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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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- Dor em repouso: é um grave sintoma causado por neurite isquêmica e necrose tecidual. Indica insuficiência arterial muito avançada que<br />

geralmente logo evolui para gangrena e amputação de extremidade, se não puder ser realizada reconstrução arterial. Pode estar localizada<br />

adjacente a uma úlcera isquêmica ou dedo em condição pré-gangrena. É agravada pela elevação da perna e melhora quando o membro é<br />

colocado pendente pelo paciente no leito. Diagnóstico diferencial: deve ser feito com a neuropatia diabética de longa duração (pacientes não<br />

relatam melhora com a colocação de seus membros em posição pendente).<br />

- Impotência: é produzida por lesões que obstruem as artérias hipogástricas e comumente é encontrada associada à obstrução da aorta<br />

terminal. Dentre as causas de impotência, é uma das menos comuns.<br />

- Sensibilidade: as anormalidades da sensibilidade geralmente estão ausentes ao exame.<br />

- Palpação arterial: a redução da amplitude do pulso indica estenose proximal.<br />

- Sopros: a sua ausculta indica estenose no ponto onde o estetoscópio foi colocado ou em um ponto proximal a ele.<br />

- Palidez: a palidez do pé à elevação da extremidade indica isquemia avançada.<br />

- Rubor: na doença aterosclerótica avançada, a pele do pé apresenta uma cianose ruborosa peculiar à pendência.<br />

- Resposta ao exercício: pode haver o aparecimento de sopros e uma redução na força do pulso em pacientes com queixa de claudicação mas<br />

com achados mínimos no repouso.<br />

- Temperatura: na isquemia crônica, a temperatura cutânea do pé diminui.<br />

- Ulceração: as úlceras isquêmicas geralmente são muito dolorosas e acompanhadas por dor no pé em repouso. A borda da úlcera é bem<br />

demarcada ou elevada, e a base é destituída de tecido de granulação saudável.<br />

- Necrose: inicialmente se torna mais aparente nas porções mais distais da extremidade, frequentemente no local de uma úlcera.<br />

- Atrofia: graus moderados a graves de isquemia crônica produzem atrofia muscular gradual e perda da força da região isquêmica.<br />

- Alterações tegumentares: pode evoluir com perda dos pêlos sobre o dorso dos dedos e pé associada a espessamento das unhas até atrofia<br />

da pele e tecido subcutâneo.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

- Claudicação intermitente é patognomônico de doença arterial obstrutiva periférica;<br />

- Inspeção estática da extremidade, em repouso, em geral não mostra nenhum sinal de isquemia.<br />

- Na inspeção dinâmica, elevando o membro, poderemos observar palidez da extremidade e tempo de enchimento venoso prolongado no pé,<br />

denotando insuficiência arterial, que é confirmada pela diminuição na intensidade das pulsações arteriais, ou mesmo, da ausência delas,<br />

permitindo-nos diagnosticar clinicamente o nível proximal da oclusão.<br />

- A presença de sopros sistólicos sobre trajetos arteriais nos indicará pontos de estenose.<br />

- Na fase de isquemia crítica: além da dor de repouso, há sinais de insuficiência arterial na extremidade à simples inspeção estática: palidez ou<br />

cianose cutânea, atrofias musculares, úlceras ou necroses. À palpação, encontraremos hipotermia, que será tanto mais acentuada quanto mais<br />

extenso for o comprometimento arterial; a ausência de pulsações completa o diagnóstico clínico da obstrução arterial no membro.<br />

- Testes fisiológicos: índice tornozelo-braço, para avaliar a gravidade ou para acompanhar a evolução. O índice é obtido a partir das medidas<br />

de pressão sistólica em artéria tibial posterior ou dorsal do pé e em artéria braquial, utilizando o doppler ultra-som. Em pacientes claudicantes,<br />

esse índice fica entre 0,5 e 0,9; em casos de isquemia crítica, ele é inferior a 0,5. No entanto, em diabéticos, em conseqüência da calcificação<br />

da camada média, impedindo ou dificultando a compressão das artérias pelo manguito, a determinação da pressão nas artérias do tornozelo<br />

pode revelar valores normais ou mesmo aumentados em pacientes com obstrução arterial, tornando prejudicado o cálculo desse índice.<br />

- Ultra-sonografia doppler pode ser útil, em alguns casos, para nos fornecer dados anatômicos e fisiológicos da árvore arterial:<br />

anatomicamente, permite avaliar a parede vascular e identificar as placas de ateroma; fisiologicamente, demonstra os efeitos hemodinâmicos<br />

das lesões arteriais.<br />

- A angiografia por ressonância é, potencialmente, o método ideal para estudar o sistema circulatório, pois não e invasivo, é desprovido de<br />

risco, não necessitando do uso de contraste nefrotóxico e alergênico para delinear os vasos e nos fornece informações anatômicas e<br />

fisiológicas. Desvantagens: superestima graus de estenose arterial; pacientes que têm claustrofobia não a toleram; está contra-indicada em<br />

doentes com marcapasso cardíaco ou "clipes" metálicos intracranianos. Além disso, a qualidade das imagens obtidas ainda não é totalmente<br />

satisfatória para avaliar as condições parietais das artérias estudadas.<br />

- A arteriografia: padrão-ouro dos métodos de estudo da circulação arterial periférica, fornecendo, no entanto, somente informações<br />

anatômicas da árvore arterial. Tratando-se de método invasivo, deve ser utilizada criteriosamente, principalmente nos pacientes que<br />

necessitam de operação de revascularização, nos quais ela continua sendo exame fundamental para se fazer o planejamento cirúrgico<br />

adequado.<br />

TRATAMENTO<br />

→ Clínico:<br />

- Abolição do fumo: A distância útil de marcha em portadores de claudicação intermitente chega a dobrar em relação à distância inicial<br />

naqueles que deixaram de fumar.<br />

- Condicionamento físico: constitui a base do tratamento clínico do paciente claudicante.<br />

- Medicamentos: tem como objetivos reduzir a mortalidade cardiovascular (o infarto do miocárdio é a principal causa de óbito nos claudicantes)<br />

e melhorar a performance de marcha. Antiagregantes plaquetários reduzem a incidência de eventos trombóticos nos territórios cardíaco,<br />

cerebral e periférico.<br />

→ Cirúrgico:<br />

Indicações: sintoma deve ser limitante, causando dificuldades ao paciente nas suas atividades profissionais ou sociais, não tendo havido<br />

resposta favorável ao tratamento clínico; não deve apresentar limitações clínicas importantes, mormente em termos de doença cardíaca<br />

isquêmica (o infarto do miocárdio é a principal causa de óbito no período pós-operatório, tanto imediato como tardio); estudo angiográfico deve<br />

demonstrar a presença de lesões passíveis de serem restauradas;<br />

- Nos casos de isquemia crítica o tratamento cirúrgico se impõe.<br />

Técnicas:<br />

Derivações ou pontes (by-pass): são as mais freqüentemente realizadas. Estão indicadas nas lesões obstrutivas arteriais extensas.<br />

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