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3. as disfunções temporomandibulares versus tratamento ortodôntico

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Universidade Federal da Paraíba<br />

Centro de Ciênci<strong>as</strong> da Saúde<br />

Curso de Graduação em Odontologia<br />

Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa<br />

As Disfunções Temporomandibulares <strong>versus</strong> Tratamento<br />

Ortodôntico.<br />

João Pessoa<br />

2009<br />

0


Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa<br />

As Disfunções Temporomandibulares <strong>versus</strong> Tratamento<br />

Ortodôntico.<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado ao Curso de Graduação<br />

em Odontologia, da Universidade<br />

Federal da Paraíba em cumprimento<br />

às exigênci<strong>as</strong> para conclusão.<br />

Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima Doutora em Ortodontia<br />

pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.<br />

João Pessoa<br />

2009<br />

1


Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa<br />

As Disfunções Temporomandibulares <strong>versus</strong> Tratamento<br />

Ortodôntico.<br />

Dissertação aprovada em ____ / ____ / ____<br />

_____________________________________<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado ao Curso de Graduação<br />

em Odontologia, da Universidade<br />

Federal da Paraíba em cumprimento<br />

às exigênci<strong>as</strong> para conclusão.<br />

Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima, Doutora em Ortodontia<br />

Orientadora – UFPB<br />

_____________________________________<br />

Rejane Targino Soares Beltrão, Doutora em Ortodontia<br />

Examinador – UFPB<br />

_____________________________________<br />

Ricardo Lombardi de Fari<strong>as</strong>, Doutor em Ortodontia<br />

Examinador – UFPB<br />

_____________________________________<br />

Eliane Batista de Medeiros, Doutora em Odontopediatria<br />

2


S725d Sousa, Maria de Fátima Kedma P. de.<br />

Disfunção temporo-mandibular <strong>versus</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> / Maria de Fátima<br />

Kedma P. de Sousa. -- João Pessoa : [s.n.], 2009.<br />

55 f.<br />

Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago.<br />

Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.<br />

1. Odontologia. 2. Tratamento <strong>ortodôntico</strong>. <strong>3.</strong> Má oclusão. 4. Desordem<br />

temporomandibular.<br />

3


Dedicatória:<br />

Dedico este trabalho In memorian do meu querido irmão: ``Francisco Pereira<br />

de Sousa Júnior``que partiu tão cedo para eternidade, m<strong>as</strong> sei que de onde estás<br />

me ilumina sendo meu escudo fiel durante minh<strong>as</strong> batalh<strong>as</strong> do dia a dia, presente<br />

em minha vida, em meus pensamentos e principalmente no meu coração. Amado<br />

irmão brindo a você tod<strong>as</strong> às minh<strong>as</strong> conquist<strong>as</strong>, felicidades e vitóri<strong>as</strong> e espero<br />

humildemente o dia em que nossa família esteja reunida novamente.<br />

4


Agradecimentos:<br />

Agradeço com toda minha fé ao meu Deus protetor, que me propociona a<br />

vida e me ajuda a trilhar os caminhos macios e com espinhos;<br />

Agradeço ao meu pai Francisco e à minha mãe Beta por todo amor, respeito<br />

e pelos sacrifícios realizados por mim;<br />

Agradeço ao meu esposo Jefferson pela união que temos, pela compressão<br />

nos di<strong>as</strong> e momentos em que estive ausente, pela ajuda com os trabalhos, por<br />

cuidar de mim, por me respeitar e me ser fiel. Amo-te;<br />

Agradeço à minha linda e única irmã, presente de Deus em minha vida,<br />

Janaína pela verdadeira amizade e fidelidade com quem eu sempre contarei;<br />

Agradeço à minha segunda mãe tia Fátima que desde o berço cuidou de mim<br />

como sua filhinha;<br />

Agradeço às minh<strong>as</strong> avós Georgina e Hilda, velhinh<strong>as</strong> tão simpátic<strong>as</strong> e<br />

amoros<strong>as</strong> comigo;<br />

Agradeço às minh<strong>as</strong> ti<strong>as</strong> Lúcia e Graça com <strong>as</strong> quais eu sempre me divirto;<br />

5


Agradeço à minha orientadora Karina Jerônimo pela sua dedicação, auxilio,<br />

amizade, carinho e respeito durante esta jornada, <strong>as</strong>sim como a todos os<br />

professores da Ortodontia e da Odontopediatria;<br />

Agradeço às minh<strong>as</strong> amig<strong>as</strong> de cl<strong>as</strong>se Isabelita, Manuella, Karen com<br />

<strong>as</strong> quais p<strong>as</strong>sei diversos sofrimentos e noites mal dormid<strong>as</strong> pela odontologia,<br />

por me agüentarem nos momentos de fraquez<strong>as</strong> e apesar d<strong>as</strong> vezes em que<br />

nos distanciamos eu nunca deixei de ama-lás sei que nem o tempo, nem a<br />

distância irá apagar o imenso amor que eu sinto por vocês;<br />

Agradeço <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> amiguinh<strong>as</strong>, Ana Luiza, Tatyanne, Samara, Claúdia,<br />

Priscilla, Vanessa, Jayanne <strong>as</strong> quais durante o curso desenvolvi uma sincera<br />

admiração, carinho e amizade;<br />

Agradeço aos meninos da turma: Thiago, Claudion, Érico, Breno,<br />

Alexandre, Isaac, Catolé, Vitor, George, Jordano, Renan por me ajudarem<br />

quando necessitei e por serem tão divertidos;<br />

Agradeço <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em que amei em silêncio e que sempre desejei um<br />

fragmento de uma verdadeira amizade, m<strong>as</strong> que por força maior do destino, este<br />

desejo não se concretizou. Entretanto, peço-lhes obrigada por pelo menos terem<br />

sentado ao meu lado neste bonde que é a vida;<br />

Agradeço aos funcionários desta instituição que sempre foram tão educados<br />

comigo: Celita, Marconi, D. Rita, Jorge, Seu Antônio Alves, D. Fátima;<br />

E por fim agradeço aos meus mestres, não a todos, m<strong>as</strong> àqueles que foram<br />

exemplo de dedicação, amor, maturidade, amizade, compreensão, companheirismo<br />

e tolerância. A vocês agradeço profundamente com sincero carinho.<br />

6


RESUMO<br />

As <strong>disfunções</strong> Temporomandibulares (DTM) têm uma gênese multifatorial, A suposta<br />

relação entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e a etiologia de DTM tem despertado grande<br />

interesse no meio científico, pois apesar do desenvolvimento da tecnologia em torno<br />

da capacidade diagnóstica, esses avanços não foram capazes de esclarecer a<br />

controvérsia sobre a possível interação. Para tanto, foi realizada uma pesquisa<br />

bibliográfica com uma abordagem metodológica indutiva e técnica documental<br />

b<strong>as</strong>eada na literatura pré-existente, com o objetivo de avaliar se o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> pode ser considerado fator etiológico de DTM e/ou atua na resolução de<br />

DTM. Com b<strong>as</strong>e na revisão de literatura pode-se concluir que não há comprovações<br />

científic<strong>as</strong> que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> por si só oc<strong>as</strong>ione a DTM, e o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> não predispõe o indivíduo a um maior risco para o desenvolvimento de<br />

DTM. Porém não se pode predizer e quantificar, se o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> é uma<br />

solução para DTM.<br />

Palavr<strong>as</strong>-chave: Tratamento <strong>ortodôntico</strong>; Má oclusão; Desordem<br />

temporomandibular.<br />

7


ABSTRACT<br />

The Temporomandibular disorders (TMD) have a multifactorial genesis, the<br />

presumed relationship between orthodontics and etiology of TMD h<strong>as</strong> aroused great<br />

interest in the scientific, however even with the development of technology around<br />

the diagnostic capacity, these advances have not been able to clarify the controversy<br />

on the possible interaction. For this, a literature research w<strong>as</strong> performed with an<br />

inductive approach and technical documentation b<strong>as</strong>ed on pre-existing literature, in<br />

order to evaluate if orthodontic treatment can be considered <strong>as</strong> etiological factor of<br />

TMD and/or is helpful in the resolution of TMD. B<strong>as</strong>ed on literature review we can<br />

conclude that there is no scientific evidence that orthodontic treatment itself cause<br />

the TMD, and orthodontic treatment does not predispose the individual to a higher<br />

risk for developing TMD. But can not predict and quantify if orthodontic treatment is<br />

the solution to TMD.<br />

Keywords: Orthodontic treatment; Malocclusion; Temporomandibular Disorder.<br />

8


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………......... 10<br />

2 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………………......... 12<br />

2.1 Sistema estomatognático………………………………………………………… 13<br />

2.2 Disfunção temporomandibular………………………………………………….. 14<br />

2.2.1 Nomenclatura, conceitos…………………………………………………………... 14<br />

2.2.2 Sinais e sintom<strong>as</strong>……………………………………………………………………. 16<br />

2.2.3 A relação entre DTM e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>……………………………….. 17<br />

3 PROPOSIÇÃO……………………………………………………………………………... 30<br />

4 METODOLOGIA………………………………………………………………………....... 32<br />

5 DISCUSSÃO……………………………………………………………………………...... 34<br />

6 CONCLUSÕES………………………………………………………………………......... 42<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………......... 44<br />

9


INTRODUÇÃO<br />

10


1 INTRODUÇÃO<br />

A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma d<strong>as</strong> mais complex<strong>as</strong><br />

articulações do corpo humano, sendo responsável por movimentos m<strong>as</strong>tigatórios e<br />

pel<strong>as</strong> atividades mandibulares funcionais e parafuncionais (MATHEUS et al., 2005).<br />

A ATM consiste em um elemento do sistema estomatognático formado por divers<strong>as</strong><br />

estrutur<strong>as</strong> anatômic<strong>as</strong> que quando estável é responsável por um correto<br />

funcionamento da m<strong>as</strong>tigação, da deglutição, da fonação e da postura (QUINTO,<br />

2000).<br />

A Disfunção temporomandibular (DTM) tem sido caracterizada como<br />

alterações n<strong>as</strong> articulações <strong>temporomandibulares</strong>, nos músculos da m<strong>as</strong>tigação e<br />

estrutur<strong>as</strong> relacionad<strong>as</strong> a estes. O portador de DTM apresenta diversos sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> que são comuns, como: <strong>as</strong> algi<strong>as</strong> e sensibilidade nos músculos da<br />

m<strong>as</strong>tigação, presença de ruídos, estalidos e crepitação n<strong>as</strong> ATM, bem como<br />

limitação nos movimentos mandibulares. Os indivíduos acometidos com DTM<br />

geralmente sofrem com incapacitação funcional, sensação da dor, uma experiência<br />

subjetiva e desagradável que interfere diretamente na qualidade de vida. O sucesso<br />

do <strong>tratamento</strong> depende do diagnóstico diferencial correto relacionando os sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> obtidos através de um exame clínico minucioso (OKESON, 2000).<br />

A etiologia da DTM é de ordem multifatorial, havendo uma combinação de<br />

diversos fatores limitantes tais como: os fatores oclusais <strong>as</strong>sociados às respost<strong>as</strong><br />

nos músculos e ATMs, e às condições sistêmic<strong>as</strong> e emocionais do paciente que<br />

podem iniciar, manter ou agravar o quadro (PEDRONI; OLIVEIRA; GUARATINI,<br />

2003).<br />

O <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> foi apontado como um fator contribuinte para o<br />

desenvolvimento da DTM e, desde então muitos estudos têm sido realizados. Há<br />

uma grande controvérsia entre os autores, pois para alguns, a correção ortodôntica<br />

pode ser a cura para a DTM, enquanto para outros pode predispor o paciente a<br />

dores e <strong>disfunções</strong> da ATM (DELBONI; ABRÃO, 2005).<br />

Porém, devido à gênese da DTM ser multifatorial, é incorreto afirmar que um<br />

fator isolado origine a disfunção, sendo de concordância que a depressão, o<br />

11


estresse, a incapacidade e a doença comportamental podem determinar o curso da<br />

doença e afetar o prognóstico e <strong>tratamento</strong> (DWORKIN; LERESCHE, 1992).<br />

Alguns estudos como os de autores como: Mcnamara Jr. e Turp (1997)<br />

revisaram a relação do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> com a DTM. Neste trabalho foram<br />

abordad<strong>as</strong> <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> entre aparelhos fixos e removíveis,<strong>as</strong>sim como a influência<br />

do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> com ou sem extrações e ainda se questionou o papel da<br />

ortodontia na prevenção e cura da DTM. Frente aos resultados os autores<br />

concluíram que os <strong>tratamento</strong>s <strong>ortodôntico</strong>s, independentes do tipo de mecânica e<br />

da realização de extrações, não aumenta os riscos de o indivíduo desenvolver<br />

Disfunção temporomandibular futuramente. M<strong>as</strong>, apesar de não oc<strong>as</strong>ionar DTM, não<br />

há evidênci<strong>as</strong> convincentes de que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> pode curar ess<strong>as</strong><br />

<strong>disfunções</strong>.<br />

Diante do exposto, torna-se necessário elucidar a <strong>as</strong>sociação entre<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong>, esclarecendo os efeitos<br />

do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> sobre a ATM, e qual sua relação com o aparecimento e<br />

resoluções de DTMs.<br />

12


REVISÃO DE LITERATURA<br />

13


2 REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.1 Sistema estomatognático<br />

O sistema estomatognático consiste em uma entidade fisiológica, funcional e<br />

composta por diversos tecidos diferentes e variados quanto à origem e a estrutura,<br />

porém são completamente interdependentes. Fazem parte desse sistema<br />

componentes esqueléticos (maxila e mandíbula), arcos dentári<strong>as</strong>, tecidos moles<br />

(glândul<strong>as</strong> salivares suprimento v<strong>as</strong>cular e nervoso, língua, lábios, bochech<strong>as</strong>,<br />

ligamentos periodontais e da ATM), articulações dentoalveolar e temporomandibular<br />

(ATM) e músculos da m<strong>as</strong>tigação, da deglutição, e da mímica, ou seja, componentes<br />

anatômicos e fisiológicos (PAIVA et al.,1997; ROSENBAUER et al., 2001).<br />

Este sistema é a unidade funcional do corpo, responsável pela m<strong>as</strong>tigação,<br />

deglutição e fala. Relacionado ao sistema estomatognático temos o controle<br />

neurológico o qual regula e coordena tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> e componentes desse<br />

sistema (OKESON, 1992). Além d<strong>as</strong> funções de m<strong>as</strong>tigação, deglutição e fala o<br />

sistema estomatognático também é responsável pela sucção; gustação; respiração;<br />

postura da mandíbula, língua e osso hióide; e pela mímica ou expressão facial<br />

(PAIVA et al. 1997).<br />

Constituído por estrutur<strong>as</strong> que suportam os órgãos da face e contribuem nos<br />

movimentos dos mesmos, como: ossos (maxila, mandíbula, zigomático, temporal,<br />

esfenóide, hióide e coluna cervical); dentes e seus elementos de suporte, a ATM, os<br />

músculos, sistema nervoso, sistema v<strong>as</strong>cular, glândul<strong>as</strong> que atuam no processo<br />

digestivo. Estes componentes quando inalterados permitem um harmonioso<br />

desempenho fisiológico e anatômico (PAIVA; PAIVA, 2008).<br />

A m<strong>as</strong>tigação como ato fisiológico complexo que envolve atividades<br />

neuromusculares e digestiv<strong>as</strong> do sistema estomatognático, depende totalmente da<br />

harmonia do mesmo. Do ato m<strong>as</strong>tigatório participam vários elementos, dentre eles<br />

os órgãos dentários, exercendo papel principal, e também músculos, glândul<strong>as</strong><br />

14


salivares, palato duro, articulação temporomandibular e ossos maxilares. A mínima<br />

desarmonia entre os elementos que constitui o sistema estomatognático poderá<br />

acarretar prejuízos à atividade m<strong>as</strong>tigatória repercutindo na qualidade de vida do<br />

indivíduo (MONTEIRO et al., 2005).<br />

A posição correta do côndilo da mandíbula na fossa mandibular evidencia<br />

uma perfeita harmonia e funcionamento do sistema estomatognático<br />

(CASAGRANDE; ROSSATO, 1998).<br />

Os componentes do sistema estomatognático são organizados em três<br />

sistem<strong>as</strong>: o sistema físico, formado pela oclusão dentária que realiza a atividade<br />

mecânica; o sistema biológico, composto pelo periodonto de proteção e de suporte<br />

dos dentes; o sistema neurofisiológico, constituído pel<strong>as</strong> ATMs, incluindo ligamentos<br />

e o complexo neuromuscular (HENRIQUES, 2003). Sendo <strong>as</strong>sim toda a atividade do<br />

sistema estomatognático é conseqüência d<strong>as</strong> ações dos músculos que o compõem,<br />

guiados pelos impulsos nervosos oriundos do sistema nervoso central. Portanto,<br />

qualquer desequilíbrio na organização desse sistema pode gerar em uma disfunção<br />

temporomandibular (TOMMASI, 1997).<br />

O sistema estomatognático tenderá a funcionar, a despeito de perd<strong>as</strong> ou<br />

injúri<strong>as</strong>, sempre dentro de um limiar de tolerância que uma vez rompido resultará em<br />

estados disfuncionais, que podem aparecer em forma de uma intensa atrição<br />

dentária, dor muscular, dor articular, limitação de movimento ou alteração articular<br />

degenerativa (PAIVA; MAZZETO, 1998).<br />

2.2 Disfunção temporomandibular<br />

2.2.1 Nomenclatura, conceitos<br />

Em 1934 James B. Costen foi o pioneiro a relatar minuciosamente achados<br />

sobre <strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> do sistema estomatognático, especificamente <strong>as</strong> dores na<br />

região de ouvido e de ATM. Esse relato foi fundamentado na detecção de alguns<br />

sintom<strong>as</strong> presentes em 11 pacientes como dores de cabeça e ao redor do ouvido,<br />

15


zumbidos, ruídos articulares, boca e garganta sec<strong>as</strong>. Ess<strong>as</strong> alterações articulares da<br />

ATM, bem como o conjunto de sintom<strong>as</strong> foram denominad<strong>as</strong> de Síndrome de<br />

Costen (COSTEN, 1934).<br />

Schwartz (1955) sugeriu o termo Síndrome Dor-Disfunção da ATM concluindo<br />

que essa síndrome apen<strong>as</strong> afetava pacientes predispostos por sua constituição. Já<br />

L<strong>as</strong>kin, em 1969, indicou uma nova nomenclatura, Síndrome dor- disfunção<br />

miof<strong>as</strong>cial, utilizada por diversos profissionais na atualidade; o respectivo autor diz<br />

que os esp<strong>as</strong>mos dos músculos m<strong>as</strong>tigatórios seriam o fator primário para o<br />

desenvolvimento da disfunção.<br />

Ramfjord e Ash (1977) utilizaram a terminologia distúrbios funcionais da<br />

articulação temporomandibular, enquanto McNeill em 1980 propôs desordens<br />

craniomandibulares, conhecida pela sigla DCM. Bell (1982) sugeriu o termo<br />

desordem temporomandibular que ganhou popularidade. O conselho Federal de<br />

Odontologia adotou o termo disfunção (ALENCAR Jr., 2005).<br />

As DTMs constituem um conjunto de alterações do sistema estomatognático<br />

que consequentemente oc<strong>as</strong>ionam dores na musculatura m<strong>as</strong>tigatória, dores ao<br />

redor da ATM e na nuca, estalidos nessa mesma região, limitação dos movimentos<br />

excêntricos e na abertura e fechamento da mandíbula, além de envolvimento dos<br />

dentes e estrutur<strong>as</strong> de suporte (THEODORO et al., 2006).<br />

As <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong> abrangem uma coleção de condições<br />

médic<strong>as</strong>, odontológic<strong>as</strong> e/ou faciais <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> com anormalidades do sistema<br />

estomatognático, que desencadeiam <strong>disfunções</strong> na ATM e tecidos adjacentes,<br />

incluindo músculos faciais e cervicais (NEGREIROS et al., 2006).<br />

Em nosso país o termo mais popularmente utilizado entre os profissionais de<br />

saúde, pacientes e leigos é o de ``Disfunção da ATM``, visto que essa nomenclatura<br />

reflete mais objetivamente o conjunto de anormalidades musculares e esquelétic<strong>as</strong><br />

do sistema estomatognático (SIQUEIRA, 2001).<br />

De uma forma geral, <strong>as</strong> DTMs podem ser dividid<strong>as</strong> em musculares quando<br />

acometem apen<strong>as</strong> a musculatura m<strong>as</strong>tigatória e do pescoço, e articulares que se<br />

caracterizam por distúrbios internos da ATM e músculos auriculares, abrangendo,<br />

simultaneamente, a musculatura e a articulação (OKESON, 2000).<br />

16


2.2.2 Sinais e sintom<strong>as</strong><br />

A Disfunção temporomandibular reúne um v<strong>as</strong>to espectro de sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> clínicos musculares e articulares relacionados ao sistema estomatognático<br />

(PAIVA, 2008).<br />

Há divers<strong>as</strong> controvérsi<strong>as</strong> a respeito da real prevalência de sinais e sintom<strong>as</strong><br />

da DTM. Essa afirmação b<strong>as</strong>eia-se n<strong>as</strong> ausênci<strong>as</strong> da padronização de uso de um<br />

critério ou índice definido e validado, e na falta de padronização de metodologi<strong>as</strong><br />

(GOULET; LAVIGNE; LUND, 1995).<br />

Os sinais e sintom<strong>as</strong> d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong> se caracterizam<br />

por dores nos músculos da m<strong>as</strong>tigação, do pescoço, na região da articulação<br />

temporomandibular, cefaléia, apertamento dentário, ruídos articulares, sensação de<br />

ouvido tapado, zumbido nos ouvidos, dor e desvio nos movimentos de abertura e<br />

fechamento mandibular, limitação nos movimentos de abertura, lateralidade e<br />

protrusão, travamento e luxação mandibular (ASH; RAMFJORD, 1987).<br />

As DTMs possuem um <strong>as</strong>pecto esporádico, sendo que em grande parte dos<br />

indivíduos os sintom<strong>as</strong> desaparecem sem nenhum tipo de <strong>tratamento</strong>. Diversos<br />

indivíduos não acometidos pela DTM apresentam algum sinal ou sintoma<br />

característico desta patologia, como ruídos ou <strong>as</strong>simetri<strong>as</strong> durante a abertura e<br />

fechamento bucal. Contudo, é raro aparecer à limitação na abertura bucal quando<br />

não existem problem<strong>as</strong> musculares ou articulares (CONTI, 1998).<br />

Os fatores anatômicos (como músculos, ligamentos e ATM), os fatores<br />

psicológicos, tais como estresse e depressão, e ainda fatores neuromusculares<br />

(hiperatividade muscular e distúrbios oclusais) são favoráveis ao desenvolvimento<br />

dess<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> (CALDANA; SILVA, 2001).<br />

Os agentes etiológicos são divididos em: capazes de aumentar a atividade<br />

muscular; fatores que interferem funcionalmente no sistema; <strong>as</strong>pectos relacionados<br />

ao sistema psiconeurofisiológico (PAIVA et al., 2008).<br />

17


A DTM é freqüentemente discutida, exatamente por ser um <strong>as</strong>sunto que<br />

levanta muita dúvida e polêmica principalmente a respeito de sua etiologia<br />

(TEIXEIRA; ALMEIDA, 2007).<br />

Os fatores causais evidenciados na multifatoriedade dessa disfunção são:<br />

trauma, parafunção, fatores psicológicos, má oclusão e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

(OLSSON; LIDQVIST, 2002; VALLE-COROTTI et al, 2003).<br />

2.2.3 A relação entre DTM e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

As ações do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> sobre o sistema m<strong>as</strong>tigatório não se<br />

apresentam totalmente elucidad<strong>as</strong> e a perspectiva de considerar a má oclusão como<br />

fator etiológico primário d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong> coloca divers<strong>as</strong> vezes,<br />

a ortodontia como origem dess<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> e outr<strong>as</strong> vezes como solução. A<br />

relação entre o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e <strong>as</strong> desordens <strong>temporomandibulares</strong> se<br />

constitui num dos <strong>as</strong>suntos mais controversos e estudados na odontologia<br />

contemporânea (TEIXEIRA; ALMEIDA, 2007).<br />

Witzig e Spahl (1987) lançaram um livro b<strong>as</strong>eado em observações clínic<strong>as</strong><br />

sobre a relação da etiologia da DTM em função do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. Estes<br />

autores relataram que com extração dos pré-molares o arco superior será deslocado<br />

para posterior originando uma interferência incisal, que <strong>as</strong>sociada ao <strong>tratamento</strong><br />

sem extrações no arco inferior age como um plano guia que se choca com este arco<br />

durante o movimento de fechamento bucal, forçando toda a mandíbula para<br />

posterior, e consequentemente, a cabeça da mandíbula também, <strong>as</strong>sumindo uma<br />

posição posterior em relação ao disco articular em direção à zona bilaminar, região<br />

altamente sensível, o que poderia agir como um fator etiológico para DTM.<br />

Loft et al. (1989) afirmaram uma importante <strong>as</strong>sociação entre DTM e<br />

pacientes submetidos a <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. A amostra do estudo foi composta<br />

por 568 estudantes da Georgia com faixa etária entre 20 e 43 anos. Os autores<br />

concluíram que o <strong>tratamento</strong> envolvendo extrações de pré-molares gera um<br />

posicionamento posterior do côndilo.<br />

Dibbetes e Van Der Well (1989) encontraram alterações nos côndilos<br />

mandibulares, em pacientes submetidos a <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> que surgiram e<br />

18


desapareceram depois do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, não <strong>as</strong>sociando ess<strong>as</strong> alterações<br />

ao <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> isoladamente.<br />

Faccioni, Bogini e Bertelé (1990) afirmaram que clinicamente há uma<br />

<strong>as</strong>sociação entre Cl<strong>as</strong>se II esquelética com mordida profunda e DTM. Relataram que<br />

o contato prematuro anterior desloca o côndilo distalmente, contundindo a zona<br />

bilaminar provocando algi<strong>as</strong>. Concluíram que a ortodontia combinada com um ajuste<br />

oclusal poderá corrigir o problema.<br />

Bowbeer (1990) cita que os procedimentos <strong>ortodôntico</strong>s que são capazes de<br />

desencadear ou exacerbar uma DTM são: 1-O término do <strong>tratamento</strong> sem uma<br />

avaliação do potencial de crescimento latente da mandíbula, então após o<br />

<strong>tratamento</strong> a mandíbula continua a crescer e é retida pelos incisivos superiores para<br />

uma posição retrusa, forçando os côndilos distalmente; 2- retração excessiva dos<br />

incisivos superiores; 3-exodontia dos pré-molares, com conseqüente retração do<br />

segmento anterior; 4-retração anterior para fechamento de espaços oc<strong>as</strong>ionados por<br />

agenesi<strong>as</strong>; 5-uso de mentoneir<strong>as</strong>; 6-uso de máscara facial; 7- elásticos<br />

intermaxilares de Cl<strong>as</strong>se III; 8- uso de aparelho extrabucal no arco inferior; 9-<br />

elásticos intermaxilares de Cl<strong>as</strong>se II, quando determinam uma excessiva retração<br />

dos incisivos superiores com conseqüente fechamento mandibular mais para distal.<br />

Rinchuse, Abraham e Medwid (1990) relataram que a teoria de uma pressão<br />

distal sobre os côndilos, como fator etiológico da DTM, perfaz uma visão<br />

inadequada. Os autores concluiram que na maioria d<strong>as</strong> vezes, alguns<br />

procedimentos como elásticos de Cl<strong>as</strong>se II e extrações de pré-molares podem<br />

oc<strong>as</strong>ionar distúrbios em pacientes que já apresentaram ou apresentam, sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM, causando um agravamento do quadro.<br />

Nielsen, Melsen e Terp (1990) utilizando uma amostra de 706 adolescentes<br />

dinarmaqueses com uma faixa etária entre 14 a 16 anos. Observaram a participação<br />

do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> na condição do sistema estomatognático, 48,3% dos<br />

participantes tinham recebido <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. Os autores compararam o<br />

grupo dos tratados ortodonticamente e dos não tratados ortodonticamente,<br />

concluíram uma maior prevalência de sensibilidade a palpação articular e muscular<br />

do grupo tratado ortodonticamente e uma semelhança de prevalência em relação<br />

aos ruídos articulares entre os grupos.<br />

Dibbetes e Van Der Welle (1991) realizaram um estudo analisando a relação<br />

entre ortodontia, extrações e <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong> em um estudo<br />

19


longitudinal durante 15 anos com uma amostra de 172 pacientes em <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>, destes 39% utilizaram aparelhos removíveis, 44% utilizaram dispositivos<br />

fixos e 17% utilizaram mecânica de Begg para Cl<strong>as</strong>se III ou mentoneira. Diante da<br />

pesquisa os autores concluíram que não houve diferenç<strong>as</strong> nos sinais e sintom<strong>as</strong> de<br />

DTM em relação aos três tipos de <strong>tratamento</strong> e afirmaram também que os fatores<br />

responsáveis dos sintom<strong>as</strong> de DTM foi o padrão de crescimento e não a realização<br />

prévia d<strong>as</strong> extrações.<br />

Baker et al. (1991) notificaram que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> por si só não é<br />

um fator de risco a gênese e ao desenvolvimento da DTM, já que o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>, produz modificações, às quais o sistema estomatognático vai se<br />

habituando paulatinamente.<br />

Hirata et al. (1992) declararam a existência muito grande de indivíduos com<br />

DTM, sugerindo então que se é muito difícil determinar se o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> é<br />

uma possível causa dessa disfunção, já que a etiologia da DTM é multifatorial.<br />

Rendell, Norton e Gay (1992) em um trabalho de 18 meses de duração com<br />

pacientes <strong>ortodôntico</strong>s constataram que a maioria dos pacientes que fizeram<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não desenvolveu sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM; e os pacientes<br />

que já apresentavam algum sinal ou sintoma de DTM não apresentaram malefícios<br />

na sintomatologia após o <strong>tratamento</strong>.<br />

Egermark e Thilander (1992) reexaminaram uma amostra de 402 crianç<strong>as</strong> e<br />

adolescentes em relação aos sinais e sintom<strong>as</strong> da DTM e avaliaram a diferença<br />

entre pesso<strong>as</strong> que tiveram <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> precoce e os que não tiveram<br />

<strong>tratamento</strong>. Como resultados os autores obtiveram que o grupo tratado<br />

ortodonticamente tinha uma baixa prevalência dos sintom<strong>as</strong> da DTM em relação ao<br />

grupo sem <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>; o exame clínico e a anamnese mostrou que<br />

pesso<strong>as</strong> que tiveram <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> tinham uma disfunção clínica menor do<br />

que os não tratados.<br />

Kremenak, Kinser e Melcher (1992) em uma pesquisa sobre ortodontia como<br />

fator de risco para DTM e com uma amostra de 109 pacientes na Clínica Ortodôntica<br />

da Universidade de Iowa. Obtiveram como resultados que 10% da amostra tiveram<br />

uma leve piora de DTM depois de terminado a terapêutica ortodôntica e que 90% da<br />

amostra tratada ortodonticamente permaneceram sem problem<strong>as</strong> ou melhoraram<br />

após o <strong>tratamento</strong>.<br />

20


Em 1993, Wadhwa, Utreja e Tewari realizaram uma pesquisa clínica com<br />

moradores do norte da Índia. A amostra foi constituída de 102 indivíduos (30<br />

indivíduos com oclusão normal não tratados, 41 com má oclusão também não<br />

tratada e 31 indivíduos tratados ortodonticamente com idades entre 13 e 25 anos)<br />

comparando os sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM entre os mesmos. Utilizando o índice de<br />

Helkimo não foram encontrad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> entre os grupos em relação ao índice<br />

anamnésico, sendo que a porcentagem apresentou-se baixa, comparando-se com<br />

outros levantamentos bibliográficos. Essa diferença foi atribuída à falta de<br />

informação em relação às DTM n<strong>as</strong> populações orientais comparad<strong>as</strong> <strong>as</strong> ocidentais.<br />

Em relação ao índice clínico de disfunção, o grupo com oclusão normal apresentou<br />

maior porcentagem (46,7%) indivíduos livres de sinais e sintom<strong>as</strong>, comparados com<br />

19,6% do grupo com má oclusão não tratada e 22,6% do grupo tratado. A avaliação<br />

dos ruídos articulares indicou uma porcentagem de 35,5% do total da amostra.<br />

O´reilly, Rinchuse e Close (1993) analisaram a interelação entre elásticos de<br />

Cl<strong>as</strong>se II e extrações de pré-molares e os sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM. Esta pesquisa<br />

foi composta por dois grupos. Os resultados demonstram que 40% dos pacientes do<br />

grupo experimental (60) pacientes apresentaram dor suave durante o <strong>tratamento</strong> e<br />

(90) pacientes, 60% da amostra, não apresentaram nenhuma dor. Os autores<br />

concluíram que os elásticos para Cl<strong>as</strong>se II e <strong>as</strong> extrações têm pouco efeito ou<br />

nenhum efeito sobre os sinais e sintom<strong>as</strong> de pacientes tratados ortodonticamente.<br />

Miyazaki et al. (1994) pesquisaram os sintom<strong>as</strong> de desordens<br />

<strong>temporomandibulares</strong> em pacientes tratados ortodonticamente, com o intuito de<br />

evidenciar a relação entre sintom<strong>as</strong>, má oclusões e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, e<br />

constataram que a incidência de sintom<strong>as</strong> em pacientes jovens com idade entre 6 e<br />

18 anos tratados ortodonticamente foi mais freqüentemente observada do que nos<br />

sujeitos não tratados.<br />

Collett e Stohler (1994) observaram em seus trabalhos que o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> <strong>as</strong>sociado com DTM tem sido e continuará a ser uma questão de<br />

debates e contradições, porém os autores concluem que não há relação direta entre<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e DTM.<br />

Deng e Fu (1995) avaliaram <strong>as</strong> alterações no contato oclusal em um amostra<br />

de 32 pacientes portadores de DTM, com a faixa etária entre 8 e 17 anos, antes e<br />

após o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, chegaram ao resultado que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

21


tem efeitos positivos qualitativamente e quantitativamente na distribuição dos<br />

contatos oclusais, em posição de intercuspidação, e contribui para estabilidade<br />

oclusal em máxima intercuspidação.<br />

McNamara Jr., Seliman e Okeson (1995) em uma revisão bibliográfica a<br />

respeito de oclusão, <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e DTM, concluíram que sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM ocorrem em indivíduos normais, aumentam com a idade,<br />

principalmente na adolescência, <strong>as</strong>sim a DTM que se origina na época do<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não deve ser relacionada apen<strong>as</strong> com o mesmo, em relação<br />

a extração de dentes como parte do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não aumentam o risco<br />

de DTM, também não é elevado o risco de desenvolvimento de DTM com um tipo<br />

particular de aparelhos <strong>ortodôntico</strong>s. Sendo a estabilidade oclusal o propósito do<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, quanto mais graves os sinais e sintom<strong>as</strong>, o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> poderá aliviar a maioria d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong>.<br />

Mcnamara Jr. e Turp (1997) revisaram a relação do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

com a DTM. Foram abordad<strong>as</strong> <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> entre aparelhos fixos e removíveis, a<br />

influência do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> com ou sem extrações e ainda se questionou o<br />

papel da ortodontia na prevenção e cura da DTM. Diante da revisão os autores<br />

concluíram que os <strong>tratamento</strong>s <strong>ortodôntico</strong>s, independentes do tipo de mecânica e<br />

da realização de extrações, não aumenta os riscos de o indivíduo desenvolver DTM<br />

futuramente. M<strong>as</strong>, apesar de não oc<strong>as</strong>ionar DTM, não há evidênci<strong>as</strong> convincentes<br />

de que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> pode curar ess<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong>.<br />

Deguchi et al. (1998) com o intuito de corrigir mordida cruzada anterior<br />

utilizaram a mentoneira em um estudo longitudinal de 6 meses a 4 anos, com uso<br />

diário de 7 a 14 hor<strong>as</strong>, com uma amostra de 86 pacientes.Os autores afirmaram que<br />

há pouca relação entre a mentoneira e a incidência de DTM, já que a incidência de<br />

18% pacientes que demonstraram alguma disfunção ou estalo na ATM durante a<br />

contenção com a mentoneira foi semelhante à encontrada na população geral.<br />

Luther (1998) afirmou que nem o fato de possuir má oclusão e nem o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> podem ser considerados como causa ou cura da DTM, e que<br />

ainda espera-se por um estudo perfeito para correlacionar a má oclusão e a DTM.<br />

Para Janson et al. (1999) o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> tem objetivos como além<br />

de promover uma oclusão estática e funcional ideais, colaborar para um bom padrão<br />

facial. Os objetivos estáticos são <strong>as</strong> Seis Chaves de Oclusão Normal de Andrews, já<br />

22


os objetivos funcionais são adquiridos através de uma oclusão mutuamente<br />

protegida, com <strong>as</strong> seguintes característic<strong>as</strong>: MIH coincidente com RC; Os dentes<br />

anteriores com um af<strong>as</strong>tamento entre si de 0,0005 polegad<strong>as</strong> e todos os dentes<br />

posteriores em RC e com contatos oclusais: guia canino; guia anterior com<br />

desoclusão dos dentes posteriores; ausência de interferênci<strong>as</strong> no lado de balanceio.<br />

Contudo se isto não for observado, a mandíbula ao término do <strong>tratamento</strong> estará em<br />

MIH, com diversos pontos de contato prematuros os quais poderão oc<strong>as</strong>ionar uma<br />

oclusão traumática ou DTM.<br />

Lima, Brunetti e Oliveira (1999) com uma amostra de cem estudantes de<br />

Odontologia, com idades de 18 e 25 anos, utilizaram como metodologia entrevista e<br />

exame clínico com relação à prevalência e o grau de severidade de DTM, levando-<br />

se em consideração o gênero, faixa etária e o fato de terem sido submetidos, ou<br />

não, a <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. Os autores obtiveram como resultado: a) 42% dos<br />

indivíduos apresentaram DTM leve e nenhum indivíduo apresentou DTM severa; b)<br />

As mulheres apresentaram um índice mais elevado; c) Indivíduos tratados ou não<br />

por ortodontia apresentaram tendência semelhante a apresentarem sintom<strong>as</strong> de<br />

disfunção.<br />

Martins, Janson e Toruño (2000) consideraram que a maioria d<strong>as</strong> DTMs<br />

adquirid<strong>as</strong> resulta de alguma pressão distal exercida contra a mandíbula e<br />

conseqüentemente deslocando o disco articular para frente, oc<strong>as</strong>ionando uma<br />

pressão dos côndilos sobre o tecido retrodiscal inervado, provocando dor. Entre os<br />

procedimentos <strong>ortodôntico</strong>s que oc<strong>as</strong>ionam essa pressão tem-se a tração reversa, o<br />

aparelho extrabucal inferior, os elásticos de cl<strong>as</strong>se III e os utilizados na correção de<br />

desvios da linha média. Além disso, a vestibularização dos incisivos inferiores sem a<br />

abertura prévia da mordida e os c<strong>as</strong>os de cl<strong>as</strong>se II, com sobremordida profunda,<br />

tratados com AEB e elásticos de cl<strong>as</strong>se II, podem causar contatos prematuros,<br />

forçando distalmente a mandíbula pela ação dos músculos da m<strong>as</strong>tigação e d<strong>as</strong><br />

forç<strong>as</strong> oclusais.<br />

Conti (2000) avaliou a prevalência de DTMs em uma amostra de 200 jovens,<br />

80 jovens do gênero m<strong>as</strong>culino e 120 do gênero feminino, tratados e não tratados<br />

ortodonticamente. A amostra foi dividida em quatro grupos: Grupo I: Indivíduos com<br />

má oclusão de Cl<strong>as</strong>se I não tratados ortodonticamente; Grupo II: Indivíduos com má<br />

oclusão de Cl<strong>as</strong>se II não tratados ortodonticamente; Grupo III e Grupo IV:<br />

Constituídos por indivíduos com má oclusão de Cl<strong>as</strong>se I e II, após o <strong>tratamento</strong><br />

23


<strong>ortodôntico</strong>. Elaborou-se um índice anamnésico através de um questionário relativo<br />

aos principais sintom<strong>as</strong> de DTM com o intuito de cl<strong>as</strong>sificar o grau de severidade de<br />

DTM. Posteriormente, realizou-se um exame clínico que consistia da palpação dos<br />

músculos m<strong>as</strong>tigatórios e cervicais, ATMs; detecção de ruídos articulares e<br />

observação da trajetória mandibular. Diante do estudo, a autora concluiu que: 1- não<br />

houve diferenç<strong>as</strong> estatisticamente significantes na prevalência de DTMs entre os<br />

grupos estudados; 2- A prevalência de DTM foi significativamente maior no gênero<br />

feminino; 3- Não foi detectada prevalência de DTM em relação ao tipo de aparelho e<br />

à realização de extrações de pré-molares; 4- Os hábitos parafuncionais e a tensão<br />

emocional apresentaram-se relacionad<strong>as</strong> ao grau de DTM; 5- A prevalência de<br />

ruídos articulares foi similar entre os grupos, apresentando <strong>as</strong>sociação<br />

estatisticamente significante com a presença de dor na ATM.<br />

Nilner e Henrikson (2000) investigaram e compararam através de um estudo<br />

longitudinal, os sintom<strong>as</strong> de DTM e cefaléi<strong>as</strong> em garot<strong>as</strong>, na faixa etária de 11 a 15<br />

anos. A amostra foi composta de três grupos: Grupo I: 65 garot<strong>as</strong> com má oclusão<br />

Cl<strong>as</strong>se II em <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> (aparelho fixo); Grupo II: 58 garot<strong>as</strong> com má<br />

oclusão Cl<strong>as</strong>se II sem <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>; Grupo III: 60 garot<strong>as</strong> com oclusão<br />

normal. A frequência e a localização dos sintom<strong>as</strong> de DTM e cefaléi<strong>as</strong> foram<br />

registrad<strong>as</strong> através de entrevist<strong>as</strong> e questionários. Ao longo dos dois anos de<br />

estudo, houve relatos individuais de sintom<strong>as</strong> de DTM nos três grupos, sendo o<br />

grupo II apresentando sintom<strong>as</strong> de DTM mais severos. Os autores concluíram que<br />

os indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II e que foram tratados ortodonticamente<br />

relataram menos sintom<strong>as</strong> de DTM, enquanto que o grupo II teve um aumento na<br />

prevalência dos sintom<strong>as</strong>. Contudo o grupo III apresentou a prevalência de sintom<strong>as</strong><br />

menor que a dos outros grupos. Os resultados mostraram que o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> não constituiu um fator de risco para DTM.<br />

Herinkson, Nilner e Kurol (2000) objetivaram estudar longitudinalmente os<br />

sinais de DTM e <strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> oclusais. A amostra foi composta de 183 garot<strong>as</strong> com<br />

idade 11-15 anos a qual foi dividida nos seguintes grupos: Sessenta e cinco<br />

indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II receberam <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> (grupo<br />

<strong>ortodôntico</strong>), 58 garot<strong>as</strong> com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II sem serem tratad<strong>as</strong><br />

ortodonticamente (grupo Cl<strong>as</strong>se II) e 60 indivíduos com oclusão normal (Grupo<br />

normal). Todos os indivíduos foram examinados no começo do estudo e<br />

24


eexaminados 2 anos depois. Todos os pacientes do grupo <strong>ortodôntico</strong>, fizeram<br />

<strong>tratamento</strong> ativo <strong>ortodôntico</strong> durante esses 2 anos. O exame clínico incluiu<br />

mensurações da mobilidade mandibular e dores durante o movimento da mandíbula,<br />

sons na ATM foram verificados durante a abertura e fechamento da mandíbula, com<br />

palpação e estetoscópio. Dores na palpação da ATM e dos músculos da m<strong>as</strong>tigação<br />

foram registrad<strong>as</strong> quando os indivíduos demonstraram reação palpebral (grau 1) ou<br />

uma reação de defesa (grau 3).<br />

A meta do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> foi de normalizar sagitalmente a relação<br />

vertical e transversal dos dentes, e a eliminação de apinhamentos ou espaços. Isso<br />

foi alcançado na maioria dos indivíduos tratados, sendo que todos os sujeitos do<br />

grupo <strong>ortodôntico</strong> foram tratados com modificações na técnica do fio <strong>ortodôntico</strong>: 53<br />

pacientes usaram elásticos e 9 usaram tração extra-bucal para ancoragem e/ou para<br />

correção da relação sagital, 30 sujeitos (46%) foram tratados sem nenhuma<br />

extração, enquanto 35 indivíduos (54%) foram submetidos a extrações nos dois<br />

maxilares, de 4 pré-molares. O período de <strong>tratamento</strong> ativo variou entre 14 e 23<br />

meses. Os autores encontraram como resultados: Todos os três grupos estudados<br />

incluindo os sujeitos com mais ou menos pronúncia de sinais de DTM, mostraram<br />

flutuações individuais no período de 2 anos. Portanto, concluiu-se que não é<br />

possível uma b<strong>as</strong>e individual para predizer um risco à disfunção temporomandibular<br />

b<strong>as</strong>eada na presença ou ausência de uma má oclusão. A b<strong>as</strong>e de um grupo,<br />

entretanto como o grupo normal tem uma menor prevalência de sinais de DTM do<br />

que os outros grupos, o tipo de oclusão pode ser fatores que contribuam para o<br />

desenvolvimento de DTM, embora essa influência seja difícil quantificar e predizer.<br />

Em adição, o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> realizado não aumentou o risco para o<br />

agravamento do pré-<strong>tratamento</strong> dos sinais de DTM em comparação com o grupo de<br />

má oclusão Cl<strong>as</strong>se II não tratados. Indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II e que<br />

tiveram um pré-<strong>tratamento</strong> de sinais de DTM de origem muscular, apresentaram um<br />

benéfico resultado funcional originados do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> nos 2 anos<br />

seguintes (HENRIKSON; NILNER; KUROL, 2000).<br />

Mitani (2000), em seu estudo obteve os seguintes resultados para a utilização<br />

da mentoneira: quando utilizada em crianç<strong>as</strong>, houve uma alta incidência de ruído,<br />

estalido e alguma dor na articulação durante os seis primeiros meses; utilizada por<br />

mais de 16 hor<strong>as</strong> durante o dia, sintom<strong>as</strong> apareceram em certo momento do<br />

<strong>tratamento</strong> com uma alta proporção; quanto mais prolongado o uso da mentoneira,<br />

25


mais os sintom<strong>as</strong> tornaram-se complicados e se multiplicaram. Em alguns pacientes<br />

houve remissão da sintomatologia após certo tempo de <strong>tratamento</strong> com a<br />

mentoneira, m<strong>as</strong> na maioria não houve. A incidência dos sintom<strong>as</strong> tornou-se<br />

gradativamente menor após o <strong>tratamento</strong> com a mentoneira, m<strong>as</strong> não se pode<br />

constatar que os sintom<strong>as</strong> que apareceram durante o <strong>tratamento</strong> iriam desaparecer<br />

após o mesmo, concluindo que se a DTM ocorrer ela aparecerá em um ou dois anos<br />

de <strong>tratamento</strong>, e que se não ocorrer, será mais seguro a menos que a magnitude e<br />

hor<strong>as</strong> de uso por dia sejam aumentad<strong>as</strong>.<br />

Valle (2000) realizou um estudo com 200 indivíduos tratados e não tratados<br />

ortodonticamente com o objetivo de avaliar a oclusão como fator etiológico na<br />

prevalência de DTM, o grau de DTM foi somente relacionado com a ausência de<br />

guia anterior, chegando a conclusão que a realização do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não<br />

se relaciona com a presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM e que a oclusão não pode<br />

ser considerada como fator etiológico isoladamente da DTM.<br />

Rizzatti-Barbosa et al. (2002) estudaram 370 alunos da Faculdade de<br />

Odontologia de Piracicaba, com idade entre 18 e 24 anos, apresentando oclusão<br />

normal, e avaliaram a presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM através do Índice<br />

Anamnésico DMF em dois grupos: tratados e não-tratados ortodonticamente e<br />

observaram que 38,8% da amostra apresentaram algum grau de DTM; houve<br />

relação entre o gênero e a DTM, apresentando o gênero feminino uma prevalência<br />

de 63,78%, e que no grupo de tratados houve uma freqüência de 43,5% de sintom<strong>as</strong><br />

de DTM comparado a 32,3% no grupo de não-tratados, diferença que foi<br />

estatisticamente significante. Concluindo que a DTM esteve relacionada ao gênero,<br />

sendo mais prevalente no gênero feminino e que há relação entre o uso de aparelho<br />

<strong>ortodôntico</strong> e DTM.<br />

Coutinho et al. (2003) realizaram uma revisão de literatura sobre os efeitos<br />

dos <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> sobre a articulação temporomandibular e chegaram aos<br />

seguintes resultados: 1- Determinados procedimentos utilizados na mecânica<br />

ortodôntica podem levar a problem<strong>as</strong> de DTM tais como o uso de elásticos<br />

intermaxilares na correção de má oclusão Cl<strong>as</strong>se II, mentoneir<strong>as</strong> e alguns tipos de<br />

ancoragem extrabucal, <strong>tratamento</strong> com extrações de pré-molares, uso de forç<strong>as</strong><br />

pesad<strong>as</strong> e contínu<strong>as</strong> sobre os dentes durante um longo tempo.;2- Não há<br />

comprovações científic<strong>as</strong> que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> por si só oc<strong>as</strong>ione a DTM,<br />

pois esta é de etiologia multifatorial.<br />

26


Ruell<strong>as</strong> et al. (2003) afirmaram que os pacientes após realizarem o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> apresentaram indícios mínimos de sintomatologia da DTM,<br />

não podendo ele ser considerado como causa direta desse distúrbio.<br />

Conti (2004) com o intuito de avaliar a participação da protrusão mandibular<br />

ortopédica e a posição condilar na presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM, avaliou<br />

60 indivíduos em três grupos, sendo o primeiro grupo de indivíduos indicados para<br />

<strong>tratamento</strong> de Cl<strong>as</strong>se II com bionator, o segundo grupo de pacientes em <strong>tratamento</strong><br />

com este aparelho e o terceiro grupo de indivíduos que já haviam finalizado o<br />

<strong>tratamento</strong>. Utilizando-se de um índice anamnésico, exame físico e avaliação de<br />

radiografi<strong>as</strong> transcranian<strong>as</strong>, obteve os seguintes resultados: 30% dos estudados<br />

apresentavam DTM leve e 3,33% DTM moderada, não houve diferenç<strong>as</strong> entre os<br />

grupos. O segundo grupo, com relação à concentricidade condilar apresentou<br />

côndilos mais anteriorizados comparados ao primeiro grupo, m<strong>as</strong> não houve<br />

<strong>as</strong>sociação com a presença de DTM. Concluindo, que a protrusão ortopédica apesar<br />

de mudar a posição condilar não aumentou a prevalência de DTM na população<br />

estudada.<br />

Delboni e Abrão, em 2005, estudaram a presença de sinais de DTM em<br />

pacientes <strong>ortodôntico</strong>s <strong>as</strong>sintomáticos através de uma v<strong>as</strong>ta revisão de literatura e<br />

concluíram: 1- A porcentagem de pacientes <strong>as</strong>sintomáticos que apresentam DTM, é<br />

significante tendo valores em torno de 32%; 2- A prevalência dos ruídos articulares<br />

em pacientes <strong>as</strong>sintomáticos está em torno de 15 a 65%; 3- O deslocamento do<br />

disco foi um achado comum em indivíduos <strong>as</strong>sintomáticos; 4- A ausência de ruídos<br />

articulares não determina se uma ATM é saudável; 5- O <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não<br />

aumenta e nem diminui os riscos para o desenvolvimento de DTMs, também não<br />

piora os sinais e sintom<strong>as</strong> de pré-<strong>tratamento</strong>.<br />

Al Quaran e Kamal (2006) realizaram um estudo com dois tipos de splintes<br />

oclusais, um splint estabilizador e um dispositivo Previous Midline Point Stop<br />

(PMPS), com o intuito de avaliar a eficiência desses splints no alívio d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong><br />

<strong>temporomandibulares</strong> musculares. A amostra foi composta de cento e quatorze<br />

pacientes com DTM os quais foram distribuídos em três grupos. O primeiro grupo foi<br />

tratado com PMPS, o segundo grupo foi tratado com um splint estabilizador e o<br />

terceiro grupo (grupo controle) não realizou <strong>tratamento</strong>. A intensidade da dor foi<br />

pontuada usando uma escala visual análoga, antes do <strong>tratamento</strong> e 1 mês e 3<br />

meses após o <strong>tratamento</strong>.O uso do dispositivo PMPS no primeiro grupo resultou em<br />

27


um a melhoria após 1 mês e 3 meses de <strong>tratamento</strong>, demonstrando uma redução de<br />

dor em torno de 56,6%. Uma significante melhoria também foi encontrada no<br />

segundo grupo com redução de dor em torno de 47,71%. Houve um aumento de dor<br />

em torno de 43,3% no grupo controle. Embora a redução da dor aparecesse mais no<br />

primeiro grupo, este não foi estatisticamente significante. Houve uma diferença<br />

altamente significativa entre os grupos tratados com ambos os tipos de splints e o<br />

grupo controle. Concluiu-se que ambos os tipos de splints oclusais são benéficos<br />

para os pacientes com disfunção temporomandibular de origem muscular.<br />

Valle-Corroti et al. (2007) compararam a prevalência de disfunção<br />

temporomandibular em indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se III submetidos a<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> ou cirurgia ortognática. A amostra consistiu em 50 indivíduos<br />

divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de <strong>tratamento</strong>. A presença de sinais<br />

e sintom<strong>as</strong> de DTM foram avaliados por um questionário anamnético e exame<br />

clínico o qual incluía a palpação da ATM e dos músculos, a verificação do grau de<br />

amplitude mandibular, a presença de ruídos articulares e um exame oclusal.<br />

Quarenta e oito porcento da amostra não têm DTM, 42% da amostra possui DTM<br />

leve e 10% da amostra possui DTM moderada. Os autores concluíram que o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> para indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se III não é <strong>as</strong>sociado a<br />

presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM , que contatos prematuros no lado de<br />

balanceio podem ser fatores oclusais de risco ao desenvolvimento de DTM e não<br />

houve diferenç<strong>as</strong> estatístic<strong>as</strong> entre a prevalência de DTM em indivíduos tratados<br />

ortodonticamente ou submetidos a cirurgia ortognática.<br />

Wang et al. (2007) pesquisaram sobre a relação entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

e <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong>. Utilizaram como metodologia um questionário e<br />

exame clínico em três grupos: Em 173 indivíduos que realizaram <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> (grupo <strong>ortodôntico</strong>), em 95 indivíduos com má oclusão (grupo com má<br />

oclusão) e 32 indivíduos com oclusão normal (grupo controle). Após recolhidos <strong>as</strong><br />

questões referentes a sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM, os dados foram analisados. Houve<br />

diferenç<strong>as</strong> estatisticamente significantes entre o grupo <strong>ortodôntico</strong> e o grupo de má<br />

oclusão em relação à anamnese, disfunção clínica e oclusão. Também houve<br />

diferenç<strong>as</strong> estatisticamente significantes entre o grupo <strong>ortodôntico</strong> e o grupo controle<br />

referentes à anamnese e índices de disfunção, porém não houve diferenç<strong>as</strong><br />

28


estatisticamente significantes entre o grupo controle e o grupo <strong>ortodôntico</strong> em<br />

termos de índices de oclusão. Os autores concluíram que indivíduos que realizaram<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> têm mais sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM que variaram com o<br />

tempo em relação aos outros grupos.<br />

Rey, Oberti e Baccetti (2008) analisaram a prevalência d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong><br />

<strong>temporomandibulares</strong> (DTMs) em indivíduos com Cl<strong>as</strong>se III tratados com Mandibular<br />

Cervical Headgear (MCH) e aparelhos <strong>ortodôntico</strong>s fixos. A amostra foi composta 75<br />

indivíduos, incluindo 25 pacientes sem realização de <strong>tratamento</strong> prévio <strong>ortodôntico</strong>,<br />

25 pacientes Cl<strong>as</strong>se I que haviam sido submetidos a <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e sem<br />

extrações; e 25 pacientes com má oclusão dentoesqueletal Cl<strong>as</strong>se III tratados com<br />

MCH e aparelhos fixos. O índice de Helkimo foi utilizado para determinar a<br />

prevalência de DTM nos 3 grupos. Os autores concluíram que estatisticamente não<br />

houve diferenç<strong>as</strong> significantes na prevalência de DTM nos 3 grupos, indivíduos com<br />

má oclusão Cl<strong>as</strong>se III tratados com MHC e aparelhos fixos não possuem uma maior<br />

prevalência de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM comparando com os indivíduos de Cl<strong>as</strong>se<br />

I tratados com aparelho fixo ou com os indivíduos não tratados.<br />

Rosa et al. (2008) verificaram a prevalência de sinais e sintom<strong>as</strong> de disfunção<br />

temporomandibular e sua <strong>as</strong>sociação com <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, interferênci<strong>as</strong><br />

oclusais, ruídos articulares, bruxismo e hipermobilidade articular em jovens<br />

universitários do curso de Odontologia. A amostra selecionada foi composta de 177<br />

indivíduos, com 113 do gênero feminino e 64 do gênero m<strong>as</strong>culino em idade média<br />

de 22 anos. Os voluntários responderam a um questionário composto por cinco<br />

pergunt<strong>as</strong> com respost<strong>as</strong> do tipo sim/ não, relacionad<strong>as</strong> à presença de sensibilidade<br />

dolorosa n<strong>as</strong> ATMs, ruídos articulares, apertamento e/ou bruxismo, história prévia de<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e presença de estresse emocional. Posteriormente a amostra<br />

foi submetida a exame clínico e eletrovibratografia. Os resultados encontrados pelos<br />

autores foi que houve uma prevalência de 42,9% na amostra avaliada, não foi<br />

encontrado <strong>as</strong>sociação entre DTM e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, porém encontrou-se<br />

uma significante interelação entre disfunção temporomandibular com ruídos<br />

articulares e com bruxismo.<br />

Macfarlane et al. (2009) realizaram um estudo longitudinal com o propósito de<br />

investigar a relação entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e DTM. Um estudo de coorte<br />

prospectivo foi realizado no sul do País de Gales, Reino Unido. As pesquis<strong>as</strong><br />

29


iniciaram em 1981 com uma amostra de 1018 crianç<strong>as</strong> em idade de 11 a 12 anos<br />

em <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e sem <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. As pesquis<strong>as</strong> continuaram<br />

em 1984 com um número menor de indivíduos (792), em 1989 com 456 indivíduos e<br />

em 2000 com 337 indivíduos. Todos os indivíduos tiveram a prevalência de DTM<br />

aumentad<strong>as</strong> de 3,2% na idade de 19 anos para 17,6% na idade de 20 anos, porém<br />

entre 30 e 31 anos a prevalência de DTM foi diminuída para 9,9%. Concluiu-se que<br />

o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> nem origina e também não impede o desenvolvimento de<br />

DTM. O sexo feminino e a presença de DTM na adolescência foram os únicos<br />

fatores preditores de DTM na vida adulta.<br />

30


PROPOSIÇÃO<br />

31


3 PROPOSIÇÃO<br />

Analisar a relação entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e DTM, através de uma ampla<br />

revisão de literatura, objetivando:<br />

Avaliar se o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> pode ser considerado como fator<br />

etiológico de DTM;<br />

Avaliar se o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> atua na resolução de DTM.<br />

32


METODOLOGIA<br />

33


4 METODOLOGIA<br />

A metodologia utilizada está fundamentada em estudo realizado por Lakatos e<br />

Marconi (1991). Será utilizada uma abordagem indutiva e técnica documental<br />

b<strong>as</strong>eada na literatura pré-existente em livros de propriedade do pesquisador, dos<br />

acervos da Biblioteca Central da UFPB, da Biblioteca Setorial de Odontologia, em<br />

periódicos indexados em b<strong>as</strong>es de dados como BBO, Medline, Pubmed, Lilacs,<br />

Scielo, e em sites de busca da Internet usando os descritores: <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>, má oclusão, desordem temporomandibular, n<strong>as</strong> língu<strong>as</strong> portugues<strong>as</strong> e<br />

ingles<strong>as</strong>. A revisão bibliográfica foi realizada com os periódicos entre os anos de<br />

1989 a 2009.<br />

O universo foi composto de todos os artigos disponíveis n<strong>as</strong> b<strong>as</strong>es de dados<br />

já citados. A amostra foi composta por artigos encontrados entre os anos de 1989 a<br />

2009, identificados a partir dos descritores: <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, má oclusão,<br />

desordem temporomandibular.<br />

34


DISCUSSÃO<br />

35


5 DISCUSSÃO<br />

Segundo Teixeira e Almeida (2007) a relação entre o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e<br />

<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> <strong>temporomandibulares</strong> se constitui num dos <strong>as</strong>suntos mais<br />

controversos na odontologia contemporânea colocando muit<strong>as</strong> vezes a ortodontia<br />

como origem dess<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong> e outr<strong>as</strong> vezes como solução. Porém, (BAKER et<br />

al., 1991; COLLETT; STOHLER, 1994; COUTINHO et al., 2003; RUELLAS et al.,<br />

2003) afirmam que não há comprovações científic<strong>as</strong> que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

por si só oc<strong>as</strong>ione a DTM, pois esta é de etiologia multifatorial, não havendo uma<br />

relação direta entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e DTM. McNamara Jr. e Turp (1997)<br />

salientam que apesar do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não oc<strong>as</strong>ionar DTM, não há<br />

evidênci<strong>as</strong> convincentes de que ele cure ess<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong>. Luther (1998) afirmou<br />

que a má oclusão e o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não podem ser considerados como<br />

cura ou causa da DTM, sendo necessário um estudo complexo para correlacionar a<br />

má oclusão e a DTM. Macfarlane et al. (2009) diante de um estudo longitudinal para<br />

investigar a relação entre DTM e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, concluíram que o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> nem origina e também não impede o desenvolvimento de<br />

DTM.<br />

(BOWBEER 1990; LOFT et al., 1989; MARTINS; JANSON; TORUÑO, 2000;<br />

WITIZIG; SPAHL, 1987) afirmaram que a extração de pré-molares força toda a<br />

mandíbula para posterior e consequentemente também distaliza o côndilo<br />

mandibular em direção ao tecido retrodiscal inervado oc<strong>as</strong>ionando algi<strong>as</strong> e agindo<br />

como um fator etiológico da DTM. Entretanto, Rinchuse, Abraham e Medwid (1990)<br />

relataram que a hipótese de uma pressão distal sobre os côndilos é uma visão<br />

inadequada estabelecendo que na maioria d<strong>as</strong> vezes alguns procedimentos<br />

<strong>ortodôntico</strong>s como o uso de elásticos Cl<strong>as</strong>se II e extrações de pré-molares<br />

oc<strong>as</strong>ionam essa pressão em pacientes que já apresentaram ou apresentam sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM. Já Dibbetes e Van Der Well (1989) encontraram modificações nos<br />

côndilos mandibulares que desapareceram após o término do <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>.<br />

Conti (2004) ao avaliar a participação da protrusão mandibular ortopédica e a<br />

posição condilar na presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM em três grupos de<br />

36


indivíduos, sendo o primeiro grupo de indivíduos indicados para <strong>tratamento</strong> de<br />

Cl<strong>as</strong>se II com bionator, o segundo grupo de pacientes em <strong>tratamento</strong> com este<br />

aparelho e o terceiro grupo de indivíduos que já haviam finalizado o <strong>tratamento</strong>.<br />

Encontrou como resultados: 30% dos estudados apresentavam DTM leve e 3,33%<br />

DTM moderada, não houve diferenç<strong>as</strong> entre os grupos. O segundo grupo, com<br />

relação à concentricidade condilar apresentou côndilos mais anteriorizados<br />

comparados ao primeiro grupo, m<strong>as</strong> não houve <strong>as</strong>sociação com a presença de<br />

DTM. Concluindo, que a protrusão ortopédica apesar de mudar a posição condilar<br />

não aumentou a prevalência de DTM na população estudada.<br />

De acordo com Faccioni, Bogini e Bertelé (1990) a Cl<strong>as</strong>se II esquelética<br />

juntamente com mordida profunda pode gerar DTM através do contato prematuro<br />

anterior deslocando o côndilo distalmente sobre a zona bilaminar provocando dores.<br />

Para equilibrar tal situação, os autores afirmam que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

combinado com um ajuste oclusal.<br />

(BOWBEER, 1990; COUTINHO et al., 2003; MARTINS, JANSON; TORUÑO,<br />

2000) afirmam que determinados procedimentos usados na mecânica ortodôntica<br />

tais como: a exodontia dos pré-molares, o uso de mentoneir<strong>as</strong>, de máscara facial, de<br />

elásticos intermexilares de Cl<strong>as</strong>se II, uso de aparelho extrabucal no arco inferior, a<br />

sobremordida profunda tratados com AEB, a vestibularização dos incisivos inferiores<br />

são potencialmente capazes de desencadear ou exarcerbar uma DTM.<br />

Contudo, Dibbetes e Van Der Welle (1991) ao comparar <strong>tratamento</strong> com<br />

aparelhos removíveis, com dispositivos fixos e com mecânica de Begg para Cl<strong>as</strong>se<br />

III ou mentoneira, não encontraram diferenç<strong>as</strong> nos sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM em<br />

relação aos três tipos de <strong>tratamento</strong> e afirmaram também que os fatores<br />

responsáveis dos sintom<strong>as</strong> de DTM foi o padrão de crescimento e não a realização<br />

prévia d<strong>as</strong> extrações. Da mesma forma. O´reilly, Rinchuse e Close (1993) avaliando<br />

o uso de elásticos e <strong>as</strong> realizações de extrações de pré-molares concluíram que<br />

ess<strong>as</strong> medid<strong>as</strong> têm pouco ou nenhum efeito sobre sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM sobre<br />

pacientes tratados ortodonticamente.<br />

37


Concordando com os autores anteriores, McNamara Jr, Seliman e Okeson<br />

(1995) e Conti (2000) relatam que a extração de dentes como parte do <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> não aumenta o risco de DTM e que também não é elevado o risco de<br />

desenvolvimento de DTM com um tipo particular de aparelho <strong>ortodôntico</strong>. Al Quaran<br />

e Kamal (2006) realizaram um estudo com dois tipos de splints oclusais em<br />

indivíduos portadores de DTM. A amostra foi dividida em três grupos. Houve uma<br />

diferença altamente significativa entre os grupos tratados com ambos os tipos de<br />

splints e o grupo controle. Os autores concluíram que ambos os tipos de splints<br />

oclusais são benéficos para os pacientes com DTM. Todavia Rizzati-Barbosa et al.<br />

(2002) concluíram que há relação entre aparelho <strong>ortodôntico</strong> e DTM.<br />

Deguchi et al. (1998) relatam que há pouca relação entre o uso de mentoneira<br />

e a incidência de DTM, pois a incidência de DTM ou estalo na ATM que encontraram<br />

em sua amostra foi semelhante à população em geral. Contudo, Mitani (2000), em<br />

um estudo sobre a utilização de mentoneir<strong>as</strong> em crianç<strong>as</strong> observou alta incidência<br />

de ruído, estalido e dor na articulação durante o primeiro semestre e que quanto<br />

mais prolongado o uso da mentoneira, complicavam-se e multiplicavam-se os<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM. Em apen<strong>as</strong> alguns pacientes houve remissão da sintomatologia<br />

após certo tempo de <strong>tratamento</strong> com a mentoneira.<br />

Loft et al. (1989) afirmaram haver uma <strong>as</strong>sociação entre <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong> e DTM. Wadhwa, Ultreja e Tewari (1993) em pesquisa clínica sobre a<br />

relação do <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> com DTM concluíram que o grupo com oclusão<br />

normal apresentou maior porcentagem (46,7%) de indivíduos livres de sinais e<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM, comparados com 19,6% do grupo com má oclusão não tratados e<br />

22,6% do grupo tratado ortodonticamente. Os resultados encontrados em um<br />

trabalho realizado por Nielsen, Melsen e Terp (1990), em que houve uma maior<br />

prevalência de sensibilidade à palpação articular e muscular do grupo tratado<br />

ortodonticamente em relação aos não tratados ortodonticamente, existindo apen<strong>as</strong><br />

semelhança de prevalência em relação aos ruídos articulares entre os grupos,<br />

corroboram para uma <strong>as</strong>sociação entre DTM e <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>.<br />

Todavia (KREMENAK; KINSER; MELCHER, 1992; RENDELL; NORTON;<br />

GAY, 1992; VALLE, 2000) concluíram que a grande maioria dos pacientes que<br />

fizeram <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não desenvolveu sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM, e<br />

Egermarck e Thilander (1992) em uma avaliação entre pesso<strong>as</strong> que realizaram<br />

38


<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> precoce e os que não tiveram <strong>tratamento</strong>, obtiveram como<br />

resultados que o grupo tratado ortodonticamente apresentou uma baixa prevalência<br />

de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM em relação ao grupo sem <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. Rosa<br />

et al (2008) verificaram a prevalência de sinais e sintom<strong>as</strong> de disfunção<br />

temporomandibular e sua <strong>as</strong>sociação com <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, interferênci<strong>as</strong><br />

oclusais, ruídos articulares, bruxismo e hipermobilidade articular, encontraram como<br />

resultados diante da pesquisa não foi encontrado <strong>as</strong>sociação entre DTM e<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, porém encontrou-se uma significante interelação entre<br />

disfunção temporomandibular com ruídos articulares e com bruxismo.<br />

Deng e Fu (1995), ainda afirmam que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> tem efeitos<br />

positivos qualitativamente e quantitativamente na distribuição dos contatos oclusais,<br />

contribuindo para uma estabilidade oclusal.<br />

Miyazaki et al. (1994) concluíram que a incidência de sintom<strong>as</strong> de DTM foi<br />

maior em pacientes jovens entre 6 e 18 anos tratados ortodonticamente do que os<br />

indivíduos não tratados, porém. McNamara Jr, Selieman e Okeson (1995)<br />

concluíram que sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM tendem a aumentar com a idade,<br />

principalmente na adolescência, originando-se então na época do <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>, não devendo relacionar os sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM apen<strong>as</strong> com o<br />

mesmo.<br />

Conti (2000) avaliou a prevalência de DTM em indivíduos tratados e não<br />

tratados ortodonticamente. Concluiu que não houve diferenç<strong>as</strong> estatisticamente<br />

significantes na prevalência de DTMs entre os grupos avaliados; a prevalência de<br />

DTM foi maior no gênero feminino, a presença de ruídos articulares foi semelhante<br />

entre os grupos, os hábitos parafuncionais em <strong>as</strong>sociação com problem<strong>as</strong> de ordem<br />

psicológica apresentaram-se relacionad<strong>as</strong> ao grau de DTM. Resultados semelhantes<br />

foram encontrados por Lima, Brunetti e Oliveira (1999) ao evidenciarem que <strong>as</strong><br />

mulheres apresentaram um índice elevado de DTM. Também observaram<br />

semelhanç<strong>as</strong> entre os indivíduos tratados e não tratados ortodonticamente quanto à<br />

tendência de apresentarem sintom<strong>as</strong> de DTM. Rizzati-Barbosa et al. (2002), também<br />

encontraram uma maior prevalência de DTM no gênero feminino.<br />

39


Nilner e Henrikson (2000) compararam através de um estudo longitudinal os<br />

sintom<strong>as</strong> de DTM em 183 indivíduos do gênero feminino. Sendo a amostra divida<br />

em três grupos: de indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II em <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>;<br />

indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II sem <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e indivíduos com<br />

oclusão normal. De acordo com seus resultados, <strong>as</strong> jovens com má oclusão Cl<strong>as</strong>se<br />

II e tratados ortodonticamente relataram menos sintom<strong>as</strong> de DTM, enquanto que <strong>as</strong><br />

que apresentavam má oclusão Cl<strong>as</strong>se II sem <strong>tratamento</strong> tiveram um aumento na<br />

prevalência dos sintom<strong>as</strong>. Já <strong>as</strong> jovens com oclusão normal apresentaram a<br />

prevalência de sintom<strong>as</strong> menor que a dos outros grupos. Diante dos resultados os<br />

autores concluíram que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> não constitui um fator de risco para<br />

DTM.<br />

Henrikson, Nilner, e Kurol no mesmo ano e com a mesma amostra estudaram<br />

longitudinalmente os sinais de DTM e <strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> oclusais. Os autores concluíram<br />

que os indivíduos têm uma menor prevalência de sinais de DTM do que os outros<br />

grupos; o tipo de oclusão pode ser um fator que contribui para o desenvolvimento de<br />

DTM, sendo esse fator difícil de quantificar e predizer; o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

realizado não aumentou o risco de desenvolvimento do quadro de DTM nos<br />

indivíduos portadores de má oclusão Cl<strong>as</strong>se II tratados ortodonticamente.<br />

Observaram ainda que os indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se II tratados<br />

ortodonticamente apresentaram um benéfico resultado funcional originado do<br />

<strong>tratamento</strong>.<br />

Delboni e Abrão em 2005 estudaram a presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM<br />

em pacientes <strong>ortodôntico</strong>s <strong>as</strong>sintomáticos, concluíram que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

não aumenta e nem diminui os riscos para o desenvolvimento de DTMs, também<br />

não piora os sinais e sintom<strong>as</strong> de um pré-<strong>tratamento</strong>. Contudo, Rizzati-Barbosa et al<br />

(2002) avaliando a presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM em indivíduos tratados e<br />

não tratados ortodonticamente concluíram que houve uma relação entre o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e a DTM. E em 2007, Wang et al. realizaram um trabalho<br />

sobre a relação entre <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> e disfunção temporomandibular em três<br />

grupos: grupo <strong>ortodôntico</strong>, grupo com má oclusão e um grupo controle; os autores<br />

concluíram que os indivíduos submetidos ao <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> têm mais sinais<br />

e sintom<strong>as</strong> de DTM em relação aos outros grupos.<br />

40


Para Janson et al. (1999) o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> tem como objetivos<br />

promover uma oclusão estática (<strong>as</strong> Seis Chaves de Oclusão Normal de Andrews) e<br />

funcional ideais (uma oclusão mutuamente protegida), colaborando para um bom<br />

perfil facial. Contudo se isto não for observado, a mandíbula ao término do<br />

<strong>tratamento</strong> estará em MIH, com diversos pontos de contato prematuros os quais<br />

poderão oc<strong>as</strong>ionar uma oclusão traumática ou DTM. Já Durso, Azevedo e Ferreira<br />

(2002) relatam que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> conduzido de maneira apropriada,<br />

seguindo os protocolos terapêuticos existentes, não desencadeia DTM, porém o<br />

ortodontista deve ser prudente em dar importância à presença de sinais e sintom<strong>as</strong><br />

de DTM durante o exame inicial registrando-os quando presentes e alertando o<br />

paciente e o responsável.<br />

De acordo com Collett e Stohler (1994) o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> <strong>as</strong>sociado<br />

com DTM tem sido e continuará a ser uma questão de debates e contradições.<br />

Valle-Corroti et al. (2007) compararam a prevalência de disfunção<br />

temporomandibular em indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se III submetidos a<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> ou cirurgia ortognática.. Os autores concluíram que o<br />

<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> para indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se III não é <strong>as</strong>sociado à<br />

presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM e não houve diferenç<strong>as</strong> estatisticamente<br />

significantes entre a prevalência de DTM em indivíduos tratados ortodonticamente<br />

ou submetidos à cirurgia ortognática.<br />

Rey, Oberti e Baccetti (2008) ao compararem a prevalência d<strong>as</strong> <strong>disfunções</strong><br />

<strong>temporomandibulares</strong> (DTMs) em indivíduos com Cl<strong>as</strong>se III tratados com mandibular<br />

cervical headgear (MCH) e aparelhos <strong>ortodôntico</strong>s fixos, com indivíduos Cl<strong>as</strong>se I e<br />

indivíduos sem realização de <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> prévio concluíram que<br />

estatisticamente não houve diferenç<strong>as</strong> significantes na prevalência de DTM nos 3<br />

grupos, indivíduos com má oclusão Cl<strong>as</strong>se III tratados com MHC e aparelhos fixos<br />

não possuem uma maior prevalência de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM comparando com<br />

os indivíduos de Cl<strong>as</strong>se I tratados com aparelho fixo ou com os indivíduos não<br />

tratados.<br />

Durso, Azevedo e Ferreira (2002) em um levantamento bibliográfico sobre a<br />

inter-relação ortodontia x disfunção temporomandibular mostraram que é lícito alegar<br />

41


que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> conduzido de maneira apropriada, seguindo os<br />

protocolos terapêuticos existentes, não desencadeia DTM, porém o ortodontista<br />

deve ser prudente em dar importância à presença de sinais e sintom<strong>as</strong> de DTM<br />

durante o exame inicial registrando-os quando presentes e alertando o paciente e o<br />

responsável.<br />

42


43<br />

CONCLUSÕES


6 CONCLUSÕES<br />

Com b<strong>as</strong>e na literatura revisada, conclui-se que:<br />

Não há comprovações científic<strong>as</strong> que o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> por si só,<br />

oc<strong>as</strong>ione a DTM.<br />

O <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, incluindo o tipo de aparelho <strong>ortodôntico</strong> ou<br />

presença de protocolo de extrações dentári<strong>as</strong>, não condiz a um maior<br />

risco para desenvolvimento de DTM, porém não se pode predizer e<br />

quantificar se o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> seja terapêutica única para<br />

<strong>tratamento</strong> de DTM.<br />

44


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