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Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia ...

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S16 Comissão <strong>de</strong> Asma <strong>da</strong> SBPT, Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>da</strong>s <strong>Diretrizes</strong> para Asma <strong>da</strong> SBPT<br />

atuais como também em risco futuro, a medi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> função pulmonar oferece informações<br />

complementares àquelas obti<strong>da</strong>s pelos sintomas<br />

e marcadores biológicos. Nesse sentido, o VEF 1<br />

pré-broncodilatador, expresso como percentual<br />

do previsto, com valor baixo ou não estável em<br />

longo prazo é um fator in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte importante<br />

para predizer a ocorrência <strong>de</strong> exacerbações.<br />

Estudos atuais também i<strong>de</strong>ntificam a<br />

ocorrência <strong>de</strong> exacerbações como um fator<br />

importante na per<strong>da</strong> longitudinal do VEF 1 .<br />

Uma exacerbação grave em asmáticos leves<br />

po<strong>de</strong> implicar na per<strong>da</strong> longitudinal <strong>de</strong> perto<br />

<strong>de</strong> 5% do VEF 1 em um período <strong>de</strong> três anos.<br />

Adicionalmente, asmáticos com obstrução<br />

fixa ao fluxo aéreo têm per<strong>da</strong> anual do VEF 1<br />

significativamente superior àqueles com resposta<br />

broncodilatadora, em níveis comparáveis aos<br />

pacientes com DPOC. (60)<br />

Evitar ou minimizar efeitos colaterais do<br />

tratamento<br />

Recomen<strong>da</strong>-se que os pacientes sejam<br />

mantidos, após a obtenção do controle,<br />

com quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s mínimas <strong>de</strong> medicação<br />

controladora. (61) Isso é particularmente ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />

para o uso <strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong>s inalatórios e para cursos<br />

<strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong> sistêmico durante exacerbações<br />

ou para o controle <strong>de</strong> asmáticos muito graves<br />

no nível 5 <strong>de</strong> tratamento. Mais recentemente,<br />

preocupações também têm surgido quanto ao<br />

uso <strong>de</strong> broncodilatadores <strong>de</strong> ação prolonga<strong>da</strong>,<br />

que estão contraindicados para o uso isolado<br />

na asma. Nesse sentido, esses <strong>de</strong>vem ser usados<br />

com cautela, principalmente em crianças. O<br />

reconhecimento <strong>de</strong> potenciais efeitos adversos<br />

<strong>de</strong>ve ser ca<strong>da</strong> vez mais valorizado pelos médicos<br />

que manejam asma e <strong>de</strong>ve sempre ser discutido<br />

com seus pacientes.<br />

Componente 5: situações especiais no<br />

manejo <strong>da</strong> asma<br />

Rinite, rinossinusite e pólipos nasais<br />

Doenças <strong>de</strong> vias aéreas superiores estão<br />

presentes na maioria dos pacientes com asma<br />

e po<strong>de</strong>m dificultar seu controle. Em geral, o<br />

tratamento <strong>da</strong> rinite melhora os sintomas <strong>da</strong><br />

asma. (28,62) Tanto a sinusite agu<strong>da</strong> quanto a<br />

crônica po<strong>de</strong>m piorar a asma e <strong>de</strong>vem ser trata<strong>da</strong>s.<br />

Os pólipos nasais estão associados à asma, rinite<br />

J Bras Pneumol. 2012;38(supl.1):S1-S46<br />

e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à aspirina, melhorando com o<br />

uso <strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong>s tópicos.<br />

Refluxo gastroesofágico<br />

A prevalência <strong>de</strong> refluxo gastroesofágico<br />

em asmáticos é maior do que na população<br />

em geral. (63) A associação entre asma e refluxo<br />

gastroesofágico já foi amplamente <strong>de</strong>scrita na<br />

literatura, mas não está claro se há uma relação<br />

causal entre as duas condições. (63-65)<br />

Em pacientes com asma não controla<strong>da</strong>, a<br />

prevalência <strong>de</strong> refluxo gastroesofágico ten<strong>de</strong><br />

a ser ain<strong>da</strong> maior. Entretanto, não existem<br />

evidências <strong>de</strong> que o tratamento com inibidores<br />

<strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> próton tenha um impacto sobre a<br />

melhora do controle <strong>da</strong> asma. (66-69)<br />

Exposição ocupacional<br />

O trabalho envolve, com frequência,<br />

exposição a fatores <strong>de</strong> risco para asma. (70) A<br />

asma relaciona<strong>da</strong> ao trabalho é aquela causa<strong>da</strong><br />

ou agrava<strong>da</strong> por agentes ou condições próprias<br />

do ambiente <strong>de</strong> trabalho. Todo caso <strong>de</strong> asma<br />

iniciado ou agravado na i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta <strong>de</strong>ve<br />

levantar a suspeita <strong>de</strong> uma possível causa<br />

ocupacional. (71,72) A melhora dos sintomas em<br />

períodos <strong>de</strong> afastamento do trabalho, em finais<br />

<strong>de</strong> semana ou nas férias é sugestiva <strong>de</strong> asma<br />

relaciona<strong>da</strong> ao trabalho. (71) Sempre que possível,<br />

o diagnóstico <strong>de</strong>ve ser feito com medi<strong>da</strong>s<br />

objetivas, como curvas seria<strong>da</strong>s <strong>de</strong> PFE ou testes<br />

<strong>de</strong> broncoprovocação. (71,72)<br />

A conduta i<strong>de</strong>al é o afastamento precoce<br />

<strong>da</strong> exposição, (72) com o objetivo <strong>de</strong> prevenir<br />

alterações clínico-funcionais irreversíveis.<br />

Sintomas e alterações <strong>de</strong> função pulmonar po<strong>de</strong>m<br />

persistir transitória ou permanentemente após<br />

esse afastamento. O tratamento farmacológico<br />

para a asma ocupacional é o mesmo utilizado<br />

para outras formas <strong>de</strong>ssa doença. Pacientes<br />

com diagnóstico <strong>de</strong> asma ocupacional estão<br />

incapacitados para exercer ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas quais<br />

estão expostos ao agente causador.<br />

Gestação e lactação<br />

A asma é a doença pulmonar mais comum<br />

nas gestantes, com prevalência <strong>de</strong> 8-13%, (73,74)<br />

influenciando e sendo significativamente<br />

influencia<strong>da</strong> pela gravi<strong>de</strong>z. (75) Durante a<br />

gestação, aproxima<strong>da</strong>mente um terço <strong>da</strong>s<br />

mulheres asmáticas piora, um terço se mantém

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