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A DYRUP TEM EM MÃOS vários projectos de reconversão<br />
urbana, inseridos no seu lema “Happy Colors - Happy Life.<br />
Em Guimarães, ofereceu as tintas e fez o projecto, `<br />
com Agatha Ruiz de la Prada, para pintar um prédio no bairro<br />
Nossa Senhora da Conceição. Em Lisboa puintou, seguindo<br />
a filosofia ‘feng shui’, o mobiliário urbano da Avenida<br />
da Liberdade.<br />
exportações também<br />
também não tem dúvidas quanto à influência<br />
das medidas de austaeridade e aumentos de<br />
impostos: “Muito negativo. O sector da construção<br />
está moribundo e a saque. Investir no<br />
sector em Portugal só um louco. Pouco falta<br />
para se criminalizar quem tem investimentos<br />
imobiliários. Triste e lamentável”, afirma.<br />
Os caminhos da internacionalização<br />
“Dado que o mercado nacional ficará contraído,<br />
muitas empresas estão a trilhar, com certo<br />
sucesso, os caminhos da internacionalização<br />
e da exportação. Outras, mercê da excelência<br />
dos seus gestores e das suas equipas,<br />
estão a atrair para as fábricas portuguesas importantes<br />
quotas de produção dos grupos<br />
multinacionais a que pertencem, o que ajuda a<br />
limitar os danos provenientes da nossa grave<br />
recessão”, afirma Morgado Fernandes ao Diário<br />
<strong>Económico</strong>.<br />
Num sector liderado pela CIN, a maioria do<br />
que é produzido é destinado ao mercado interno<br />
- cerca de 70%. Os restantes 30% que<br />
Infografia: Mário Malhão | mario.malhao@economico.pt<br />
são para exportar, essencialmente para os<br />
mercados europeu e africano.<br />
As exportações têm sido a solução para algumas<br />
empresas, mas não para todas. Olhando<br />
para os dados do INE sobre exportação de tintas<br />
- que incluem “extractos tanantes e tintoriais;<br />
taninos e seus derivados; pigmentos e outras<br />
matérias corantes; tintas e vernizes; mástiques;<br />
tintas de escrever”, os valores exportados entre<br />
Janeiro e Julho são 10 milhões de euros mais<br />
baixos que em período similar do ano anterior.<br />
Enquanto este ano o valor ficou nos 98,7 milhões<br />
de euros, no ano passado pela mesma altura<br />
chegava aos 108,9 milhões. O valor exportado<br />
no ano passado total foi de 175,9 milhões.<br />
A aposta da internacionalização tem sido, contudo,<br />
solução para muitas empresas, como é o<br />
caso da Cin, com fábrica em Espanha. Angola,<br />
no entanto, é o destino favorito para as marcas<br />
portuguesas. Barbot tem uma fábrica, a Sika<br />
tem uma representação. Dyrup e Diera estão a<br />
planear abrir fábricas. A Robbialac, por seu<br />
turno, tem “dois projectos em África”. ■<br />
Segunda-feira 15 Outubro 2012 Diário <strong>Económico</strong> III<br />
O PRODUTO DA CIN mais vendido é o Vynil. Este ano fez<br />
25 anos e fez um restyling da sua imagem. O Dioplaste,<br />
criado nos anos 60, é o líder de vendas da Barbot e venceu<br />
muito recentemente um estudo de Escolha do Consumidor,<br />
na categoria de tintas de interior. O produto mais vendido<br />
da Robbialac em Portugal continua a ser o Stucomat,<br />
imortalizado no jingle “Stucomat é uma grande tinta”.<br />
OPINIÃO: ???????????????????<br />
?????????????????????????????<br />
ANÁLISE MORGADO FERNANDES,<br />
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TINTAS<br />
Os quatro temas<br />
chave do mercado<br />
A maioria das empresas tem a tesouraria<br />
estrangulada, afirma Morgado Fernandes, da APT.<br />
1 Situação do mercado e preocupação<br />
dos empresários<br />
O mercado português de tintas enfrenta a<br />
maior crise de que há memória. O primeiro<br />
trimestre registou uma queda de 12% e o segundo<br />
trimestre de quase 20%. Estima-se que<br />
a queda dos terceiro e quarto trimestres seja<br />
ainda mais pronunciada, entre os 25% e os<br />
30%. A maioria das empresas tem a tesouraria<br />
estrangulada porque tem que pagar as matérias<br />
primas a 60 dias e o recebimento dos seus<br />
clientes é de mais de 100 dias, havendo situações<br />
de mais de 150 e 200 dias. Lamenta-se<br />
que o Estado seja um dos piores pagadores,<br />
arrastando para a insolvência muitas PME. Se<br />
a isto somarmos as enormes restrições do crédito<br />
bancário, temos uma tempestade perfeita<br />
que conduz muitos empresários a situações de<br />
grande aflição e desespero.<br />
2 A lei do arrendamento<br />
e a reabilitação urbana<br />
Espera-se que o Governo implemente rapidamente<br />
a nova lei do arrendamento e que este<br />
mercado seja dinamizado e que contribua pra<br />
movimentar investimentos na reabilitação<br />
urbana, já que a construção nova está totalmente<br />
parada e assim irá manter-se por largos<br />
anos, dado o enorme excedente existente no<br />
mercado habitacional. É esta a esperança e a<br />
expectativa dos empresários. Que o Estado<br />
seja um facilitador da dinamização deste segmento,<br />
seja pela via regulamentar, de abertura<br />
de linhas de crédito, da disponibilização de<br />
fundos comunitários e de outras organizações<br />
financeiras internacionais, etc..<br />
3 Expectativas para 2013<br />
Com a carga fiscal em perspectiva, o consumo<br />
dos portugueses vai contrair ainda mais. Não<br />
sendo a tinta um bem de primeira necessidade,<br />
estimamos que o mercado registe uma<br />
nova queda, no próximo ano, a rondar os 10%,<br />
o que obrigará os empresários a investir na<br />
adaptação da sua estrutura de custos. Muitas<br />
empresas já registam explorações negativas e<br />
com tendência de agravamento.<br />
4 OnovoCódigodoTrabalho<br />
O novo enquadramento jurídico das relações<br />
de trabalho obtido em concertação social e<br />
formalizado no Código do Trabalho será um<br />
contributo positivo para as empresas: a redução<br />
significativa dos custos do trabalho extraordinário,<br />
cujas taxas abusivas vinham de<br />
1975. A extinção de quatro feriados e três dias<br />
de férias, a facilitação do acesso ao banco de<br />
horas e a redução significatica do custo inerente<br />
à extinção de postos de trabalho tornaramamãodeobrabastantemaisflexívele<br />
competitiva, o que é bastante positivo. ■<br />
“Lamenta-se que<br />
o Estado seja um dos<br />
piores pagadores,<br />
arrastando para a<br />
insolvência muitas PME.<br />
Se a isto somarmos as<br />
enormes restrições do<br />
crédito bancário, temos<br />
uma tempestade perfeita<br />
que conduz muitos<br />
empresários a situações<br />
de grande aflição e<br />
mesmo de desespero”.<br />
TOP 10<br />
As dez maiores empresas<br />
de tintas em Portugal<br />
1. Cin<br />
2. Hempel<br />
3. Robbialac<br />
4. Barbot<br />
5. Dyrup<br />
6. Sika<br />
7. Titan<br />
8. Tintas 2000<br />
9. Neuce<br />
10. Diera<br />
Fonte: INE