Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
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) Lesões difusas graves:<br />
− Resultam mais freqüentemente de agressão hipóxica, isquêmica ao cérebro devido a choque prolongado ou apnéia que ocorrem<br />
imediatamente após o trauma, bem como de movimentos em aceleração-desacelração látero-laterais ou angulares.<br />
– Brain Swelling: edema e hiperemia (inflamação) cerebrais que aumentam o volume encefálico gerando aumento da PIC. Há<br />
edema vasogênico (↑extracelular), edema citotóxico (↑intracelular) e hiperemia cerebral (ingurgitamento vascular por perda da<br />
auto-regulação). Tratamento semelhante ao da HIC.<br />
– Lesão axonal difusa (LAD): antes usada para caracterizar uma síndrome clínica, atualmente definida como um achado<br />
microscópico com amplo espectro de apresentações clínicas.<br />
- Normalmente em traumas de grande energia, com aceleração angular.<br />
- Pode haver dissociação clínico-radiológica (TC normal ou pouco alterada para importante rebaixamento do nível de consciência,<br />
com pequeno ∆T de chegada ao hospital).<br />
- Ocorre cisalhamento das fibras neuronais em pontos mais fracos dos axônios (substância branca lobar, corpo caloso e face<br />
dorso-lateral do tronco cerebral). Processo difuso e bilateral, na interface branco-cinza.<br />
- O paciente apresenta-se comatoso com déficits de resposta neurológica. Não é comum ocorrer HIC.<br />
- Pode haver recuperação do NC em poucos dias, mas o indivíduo se torna aperceptivo (EVP se > 6 meses).<br />
- Tratamento com observação e suporte clínico.<br />
2. Lesões focais<br />
a) Hematomas extradurais:<br />
– Relativamente raros<br />
– Estão localizados fora da dura-máter, mas dentro do crânio, e são tipicamente de forma biconvexa ou lenticular<br />
– Região temporal ou têmporo-parietal, resultando de ruptura da A. meníngea média causada por uma fratura (ou ruptura de um<br />
seio venoso importante).<br />
– Apresentação típica: intervalo lúcido após o TCE (mecanismo compressivo para o rebaixamento)<br />
– Tratamento com craniotomia para cessação do sangramento (região temporal – preocupação com herniação uncal!)<br />
b) Hematomas subdurais:<br />
– Mais comuns (30% dos TCEs graves), podem ser agudos e crônicos*<br />
– Dilaceração de vasos superficiais pequenos do córtex cerebral e Vv. em ponte, aparecendo em forma de lente côncavo-convexa<br />
– Habitualmente recobrem toda a superfície do hemisfério e há comprometimento importante do parênquima cerebral subjacente<br />
– Sangue em contato com o córtex – irritativo (alteração do nível de consciência)<br />
c) Contusões e hematomas intracerebrais<br />
– São bastante comuns (20 – 30% dos TCEs graves);<br />
– Contusões são lesões heterogêneas: necrose, hemorragia perilesional, edema = inflamação que perpetua o processo<br />
– Maioria nos lobos frontal e temporal (maiores irregularidades ósseas), podendo ocorrer em qualquer parte do cérebro (por lesão<br />
direta ou contra-golpe); ocorre fora das áreas comuns de AVCH (áreas de AVCH: tálamo, putâmen, cápsula interna)<br />
– As contusões podem, num período de horas ou dias, expandir-se ou coalescer para formar um hematoma intracerebral, exigindo<br />
evacuação cirúrgica imediata. Isto ocorre em cerce de 20% dos doentes, devendo a TC ser repetida em 12 a 24h após a TC<br />
inicial.<br />
d) HSA: trauma é sua principal causa; predispõe vasoespasmo e diminuição do fluxo liquórico; segue o trajeto dos sulcos. (ver HSA)<br />
* OBS: Hematomas subdurais crônicos:<br />
− História de trauma com sintomas neurológicos após mais de 21 dias<br />
− Epidemiologia: Pacientes com espaço para sangramento inicialmente assintomático (atrofia) e tendência a quedas<br />
(idosos e etilistas), ou com coagulopatias (etilistas, anticoagulados, discrasias sangüíneas)<br />
− Fisiopatologia: Sangramento agudo, com aumento progressivo e lento de tamanho por processo inflamatório (formação<br />
de cápsula que funciona como membrana semipermeável e precipita fenômeno osmótico de entrada de água),<br />
rompimento da cápsula visceral (enzimas lisossômicas e aumento do volume, causando novo sangramento) e<br />
coagulopatia local.<br />
− Sintomas: Sinais focais, confusão mental, demência, cefaléia nova no idoso (independente de história de TCE)<br />
− Tratamento: Trepanação e, se componente de agudização (sinal de sangramento recente), craniotomia.<br />
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