Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela
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Endarterectomia: constitui uma alternativa à cirurgia de derivação, particularmente em arterioscleróticos jovens.<br />
Tratamento endovascular: Angioplastia, associada ou não à colocação de endopróteses.<br />
INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA<br />
CONCEITO<br />
- Anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso.<br />
- Pode afetar o sistema venoso superficial, o sistema venoso profundo ou ambos.<br />
- A disfunção venosa pode ser resultado de um distúrbio congênito ou pode ser adquirida.<br />
- Esta incapacidade acarreta um regime de hipertensão venosa que crônica e tardiamente leva as alterações de pele e subcutâneo<br />
características da IVC.<br />
EPIDEMIOLOGIA<br />
- 10 a 20% da população do mundo desenvolvido possui veias varicosas ou algum grau de insuficiência venosa superficial ou profunda dos<br />
membros inferiores.<br />
- A IVC acomete de 2 a 7% da população e a prevalência da maior complicação da IVC, a úlcera de estase venosa crônica, atinge de 0,5 a 2%<br />
da população.<br />
FISIOPATOLOGIA<br />
A mais comum causa de IVC é a trombose venosa iliofemoral. A recanalização das veias trombosadas restaura a perviedade, mas há<br />
perda, da competência das válvulas no local, que transmitem a alta pressão venosa para segmentos mais distais. Este aumento da pressão<br />
transmite-se às veias perfurantes, que após dilatação perde a competência valvular ocasionando fluxo reverso. Esta hipertensão venosa<br />
atingindo veias mais distais é transmitida às vênulas e à microcirculação da pele e do tecido celular subcutâneo, através de dois mecanismos<br />
intrínsecos: perda do reflexo veno-capilar e alteração da bomba muscular da panturrilha.<br />
Estas alterações de fluxo sangüíneo causam extravasamento de fluidos e acúmulo peri-capilar de depósitos de fibrina que alteram o<br />
metabolismo entre os compartimentos extra e intravascular. Os capilares encontram-se alterados e há alargamento dos espaços<br />
interendoteliais. Pelo prolongado e aumentado extravasamento ocorre alargamento dos espaços pericapilarese edema na camada intersticial,<br />
correspondendo ao achado clínico de edema. A hemossiderina produto da degradação de hemáceas e fragmentos de eritrócitos é responsável<br />
pela hiperpigmentação.<br />
Atualmente aceita-se que a ulceração seja provocada por lesão capilar. Há empilhamento das hemácias e microtromboses nos<br />
capilares. A estes processos segue-se a formação de tecido de granulação, proliferação de capilares e fibroblastos e, finalmente, cicatrização<br />
da ferida por formação de tecido cicatricial. Clinicamente este processo leva a lipodermatosclerose, atrofia e na forma mais grave, a ulcerações<br />
onde os mecanismos compensatórios não são suficientemente capazes de reparar a lesão.<br />
Classificação: CEAP (Clinical signs, Etiology; Anatomic distribution, Pathophysiology)<br />
Classificação clínica (C):<br />
- Classe 0 – Sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa.<br />
- Classe 1 – Telangiectasias e/ou veias reticulares.<br />
- Classe 2 – Veias varicosas.<br />
- Classe 3 – Edema.<br />
- Classe 4 – Alterações de pele (hiperpigmentação, lipodermatosclerose).<br />
- Classe 5 – Classe 4 com úlcera cicatrizada.<br />
- Classe 6 – Classe 4 com úlcera ativa.<br />
Classificação etiológica (E):<br />
- Congênita – EC.<br />
- Primária – EP.<br />
- Secundária – ES: pós-trombótica, pós-traumática e outras.<br />
Classificação anatômica (A):<br />
- Veias superficiais – AS.<br />
- Veias profundas – AD.<br />
- Veias perfurantes – AP.<br />
Classificação fisiopatológica (P):<br />
- Refluxo – PR.<br />
- Obstrução – PO.<br />
- Refluxo e obstrução – PR,O.<br />
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL<br />
- ICC: O edema com formação de godet é produzido tipicamente pela insuficiência cardíaca, mas também está presente quando o edema é<br />
produzido por hipoproteinemia severa.<br />
- Linfedema:<br />
- Mixedema: procurar por outros sinais de hipotireoidismo.<br />
- Lipedema: depósito anormal de gordura<br />
DIAGNÓSTICO<br />
→ Clínico: O diagnóstico da IVC com edema, induração, hiperpigmentação e ulceração é freqüentemente feito através da história clínica e do<br />
exame físico. O exame físico, embora, revele a presença da IVC, não é suficiente para localizar e quantificar os defeitos funcionais e<br />
anatômicos. Para a adequada caracterização e conduta torna-se necessária a utilização de exames subsidiários.<br />
→ Exames não invasivos:<br />
- USG doppler: fornece informações importantes sobre o refluxo venoso nas junções safenofemoral e safenopoplítea. Pode levar ao<br />
diagnóstico em 90% dos pacientes. Na região poplítea e para localização de veias perfurantes insuficientes, este exame, entretanto, não é<br />
acurado.<br />
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