesso intra-ósseo.<br />

→ Colher exames: HMG, tipagem, HCG (se mulher em idade fértil), toxicológico e gasometria.<br />

→ Iniciar reposição volêmica (adultos 2000mL/ crianças 20mL/Kg) cristalóide (ringer lactato ou SF) aquecidos.<br />

→ Avaliar a resposta:<br />

- Normalização definitiva da perfusão tecidual<br />

- Melhora transitória<br />

- Ausência de resposta<br />

No caso de melhora transitória ou ausência de melhora deve-se administrar novamente 2000mL de cristalóide<br />

(no caso de crianças 20mL/Kg) e solicitar sangue.<br />

→ Monitorização: cardíaca, SNG (ou orogástrica se houver suspeita de fratura de base do crânio) para avaliar<br />

presença de sangue no estômago, SVD (para quantificar débito urinário – não deve ser passada se houver suspeita<br />

de lesão de uretra – nesse caso, fazer cistostomia por punção).<br />

→ Identificação de presença de sangue na cavidade peritoneal:<br />

- Lavagem Peritoneal Diagnóstica (LPD): Realiza-se uma incisão longitudinal de 3 a 4 cm na linha média, logo<br />

abaixo da cicatriz umbilical → Realiza-se uma sutura em bolsa do peritônio com fio inabsorvível→ Abre-se o<br />

peritônio e coloca-se um catéter de diálise peritoneal → Aspira-se o catéter → Se houver saída de mais de 5<br />

mL de sangue, considera-se LPD positiva e há indicação de laparotomia exploradora → Se não houver saída<br />

de sangue infunde-se 1000 mL de SF (10mL/Kg se for criança) e aspira-se o lavado que deve ser examinado<br />

em um tubo de ensaio → Coloca-se o tubo na frete de um texto → Se a leitura do texto for possível considerase<br />

o exame negativo – Se a leitura do texto não for possível considera-se LPD positiva e está indicada<br />

laparotomia exploradora.<br />

- FAST: É menos invasivo porém exige equipamento de USG e profissional treinado no serviço.<br />

Avalia-se o pericárdio, o espaço entre o baço e o rim, o espaço entre o fígado e o rim e a pelve. Considera-se<br />

positivo se houver presença de líquido na cavidade peritoneal ou no pericárdio.<br />

→ Avaliar a estabilidade da bacia e solicitar Rx de pelve se houver suspeita de fratura (lembrar que as fraturas de<br />

anel pélvico se dão sempre em 2 pontos).<br />

→ Fazer toque retal e toque vaginal para pesquisa de sangramentos.<br />

Outras causas de choque no paciente traumatizado:<br />

- Neurogênico: Há queda da PA sem ocorrer elevação da FC e com vasodilatação periférica.<br />

- Cardiogênico (por tamponamento cardíaco ou contusão do miocárdio, gerando acúmulo de sangue no<br />

pericárdio). Há queda da PA, ingurgitamento de veias cervicais superficiais, diminuição da pressão de pulso,<br />

abafamento das bulhas cardíacas e diminuição do QRS no ECG. O saco pericárdico pode ser esvaziado por<br />

punção com jelco de grosso calibre à esquerda do apêndice xifóide, entrando-se com a agulha com angulação<br />

de 45º com a pele, direcionada para a ponta da escápula. Se houver saída de sangue a punção é considerada<br />

positiva e está indicada toracotomia. São complicações desse procedimento a punção da câmara cardíaca e<br />

possíveis arritmias decorrentes de contusão do miocárdio.<br />

- Choque séptico: pode ocorrer, mas não é muito freqüente no 1º dia após o trauma. A causa mais freqüente é a<br />

lesão de víscera oca que não é identificada ou é diagnosticada tardiamente.<br />

Só de passa para a próxima etapa do atendimento (D) se houver certeza de que o traumatizado não está sangrando!<br />

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