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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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- Entre o peritônio e a fáscia transversalis está o espaço pré-peritoneal, que contém tecido adiposo, linfáticos, vasos sanguíneos<br />

e nervos. Em cirurgias de correção de hérnias inguinais deve-se atentar para os nervos gênito-femoral e cutâneo lateral<br />

femoral, os vasos ilíacos esternos, epigástricos inferiores e a artéria obturatória e o ducto deferente.<br />

HÉRNIA INGUINAL INDIRETA: resulta na falha na obliteração do processo vaginalis, que irá constituir o saco herniário. Deixa<br />

a cavidade abdominal lateralmente aos vasos epigástricos inferiores e entra no anel inguinal profundo. Atravessa todo canal<br />

inguinal e sai através do anel inguinal superficial. Se a hérnia passar totalmente para o escroto é conhecida como hérnia<br />

completa. A hérnia, portanto, deixa a cavidade abdominal lateralmente aos vasos epigástricos.<br />

HÉRNIA INGUINAL DIRETA: o saco herniário é composto pelo peritôneo, que atravessa o triângulo de Hesselbach e segue<br />

pelo anel inguinal superficial (não passa, portanto, pelo anel inguinal profundo, como as hérnias indiretas). A hérnia deixa a<br />

cavidade abdominal medialmente aos vasos epigástricos inferiores, protraindo-se através de alguma fraqueza na parede<br />

posterior do canal inguinal.<br />

HÉRNIA FEMORAL: passa debaixo do trato íleo-púbico e do ligamento inguinal, em direção à coxa superior. A predisposição<br />

anatômica se deve ao pequeno espaço entre o ligamento lacunar medialmente e a veia femoral lateralmente.<br />

Classificação de Nyhus<br />

Tipo I: hérnia indireta com anel inguinal interno normal<br />

Tipo II: hérnia indireta com anel inguinal interno alargado mas com parede posterior íntegra.<br />

Tipo III: defeito de parede posterior<br />

- IIIA: hérnia inguinal direta<br />

- IIIC: hérnia femoral<br />

- IIIB: hérnia indireta com fraqueza da parede posterior<br />

Tipo IV hérnia recidivada<br />

- IVA: direta<br />

- IVB: indireta<br />

Hérnia inguinal direta e indireta<br />

- IVC: femoral<br />

- IVD: combinada<br />

Quadro clínico: “inchaço” em região inguinal, principalmente aos esforços. Pode haver dor local associada e irradiação da dor para o<br />

escroto ou parestesia (acometimento do N. inguinal).<br />

Em geral as hérnias diretas produzem menos sintomas e são menos comuns o encarceramento e o estrangulamento.<br />

Exame físico: presença de uma massa que pode ou não ser redutível.<br />

O paciente deve ser examinado de pé e deitado e deve ser realizada a manobra de Valsalva.<br />

O anel externo pode ser identificado pela invaginação do escroto com o dedo na região acima e lateral ao tubérculo púbico. Pede-se<br />

para op paciente realizar a manobra de Valsalva. Se a massa progredir de dentro para fora, é mais compatível com hérnia direta. Se<br />

progredir de lateral para medial, é mais compatível com hérnia indireta.<br />

Principais diagnósticos diferenciais: dor muscular em região inguinal, hérnia femoral que surge acima do ligamento inguinal, hidrocele,<br />

linfadenopatia, absceso, varicocele.<br />

Tratamento: devem ser tratadas sempre, se não houver contra-indicações, pela possibilidade de estragulamento<br />

Princípios: tratar fatores agravantes (tosse crônica, prostatismo, etc).<br />

Hérnia indireta: o saco herniário deve ser isolado e ligado e o anel interno reduzido a um tamanho apropriado.<br />

Hérnia direta: o cordão deve ser identificado pela possibilidade de ter associação com indireta.<br />

Recorrência em 6m a 1 ano sugerem técnica inadequada.<br />

Recorrência após 2 anos ou mais em geral são decorrentes de enfraquecimento progressivo da parede.<br />

Hérnia femoral<br />

São protrusões através do canal femoral, inferior ao ligamento inguinal. Esse canal é uma estrutura inelástica e, portanto, as hérnias<br />

femorais são mais propensas a encarceramento e estrangulamento.<br />

Quadro clínico: geralmente são assintomáticas até o encarceramento/estrangulamento. Observa-se abaulamento na região inguinal,<br />

inferiormente ao ligamento inguinal.<br />

Tratamento: técnica de McVay<br />

Hérnia umbilical<br />

A maioria é de origem congênita, sendo mais comum em crianças negras. Em mais de 90% dos casos, fecha-se espontaneamente até<br />

os 2 anos de idade. Se persistir após os 5 anos de idade (com anel > 1,5 cm), está indicado tratamento cirúrgico.<br />

Encarceramento e estrangulamento são incomuns.<br />

Tratamento: redução do saco herniário com fechamento simples do anel herniário em sentido transverso. Em caso de hérnias<br />

volumosas ou de recidivas pode-se reforçar com uso de uma tela de márlex (técnica de Mayo).<br />

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