Doença de Chagas - Centro de Pesquisas René Rachou
Doença de Chagas - Centro de Pesquisas René Rachou
Doença de Chagas - Centro de Pesquisas René Rachou
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
PGCS - CPqRR<br />
DOENÇA DE CHAGAS<br />
2007<br />
João Carlos Pinto Dias<br />
CENTRO DE PESQUISA RENÉ RACHOU<br />
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
CENTROAMERICANOS<br />
ANDINOS<br />
Fonte: Silveira, A. C.. Current situation with the control<br />
of vector-borne <strong>Chagas</strong>’ disease transmission in the<br />
Americas. In: Atlas of <strong>Chagas</strong>’ disease vectors in the<br />
Americas. 1999.<br />
INCOSUL
PESO DE ENFERMIDADES TRANSMISSÍVEIS NA AMÉRICA LATINA E CARIBE<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
Milhões <strong>de</strong> AVAI*<br />
Resp Dia HIV CHA TBC Helm MAL ESQ HAN LEI<br />
* AVAI - anos <strong>de</strong> vida perdidos por incapacida<strong>de</strong><br />
Fonte: World Development Report, 1993. p.216-218.
CONSTATAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS BÁSICAS<br />
I - A DCH ORIGINOU-SE FUNDAMENTALMENTE DO CONTATO<br />
HOMEM-TRIATOMÍNEO DOMICILIADO, DISPERSANDO-SE PELA<br />
ATUAL ÁREA ENDÊMICA A PARTIR DE INVASÃO DE NICHOS<br />
SILVESTRES, AÇÃO ANTRÓPICA, MIGRAÇÕES E FATORES SOCIO-<br />
POLÍTICOS;<br />
II – NO ÂMBITO SILVESTRE SÃO HABITUAIS AS VIAS VETORIAL E<br />
ORAL;<br />
III - COM A URBANZAÇÃO E A MODERNIZAÇÃO DA MEDICINA<br />
EMERGIU A TRANSMISSÃO TRANSFUSIONAL NA DÉCADA DE 40,<br />
POSTERIORMENTE SURGINDO A VIA DE TRANSPLANTES;<br />
IV – AS VIAS TRANSFUSIONAL E CONGÊNITA TÊM COMO BASE<br />
FUNDAMENTAL A VIA VETORIAL;<br />
V – VÁRIAS DAS FORMAS HIPOTÉTICAS DEPENDEM DE ELEVADA<br />
CONCENTRAÇÃO TRIPANOSÔMICA E EVENTUALMENTE DA<br />
DENSIDADE TRIATOMÍNICA;<br />
VI – NA MEDIDA EM QUE SE CONTROLA A VIA VETORIAL, CRESCEM<br />
EM IMPORTÂNCIA RELATIVA AS OUTRAS VIAS, POSTERIORMENTE<br />
OCORRENDO IMPACTO POSITIVO (REDUÇÃO).
Transmissão Vetorial
Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos do parasito<br />
• Diversida<strong>de</strong> genética:<br />
– Polimorfismo nos genes do RNA ribosomal<br />
– Nos genes do mini-exon<br />
– Nas impressões digitais <strong>de</strong> micro-satélites<br />
• Uma propagação provavelmente clonal:<br />
– Z1 seria ligado a marsupiais<br />
– Z2 a primatas<br />
• Intercâmbios genéticos possíveis entre linhagens:<br />
– Provado nos africanos (brucei)<br />
– evidências no cruzi
Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos do parasito V<br />
Indagações atuais (Stothard & Miles)<br />
• Quais as ligações e origens das duas gran<strong>de</strong>s linhagens<br />
genéticas ?<br />
• Há ligações dos T cruzi ancestrais com T. australianos?<br />
• Haveria (e quais) vetores para estes últimos?<br />
• Os T cruzi ancestrais viriam pelos marsupiais e suas<br />
glândulas?<br />
• Infecções com cepas particulares <strong>de</strong> T cruzi predizem<br />
evolução clínica?<br />
• Até on<strong>de</strong> o genotipo humano predispõe a formas<br />
clínicas ou resiste às mesmas, frente às mesmas cepas?
Panstrongylus megistus<br />
(Burmeister)<br />
Adulto fêmea<br />
14
Ciclo evolutivo <strong>de</strong> Triatoma infestans
Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos do vetor I<br />
• Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies relacionada a<br />
características ecológicas<br />
• Complexos <strong>de</strong> espécies e hibridização<br />
• Varieda<strong>de</strong>s comportamentais relacionadas à<br />
transmissão<br />
• Fatores eco-etológicos ligados à domiciliação<br />
• Dispersão ligada a fatores antrópicos<br />
16
Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos do vetor II<br />
• Capacida<strong>de</strong> vetorial<br />
– ingesta (volume, seletivida<strong>de</strong>/ecletismo)<br />
– periodicida<strong>de</strong> alimentar e resistência ao jejum;<br />
– ecletismo alimentar<br />
– tempo <strong>de</strong> evacuação<br />
– irritabilida<strong>de</strong> própria e relativa à fonte alimentar<br />
• Simplificação genética e fisiológica em nichos estáveis:<br />
Triatoma infestans e Rhodnius prolixus<br />
• Sinergismo <strong>de</strong> resistência a inseticidas
Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos do vetor III<br />
• Fatores eco-etológicos ligados à domiciliação;<br />
• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção e metaciclogênese;<br />
• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispersão (ativa e passsiva);<br />
• Ferormônios <strong>de</strong> atração e repelência<br />
• Oviposição, fertilida<strong>de</strong>, época <strong>de</strong> fecundação;<br />
• Inimigos naturais e estratégias <strong>de</strong> sobrevivência
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO<br />
TRANSMISSÃO<br />
MECANISMOS PRINCIPAIS<br />
• Por vetores (triatomíneos)<br />
• Por transfusão <strong>de</strong> sangue<br />
• Por via oral (alimentos)<br />
• Transplacentária ou canal do parto<br />
MECANISMOS SECUNDÁRIOS<br />
• Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> laboratorio<br />
• Manejo <strong>de</strong> animais infectados<br />
• Transplante <strong>de</strong> órgãos<br />
• Vía sexual<br />
• Infecção induzida (criminal)
ENFOQUE INTEGRAL DO PACIENTE CHAGÁSICO<br />
Maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
contrair a infecção<br />
<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong><br />
Detecção da mesma<br />
Consulta ao especialista*<br />
Tratamento clínico exclusivo<br />
ESQUEMA CLÁSSICO DE<br />
ABORDAGEM BIOLÓGICA<br />
Nascimento em área endêmica.<br />
Características econômicas<br />
Rechaço<br />
ESQUEMA BIO-PSICO-SOCIAL<br />
Meio familiar fraturado. Marginalização<br />
social. Situação <strong>de</strong> carência em relação às<br />
necessida<strong>de</strong>s básicas. Abandono.<br />
Desnutrição. Transculturação. Falências no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento intelectual.<br />
Escassa capacida<strong>de</strong> para<br />
elaborar e resolver problemas<br />
Desemprego<br />
.<br />
Crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Mecanismos para resolver*<br />
Regressão (condutas infantis,<br />
isolamento). Negação. Projeção.<br />
Dissociação.<br />
ESQUEMA PSICO-SOCIAL<br />
*Níveis nos quais o trabalho<br />
interdisciplinar po<strong>de</strong> ajudar o paciente.
Situação dos pacientes chagásicos (Apud Storino, 1994)<br />
20<br />
25% dos chagásicos<br />
Miocardiopatía Miocardiopat chagásica<br />
chag sica<br />
Falta <strong>de</strong> cobertura social<br />
Falta <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> alterações precoces<br />
Transtornos digestivos<br />
Dificulda<strong>de</strong> no tratamento farmacológico<br />
Complicações<br />
Insuficiência cardíaca<br />
Internações<br />
Hospital Público<br />
Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta tecnologia<br />
Alterações neurológicas<br />
Reinternações<br />
sucessivas<br />
Disautonomia<br />
Arritmias<br />
ventriculares<br />
graves<br />
Inacessibilida<strong>de</strong> aos<br />
cardio<strong>de</strong>sfibriladores<br />
$ Altos Custos<br />
Reabilitação Tratamento ambulatorial<br />
21
Horizontes Clínicos Atuais em DCh<br />
(generalida<strong>de</strong>s)<br />
• Enorme evolução nos últimos 20 anos<br />
• Perspectivas novas <strong>de</strong>:<br />
– cura da infecção<br />
– estabilização e/ou regressão das lesões crônicas<br />
– prolongamento e melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
• Ainda atuação por mais 20 anos<br />
• Restauração do papel do parasito<br />
• Ainda perspectivas para o tratamento específico<br />
– Decrescentes casos agudos<br />
– Emergência <strong>de</strong> reativação<br />
• Deslocamento DCC para maiores ida<strong>de</strong>s<br />
• Superposições <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong><br />
• Criteriologia para o benefício securitário
General schedule of the natural history of human<br />
<strong>Chagas</strong> Disease, Disease,<br />
regarding specific treatment<br />
Treatment<br />
(healing healing?) ?)<br />
High relevance<br />
Discordant results<br />
(better for children)<br />
Spontaneous<br />
Healing? Healing<br />
Death? Death<br />
Poor results<br />
(clinical &<br />
parasitological)<br />
Contamination by Trypanosoma cruzi<br />
Acute phase Death<br />
Chronical phase<br />
In<strong>de</strong>terminate form<br />
Chronical phase<br />
Cardiac, Cardiac,<br />
digestive<br />
Or mixed forms<br />
Subacute form Death<br />
?<br />
Chemoprophylaxis<br />
High priority<br />
and good results<br />
( Including reactivation )<br />
Bening<br />
evolution<br />
Malignant<br />
evolution<br />
No results<br />
Death
Procesos Patogênicos Básicos na DCh<br />
Miocitolise<br />
Fibrose<br />
Processo<br />
Ação direta do parasito<br />
Reação inflamatória<br />
Auto agressão<br />
Micro-vasculopatía<br />
Aguda<br />
++++<br />
+++<br />
+++<br />
+<br />
+<br />
+<br />
Crônica<br />
++<br />
+<br />
++<br />
++<br />
+++<br />
++
Patogênese geral da<br />
<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> Humana<br />
Os parasitos <strong>de</strong>positados na pele lesionada ou nas mucosas,<br />
estimulam uma reação inflamatória local (Chagoma <strong>de</strong> inoculação,<br />
sinal <strong>de</strong> Romaña) com uma resposta <strong>de</strong> tipo linfo-reticular.<br />
Englobados pelos macrófagos são levados ao fígado, baço,<br />
gânglios linfáticos, músculos esqueléticos e cardíacos, formando<br />
pseudocistos <strong>de</strong> amastigotas.<br />
Com a ruptura dos pseudocistos no miocardio ocorre uma<br />
miocardite aguda, com infiltrado linfomonocitário, mediado por<br />
células T CD4+ e CD8+, e por citocinas IL2+, IL4+<br />
A reação inflamatória crônica leva à <strong>de</strong>struição muscular e<br />
neuronal, sendo mantida pela presença <strong>de</strong> T. cruzi ou fragmentos<br />
do mesmo, com reação <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong>, dilatação da<br />
microcirculacão e fibrose, induzindo a miocardiopatia crônica dilatada,<br />
arritmias, disperistalses, megaesôfago e megacólon.
FASES e FORMAS CLÍNICAS CL NICAS DA DOEN DOENÇA<br />
DE<br />
CHAGAS<br />
Inaparente<br />
a) FASE AGUDA Mo<strong>de</strong>rada<br />
Grave<br />
In<strong>de</strong>terminada<br />
b) FASE CRÓNICA Cardíaca<br />
Digestiva (megas)<br />
Mistas e outras<br />
Aborto<br />
c) FORMA CONGÊNITA Prematurida<strong>de</strong><br />
Lesões orgânicas<br />
Parasitemia patente<br />
d) EM IMUNO-SUPRIMIDOS Lesão do SNC<br />
Miocardite
Muito que fazer: alguns exemplos.<br />
• Digestivo: vi<strong>de</strong>o-laparoscopias<br />
• Diagnóstico precoce ICC: eco<br />
• Mapeamento arritmias (diagnóstico, holter etc)<br />
• Cirurgias em arritmias: excisões, aneurismectomias<br />
• Antiarrítmicos <strong>de</strong> última geração<br />
• Vasodilatadores (inib. ECA) e cardiotônicos<br />
• Marca passos e <strong>de</strong>sfibriladores acoplados<br />
• Espironolactona, TE e fibrose<br />
• Transplantes, Cardiomiotomia, Cardiomioplastia,<br />
Implantes <strong>de</strong> células tronco, etc
<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> Aguda<br />
PATOLOGIA E FISIOPATOGENIA<br />
PAPEL DO PARASITO. Diferenças entre cepas<br />
ADESÃO E PENETRAÇÃO (apoptose)<br />
MAYER & ROCHA LIMA<br />
PRINCIPAIS ÓRGÃOS E SISTEMAS ENVOLVIDOS<br />
AUTO AGRESSÃO. Auto-imunida<strong>de</strong> ?<br />
PARASITEMIA x ANTICORPOGÊNESE<br />
Papel dos anticorpos e da imunida<strong>de</strong> celular<br />
Papel <strong>de</strong> citocinas e interferon<br />
LESÕES NEURONAIS (sistemas)<br />
MORBIDADE: <strong>de</strong>struição celular, <strong>de</strong>sorganização, fibrose, disautonomia<br />
MORTALIDADE<br />
REATIVAÇÃO: o caso HIV, o transplante e o tratamento com corticoi<strong>de</strong>s
<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> Aguda<br />
PRINCIPAIS PRINCIPAIS DIAGN DIAGNÓSTICOS DIAGN DIAGN STICOS DIFERENCIAIS<br />
DIFERENCIAIS<br />
Febre tifoi<strong>de</strong><br />
Toxoplasmose adquirida<br />
Mononucleose infecciosa<br />
Malária<br />
Esquistossomose aguda e SSP<br />
Leishmaniose visceral americana<br />
Endocardites (bacteriana e outras)<br />
Viroses febris várias<br />
Outras febres prolongadas (TBc, etc.)<br />
31
Miosite chagásica aguda<br />
(Coura 2004)
Miocardite chagásica aguda<br />
(Coura 2004)
DCC: Um caso histórico <strong>de</strong> Forma Crônica In<strong>de</strong>terminada
Intermediate Stage of Trypanosoma cruzi Infection<br />
(In<strong>de</strong>terminate<br />
In<strong>de</strong>terminate chronic <strong>Chagas</strong> disease, disease,<br />
Coura, 2001)<br />
After the acute infection, the host presents strong evi<strong>de</strong>nce<br />
of immunity and clinical recovery, recovery,<br />
but the patient tend to<br />
remain infected<br />
Some parasites evading the immune response and focal<br />
inflammatory lesions are seen in several organs<br />
Amastigotes of T.cruzi can be <strong>de</strong>tected by conventional<br />
histology, antigens by immunochemistry and genomic<br />
markers by in situ hybridization<br />
The combination of rising immunity against the parasite<br />
with specific immunological suppression of hypersensivity<br />
and reduction of inflammatory reactions, seems to be the<br />
main pathways to the in<strong>de</strong>terminate phase of <strong>Chagas</strong> disease
Elementos <strong>de</strong> evolução evolu ão e<br />
fisiopatogenia da DCH crônica<br />
Evolução lenta e geralmente progressiva<br />
Papel do parasito > inflamação crônica difusa<br />
Outros elementos: miocitolise, fibrose, alterações arcabouço,<br />
alterações microvasculares, hipoxemia, <strong>de</strong>snervação;<br />
Mecanismos compensatórios:<br />
- R. adrenérgica: SRA ⇒ hipertrofia e taquicardia<br />
- Lei <strong>de</strong> Starling ⇒ alongamento<br />
- Lei <strong>de</strong> Cannon ⇒ hiper-reativida<strong>de</strong><br />
Reserva funcional: limites e limiar clínico.<br />
Outros Fatores associados ou possíveis:<br />
tratamentos (específico e sintomático), reinfecções,<br />
nutrição, esforços (físico e “alimentar”), <strong>de</strong>snervação fisiológica,<br />
iatrogenia, concomitância <strong>de</strong> agravos (HIV,HAS) e danos<br />
(megacolon x cardiopatia), estresse, etc.<br />
36
Coração: o órgão mais<br />
comprometido<br />
Por que o coração é alvo <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong><br />
agressão?<br />
Teorias:<br />
Tóxica ou alérgica<br />
Mecânica<br />
Desnervação autonômica<br />
Agressão auto-imune<br />
Debilitação do sistema imunológico supressor<br />
Anormalida<strong>de</strong>s microvasculares miocárdicas<br />
Hoje: a persistência do parasita é importante no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da lesão miocárdica. Consi<strong>de</strong>ra-se hoje<br />
uso <strong>de</strong> drogas parasiticidas em todas as fases da doença
Cardiopatia chagásica por etapas<br />
• Fase aguda<br />
– Miocardite <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> variável:<br />
– Dilatação das cavida<strong>de</strong>s<br />
– Comprometimento da função ventricular<br />
• Forma crônica in<strong>de</strong>terminada<br />
– Possível comprometimento da função diastólica<br />
– Possíveis alterações contráteis segmentares<br />
• Cardiopatia chagásica crônica<br />
– Síndrome arrítmica / Síndrome <strong>de</strong> IC / Morte súbita/<br />
Síndrome tromboembólica<br />
EXISTE UMA RELAÇÃO ENTRE A CCA E A CCC
PREDITORES DE ÓBITO BITO NA CCC (MODELO DE COX)<br />
VARIÁVEIS<br />
VARI VEIS<br />
•Ida<strong>de</strong> Ida<strong>de</strong> ≥ 50 anos<br />
•Sexo Sexo masculino<br />
•Classe Classe Funcional III/IV (NYHA)<br />
•Baixa Baixa voltagem <strong>de</strong> QRS (ECG)<br />
•Cardiomegalia<br />
Cardiomegalia (Rx Rx tórax) rax)<br />
•TVNS TVNS (Holter ( Holter 24 hs) hs<br />
•Déficit ficit contrátil contr til VE (Eco)<br />
Análise An lise Multivariada<br />
1,60<br />
1,90<br />
3,94<br />
1,92<br />
3,36<br />
2,07<br />
2,43<br />
PREDIÇÃO PREDI ÃO DE ÓBITO BITO<br />
Hazard ratio IC 95% p<br />
1,05-2,42 1,05 2,42<br />
1,15-3,12 1,15 3,12<br />
2,39-6,49 2,39 6,49<br />
1,06-3,47 1,06 3,47<br />
2,02-5,59 2,02 5,59<br />
1,23-3,50 1,23 3,50<br />
1,25-4,71 1,25 4,71<br />
0,027<br />
0,011<br />
< 0,001<br />
0,030<br />
< 0,001<br />
0,006<br />
0,009
Miocardiopatia Miocardiopatia chag chagásica<br />
chag<br />
sica<br />
Aspectos Aspectos an anátomo an<br />
tomo tomo-patol<br />
tomo patol patológicos<br />
patol gicos<br />
Miocardite fibrosante, com agressão dos miócitos<br />
pelos linfócitos.<br />
Destruição dos elementos do interstício pelos<br />
macrófagos, que secretam estimuladores do<br />
fibroblasto.<br />
Intensa proliferação <strong>de</strong> tecido colágeno anômalo,<br />
levando a pior difusão dos nutrientes, diminuição da<br />
eficiência contrátil e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxamento<br />
ativo e passivo. (Tafuri et al.)<br />
Estreita relação entre intensida<strong>de</strong> da reação<br />
inflamatória e gravida<strong>de</strong> da cardiopatia (Higuchi et al.)
Aspectos<br />
Aspectos Aspectos an anátomo an<br />
tomo tomo patol patológicos<br />
patol<br />
gicos gicos<br />
Fase Fase crônica crônica da da cardiopatia cardiopatia chag chagásica<br />
chag sica sica<br />
␛1-Pacientes falecidos com ICC:<br />
Coração volumoso, congesto, amolecido.<br />
Extensas áreas <strong>de</strong> fibrose, aneurismas<br />
principalmente apicais, com trombos parietais.<br />
Ativida<strong>de</strong> inflamatória intensa, com parasitas<br />
formando pseudocistos.<br />
␛2- Pacientes falecidos <strong>de</strong> morte súbita:<br />
Tamanho e peso normais. Hipertrofia sem<br />
gran<strong>de</strong> dilatação. Afilamento apical sem<br />
fibroses extensas . Ativida<strong>de</strong> inflamatória<br />
discreta, com raros parasitas.<br />
41
Hipersensibilida<strong>de</strong><br />
retardada a<br />
antígenos do<br />
parasito<br />
Miocitolise<br />
CD8 + T<br />
Ativação <strong>de</strong><br />
macrófagos<br />
Infecção por T. cruzi<br />
DANO MIOCÁRDICO<br />
MIOC RDICO<br />
Lesão<br />
microvascular<br />
Fibrose<br />
Ação direta<br />
sobre<br />
fibroblastos<br />
Fibrose do<br />
septo<br />
interventricular<br />
Estase linfática<br />
Descarga<br />
esporádica<br />
<strong>de</strong> parasitos.<br />
Persistência<br />
do parasito<br />
no miocardio<br />
CCC: Esquema da Teoria Combinada ou Mista com os possíveis fatores que se<br />
interrelacionariam na gênese do dano miocárdico. Em <strong>de</strong>staque se assinalam os<br />
fatores que teriam maior transcendência. (Apud Storino, 1994)
Cardiomegalia Global - DCA
O caminho para a ICC<br />
• Perda <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s funcionais<br />
– Ação direta do parasito<br />
– Auto agressão<br />
• Desmonte estrutural<br />
• Microvasculação<br />
• Hipertrofia: Lei <strong>de</strong> Starling<br />
• Desbalanço entre os receptores<br />
• Fibrose<br />
• Disautonomia<br />
• Papel das arritmias
DCC - CCC<br />
Eletrocardiograma mostrando<br />
extra-sístoles ventriculares,<br />
negativação das ondas T em<br />
V5-V6 e zonas inativas.
ccc<br />
% mortalida<strong>de</strong> após 5,2 anos<br />
50<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
48%<br />
HOLTER<br />
2%<br />
TVNS + TVNS -<br />
Santana OO, 1987<br />
Taquicardia<br />
Ventricular<br />
Não-Sustentada
Cardiopatia chagásica crônica: fibrose e lesão apical (Coura, 2004)
CCC: fibrose e miocitolise (E.R. Lopes, 1998)
Formas crônicas digestivas<br />
• Inci<strong>de</strong>ntes > Hemisferio Sul: 5 – 15%<br />
• Principalmente megas (esôfago e cólon)<br />
• Fundamento patogênico: inflamação<br />
• Elemento básico <strong>de</strong>snervação autonômica<br />
• Desnervação natural<br />
• Produto inicial: <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação motora + acalasia dos<br />
esfínteres<br />
• Conceito <strong>de</strong> reserva funcional<br />
• Evolução: dilatação > alongamento (esôf.)<br />
» alongamento > dilatação (cólon)
Forma digestiva: características<br />
• Desor<strong>de</strong>ns motoras<br />
• Desor<strong>de</strong>ns anatômicas<br />
• Desor<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> secreção e absorção<br />
• Lei <strong>de</strong> Cannon: hiper-reativida<strong>de</strong><br />
• Correlações CCC e <strong>de</strong>snutrição<br />
• Disautonomia e comportamento (Bühler Vieira)<br />
51
FISIOPATOGENIA DOS MEGAS CHAGÁSICOS: pontos para ação<br />
Outros fatores<br />
Trypanosoma cruzi<br />
Colagenização Miosite Ganglionite e periganglionite<br />
Alterações morfofuncionais<br />
das miocélulas<br />
Alterações do tono<br />
muscular e da motilida<strong>de</strong><br />
Alterações das junções<br />
neuro-musculares<br />
?<br />
Alterações<br />
dos plexos<br />
Discinesia<br />
MEGAS<br />
?<br />
Lesões N.D.V.<br />
e do vago<br />
Lesões do<br />
simpático
DCC<br />
Forma digestiva<br />
esofagopatia<br />
chagásica<br />
crônica em<br />
diferentes<br />
graus (RX)
DCC. Megacólon Avançado (Coura, 2004)
Outros “Megas”:<br />
• 2. Outras megavísceras menos comuns ( e geralmente<br />
associadas a uma esôfago ou colopatia):<br />
– 2.1. Mega-estômago: raramente dilatado, retardo, discinesia,<br />
sintomas <strong>de</strong> dispepsia alta;<br />
– 2.2. Mega-duo<strong>de</strong>no: bulbo dilatado, discinesia;<br />
– 2.3. Mega-jejuno e íleon: motilida<strong>de</strong> diminuida, rara dilatação,<br />
distúrbios <strong>de</strong> absorção;<br />
– 2.4. Mega-ureter: estase, infeções;<br />
– 2.4. Miscelânea: mega-vesícula, mega-bexiga, aumento <strong>de</strong><br />
parótidas. Mega-brônquio ?<br />
56
Disautonomia e formas nervosas<br />
crônicas<br />
• Desor<strong>de</strong>ns motoras periféricas, com manifestações<br />
mínimas, <strong>de</strong>vidas a perda <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s motoras;<br />
• Hipo-reativida<strong>de</strong> do reflexo patelar;<br />
• Associações possíveis com calcificações<br />
encefálicas, cefaléia e menor capacida<strong>de</strong> cognitiva;<br />
• Alterações nas secreções e absorção no tubo<br />
digestivo;<br />
• Não associação com síndromes epileptiformes;<br />
• Hiper-reativida<strong>de</strong> geral e stress no chagásico<br />
crônico: Büller Vieira (1968).<br />
diagnóstico
Diagnosis of Trypanosoma cruzi infection<br />
CLASSIFICATION OF T.cruzi T. cruzi INFECTED INDIVIDUALS<br />
PHASE FORM LAB EVALUATION<br />
ACUTE (inclu<strong>de</strong> reagudization, PARASITOLOGICAL<br />
congenital, transfusional,<br />
etc.)<br />
CHRONIC a)In<strong>de</strong>termined (asymptomatic) SEROLOGICAL<br />
b)Cardiac (slight or severe)<br />
c)Digestive .high: megaesophagus<br />
.low : megacolon<br />
d)Associated
DIAGN DIAGNÓSTICO DIAGN<br />
DIAGN STICO STICO STICO LABORATORIAL LABORATORIAL LABORATORIAL LABORATORIAL DE DE DE DE FASE FASE FASE FASE AGUDA<br />
AGUDA<br />
AGUDA<br />
AGUDA<br />
DIAGN<br />
Técnica cnica cnica<br />
cnica<br />
efic eficácia efic<br />
efic<br />
efic cia cia cia custo custo<br />
custo<br />
custo experiência<br />
experiência<br />
experiência<br />
experiência<br />
À fresco fresco<br />
fresco<br />
fresco<br />
+++ +++<br />
+++<br />
+++ ± ++<br />
++<br />
Concentra<br />
Concentração<br />
Concentra<br />
Concentra<br />
Concentra ão ão<br />
++++ ++++<br />
++++<br />
++++ + ++<br />
++<br />
Lâmina Lâmina Lâmina Lâmina corada corada<br />
corada<br />
corada ± + ++<br />
++<br />
IgM IgM<br />
IgM<br />
IgM<br />
+ ++ ++<br />
++<br />
++<br />
Fonte: Dr A. Luquetti UFG, Goiânia
Parasite and antibody curves in acute and<br />
chronic <strong>Chagas</strong> disease<br />
ACUTE CHAGAS DISEASE<br />
(4 - 8 WEEKS)<br />
CHRONIC CHAGAS DISEASE<br />
( YEARS )<br />
AB curve<br />
Detection level<br />
Parasite curve
Diagnóstico prático da DCh<br />
crônica<br />
• Sorología convencional positiva<br />
• Anamnese (geral e dirigida)<br />
• Exame físico cuidadoso<br />
• ECG basal<br />
• RX (tórax, esôfago, cólon)<br />
• Se necesario aprofundar com eco, holter e ergometria<br />
61
Diagnosis of Trypanosoma cruzi infection<br />
PARASITEMIA AND LAB EVALUATION IN CHRONIC<br />
NON-TREATED INDIVIDUALS<br />
-Usually scarce parasites in blood (< 50%)<br />
-parasitemia modulated by immunosupression<br />
-relation with geographical areas and age<br />
-negative result does not exclu<strong>de</strong> presence of parasites<br />
-parasites are suspensions of cells, not present in each µl of blood<br />
-multiple or repeated examinations, increase positivity<br />
-great experience with xenodiagnosis and hemoculture<br />
-few experience with PCR. Necessary to hybridize for confirmation<br />
-free parasite DNA or RNA <strong>de</strong>stroyed in hours<br />
-even with low sensibility, specificity is 100%
Used for Performed by Requirements Observations/Pitfalls<br />
Confirmation of etiology<br />
in a patient<br />
Exclusion of blood from a donor<br />
Epi<strong>de</strong>miological work<br />
(certify area free of infection)<br />
Follow up after etiological<br />
treatment<br />
Check up in immunosupressed/<br />
Aids<br />
Suspected acute phase without<br />
<strong>de</strong>tectable parasites<br />
Suspected congenital infection:<br />
a) after <strong>de</strong>livery, as acute phase.<br />
b) otherwise, recall infant 6mo<br />
Serological tests for American<br />
trypanosomiasis<br />
Diagnostic laboratory<br />
Blood bank<br />
Public health<br />
service network<br />
Research laboratory<br />
(compare Ab title<br />
Diagnostic laboratory<br />
Diagnostic laboratory<br />
(search for specific IgM)<br />
Diagnostic laboratory<br />
High specificity<br />
High sensitivity<br />
High sensitivity<br />
High specificity<br />
and sensitivity<br />
High specificity<br />
First look for parasites<br />
If negative IgM search<br />
Mother serologypositive<br />
Search for specific IgG after<br />
6 months of age<br />
Mislabelling of sample A False positive:<br />
rejection job & psychological fear<br />
False negative transmit infection<br />
Crossreaction leishmania<br />
(false positives)<br />
Need long period observation. Stored<br />
sample of serum comparison of titers<br />
Possibility of reactivation of infection<br />
If positive, should be specifically<br />
treated<br />
If specific IgG is present after six<br />
months of age, treat
Conventional Serology for <strong>de</strong>tection of Ab anti - T.cruzi T. cruzi<br />
s<br />
Technique Unit Negative Bor<strong>de</strong>rline Positive<br />
Elisa<br />
IIF<br />
IHA<br />
(after 2ME)<br />
OD<br />
cut-off<br />
Titer<br />
Titer<br />
8
Procedure with results obtained with two conventional tests for<br />
<strong>de</strong>tection of T. cruzi infection<br />
PP PB BB BN NN<br />
Positive<br />
Serum<br />
Exclu<strong>de</strong> Blood<br />
Infected individual<br />
REPEAT (both tests)<br />
PP PB BB BN NN<br />
Third test<br />
P B N P B N<br />
Third test<br />
1) Discard blood<br />
2) Not communicate that has the infection<br />
3) Send to a reference Lab<br />
or clinical correlation<br />
or parasitological tests<br />
(less than 5% of the samples)<br />
Negative<br />
Serum<br />
Blood liberated<br />
Non chagasic<br />
TE
Benznidazole: N-benzyl-2-nitroimidazolacetami<strong>de</strong><br />
(Ro 7-1051, Rochagan,<br />
Radanil)
Bases epi<strong>de</strong>miológicas e sociais<br />
Poucos casos agudos e congênitos <strong>de</strong>tectados.<br />
Há resíduos em baixas ida<strong>de</strong>s, geralmente<br />
oclusos.<br />
Há uma clara <strong>de</strong>pendência do sistema oficial<br />
O horizonte imediato: 12 a 15 milhões <strong>de</strong><br />
infectados (2 a3 no Brasil).<br />
Dependência <strong>de</strong> expertícia diagnóstica e<br />
clínico-terapêutica.<br />
Principais entradas: inquéritos populacionais e<br />
bancos <strong>de</strong> sangue.<br />
Desinteresse crescente sobre a enfermida<strong>de</strong>.<br />
Ausência <strong>de</strong> mercado (principalmente para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> drogas novas)
Indicações Correntes ao TE<br />
(consensuais)<br />
• Todos os agudos, inclusive congênitos<br />
• Químioprofilaxia (aci<strong>de</strong>ntes, transplantes)<br />
• Episódios <strong>de</strong> reativação<br />
• Baixa ida<strong>de</strong> e crônicos recentes<br />
• Crônicos in<strong>de</strong>terminados (CE)*<br />
• Formas clínicas iniciais (CE)<br />
• Não tratar: crônicos clinicamente avançados<br />
* - CE = caracter experimental (individual)<br />
71
Regressão das lesões miocárdicas em cães após<br />
tratamento com MK-436, na fase crônica da<br />
doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> experimental (Andra<strong>de</strong>, 1999)<br />
GRUPOS<br />
Duração<br />
da infecção<br />
(dias)<br />
CONTROLES 155<br />
155<br />
240<br />
240<br />
240<br />
TRATADOS 155<br />
155<br />
155<br />
222<br />
222<br />
222<br />
Grau da lesão Tipo do colágeno<br />
Infl. Difusa Fibrose<br />
interst.<br />
++<br />
++<br />
++<br />
+++<br />
+++<br />
+<br />
+<br />
+<br />
++<br />
+<br />
+<br />
++<br />
++<br />
+<br />
+++<br />
+++<br />
+<br />
neg.<br />
+<br />
+<br />
neg.<br />
neg.<br />
Colágeno<br />
III<br />
++<br />
+++<br />
+++<br />
+++<br />
++<br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
Colágeno<br />
IV<br />
+<br />
+<br />
++<br />
+<br />
+<br />
neg.<br />
neg.<br />
neg.<br />
neg.<br />
+<br />
neg.
Sintoma/sinal<br />
Anorexia<br />
Cefaléia<br />
Dermatite<br />
Excit. Psíquica<br />
Gastralgia<br />
Insônia<br />
Náuseas<br />
Perda <strong>de</strong> peso<br />
Polineuropatia<br />
Vômitos<br />
EFEITOS COLATERAIS<br />
( apud Storino & Millei 1994 )<br />
Benzonidazol<br />
++<br />
+<br />
+++<br />
-<br />
+<br />
+<br />
++<br />
+<br />
+<br />
++<br />
Nifurtimox<br />
+++<br />
++<br />
+<br />
+++<br />
+++<br />
++<br />
+++<br />
++<br />
++<br />
+++
Manejo prático do Benzonidazol<br />
• Via oral<br />
• Não tratar gestantes e pessoas com insuficiência hepática<br />
e renal, ou com doença neurológica grave.<br />
• Duas tomadas diárias (12 em 12hs.)<br />
• Solúvel em água, leite ou mel para crianças<br />
• Maioria ambulatorial<br />
• Supervisão estrita: Não beber álcool<br />
• 60 dias (10 dias na quimioprofilaxia)<br />
• Para prevenir EC, aumentar o tempo <strong>de</strong> tratamento<br />
baixando dose diária, até completar a dose final total.<br />
• Hemograma inicial e quinzenal<br />
• Atenção estados febris/subfebris
Casos especiais<br />
• Agudos severos: hospitalização, manejo<br />
cuidadosos da icc e meningoencefalite.<br />
Associação <strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong>s (SOS)<br />
• Reativação: manejo cd4/c.viral (HIV): não<br />
justifica quimioprofilaxia<br />
• Transplante: específico, com menores doses<br />
<strong>de</strong> imunossupressores.
Efetivida<strong>de</strong> Alcançada<br />
Agudos: 70 a 90%<br />
Congênitos: 90 a 100%<br />
Quimioprofilaxia aci<strong>de</strong>nte”: 100%<br />
Quimioprofilaxia transplantes: 100% ?<br />
Crônicos recentes: 50 a 75%<br />
Crônicos antigos: 8% ou mais (seguimento)<br />
Reativação: alta > recru<strong>de</strong>scência<br />
Interferência clínica (benefício) da cura:<br />
Agudos e congênitos 100%<br />
Crônico recente: provável significativa<br />
FCI: aparentemente benéfica (não 100%)<br />
Clínico inicial ???<br />
76
Critérios <strong>de</strong> Cura<br />
• Clínico: apenas relativo na aguda e não operacional na<br />
crônica (altamente <strong>de</strong>sejável)<br />
• Parasitológico: somente no caso + (falha)<br />
• PCR: i<strong>de</strong>m ( mais <strong>de</strong> 40% falsos negativos)<br />
• Sorológico convencional: negativação completa e<br />
persistente<br />
• Sorológico complementar: monoclonais, W. blot, ag<br />
circulante: valor maior na especificida<strong>de</strong><br />
• AC líticos (Tripomastigotas vivos): lise e citometria <strong>de</strong><br />
fluxo: probls. técnicos e <strong>de</strong> reprodutibilida<strong>de</strong>.
LABORATORIAL CONTROL OF CURE -<br />
FINAL REMARKS AND RECOMENDATIONS (Luquetti ( Luquetti)<br />
1) Need to certify chagasic etiology, before treatment<br />
2) Serology by titration using two conventional serological techniques<br />
of different principles<br />
3) Store serum before treatment in safe conditions<br />
4) Yearly evaluations, at least by serology<br />
5) Parasitological tests <strong>de</strong>sirable, if available<br />
6) Value of parasitological positive result: only of treatment failure<br />
7) Wait necessary time:<br />
up to five years for acute phase<br />
up to ten years for recent chronic phase<br />
up to 20 years for late chronic phase<br />
8) Persistence of positive serology after this time, suggest treatment failure<br />
9) Repeated negative serology indicates cure<br />
CASOS
Caso N o N o . 1 (a)<br />
• Criança <strong>de</strong> 1,5 años, origem rural. Febre há 8 dias, constante (média 37,8 o .C),<br />
pequenos picos à tar<strong>de</strong>;<br />
• Queixas principais: convulsão passageira na noite anterior. Vômitos ocasionais e<br />
quadro diarreico há 24 horas. Disfagia para alimentos sólidos.<br />
• Estado geral <strong>de</strong>bilitado, muito irritado, choro constante, aspecto pálido, mucosas<br />
hipocoradas. E<strong>de</strong>ma generalizado, duro, frio, não <strong>de</strong>pressível;<br />
• Presença <strong>de</strong> taquipnéia e dispnéia aos pequenos esforços;<br />
• Ausência <strong>de</strong> sinais cutâneos ou oculares <strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada ;<br />
• Taquicardia persistente, hepato esplenomegalia discreta, sinais leves <strong>de</strong><br />
compromisso meníngeo (rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> nuca);<br />
• Hemograma: leucocitose discreta com linfocitose, VHS ⇑<br />
• ECG: taquicardia sinusal, alongamiento PR, alt. T, baixa volt. QRS;<br />
• RX tórax: área card. mo<strong>de</strong>radamente aumentada, pulmões livres. Trânsito<br />
esofágico retardado (disperistalse grau 1)<br />
• RX cráneo: nada digno <strong>de</strong> nota;.<br />
• HDs: febre tifoi<strong>de</strong>, toxoplasmose aguda, meningoencefalite bacteriana,<br />
doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> aguda, outras FPOb
Caso N o . 1 (b)<br />
• Exames complementares imediatos solicitados:<br />
– reação P. Bunnel + (fraca/) ; IgM toxo (-); IgG <strong>Chagas</strong> (-)<br />
– Gota fresca T. cruzi (-) e (-);<br />
– Liquor: limpo, pequeno aumento proteinas, glicose normal;<br />
– Colheita <strong>de</strong> hemocultura p. S. tiphi e T. cruzi<br />
• Conduta:<br />
– UTI > sintomático: paracetamol + bromazepan + digoxina + asistencia hidro-eletrolítica.<br />
– M. hematocrito p. T. cruzi: (-), (-) e (+)<br />
– Inicio benzonidazol (10 mg/k/d (2 tomadas) para 60 días<br />
– Preparação para eventual entrada com corticoi<strong>de</strong>.<br />
• Evolução:<br />
– Permanência da fiebre por 48 horas, seguindo-se queda em lise e diminuição da taquicardia,<br />
da disnneia, da irritação e da disfagia<br />
– Normalização progressiva do ECG (90 dias) e do RX (180 dias). Redução progressiva do<br />
e<strong>de</strong>ma e da hepato esplenomegalia. Normalização do esôfago (30 días)<br />
– Hemocultura para T. cruzi + aos 8 e 30 dias; Salmonella (-)<br />
– Sorología p. T. cruzi: (+) (60, 90, días) e (-) (180, 360, 720 dias)<br />
– Evolução <strong>de</strong> 20 anos: sem sequelas (neurológicas, cardíacas ou esofágicas)<br />
Conclusão: D. <strong>Chagas</strong> aguda com porta <strong>de</strong> entrada inaparente, com<br />
meningoencefalite, cardiopatia e esôfagopatia. Cura <strong>de</strong>finitiva (benzonidazol).
Caso N o . 2 (a)<br />
• Lavrador, 26 anos assintomático, <strong>de</strong>rivado por banco <strong>de</strong><br />
sangue (sorologia dupla +)<br />
• ECG e RX normais (inclusive DII longo)<br />
• ECO normal: FEg 76%; discinesia segmentar septal<br />
pequena<br />
• Ergometria: esforço sub-máximo, elevação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> FC<br />
e PA, 150W, raras EV unifocais e isoladas na recuperação.<br />
• Holter: 36 EV isoladas unifocais em 24 horas<br />
81
Caso N o . 2 (b)<br />
ID: D. <strong>Chagas</strong> crônica in<strong>de</strong>terminada<br />
• Capacida<strong>de</strong> laboral: preservada<br />
• Prognóstico: muito bom (10 anos)<br />
• Decisão laboral: aptidão omni-profissional<br />
• Decisão médico-paciente: tratamento<br />
específico con Benzonidazole por 60dias<br />
• Conduta médica: revisão anual com<br />
sorologia <strong>de</strong> seguimento (até 20 anos)
Caso N o . 3 (a)<br />
• Homem 68 anos, procê<strong>de</strong>ncia rural, com dispnéia aos<br />
esforços, dor abdominal aguda, taquicardia, PA 190/135,<br />
antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> obstipação até 12 dias, subfebril;<br />
• Ictus <strong>de</strong>slocado para a esquerda., impulsivo<br />
• Massa abodominal palpável (hipogástrio E), diminuição<br />
RHA, timpanismo (todo epigástrio)<br />
• Sorología positiva para T. cruzi.<br />
• ECG: SVE, alterações primárias <strong>de</strong> T<br />
• RX tórax: cardiomegalia II, aorta III, pulmões livres<br />
• RX cólon: megacólon (reto e sigmói<strong>de</strong>), vôlvulo da<br />
sigmoi<strong>de</strong> proximal;
Caso N o . 3 (b)<br />
ID: DCh crônica, forma digestiva (megacólon) complicada<br />
com vôlvulo e fecaloma, associada com cardiopatía<br />
hipertensiva<br />
• Conduta: redução do vôlvulo com reto-sigmoidoscópio.<br />
Compensação farmacológica <strong>de</strong> PA (Enalapril +<br />
Espironolactona). Esvaziamento do fecaloma. Consi<strong>de</strong>rar<br />
conveniência cirúrgica<br />
• Prognóstico: bom, se se mantêm os níveis a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong><br />
PA e se conserva a função intestinal.Gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recidiva do fecaloma e/ou do vôlvulo.<br />
• Seguimento: consulta médica cada dois-três meses.
Caso N o . 4 (a)<br />
• Homem 33 anos em pré-coma, pali<strong>de</strong>z, aspecto anêmico,<br />
confusão mental, dispnéia, febre, taquicardia, convulsões.<br />
• PA 140/85, FC 138/m, sinais meníngeos<br />
• ECG: Taq.sinusal, BCRD, alterações difusas <strong>de</strong> T;<br />
• RX: aumento mo<strong>de</strong>rado área cadíaca, cavida<strong>de</strong> no apex<br />
pulmonar D, <strong>de</strong>rrame pleural<br />
• Tomografía: gran<strong>de</strong> massa pseudotumoral lobo parietal D<br />
• Sorología <strong>Chagas</strong> e HIV +s<br />
• CD4: 180 cels/µl<br />
• Bacterioscopia para BK positiva (esputo)
Caso N o . 4 (b)<br />
ID: AIDS + D Ch. crônica com encefalite e miocardiopatia<br />
chagásicas + tuberculose pulmonar<br />
• Conduta: UTI + ARV + Benznidazol +<br />
Rifampicina + Izoniazida + Etambutol<br />
• Prognóstico<br />
– Imediato: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da resposta CD4<br />
– Mediato: muìto reservado, com sequelas neurológicas e<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recaídas<br />
TE ??<br />
controle<br />
86
Controle da transmissão vetorial<br />
• Elementos básicos: colonização, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, antropofilia,<br />
infecção, capacida<strong>de</strong> vetorial<br />
• Luta química: piretrói<strong>de</strong>s, ação precária no perid.<br />
Base: continuida<strong>de</strong> e vigilancia<br />
• Melhoramento da habitação: complementar; tendências<br />
• Educação, vigilância, participação.<br />
• Outras possibilida<strong>de</strong>s: pouco aplicáveis.<br />
• Profilaxia <strong>de</strong>fensiva: muito limitada<br />
• Fatos atuais: eliminação <strong>de</strong> T. infestans e R. prolixus<br />
• Desafios: baixas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s, espécies secundárias, ações municipais<br />
sustentáveis<br />
• Horizonte: vigilância, esgotamento <strong>de</strong> ciclos particulares.
Operational Strategy (domestic Triatominae)<br />
Infestation<br />
Attack<br />
threshold<br />
Detection<br />
level<br />
Attack phase (mass intervention)<br />
Vigilance phase (selective intervention)<br />
Time
Área <strong>de</strong> Dispersão <strong>de</strong> Triatoma infestans.<br />
Brasil, 1989/92, 1996 e 1999.<br />
1989- 92<br />
1999<br />
1996
Brasil: controle vetorial, 2003.<br />
A infecção natural do Ti caiu <strong>de</strong> 8,7% em 1983,<br />
para 3,9% em 1999;<br />
BA & RS – focos ainda importantes <strong>de</strong> Ti;<br />
A taxa <strong>de</strong> infecção humana em crianças <strong>de</strong> 7-<br />
14 anos reduziu <strong>de</strong> 4,5% em 1982 para 0,17%<br />
em 1997;<br />
A taxa <strong>de</strong> infestação domiciliar caiu <strong>de</strong> 26,4%<br />
em 1983 para 2,6% em 1997.
Número das Principais Espécies <strong>de</strong> Triatomíneos Capturados,<br />
Examinados e Índice <strong>de</strong> Infecção Natural. Brasil, 1999 a 2000*.<br />
Índice <strong>de</strong><br />
Infecção (%)<br />
T. infestans* 978 582 24 4,12<br />
T. sordida 195.362 143.470 1.219 0,85<br />
T. rubrovaria 2.040 1.861 16 0,86<br />
T. pseudomaculata 112.574 90.314 635 0,70<br />
T. brasiliensis 136.418 99.119 934 0,94<br />
R. neglectus 1.236 866 9 1,04<br />
P. megistus 9.826 7.504 208 2,77<br />
P. lutzi 4.140 2.627 104 3,96<br />
* Dados sujeito a alteração<br />
Espécies Capturados Examinados Positivos<br />
TOTAL 462.574 346.343 3.149 0,91<br />
91
Número das Principais Espécies <strong>de</strong> Triatomíneos<br />
Capturadas e Percentual <strong>de</strong> Redução. Brasil, 1983 a 2001.<br />
Espécie<br />
Ano<br />
1983 2001<br />
Percentual <strong>de</strong> Redução<br />
Triatoma infestans 162.163 93 -99,9<br />
Panstrongylus megistus 149.248 2.597 -98,6<br />
Triatoma pseudomaculata 125.634 63.694 -49,3<br />
Triatoma sordida 189.260 32.474 -82,8<br />
Triatoma brasiliensis 99.845 67.972 -31,9<br />
Fonte: MS/SVS/G.T. Controle <strong>de</strong> vetores<br />
(%)
Controle da transmissão transfusional<br />
• Ferramentas: indicação, seleção e<br />
quimioprofilaxia<br />
• No geral, basicamente seleção, cobrindo<br />
mais <strong>de</strong> 95% do sangue no Uruguai,<br />
Argentina, Brasil<br />
• Consi<strong>de</strong>ra-se virtualmente controlada<br />
• Desafíos:<br />
• Melhorar o sistema (indicações e procedimentos)<br />
• Aumentar a doação voluntária<br />
• Viabilizar e implementar a quimioprofilaxia universal<br />
Aumentar ainda mais a especificida<strong>de</strong>, e,<br />
• Garantir a manutenção do programa por mais 20 anos
% SANGUE COM TRIAGEM SOROLÓGICA PARA T. cruzi e % sangue<br />
com marcadores positivos <strong>de</strong> infecção em países do Cone Sul da América<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
ARG BOL BRA CHI PGY UGY<br />
% sangue controlado % marcadores positivos <strong>de</strong> infecção
Controle da transmissão congênita<br />
• Não se dispõe <strong>de</strong> prevenção primária<br />
• Não se dispõe <strong>de</strong> marcador <strong>de</strong> transmissão<br />
• Não se dispõe <strong>de</strong> diagnóstico imediato factível e<br />
sensível<br />
• Basicamente: diagnóstico e tratamento precoces<br />
• I<strong>de</strong>al: o seguimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o pré-natal<br />
• Derivação neo-natal: pezinho?<br />
• Sorologia aos 6-8 meses e tratamiento dos positivos,<br />
com seguimento clínico<br />
PROBLEMAS: COBERTURA Y ADERÊNCIA
INICIATIVA DEL CONO SUR<br />
BRASIL: BRASIL:<br />
Eliminacion <strong>de</strong> la Transmision<br />
<strong>de</strong> la Enfermedad <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong>, 1982-98. 1982 98.<br />
100<br />
10<br />
1<br />
0,1<br />
Tasas x 100<br />
26<br />
18,5!<br />
"<br />
4,8<br />
!<br />
0,2<br />
"<br />
2,7<br />
!<br />
0<br />
80 85 90 95 2000<br />
0<br />
"<br />
!<br />
"<br />
Infestacion domiciliar<br />
Inci<strong>de</strong>ncia (7-14 anos)<br />
96
prevalência (%)<br />
Prevalência da infeção chagásica entre doadores <strong>de</strong> sangue<br />
<strong>de</strong> Artigas (Uruguai) e Bambuí (MG-Brasil), por ano.<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
1964<br />
1974<br />
ANO<br />
1984<br />
1994<br />
Bambuí<br />
Artigas
Seroprevalence (%)<br />
Evaluation of the seroprevalence of Trypanosoma cruzi infection among<br />
pregnant women in different years – Department of Artigas - Uruguay<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
28,8<br />
15,6<br />
10,3<br />
3,3<br />
1966 1973 1983 1993<br />
Years
Correlação entre a prevalência da infeção chagásica e a ida<strong>de</strong> entre doadores <strong>de</strong><br />
prevalência (%)<br />
2,5<br />
2<br />
1,5<br />
1<br />
0,5<br />
0<br />
sangue latino-americanos em anos recentes (Wen<strong>de</strong>l, 1997)<br />
(r= 0,993, p=0,001)<br />
22 32 42 52 62<br />
IDADES (ANOS)
Epi<strong>de</strong>miological Changes Due to Interruption of<br />
Transmission and <strong>de</strong>crease of Inci<strong>de</strong>nce, 1990-2000<br />
Annual Deaths<br />
Disease bur<strong>de</strong>n (DALYS)<br />
Cases of human infection<br />
Annual new cases<br />
Distribuition<br />
1990 2000<br />
> 45,000(1)<br />
2,740,000 (2)<br />
16-18 16 18 million (3)<br />
700000 (4)<br />
18 Countries<br />
21,000 (5)<br />
676,000 (6)<br />
12-14 12 14 million<br />
200,000 (7)<br />
15 Countries<br />
(Transmission<br />
Transmission<br />
interrupted in Uruguay in<br />
1997, Chile in 1999 and<br />
most of Brazil in 2000)<br />
(1) Extrapolated from longitudinal studies (Coura 1985), (2) World Bank, 1993,<br />
(3) (4) Cross Sectional. 1980-1985, (5)(6) WHO 2000c, p. 164, (7), (8) WHO 1995,<br />
1996, 1997, 1998, 1999a, 2000a, 2000b
Taxa <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Anual por <strong>Doença</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Chagas</strong> (x100.000). Brasil, 1980 a 2000.<br />
6,0<br />
5,0<br />
4,0<br />
3,0<br />
2,0<br />
1,0<br />
0,0<br />
5,2<br />
1980<br />
5,4<br />
1981<br />
5,0 4,8<br />
1982<br />
* Dados sujeito a alteração<br />
1983<br />
4,9<br />
1984<br />
4,7<br />
1985<br />
4,6<br />
1986<br />
4,4<br />
1987<br />
4,5<br />
1988<br />
4,3<br />
1989<br />
4,1<br />
1990<br />
3,7<br />
1991<br />
3,8 3,8<br />
1992<br />
1993<br />
3,5<br />
1994<br />
3,5<br />
1995<br />
3,4<br />
1996<br />
3,4<br />
1997<br />
3,3<br />
1998<br />
3,0<br />
1999<br />
2000<br />
3,0<br />
101
2000<br />
1800<br />
1600<br />
1400<br />
1200<br />
1000<br />
800<br />
600<br />
400<br />
200<br />
0<br />
Number of hospitalization for <strong>Chagas</strong> disease, Brazil,<br />
1990/1997.<br />
No.<br />
1836 1838<br />
1657<br />
1441<br />
1232<br />
966 951 922<br />
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997<br />
Source: GT-Programa <strong>de</strong> controle da doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong>/CCDTV/DEOPE/FNS.<br />
Year
Cinco marcos importantes na mo<strong>de</strong>rna<br />
epi<strong>de</strong>miologia da doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong><br />
humana no Brasil<br />
a) Curto prazo: virtual controle da transmissão vetorial e<br />
vigilância epi<strong>de</strong>miológica;<br />
b) A médio prazo: redução significativa das transmissões<br />
transfusional e congênita;<br />
c) Uma progressiva redução da morbi-mortalida<strong>de</strong> em áreas<br />
endêmicas;<br />
d) Um progressivo <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong> chagásicos<br />
para ida<strong>de</strong>s mais elevadas;<br />
e) Superposição <strong>de</strong> agravos (HIV, crônico-<strong>de</strong>generativas).
Desafios presentes<br />
• Manter a transmissão controlada (vigilância)<br />
• Sustentar controle B.Sangue por mais 10 anos<br />
• Fazer o controle da transmissão congênita ?<br />
• Aumentar cobertura sobre os infectados<br />
• Melhorar o tratamento específico<br />
• Prevenir o <strong>de</strong>terioro da função miocárdica<br />
• Manejar melhor a ICC/III e IV<br />
• Dispor <strong>de</strong> marcadores <strong>de</strong> cura e evolução
Mortalida<strong>de</strong> por doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> no Brasil entre<br />
1980 e 1998<br />
1<br />
0,8<br />
0,6<br />
0,4<br />
0,2<br />
0<br />
Óbitos por doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> por 100.000 óbitos registrados por ano
Cinco perspectivas esperáveis na mo<strong>de</strong>rna<br />
história da doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> humana no Brasil<br />
a) Curto prazo: virtual controle da transmissão vetorial,<br />
pressupondo vigilância epi<strong>de</strong>miológica;<br />
b) Permanência <strong>de</strong> bolsões e ocorrência <strong>de</strong> ciclos exóticos<br />
c) A médio prazo: redução significativa das transmissões<br />
transfusional e congênita;<br />
d) Uma progressiva redução da morbi-mortalida<strong>de</strong> em áreas<br />
endêmicas;<br />
e) Um progressivo <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong> chagásicos<br />
para ida<strong>de</strong>s mais elevadas;<br />
f) Superposição <strong>de</strong> agravos (HIV, crônico-<strong>de</strong>generativas).<br />
107
Futuro, perspectivas....<br />
METAS POSSÍVEIS :<br />
Interromper a transmissão<br />
Reduzir a morbida<strong>de</strong> e a mortalida<strong>de</strong><br />
DESAFIOS:<br />
• Manter vigilância sobre o vetor e a transfusão <strong>de</strong> sangue.<br />
• Política ambiental e cuidado com áreas naturais<br />
• Manejo a<strong>de</strong>quado da doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> congênita<br />
• Atenção médica e previ<strong>de</strong>nciária para os já infectados;<br />
• Na Aca<strong>de</strong>mia:<br />
• pesquisa e capacitação <strong>de</strong> Recurso Humano<br />
• memória do agravo e seu controle<br />
• estímulo continuado ao po<strong>de</strong>r público
Pontos específicos I<br />
Amazônia: será a gran<strong>de</strong> área endêmica do futuro ?<br />
• Retrospecto das últimas décadas:<br />
– Áreas <strong>de</strong>smatadas: não colonização <strong>de</strong> vetores nativos nem<br />
alóctones;<br />
– Bancos <strong>de</strong> sangue e morbi-mortalida<strong>de</strong>: baixos e estáveis<br />
– Inquéritos nacionais: muito baixos. Bolsões ?<br />
– Microepi<strong>de</strong>mias: ocorrem aleatoriamente. Padrões<br />
– T cruzi I exclusivo ou predominante: significado ?
State<br />
Proportion of positive serology to <strong>Chagas</strong> Disease<br />
in public blood net of Brazil and Northern Region, Region<br />
between 1987 & 1992<br />
Years<br />
1987 1988 1989 1990 1991 1992<br />
Acre NI 1.62 1.70 0.43 0.32 0.28<br />
Rondônia NI NI NI 0.70 0.05 0.55<br />
Amazonas 0.00 0.10 0.52 0.17 0.14 0.35<br />
Roraima 0.00 0.04 0.11 0.00 0.33 0.05<br />
Amapá 0.00 0.00 0.02 0.03 0.60 0.20<br />
Pará 0.15 0.00 0.11 0.35 0.26 0.07<br />
Tocantins NI NI NI NI NI 0.75<br />
North 0.04 0.35 0.49 0.28 0.28 0.32<br />
Brazil 0.98 0.88 0.79 0.73 0.76 0.80<br />
Fonte: COSAH/SAS/MS e Hemocentros coor<strong>de</strong>nadores<br />
NI = não informado
General mortality by <strong>Chagas</strong> Disease in the Brazilian Northern Region<br />
Porcentagem<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
1980<br />
1982<br />
1984<br />
1986<br />
1988<br />
1979/1998<br />
1990<br />
1991<br />
1992<br />
Ano<br />
1993<br />
1994<br />
Brasil Região Norte<br />
1995<br />
1996<br />
1997<br />
1998<br />
111
Pontos específicos II<br />
Santa Catarina e a transmissão oral<br />
Totalmente aci<strong>de</strong>ntal e auto-limitado<br />
En<strong>de</strong>micida<strong>de</strong> clássica no Estado: mínima para Brasil<br />
Vetor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (espécie silvestre, não invasora)<br />
Elementos comuns aos 26 casos <strong>de</strong>tectados<br />
Provavelmente outros ocorreram<br />
Chamamento: os casos graves e morte<br />
Diagnósticos diferenciais<br />
Exercício <strong>de</strong> vigilância
Pontos específicos III<br />
Caldo <strong>de</strong> Cana ? Lições:<br />
• Alguns antece<strong>de</strong>ntes<br />
• Caráter esporádico e imprevisível<br />
• Pensar em doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong><br />
• Novos padrões clínicos<br />
– Hemorragias digestivas e choque hipovolêmico<br />
– Icterícia<br />
• Açaí, sopas, outras comidas<br />
• Triatomíneos, marsupiais, roedores, e<strong>de</strong>ntados<br />
Po<strong>de</strong> voltar a acontecer
Pontos específicos IV<br />
Nos Bancos <strong>de</strong> Sangue:<br />
– a) Até quando será necessário sustentar a seleção ?<br />
– b) Até quando o sistema sustentará a seleção ?<br />
– c) Como ampliar/otimizar a <strong>de</strong>rivação <strong>de</strong> infectados ?<br />
– d) Alternativas novas: psoraleno ?
Pontos específicos V<br />
<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> Congênita:<br />
– Perspectiva <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />
– Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> programa ?<br />
• Pezinho<br />
• Gestante saudável<br />
– Principais <strong>de</strong>safios:<br />
• Marcador futuro<br />
• Marcador precoce<br />
• Tratamento da mãe....
Pontos específicos VI<br />
Triatomíneos invasores e agressores<br />
Outros “vetores”<br />
• Manaus, Equador, Panamá<br />
• R.brethesi e piaçaba<br />
• Brasiliensis e Dipetalogaster<br />
• Transmissão urbana<br />
• Turismo ecológico<br />
• Marsupiais como vetores ? 116
Pontos específicos VII<br />
HIV e envelhecimento<br />
• Co-infecção observada e esperada a partir <strong>de</strong> HIV/T.cruzi<br />
• Detecção do componente “<strong>Chagas</strong>” a partir da pista epi<strong>de</strong>miológica<br />
• Manejo preventivo apartir dos níveis CD4+<br />
• Péssimo prognóstico da lesão cerebral<br />
• Cada vez mais chagásicos idosos<br />
• Geralmente sobreviventes da CCC, o que relativiza o prognóstico<br />
• Associações complexas com outras crônico-<strong>de</strong>generativas<br />
• HAS: miocárdio geralmente bom, mas ICC complexa<br />
• Atenção especial para disautonomia, pela somatória <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>snervação
Pontos específicos VIII<br />
Incorporação no genoma: perpetuação ?<br />
• Possível e sob investigação<br />
• Na prática, pouca expressão (significado):<br />
– Soberania da Clínica e da Epi<strong>de</strong>miologia<br />
• Morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> (<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes e tratados)<br />
– Marcadores e conseqüências do tratamento<br />
• Panorama anátomo-patológico<br />
• Follow-up <strong>de</strong> curados (congênitos, agudos, crônicos recentes)<br />
– I<strong>de</strong>m da eliminação espontânea<br />
– I<strong>de</strong>m do panorama congênito
Pontos específicos IX<br />
Novas perspectivas do tratamento<br />
específico<br />
• Novas drogas: em lento andamento<br />
• Novas formulações: em andamento<br />
• Novas indicações: em andamento (Benefit, c. tronco)<br />
• Outras perspectivas:<br />
– Alongamento do tratamento ?<br />
– Limitação da dose diária<br />
– Associação <strong>de</strong> drogas<br />
– Imuno-modulação associada e melhora no marcadores <strong>de</strong> cura
Pontos específicos X<br />
E as células tronco?<br />
• Evidências <strong>de</strong> benefício aparecendo<br />
• Factibilida<strong>de</strong> operativa muito gran<strong>de</strong><br />
• Evidências <strong>de</strong> malefício ainda não aparecendo<br />
• Indicações relativamente claras: perda <strong>de</strong> miocitos<br />
• Indicações mais problemáticas: fibrose e arritmias<br />
• Indicações a verificar: prevenção icc, regeneração nos<br />
megas<br />
• Importância hoje para 5 a 15% dos chagásicos<br />
Não estimular como panacéia para todos.<br />
120
Maiores problemas atuais<br />
Como preço do sucesso e da inconsistência político-administrativa temos no<br />
Brasil alguns riscos:<br />
• Desestruturação do programa e da vigilância<br />
• Perda progressiva do RH competente nos 3 níveis<br />
• Perda da informação epi<strong>de</strong>miológica<br />
• Ausência do componente educativo<br />
• Dificulda<strong>de</strong>s na contra-referência<br />
• Ausência <strong>de</strong> uma “cesta básica” para o chagásico<br />
• Perda <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> à pesquisa<br />
• Perda <strong>de</strong> consistência nos curricula universitários
“Colofón” :<br />
Dois pontos para refletir<br />
• 1. Sobre o papel histórico da comunida<strong>de</strong><br />
científica no <strong>de</strong>senvolvimento e no serviço da luta<br />
contra a doença <strong>de</strong> <strong>Chagas</strong> e en<strong>de</strong>mias similares<br />
• 2. Sobre a primazia do esforço latino-americano<br />
nesta luta, como resgate <strong>de</strong> todo um povo e como<br />
semente à sua unida<strong>de</strong><br />
I<br />
Pontos esses <strong>de</strong> que o Mestre se orgulha e incentiva
Carlos <strong>Chagas</strong><br />
1879 - 1934