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Cirurgia Abdominal - Dra. Eloiza Quintela

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EXAME SECUNDÁRIO<br />

Consiste na avaliação detalhada do doente, da cabeça aos pés.<br />

Composto por história clínica e exame físico completos, incluindo reavaliação de todos os sinais vitais.<br />

História<br />

A Alergias<br />

M Medicamentos de uso habitual<br />

P Passado médico / Prenhez<br />

L Líquidos e alimentos ingeridos recentemente<br />

A Ambiente e eventos relacionados ao trauma<br />

- Deve incluir a história do mecanismo de trauma (com o paciente, família, responsáveis pelo atendimento préhospitalar,<br />

etc).<br />

- Trauma fechado - são informações importantes a respeito de colisões automobilísticas: uso de cinto de<br />

segurança, deformação do volante, direção do impacto, danos ao automóvel ou intrusão no compartimento de<br />

passageiros e ejeção do passageiro de dentro do veículo.<br />

- Trauma penetrante (FAF, FAB, objetos perfurantes) - são informações importantes: a distância entre a vítima e<br />

a arma, o calibre, a trajetória presumida, etc.<br />

- Queimaduras – são informações importantes: o local em que ocorreu a queimadura (espaço aberto ou<br />

fechado), substâncias que alimentaram as chamas, inalação de monóxido de carbono, etc.<br />

- Ambiente de risco (elementos químicos, radiação) tanto para o paciente quanto para a equipe hospitalar.<br />

Exame Físico<br />

- Cabeça e face: avaliar a acuidade visual, o tamanho e a fotorreagência das pupilas, hemorragias de fundo de<br />

olho e de conjuntiva, lesões penetrantes, lentes de contato (remover antes que ocorra edema), deslocamentos<br />

de cristalino, encarceramento ocular. Examinar toda a cabeça e o couro cabeludo à procura de possíveis<br />

lacerações, contusões ou evidências de fraturas. Avaliar possíveis fraturas maxilo-faciais e de base do crânio.<br />

- Coluna cervical e pescoço: doentes com trauma craniano e maxilo-facial devem ser considerados como<br />

portadores de lesão instável de coluna cervical. Seu pescoço deve ser imobilizado até que sua coluna tenha<br />

sido estudada por completo e tenham sido excluídas possíveis lesões. A ausência de déficit neurológico não<br />

exclui lesão de coluna cervical. O exame do pescoço inclui inspeção, palpação e auscuta. Dor ao longo da<br />

coluna cervical, enfisema de subcutâneo, desvio de traquéia e fratura de laringe devem ser evidenciados em<br />

um exame mais detalhado.<br />

- Tórax: Inspeção visual, palpação de toda a caixa torácica, auscuta, percussão e radiografia de tórax fazem<br />

parte da avaliação. Pesquisar novamente sinais que possam sugerir pneumotórax hipertensivo, tórax instável<br />

ou contusão pulmonar, hemotórax volumoso, pneumotórax aberto e hérnia diafragmática. Bulhas abafadas e<br />

pressão de pulso diminuída podem indicar um tamponamento cardíaco. Realizar radiografia de tórax caso não<br />

tenha sido realizada.<br />

- Abdome: Um exame inicial normal do abdome não exclui lesões intra-abdominais significativas. Doentes com<br />

hipotensão inexplicada, lesões neurológicas, alterações sensoriais decorrentes de uso de álcool e/ou drogas e<br />

com achados abdominais duvidosos devem ser considerados candidatos à realização de LPD, USG abdominal<br />

ou, caso estejam hemodinamicamente estáveis, TC de abdome com contraste (intravenoso e intra-gástrico).<br />

- Períneo, Reto e Vagina: O períneo deve ser examinado à procura de contusões, hematomas, lacerações e<br />

sangramento uretral. O toque retal deve ser realizado antes da introdução da sonda vesical. Neste, o médico<br />

deve avaliar o tônus do esfíncter, a integridade da parede retal, a presença de possíveis espículas ósseas<br />

(sugestivas de fraturas de pelve), a posição e as características da próstata e a possível presença de sangue<br />

na luz retal. Nos doentes do sexo feminino também deve ser realizado o toque vaginal para avaliara possíveis<br />

lacerações vaginais e presença de sangue na vagina.<br />

- Sistema músculo-esquelético: A dor à palpação do anel pélvico é um achado importante no doente<br />

consciente. No doente inconsciente, a mobilidade da pelve em resposta à pressão delicada antero-posterior das<br />

cristas ilíacas anteriores e da sínfise púbica com as palmas das mãos pode sugerir ruptura do anel pélvico.<br />

Deve-se procurar contusões, sinais de fraturas e deformidades. Deve ser realizado o exame dos pulsos<br />

periféricos em busca de possíveis lesões vasculares. Completa-se a avaliação do sistema músculo-esquelético<br />

com o exame do dorso do doente.<br />

- Sistema nervoso: deve ser refeita a avaliação do nível de consciência (GCS) bem como do tamanho das<br />

pupilas e sua foto-reatividade. As extremidades devem ser avaliadas quanto à sensibilidade e motricidade. O<br />

paciente deve ser reavaliado continuamente, uma vez que uma piora no estado neurológico pode indicar<br />

aumento da PIC por progressão de lesão com efeito de massa e obrigar uma cirurgia de urgência.<br />

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