Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
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DEFINIÇÃO<br />
Pode ser divido em:<br />
Primário<br />
Secundário<br />
Agudo<br />
Crônico<br />
Agudo<br />
Crônico<br />
TRAUMA RAQUIMEDULAR<br />
Lesão primária: é ocasionada da transferência da energia cinética para a substância da medula espinal, do rompimento dos axônios, de danos<br />
das células nervosas e da ruptura dos vasos sangüíneos. Durante as 8 primeiras horas após o trauma ocorre hemorragia e necrose na<br />
substancia central da medula (cinzenta). Após isto temos migração de células gliais e edema no local da lesão, com a cicatrização desta.<br />
Lesão secundária: resulta da isquemia causada pela redução do fluxo sangüíneo para o segmento danificado. Esta redução pode ser causada<br />
por uma alteração do canal vertebral, hemorragia ou edema significantes.<br />
Lesão crônica: Cicatriz formada no local da lesão pelas células gliais leva a uma lesão crônica, pois esta não só inibe o crescimento axonal<br />
fisicamente como libera substâncias que inibem o seu crescimento. Pequenos cistos podem ser encontrados no local, levando em alguns<br />
pacientes a uma siringomielia pós-traumática.<br />
AVALIAÇÃO<br />
- O prognóstico de um trauma raquimedular só pode ser definido após as primeiras 24 horas, quando termina o chamado “choque medular”.<br />
- Choque medular: período de arreflexia, paralisia motora e perda da sensibilidade. Pode ser definido como uma interrupção fisiológica da<br />
condução nervosa pela medula, que é demonstrada fisicamente pela ausência do reflexo bulbo-cavernoso.<br />
→ Reflexo bulbo-cavernoso: é testado fazendo um estimulo na glande ou no clitóris e checando se há ou não contração do esfíncter anal.<br />
Quando a contração ocorrer, é sinal que o paciente já esta fora do choque medular.<br />
- Após a saída do choque, deve-se examinar detalhadamente o paciente para se identificar o nível neurológico da lesão. Para isto, deve-se<br />
medir a sensibilidade e a motricidade do paciente. Atualmente o padrão internacional tem como base uma tabela da ASIA (American Spine<br />
Injury Association) que sistematiza o exame neurológico em dermátomos e miótomos chaves e atribuem uma pontuação para cada item deste.<br />
Força motora é medida em uma escala que varia de 0 a 5 pontos por grupo muscular. Zero é quando não ocorre nem fasciculação muscular, 1<br />
é quando temos fasciculação mas não movimentação, 2 é quando temos movimentação em um plano horizontal que não vence a gravidade, 3<br />
é uma movimentação que vence a gravidade porém não vence nenhuma resistência, 4 é uma movimentação que vence alguma resistência e 5<br />
é a força muscular normal.<br />
C5 – flexão do cotovelo L2 – flexão do quadril<br />
C6 – extensão do punho L3 – extensão da coxa<br />
C7 – extensão dos dedos L4 – dorsiflexão do pé<br />
C8 – flexão dos dedos L5 – extensão do hálux<br />
T1 – abdução dos dedos S1 – flexão plantar<br />
Sensibilidade é testada de acordo com os dermátomos e é dividida em ausente (zero pontos), presente porém, com sensação de formigamento<br />
(1 ponto), e normal ou completa (2 pontos).<br />
- Nível neurológico da lesão:<br />
É o último nível normal (tanto em força muscular quanto em sensibilidade) do paciente. Se abaixo deste nível não houver nenhuma função<br />
motora ou sensitiva, esta lesão é considerada completa. Caso haja abaixo do nível neurológico uma preservação parcial tanto da função<br />
motora ou da função sensitiva, esta lesão é considerada incompleta.<br />
TRATAMENTO<br />
- Não existe ainda uma cura ou tratamento adequado para a lesão raquimedular.<br />
- Existem algumas drogas que podem melhorar o prognóstico se bem indicadas, e existem tipos de lesões que evoluem melhor que outros.<br />
- Pacientes com lesões incompletas têm índices de recuperação motora inicial maiores que os com lesão completa, e que os índices de<br />
recuperação de ambos declinam rapidamente após 6 meses de trauma.<br />
- Acompanhamento fisioterápico do paciente visando sua readaptação à sociedade e evitando deformidades e formação de escaras deve ser<br />
feito por longos períodos.<br />
- Porém, a única forma que se conhece hoje de melhorar o prognóstico deles é a administração de drogas especificas nas 8 primeiras horas<br />
de trauma.<br />
- Em pacientes com até 8 horas de trauma, que não tenham tido o trauma por projétil de fogo, não estejam grávidas e não tenham quadro<br />
infeccioso associado devem receber doses maciças de corticosteróides.<br />
- A metilprednisolona deve ser administrada na dose de 30 mg/kg em 15 minutos logo na admissão. Após 45 minutos, deve-se começar a<br />
administrá-la na dose de 5,4mg/kg/hora pelas próximas 23 horas.<br />
TIPOS DE LESÕES NEUROLÓGICAS<br />
→ Lesão de raízes: espera-se que ocorra recuperação pelo menos parcial.<br />
→ Lesão medular incompleta: Pode ou não haver recuperação dos déficits. Quanto maior e mais rápida a recuperação melhor o prognóstico.<br />
Lesão de Brown Sequard: Hemissecção medular. Paralisia homolateral e hipoestesia térmica e dolorosa contralateral. Tem bom prognóstico,<br />
com mais de 90% de recuperação do controle vesical e intestinal e capacidade para deambular.<br />
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