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Por uma normatização ortográfica de palavras latinas ... - UFF

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38<br />

Prado, João Batista Toledo.<br />

<strong>Por</strong> <strong>uma</strong> <strong>normatização</strong> <strong>ortográfica</strong> <strong>de</strong> <strong>palavras</strong> <strong>latinas</strong> incorporadas ao português<br />

e também sobre processos jornalísticos, que Brickmann usualmente critica<br />

com proprieda<strong>de</strong>, motivo pelo qual sua leitura é <strong>de</strong> praxe instrutiva e interessante.<br />

Naquela edição, havia, entretanto, o microtexto que vai a seguir<br />

reproduzido:<br />

Falando latim. E errado.<br />

Deu no jornal: “Faltam professores em vários campus da<br />

Unesp”. Faltam mesmo – e faltam professores também nos<br />

jornais. “Campus” é latim; em latim, o plural é “campi”.<br />

Há quem aportuguese a palavra e utilize o plural<br />

“campuses”. Mas usar o singular com “vários” é a mesma<br />

coisa que dizer que a notícia saiu em “vários jornal”. Tudo<br />

muito bom, tudo muito bem, afinal <strong>de</strong> contas temos gente<br />

importante falando “menos”, mas a imprensa não <strong>de</strong>veria<br />

usar <strong>uma</strong> linguagem, no mínimo, mais ou menos correta? 3<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do fato <strong>de</strong> <strong>uma</strong> notícia que tenha mencionado<br />

a Unesp – universida<strong>de</strong> em que trabalho – provocar meu interesse, como<br />

é possível imaginar, o texto captou <strong>de</strong> imediato minha atenção, por fazer<br />

a crítica <strong>de</strong> um erro na convenção da escrita <strong>de</strong> termos latinos em vernáculo,<br />

cometido pelo jornalista do não-nomeado diário e, assim, colocar<br />

em causa a questão normativa que rege o emprego <strong>de</strong> termos latinos em<br />

português que já se tornaram muito correntes, pelo menos nos meios<br />

universitários e nos círculos da intelligentzia nacional.<br />

A <strong>de</strong>speito do tempo <strong>de</strong>corrido entre o momento da primeira redação<br />

<strong>de</strong>ste texto e o presente, os argumentos, mantenho-os todos, porque<br />

são, naturalmente, aquilo que penso ainda agora, bem como o que julgo<br />

ser necessário dizer a respeito do tema. Além disso, proponho este texto e<br />

não outro, em primeiro lugar, por julgá-lo a<strong>de</strong>quado à temática <strong>de</strong>ste volume<br />

35 dos Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Letras da <strong>UFF</strong>, que se ocupa <strong>de</strong> Patrimônio Cultural<br />

e Latinida<strong>de</strong>, pensando em que termos latinos empregados em português<br />

<strong>de</strong>certo fazem parte do patrimônio cultural <strong>de</strong> nosso idioma; em segundo<br />

porque, como <strong>uma</strong> <strong>de</strong>sejada conseqüência do ato <strong>de</strong> dar um texto a<br />

3 Seção “Circo da Notícia”. Observatório da Imprensa (ISSN 1519-7670 - ANO 12 - Nº 274 - 27/<br />

4/2004): http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=276JDB005 (acesso<br />

em 26/02/2008).

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