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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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- É importante lembrar que no recém nascido a cintilografia não é fidedigna para diagnóstico precoce (acurácia de 30-40%).<br />

ACHADOS LABORATORIAIS<br />

- Aumento de leucócitos com alta percentagem de neutrófilos e desvio à esquerda no hemograma.<br />

- Aumento de VHS, PCR, alfa1 glicoproteína.<br />

- Hemocultura pode ser positiva em 20-30% dos casos se colhida na fase aguda sem ação de antibióticos.<br />

DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL<br />

- Muitas vezes não é feito na fase inicial pois a atenção é direcionada ao quadro de sepsis.<br />

- Suspeita-se de osteomielite quando existe dor, edema, ponto ósseo doloroso sobre a região metafisária de um osso longo. Diagnóstico<br />

precoce e tratamento imediato são essenciais para bons resultados, não se devendo esperar por alterações radiográficas para iniciar o<br />

tratamento.<br />

- Diagnósticos diferenciais (mais comuns): febre reumática aguda, artrite séptica, artrite reumatóide aguda, celulite, leucemia aguda,<br />

poliomielite, hiperostose cortical infantil, hipervitaminose A e tumores ósseos malignos, como sarcoma de Ewing.<br />

→ Na osteomielite, o ponto mais doloroso está localizado na metáfise, enquanto na artrite séptica ou na artrite reumatóide a dor é<br />

primariamente na articulação (interlinha).<br />

→ Na artrite os movimentos são dolorosos e limitados, enquanto que na osteomielite, se o membro for manuseado delicadamente, a<br />

movimentação da articulação adjacente é relativamente indolor e sem restrição. Na osteomielite pode ocorrer derrame articular simpático,<br />

porém o edema geralmente é máximo sobre o osso afetado e uma área extensa do membro está envolvida, enquanto na artrite séptica, a<br />

articulação é que está edemaciada.<br />

→ Na celulite, a pele encontra-se vermelha e endurada, com uma borda bem definida, entretanto, se o osso infectado for subcutâneo (tíbia,<br />

clavícula, ulna) podem existir alterações na pele mais tardiamente. Na celulite ocorre aumento difuso da captação nos tecidos moles na<br />

cintilografia, sem atividade óssea focal aumentada.<br />

- O procedimento correto na osteomielite é aspirar a área óssea afetada para obter material para exame bacteriológico e para determinar a<br />

existência de pus.<br />

- A punção estabelece o diagnóstico, permitindo cultura, identificação do microrganismo e determinação de sua sensibilidade aos<br />

antimicrobianos, o que permite ao médico a decisão de drenagem ou não da região afetada.<br />

- O local exato da punção é no ponto mais doloroso à palpação, que, nos ossos longos, geralmente é na metáfise.<br />

- Se não for encontrado pus subperiostealmente, avança-se a agulha na cortical e espaços intertrabeculares na área metafisária.<br />

- O material aspirado (nos primeiros dias geralmente serossanguinolento ou sangue) é enviado para gram e cultura, colhe-se hemocultura e<br />

material para cultura de qualquer outro foco infeccioso.<br />

- Se existe derrame simpático na articulação adjacente e existe um problema em diferenciá-lo da artrite séptica, a articulação é puncionada<br />

primeiro, através de uma área normal na pele. Cuidado para não contaminar uma articulação limpa.<br />

TRATAMENTO<br />

- Baseado em dois fatores importantes: estágio da doença e idade da criança.<br />

- Objetivo do diagnóstico e tratamento precoces: prevenir o desenvolvimento de abscesso ósseo.<br />

→ Antibioticoterapia<br />

- Iniciada tão logo tenha sido enviado o material puncionado para cultura.<br />

- A administração parenteral é necessária para assegurar concentrações ótimas de droga no local da infecção, já que o osso é um dos locais<br />

mais difíceis para atingir altas concentrações de antibióticos.<br />

- Os antibióticos bactericidas são os preferidos e são utilizados em altas doses. A antibioticoterapia inicial, geralmente endovenosa, é baseada<br />

nos microorganismos mais freqüentes para cada faixa etária.<br />

- Desde que o microrganismo causador seja identificado através de culturas do sangue, osso ou líquido articular, a cobertura antibiótica inicial<br />

ampla deve ser modificada e continuar com o antibiótico mais efetivo para ele.<br />

→ Etiologia da osteomielite para cada grupo etário:<br />

GRUPO ETÁRIO COMUM INCOMUM RARO<br />

S. aureus<br />

RECÉM NASCIDOS*<br />

DE UM MÊS A TRES ANOS<br />

DE IDADE**<br />

ACIMA DE TRÊS ANOS DE<br />

IDADE<br />

Estreptococo grupo B<br />

como S.agalactie<br />

Enterobactérias<br />

S. aureus<br />

Estreptococos<br />

S. aureus<br />

Estreptococos<br />

H. influenzae<br />

H. influenzae<br />

Pseudomonas<br />

Pseudomonas<br />

cândida<br />

cândida<br />

M. Tuberculosis<br />

M. Tuberculosis<br />

cândida<br />

* Osteomielite por Estreptococo do grupo B tem curso subagudo, atingindo normalmente um único osso, geralmente o úmero<br />

proximal.<br />

** 18% dos pacientes com osteomielite por H. Influenzae: meningite concomitante, portanto, antibiótico deve atingir o fluido<br />

cerebroespinal.<br />

- O período de antibioticoterapia deve ser longo o suficiente para reduzir a incidência de infecção recorrente ou o desenvolvimento de infecção<br />

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