Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
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INFECÇÕES NECROTIZANTES PELVI-PERINEAIS<br />
▫ DEFINIÇÃO: Infecções agudas, invasivas, graves, caracterizadas pela presença de necrose rapidamente progressiva do tecido<br />
celular subcutâneo, particularmente as fáscias, estendendo-se num segundo estágio, ao plano muscular, podendo acometer o<br />
períneo, a parede do tronco, o pescoço, os membros, bem como feridas cirúrgicas de localização variada<br />
▫ CARACTERÍSTICAS<br />
− Predomínio em pacientes do sexo masculino<br />
− Fatores predisponentes: diabetes, obesidade, alcoolismo, senilidade<br />
− Início na região pelvi-perineal, podendo estender-se ao retroperitônio e à parede abdominal<br />
− Evento desencadeante: abscesso perineal, cirurgiar proctológicas, outros traumatismos locais.<br />
− Flora mista<br />
− Presença de fasceíte necrotizante<br />
− Alta gravidade: sepse, óbito (mortalidade de 30%)<br />
▫ ACHADOS CLÍNICOS:<br />
− Dor súbita e intensa perineal ou escrotal<br />
− Pele tensa, edemaciada e eritematosa<br />
− Vesículas com drenagem de material sero-hemático fétido<br />
− Pode ocorrer enfisema subcutâneo<br />
− Sinais de sepse, choque séptico, óbito<br />
− A real extensão da lesão só é evidenciada no intra-operatório<br />
▫ DIAGNÓSTICO:<br />
− Clínico: história, exame físico, presença de fatores predisponentes e desencadeantes<br />
− Exames laboratoriais: Leucocitose, hipoalbuminemia, hiperglicemia, acidose, DHE,...<br />
− Imagem: Rx, USG, TC, RNM – podem ajudar a inferir a extensão do processo (realizar se dúvida quanto à extensão)<br />
− Investigação microbiológica: Hemocultura, Cultura de coleções e tecidos colhidos na cirurgia<br />
▫ AGENTES:<br />
− Anaeróbios: Bacterioides sp, Clostridium sp, Peptococcus sp, Fusobacterium sp<br />
− Aeróbios: Enterobacteriaceas sp, principalmente Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Streptococcus<br />
pyogenes<br />
▫ TRATAMENTO<br />
− Ressuscitação do paciente: hidratação, correção dos DHE e DAB, transfusão sangüínea SN, UTI se choque séptico<br />
− Antibioticoterapia: iniciar precocemente para cobertura dos microorganismos mais prevalentes, ajustar de acordo com<br />
antibiograma depois (potentes, em dose elevada)<br />
− Tratamento cirúrgico agressivo e precoce, realizado tão logo se consiga a estabilização do paciente; componente<br />
primordial na abordagem terapêutica da Infecção necrotizante de partes moles. Considerar reoperação (24-48h) para<br />
desbridamento e drenagem.<br />
− Rigorosa monitoração local, suporte nutricional, irrigação salina, curativo aberto.<br />
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