Um Estudo Etnográfico do Processo de Previsão de Tempo

Um Estudo Etnográfico do Processo de Previsão de Tempo Um Estudo Etnográfico do Processo de Previsão de Tempo

03.06.2013 Views

O conhecimento sobre a região é utilizado pelos meteorologistas na identificação de inconsistências nos dados: um meteorologista entrará em contato com um colega para verificar a precipitação informada de uma cidade em um período somente se ele tiver conhecimento sobre a precipitação média daquela cidade. Se esta experiência for limitada ou inexistente, mecanismos de auxílio devem ser previstos no sistema computacional. 5.3. Coordenação Informal Durante a realização das atividades do processo de elaboração da previsão do tempo é comum a existência de conversas informais sobre assuntos diversos. Por exemplo, na recepção dos dados das estações, vez ou outra o operador conversa com o observador acerca de outros assuntos não relacionados à transmissão propriamente dita. No entanto, essas conversas podem abordar outros aspectos importantes do trabalho como o estado de tarefas pendentes, solicitação de algum recurso, documento, ou mesmo apenas para contribuir na criação de um senso de comunidade que por sua vez estimula a cooperação. Em outras palavras, as conversas informais podem auxiliar a coordenação das atividades. Desta forma, sistemas colaborativos como “media spaces”, ambientes colaborativos virtuais e salas de bate papo poderiam ser usados para facilitar a comunicação informal entre meteorologistas. 5.4. “Awareness” Um sistema computacional para dar suporte ao trabalho dos meteorologistas também precisa fornecer facilidades para que os meteorologistas da escala atual tenham ciência do trabalho do meteorologista que trabalhou na escala anterior. Para ser mais específico, esta situação ilustra claramente o conceito de percepção (em inglês awareness), largamente abordado na área de CSCW [13]: o meteorologista da próxima escala monitora o trabalho do meteorologista da escala atual, ao mesmo tempo em que o segundo informa ou sugere detalhes relevantes dos dados coletados para o primeiro. Esta situação é basicamente similar àquela identificada no trabalho seminal de Heath e Luff [2] quando estudando controladores de trafego aéreo. Deve-se observar que no caso dos meteorologistas, entretanto, o monitoramento e a apresentação de informações relevantes não precisa ser feita em tempo real, como entre os controladores. Suporte tecnológico para esta característica do trabalho dos meteorologistas poderia ser obtido através do registro e/ou anotação de informações relevantes pelo profissional da escala de maneira não-intrusiva para informar ao próximo profissional escalado. O aspecto importante neste caso é o aspecto nãointrusivo da tecnologia para permitir que esta solução seja adotada. Em outras palavras, se o sistema computacional a ser implantado requerer um alto esforço do profissional da escala para indicar aspectos importantes para o colega, este sistema estará fadado ao fracasso [14]. 5.5. Suporte Explicito a Colaboração Conforme mencionado na seção 4, os meteorologistas do SEPRE adquirem os dados a respeito da região sob seu domínio administrativo a partir dos relatórios enviados pelo próprio NUTEL. Em contraste, as informações são necessárias para o trabalho do meteorologista do SEPRE referentes a outras regiões (como por exemplo, informações meteorológicas provenientes das estações climatológicas da Amazônia Ocidental, as quais estão sob o domínio administrativo do 1 o DISME, cuja sede é em 8 Manaus-AM), são adquiridas apenas através do sistema central de Brasília-DF. Isto é, não existe nenhum canal permanente de comunicação entre os meteorologistas do SEPRE de Belém e do SEPRE de Manaus, exceto através de e-mails. A troca de informações entre estes distritos é mediada por Brasília. Entretanto, é importante considerar que uma maior troca de informações entre os meteorologistas do SEPRE do 2 o DISME com os meteorologistas do SEPRE do 1 o DISME seria extremamente benéfica: ambas as regiões, a Amazônia Oriental e a Amazônia Ocidental influenciam significativamente as condições climáticas uma da outra. Atualmente, existe apenas uma videoconferência com hora marcada entre todos os meteorologistas do Brasil, para a discussão do comportamento do tempo no país, mas essa prática requer que os meteorologistas deixem suas atividades para se dirigir a uma sala específica durante algumas horas. Os meteorologistas do SEPRE que foram consultados concordaram que um canal de comunicação permanente entre os distritos seria uma ferramenta interessante para auxiliar na interação entre os meteorologistas do Brasil inteiro e que provavelmente permitiria uma melhoria na produtividade. Além dos meteorologistas do SEPRE, os meteorologistas que trabalham nas diversas estações climatológicas espalhadas pelo estado também consideraram importante a existência de um canal de comunicação com meteorologistas de outras estações climatológicas. Isto permitiria a troca de informações que pudessem ajudar na medição das condições meteorológicas. A principal queixa feita por um dos informantes consultados é que essa comunicação existe apenas com o NUTEL de Belém e é oficialmente restrita à transmissão da mensagem Synop. Em resumo, um sistema para apoiar o trabalho dos meteorologistas deve: • Oferecer facilidades para a conversão de informações meteorológicas; • Permitir que o meteorologista use sua experiência para auxiliar o processo de previsão; • Facilitar a comunicação informal; • Registrar informações sobre o trabalho anterior dos diversos meteorologistas; • Permitir maior integração com outros distritos; e • Oferecer melhor comunicação entre as estações climatológicas. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS Na área de CSCW estudos etnográficos são especialmente importantes para auxiliar a identificação de requisitos de aplicações para suporte ao trabalho em grupo. Simplificadamente, estes estudos permitem que certas características do trabalho possam ser identificadas assim como a motivação e importância destas características seja compreendida. Este entendimento permite identificar que características do trabalho podem e devem (ou não) ser automatizadas, ou ainda, ele sugere aspectos do sistema que devem ser mantidos flexíveis para que não atrapalhem as convenções já adotadas pelos profissionais [12]. A contribuição deste artigo é a apresentação de um estudo etnográfico visando o desenvolvimento de sistemas colaborativos para apoiar o trabalho de meteorologistas durante a elaboração de

previsões do tempo. As principais características do trabalho destes profissionais foram identificadas e traduzidas em requisitos para um sistema computacional. Em particular deve-se ressaltar o interesse destes profissionais em colaborar com seus colegas remotos. Desta forma, no momento estamos avaliando sistemas colaborativos que poderiam ser implantados para facilitar a comunicação informal entre estes profissionais. 7. AGRADECIMENTOS Nossos agradecimentos aos meteorologistas do 2º Distrito de Meteorologia – Belém, Pará, pelo apoio dado durante a condução do estudo etnográfico apresentado neste artigo. 8. REFERÊNCIAS [1] L. Suchman. Plans and situated actions: the problem of human-machine communication. Cambridge: Cambridge University Press, 1987. [2] C. Heath and P. Luff. Collaboration and Control: Crisis Management and Multimedia Technology in London Underground Control Rooms. Computer Supported Cooperative Work, vol. 1, pp. 69-94, 1992. [3] R. Bentley, J. Hughes, D. Randall, T. Rodden, P. Sawyer, D. Shapiro, and I. Sommerville. Ethnographically-informed systems design for air traffic control. ACM Conference on Computer Supported Cooperative Work. Toronto, Ontario, Canada, 1992. [4] R. Grinter. Supporting Articulation Work Using Configuration Management Systems. Computer Supported Cooperative Work, vol. 5, pp. 447-465, 1996. 9 [5] R. Harper. Inside the IMF: Academic Press., 1998. [6] E. M. Gerson and S. L. Star. Analyzing Due Process in the Workplace. ACM Transactions on Office Information Systems, vol. 4, pp. 257-270, 1986. [7] J. E. McGrath. Methodology Matters: Doing Research in the Behavioral and Social Sciences, 1994. [8] G. McCracken. The Long Interview: SAGE Publications, 1988. [9] D. L. Jorgensen. Participant Observation: A Methodology for Human Studies. Thousand Oaks: SAGE publications, 1989. [10] SYNOP Format (FM-12). [11] Código Fonético Internacional, Wikipedia. [12] G. Mark. Conventions and Commitments in Distributed Groups. Computer-Supported Cooperative Work, vol. 11, pp. 349-387, 2002. [13] K. Schmidt. The Problem with 'Awareness' - Introductory Remarks on 'Awareness in CSCW'. Journal of Computer Supported Cooperative Work, vol. 11, pp. 285-298, 2002. [14] J. Grudin. Why CSCW applications fail: Problems in the design and evaluation of organizational interfaces. ACM Conference on Computer-Supported Cooperative Work, Portland, Oregon, United States, 1988.

O conhecimento sobre a região é utiliza<strong>do</strong> pelos meteorologistas<br />

na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> inconsistências nos da<strong>do</strong>s: um meteorologista<br />

entrará em contato com um colega para verificar a precipitação<br />

informada <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> em um perío<strong>do</strong> somente se ele tiver<br />

conhecimento sobre a precipitação média daquela cida<strong>de</strong>. Se esta<br />

experiência for limitada ou inexistente, mecanismos <strong>de</strong> auxílio<br />

<strong>de</strong>vem ser previstos no sistema computacional.<br />

5.3. Coor<strong>de</strong>nação Informal<br />

Durante a realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> elaboração da<br />

previsão <strong>do</strong> tempo é comum a existência <strong>de</strong> conversas informais<br />

sobre assuntos diversos. Por exemplo, na recepção <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s das<br />

estações, vez ou outra o opera<strong>do</strong>r conversa com o observa<strong>do</strong>r<br />

acerca <strong>de</strong> outros assuntos não relaciona<strong>do</strong>s à transmissão<br />

propriamente dita. No entanto, essas conversas po<strong>de</strong>m abordar<br />

outros aspectos importantes <strong>do</strong> trabalho como o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tarefas<br />

pen<strong>de</strong>ntes, solicitação <strong>de</strong> algum recurso, <strong>do</strong>cumento, ou mesmo<br />

apenas para contribuir na criação <strong>de</strong> um senso <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> que<br />

por sua vez estimula a cooperação. Em outras palavras, as<br />

conversas informais po<strong>de</strong>m auxiliar a coor<strong>de</strong>nação das ativida<strong>de</strong>s.<br />

Desta forma, sistemas colaborativos como “media spaces”,<br />

ambientes colaborativos virtuais e salas <strong>de</strong> bate papo po<strong>de</strong>riam ser<br />

usa<strong>do</strong>s para facilitar a comunicação informal entre<br />

meteorologistas.<br />

5.4. “Awareness”<br />

<strong>Um</strong> sistema computacional para dar suporte ao trabalho <strong>do</strong>s<br />

meteorologistas também precisa fornecer facilida<strong>de</strong>s para que os<br />

meteorologistas da escala atual tenham ciência <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong><br />

meteorologista que trabalhou na escala anterior. Para ser mais<br />

específico, esta situação ilustra claramente o conceito <strong>de</strong><br />

percepção (em inglês awareness), largamente aborda<strong>do</strong> na área <strong>de</strong><br />

CSCW [13]: o meteorologista da próxima escala monitora o<br />

trabalho <strong>do</strong> meteorologista da escala atual, ao mesmo tempo em<br />

que o segun<strong>do</strong> informa ou sugere <strong>de</strong>talhes relevantes <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

coleta<strong>do</strong>s para o primeiro. Esta situação é basicamente similar<br />

àquela i<strong>de</strong>ntificada no trabalho seminal <strong>de</strong> Heath e Luff [2]<br />

quan<strong>do</strong> estudan<strong>do</strong> controla<strong>do</strong>res <strong>de</strong> trafego aéreo. Deve-se<br />

observar que no caso <strong>do</strong>s meteorologistas, entretanto, o<br />

monitoramento e a apresentação <strong>de</strong> informações relevantes não<br />

precisa ser feita em tempo real, como entre os controla<strong>do</strong>res.<br />

Suporte tecnológico para esta característica <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>s<br />

meteorologistas po<strong>de</strong>ria ser obti<strong>do</strong> através <strong>do</strong> registro e/ou<br />

anotação <strong>de</strong> informações relevantes pelo profissional da escala <strong>de</strong><br />

maneira não-intrusiva para informar ao próximo profissional<br />

escala<strong>do</strong>. O aspecto importante neste caso é o aspecto nãointrusivo<br />

da tecnologia para permitir que esta solução seja<br />

a<strong>do</strong>tada. Em outras palavras, se o sistema computacional a ser<br />

implanta<strong>do</strong> requerer um alto esforço <strong>do</strong> profissional da escala para<br />

indicar aspectos importantes para o colega, este sistema estará<br />

fada<strong>do</strong> ao fracasso [14].<br />

5.5. Suporte Explicito a Colaboração<br />

Conforme menciona<strong>do</strong> na seção 4, os meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE<br />

adquirem os da<strong>do</strong>s a respeito da região sob seu <strong>do</strong>mínio<br />

administrativo a partir <strong>do</strong>s relatórios envia<strong>do</strong>s pelo próprio<br />

NUTEL. Em contraste, as informações são necessárias para o<br />

trabalho <strong>do</strong> meteorologista <strong>do</strong> SEPRE referentes a outras regiões<br />

(como por exemplo, informações meteorológicas provenientes das<br />

estações climatológicas da Amazônia Oci<strong>de</strong>ntal, as quais estão<br />

sob o <strong>do</strong>mínio administrativo <strong>do</strong> 1 o DISME, cuja se<strong>de</strong> é em<br />

8<br />

Manaus-AM), são adquiridas apenas através <strong>do</strong> sistema central <strong>de</strong><br />

Brasília-DF. Isto é, não existe nenhum canal permanente <strong>de</strong><br />

comunicação entre os meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE <strong>de</strong> Belém e <strong>do</strong><br />

SEPRE <strong>de</strong> Manaus, exceto através <strong>de</strong> e-mails. A troca <strong>de</strong><br />

informações entre estes distritos é mediada por Brasília.<br />

Entretanto, é importante consi<strong>de</strong>rar que uma maior troca <strong>de</strong><br />

informações entre os meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE <strong>do</strong> 2 o DISME<br />

com os meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE <strong>do</strong> 1 o DISME seria<br />

extremamente benéfica: ambas as regiões, a Amazônia Oriental e<br />

a Amazônia Oci<strong>de</strong>ntal influenciam significativamente as<br />

condições climáticas uma da outra. Atualmente, existe apenas<br />

uma vi<strong>de</strong>oconferência com hora marcada entre to<strong>do</strong>s os<br />

meteorologistas <strong>do</strong> Brasil, para a discussão <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong><br />

tempo no país, mas essa prática requer que os meteorologistas<br />

<strong>de</strong>ixem suas ativida<strong>de</strong>s para se dirigir a uma sala específica<br />

durante algumas horas. Os meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE que foram<br />

consulta<strong>do</strong>s concordaram que um canal <strong>de</strong> comunicação<br />

permanente entre os distritos seria uma ferramenta interessante<br />

para auxiliar na interação entre os meteorologistas <strong>do</strong> Brasil<br />

inteiro e que provavelmente permitiria uma melhoria na<br />

produtivida<strong>de</strong>.<br />

Além <strong>do</strong>s meteorologistas <strong>do</strong> SEPRE, os meteorologistas que<br />

trabalham nas diversas estações climatológicas espalhadas pelo<br />

esta<strong>do</strong> também consi<strong>de</strong>raram importante a existência <strong>de</strong> um canal<br />

<strong>de</strong> comunicação com meteorologistas <strong>de</strong> outras estações<br />

climatológicas. Isto permitiria a troca <strong>de</strong> informações que<br />

pu<strong>de</strong>ssem ajudar na medição das condições meteorológicas. A<br />

principal queixa feita por um <strong>do</strong>s informantes consulta<strong>do</strong>s é que<br />

essa comunicação existe apenas com o NUTEL <strong>de</strong> Belém e é<br />

oficialmente restrita à transmissão da mensagem Synop.<br />

Em resumo, um sistema para apoiar o trabalho <strong>do</strong>s<br />

meteorologistas <strong>de</strong>ve:<br />

• Oferecer facilida<strong>de</strong>s para a conversão <strong>de</strong> informações<br />

meteorológicas;<br />

• Permitir que o meteorologista use sua experiência para<br />

auxiliar o processo <strong>de</strong> previsão;<br />

• Facilitar a comunicação informal;<br />

• Registrar informações sobre o trabalho anterior <strong>do</strong>s<br />

diversos meteorologistas;<br />

• Permitir maior integração com outros distritos; e<br />

• Oferecer melhor comunicação entre as estações<br />

climatológicas.<br />

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E<br />

TRABALHOS FUTUROS<br />

Na área <strong>de</strong> CSCW estu<strong>do</strong>s etnográficos são especialmente<br />

importantes para auxiliar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> requisitos <strong>de</strong><br />

aplicações para suporte ao trabalho em grupo. Simplificadamente,<br />

estes estu<strong>do</strong>s permitem que certas características <strong>do</strong> trabalho<br />

possam ser i<strong>de</strong>ntificadas assim como a motivação e importância<br />

<strong>de</strong>stas características seja compreendida. Este entendimento<br />

permite i<strong>de</strong>ntificar que características <strong>do</strong> trabalho po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem<br />

(ou não) ser automatizadas, ou ainda, ele sugere aspectos <strong>do</strong><br />

sistema que <strong>de</strong>vem ser manti<strong>do</strong>s flexíveis para que não<br />

atrapalhem as convenções já a<strong>do</strong>tadas pelos profissionais [12].<br />

A contribuição <strong>de</strong>ste artigo é a apresentação <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong><br />

etnográfico visan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas colaborativos<br />

para apoiar o trabalho <strong>de</strong> meteorologistas durante a elaboração <strong>de</strong>

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