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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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4) HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO:<br />

- Ao atender um paciente com suspeita de fratura, devemos levar em conta:<br />

- Idade;<br />

- História Clínica:<br />

aguda x crônico;<br />

Mecanismo de trauma: trauma direto ou indireto? Houve stress angular, rotacional, compressão, tração, cisalhamento ou<br />

forças combinadas na gênese da fratura?<br />

Fratura patológica? (tumor, doença osteo-metabólica ou osteoporose);<br />

Perguntar por queixas em outras regiões;<br />

- No exame físico verificar:<br />

se há sinais de fratura → dor, edema, deformidade, incapacidade funcional, equimoses e hematomas, mobilidade anormal e<br />

crepitações);<br />

se há lesões de pele que indiquem fratura exposta ou o mecanismo de trauma;<br />

se os pulsos distais estão ausentes, indicando lesões vasculares;<br />

se a sensibilidade, motricidade e reflexos do membro estão diminuídos, indicando lesão neurológica;<br />

se há sinais de síndrome compartimental → dor à extensão passiva dos músculos dos do compartimento acometido, incapacidade<br />

de movimentação ativa e alterações de sensibilidade.<br />

No caso de traumas acometendo a coluna verificar sempre se há lesão neurológica distal àquele nível.<br />

No caso de fraturas de costelas ou bacia, investigar lesões viscerais.<br />

- Exames radiológicos:<br />

Fazem parte da propedêutica ortopédica de rotina e devem ser sempre solicitados pelo menos em duas posições perpendiculares<br />

entre si (geralmente frente e perfil, mas há exceções). Há regiões específicas onde a rotina é sempre realizar incidências extras.<br />

Algumas fraturas intra-articulares e de coluna podem necessitar de tomografia axial computadorizada para melhor avaliação da<br />

posição relativa dos fragmentos.<br />

Fraturas de stress podem necessitar de cintilografia óssea para diagnóstico.<br />

5) TRATAMENTO<br />

→ Objetivo do tratamento: Restaurar função, evitar deformidades e restaurar anatomia.<br />

→ Fases da consolidação óssea:<br />

- Inflamação: 0 – 2semanas<br />

- Calo fibroso / cartilaginoso: 2 – 6semanas<br />

- Calo ósseo: 6 – 8semanas<br />

- Remodelação: até 2 anos.<br />

→ O tratamento divide-se em três fases bem distintas: urgência, o tratamento definitivo e a fase de reabilitação.<br />

URGÊNCIA:<br />

- Imobilizar o membro no local da fratura com o material disponível;<br />

- Alinhar o membro;<br />

- REDUÇÃO;<br />

- Limpeza do ferimento com SF 0,9%;<br />

- Compressão de hemorragias.<br />

A imobilização na urgência tem como função a analgesia do paciente, a melhoria das condições para o transporte, a prevenção do<br />

aumento das lesões de partes moles, inclusive de lesão neuro-vascular. No caso de sangramentos importantes, a imobilização propiciará<br />

condições para que haja a formação de coágulo no hematoma, tamponando o mesmo e evitando que ele se desfaça com a movimentação do<br />

foco de fratura.<br />

TRATAMENTO DEFINITIVO:<br />

Redução: restabelecimento da anatomia, se não houver desvio ela não será necessária. Há fraturas que mesmo desviadas não necessitam de<br />

redução. A redução pode ser incruenta: conseguida através de manipulação fechada dos fragmentos, posicionando-os o mais próximo possível<br />

de sua posição anatômica ou cruenta.<br />

Imobilização:<br />

- Evitar deslocamento tardio dos fragmentos (perda da redução);<br />

- Prevenir movimentos no foco de fratura que venham a atrapalhar a consolidação (fornecer silêncio mecânico) e;<br />

- Analgesia.<br />

- Pode conservador: conseguida através de talas gessadas (goteiras), talas metálicas (por exemplo: fraturas de falanges da mão), gessos<br />

circulares, enfaixamentos e esparadrapagens e tração contínua ou cirúrgico : com placas e parafusos, próteses, pinos travados, fios de<br />

Kirschner ou fixador externo.<br />

- É importante ressaltar que o tratamento ideal é aquele que resultará em uma boa recuperação funcional do paciente sem complicações.<br />

- Todo tratamento possui complicações inerentes ao método. Cada fratura é única. Cada paciente é único.<br />

- Cada tipo de fratura tem suas indicações específicas de tratamento cirúrgico, no entanto há algumas regras gerais que nos ajudam a indicá-lo:<br />

-fraturas intra-articulares<br />

-fraturas onde houve falha do tratamento conservador, com perda da redução<br />

-fraturas desviadas causadas por avulsão de ligamentos e unidades músculos-tendíneas.<br />

-fraturas patológicas com desvio em pacientes em bom estado geral<br />

-fraturas onde sabe-se que o tratamento conservador tradicionalmente não dá bons resultados<br />

-deslocamentos epifisários que tem propensão a lesar a cartilagem de crescimento (Salter-Harris tipos III e IV)<br />

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