Precipitação
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PRECIPITAÇÃO<br />
1 – Aspectos Gerais<br />
<strong>Precipitação</strong>: vapor d’água da atmosfera → superfície terrestre sob diferentes<br />
formas:<br />
chuva, granizo, neve, neblina, orvalho ou geada. Aqui <strong>Precipitação</strong> ≡ Chuva.<br />
A precipitação é a principal entrada (input) do Balanço Hídrico de uma Bacia.<br />
2 – Formação das Chuvas<br />
Atmosfera = ar seco + vapor d’água + partículas sólidas suspensão (aerossóis)<br />
Ar seco = mistura de gases (78% Nitrogênio, 21% Oxigênio, 0,93 % Argônio,<br />
0,06 % de Dióxido de Carbono, mais Hélio, Hidrogênio, Ozônio, etc.<br />
Vapor d’água na atmosfera varia de região para região, estando entre 0% nas<br />
regiões desérticas e 4% em regiões de florestas tropicais.<br />
Aerossóis = origem no solo (sais de origem orgânica e inorgânica), em explosões<br />
vulcânicas, na combustão de gás, carvão e petróleo, na queima de meteoros na<br />
atmosfera, etc.
2 – Formação das Chuvas<br />
ascensão de massas de ar úmido → resfriamento dinâmico, ou adiabático;<br />
vapor atingir o seu ponto de saturação, também chamado nível de condensação;<br />
com a existência de núcleos higroscópios (gelo, poeira e outras partículas)<br />
o vapor d’água condensa, formando minúsculas gotas em torno desses núcleos;<br />
Dentre os processos de crescimento das gotas mais importantes estão os<br />
mecanismos de coalescência (fenômeno de crescimento de uma gotícula de líquido<br />
pela incorporação em sua massa de outras gotículas com as quais entra em<br />
contato) e de difusão do vapor.
3 – Tipos de Chuvas<br />
Chuvas Convectivas<br />
( ↑ i , ↓ t , ↓ A )<br />
Chuvas Orográficas<br />
(↓ i , ↑ t , ↓ A )<br />
Chuvas Ciclônicas ou Frontais<br />
(↓ i , ↑ t , ↑ A )
4 – Grandezas e Medidas<br />
altura pluviométrica (P), a intensidade (i), a duração (t) e a frequência (T)<br />
Altura pluviométrica (P) [mm] – medida pelo Pluviômetro<br />
medidas periódicas, em geral em intervalos de 24 horas, às 7 horas da manhã.<br />
Há vários tipos de<br />
pluviômetros, sendo os mais<br />
comuns:<br />
a) Ville de Paris (400cm 2 );<br />
b) Paulista (500cm 2 );<br />
c) Casella (200cm 2 ).
4 – Grandezas e Medidas
4 – Grandezas e Medidas<br />
Intensidade (i) [mm/h] – relação entre P e t<br />
∆P<br />
i =<br />
∆t<br />
Média → ou instântanea →<br />
i<br />
∆P<br />
Lim<br />
∆t<br />
0 ∆t<br />
= →<br />
Pluviógrafo de Sifão<br />
Medida pelo Pluviógrafo
Pluviógrafo de cubas basculantes<br />
Pluviógrafo de Sifão em operação
Tambor registrador de Pluviógrafo
Hietograma<br />
Pluviograma
5 – Análise de Dados<br />
a) Análise preliminar p/ detecção de erros grosseiros:<br />
i) registros em dias que não existem (30 de fevereiro, por exemplo);<br />
ii) registros de quantidades absurdas;<br />
iii) erros de transcrição (preenchimento errado da caderneta de campo);<br />
etc.<br />
b) Preenchimento de Falhas<br />
Método da ponderação regional<br />
(total mensal ou anual)<br />
=<br />
⎛ P<br />
⎜<br />
⎝<br />
P<br />
Método baseado nas correlações com as estações vizinhas<br />
(total mensal ou anual)<br />
P<br />
y<br />
=<br />
r<br />
yx<br />
1<br />
⋅ P<br />
x<br />
1<br />
r<br />
P<br />
+ r<br />
yx<br />
1<br />
y<br />
yx<br />
2<br />
+ r<br />
P<br />
2<br />
y<br />
3<br />
⋅ P<br />
yx<br />
x<br />
2<br />
+ r<br />
x<br />
x<br />
yx<br />
1<br />
1<br />
+ r<br />
3<br />
yx<br />
+<br />
3<br />
P<br />
P<br />
x<br />
x<br />
⋅ P<br />
2<br />
2<br />
x<br />
3<br />
+<br />
P<br />
P<br />
x<br />
x<br />
3<br />
3<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠
5 – Análise de Dados<br />
c) Consistência de séries – Curva Dupla Massa<br />
Análise de consistência → comprovar grau de homogeneidade dos dados<br />
Análise de dupla massa (desenvolvido pelo U. S. Geological Survey) p/ séries<br />
mensais e anuais.<br />
Anormalidades na estação pluviométrica, decorrentes de mudança do local ou<br />
das condições de operação do aparelho, de erros sistemáticos, de mudanças<br />
climáticas ou de modificação no método de observação podem ser<br />
identificadas pela análise de dupla massa.
5 – Análise de Dados<br />
Dados de chuva sem problemas de consistência
Mudança de declividade, determinando duas retas<br />
Correção dos valores inconsistentes:<br />
exemplo típico da presença de<br />
erros sistemáticos, da<br />
mudança das condições de<br />
observação do aparelho ou de<br />
alterações climáticas no local<br />
provocadas, por exemplo,<br />
pela construção de<br />
reservatórios artificiais.<br />
M<br />
( P P )<br />
c Pc = Pi<br />
+ o −<br />
Mo<br />
i
6 – <strong>Precipitação</strong> Média na Bacia<br />
a) Método Aritmético<br />
=<br />
1<br />
N<br />
recomendado para bacias menores que<br />
5.000 km 2 , quando:<br />
- a distribuição dos aparelhos na bacia<br />
for densa e uniforme;<br />
- a área for plana ou de relevo muito<br />
suave;<br />
- as medidas individuais de cada<br />
aparelho pouco variem da média.<br />
P<br />
N<br />
∑<br />
i=<br />
1<br />
P<br />
i
6 – <strong>Precipitação</strong> Média na Bacia<br />
b) Método de Thiessen<br />
P<br />
=<br />
1<br />
A<br />
N<br />
∑<br />
i=<br />
1<br />
Pi<br />
⋅ A<br />
i
6 – <strong>Precipitação</strong> Média na Bacia<br />
b) Método de Thiessen<br />
Embora mais preciso do que o aritmético, o método de Thiessen também apresenta<br />
limitações, pois não considera as influências orográficas.
6 – <strong>Precipitação</strong> Média na Bacia<br />
⎡1<br />
⎤<br />
∑ ⎢ i i+<br />
1 ⋅ Ai,<br />
i 1<br />
⎣2<br />
⎥<br />
⎦<br />
c) Método das Isoietas P ( P + P )<br />
É o mais preciso para<br />
a avaliação da<br />
precipitação média<br />
em uma área.<br />
A precisão do método,<br />
contudo, depende<br />
fortemente da<br />
habilidade do analista<br />
em traçar o mapa das<br />
isoietas.<br />
1<br />
A<br />
= +
7 – Análise de Frequência<br />
Chuva → fenômeno aleatório<br />
Estudo da frequência de chuvas (vazões) é importantes para: projetos de<br />
vertedores de barragens; dimensionamento de canais; definição das obras de<br />
desvio de cursos d’água; determinação das dimensões de galerias de águas<br />
pluviais; cálculo de bueiros, etc.<br />
A análise de freqüência dos dados pode ser feita considerando-se as seguintes<br />
séries:<br />
série total: os dados observados são considerados na sua totalidade;<br />
série parcial: constituída por alturas pluviométricas superiores a um valorbase,<br />
tomado como referência, independentemente do ano em que possa ocorrer;<br />
série anual: constituída pelas alturas pluviométricas máximas de cada ano, no<br />
caso de série anual de chuvas máximas diárias, ou pelos totais anuais<br />
precipitados caso a série seja de totais anuais.
7 – Análise de Frequência<br />
Variável aleatória : discreta ou contínua → P[X = x o ] = 0<br />
Eventos independentes → P[A∩B] = P[A] . P[B]<br />
a) Frequência Empírica (método de Weibull)<br />
m<br />
ℑ(<br />
xo<br />
) = P[<br />
X ≥ xo<br />
] =<br />
n + 1<br />
b) Distribuição Geométrica (var. discreta) → probabilidade do 1o. “sucesso”<br />
ocorrer na y-ésima tentativa.<br />
Prob “sucesso” = p = P[X ≥ x]<br />
Prob “fracasso” = q = 1- p = P[X ≤ x]<br />
E[y] – valor esperado ou esperança de y<br />
P[<br />
y]<br />
1<br />
E [ y]<br />
= =<br />
p<br />
= p ⋅<br />
T<br />
y−1<br />
q
7 – Análise de Freqüência<br />
c) Período de Retorno ou Recorrência (T) - intervalo de tempo médio, medido em<br />
anos, para que ocorra um evento com uma magnitude maior ou igual a x.<br />
Corresponde ao inverso da probabilidade de excedência.<br />
T<br />
1<br />
P[<br />
X ≥ x]<br />
= Período de Retorno Empírico:<br />
T<br />
=<br />
n + 1<br />
m<br />
d) Distribuição Binomial (var. discreta) → probabilidade de ocorrerem y<br />
“sucessos” em n tentativas.<br />
P[<br />
y,<br />
n]<br />
Para y = 0 → Segurança de um projeto (S):<br />
S = P[<br />
y =<br />
0,<br />
n]<br />
Risco de um projeto (R):<br />
Atenção: R =<br />
P[<br />
y ≥1,<br />
n]<br />
n!<br />
y y n−<br />
y<br />
= Cn<br />
p ⋅q<br />
C<br />
y!<br />
( n y)!<br />
y<br />
n =<br />
−<br />
n<br />
n ⎛ 1 ⎞<br />
S = q = ( 1−<br />
p)<br />
= ⎜1−<br />
⎟<br />
⎝ T ⎠<br />
⎛ 1 ⎞<br />
R = 1−<br />
S = 1−<br />
⎜1−<br />
⎟<br />
⎝ T ⎠<br />
n<br />
n
7 – Análise de Frequência<br />
e) Distribuição Normal (ou Lei de Gauss) (var. contínua) – representa bem a distrib<br />
de prob de variáveis com valores totais ou médios.<br />
µ<br />
→<br />
f ( x)<br />
x<br />
=<br />
=<br />
∑<br />
σ<br />
x<br />
n<br />
i<br />
2<br />
1 ⎡ 1 ⎛ x − µ ⎞ ⎤<br />
exp⎢−<br />
⎜ ⎟ ⎥<br />
2π<br />
⎢⎣<br />
2 ⎝ σ ⎠ ⎥⎦<br />
;<br />
σ → s<br />
x<br />
=<br />
∑(<br />
x − x)<br />
i<br />
n −1<br />
2<br />
f(x) – função densidade de prob<br />
µ – média<br />
σ – desvio-padrão<br />
População → amostra (série)<br />
(constante) (variável)
7 – Análise de Frequência<br />
Variável reduzida ou normalizada – z ( µ = 0 ; σ = 1 )<br />
z<br />
=<br />
x − x<br />
sx<br />
F(z o ) = P[z ≤ z o ] → Tab. 2
Tabela 2 – Função de distribuição acumulada de probabilidade – Lei normal ou de Gauss<br />
(µ = 0; σ = 1)
7 – Análise de Frequência<br />
Para o caso de valores máximos de chuva, NÃO é indicado o uso<br />
da distribuição Normal.<br />
RECOMENDA-SE: DISTRIB. LOGNORMAL<br />
Usa-se uma variável auxiliar y:<br />
y = log( x)<br />
x – segue a distrib. LOGNORMAL<br />
y – segue a distrib. NORMAL<br />
Nesse caso, a variável reduzida ou normalizada z vale:<br />
z<br />
y − y<br />
=<br />
s y
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Verifica-se empiricamente as seguintes relações entre as grandezas que<br />
caracterizam uma chuva:<br />
• a intensidade (i) é inversamente proporcional à duração (t)<br />
• a intensidade (i) é diretamente proporcional ao tempo de retorno (T)<br />
• a intensidade (i) é inversamente proporcional à área (A)<br />
Admite-se, geralmente, que a chuva medida (pontual) é representativa até uma<br />
área de 25 km 2 . Para áreas maiores aplicam-se fatores de redução, função de (t) e<br />
(A).
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Curva i-d-f (intensidade-duração-frequência)<br />
i<br />
=<br />
K ⋅T<br />
m<br />
( ) n<br />
t + c<br />
Ajustada a partir de dados de pluviógrafos
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Curva i-d-f<br />
(intensidade-duração-frequência)<br />
i =<br />
K ⋅T<br />
m<br />
( ) n<br />
t + c
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Equação Chuvas Intensas Brasil (Otto Pfafstetter)<br />
P<br />
=<br />
T<br />
γ ( α+<br />
β / T ) ⋅[<br />
a ⋅ t + b ⋅log(<br />
1+<br />
c ⋅ t)<br />
]
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Equação Chuvas Intensas Brasil (Otto Pfafstetter)<br />
P<br />
=<br />
T<br />
γ ( α+<br />
β / T ) ⋅[<br />
a ⋅ t + b ⋅log(<br />
1+<br />
c ⋅ t)<br />
]
8 – Análise de Chuvas Intensas<br />
Diferença entre chuvas com duração de 1 dia e chuvas de 24 horas.