Técnicas de terapia manual: definições, conceitos e ... - Bio Cursos

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02.06.2013 Views

ósseas. Para que a mobilização articular seja usada efetivamente como tratamento, o profissional precisa conhecer e ser capaz de examinar a anatomia, a artrocinemática, a osteocinemática e os mecanismos neurofisiológicos musculoesqueléticos (KISNER, 2009). Quando se observa a mobilidade articular, os termos artrocinemática e osteocinemática devem ser diferenciados. A movimentação artrocinemática refere-se aos movimentos das superfícies articulares de rolamento, rotação, giro e deslizamento. Este é um componente necessário da movimentação osteocinemática, que se refere ao movimento do osso descrito em planos como a flexão e extensão que ocorrem no plano sagital, abdução e adução no plano coronal, entre outros. A mobilidade pode ser afetada por alterações na movimentação artrocinemática, na movimentação osteocinemática, ou em ambas (HALL, 2007). A mobilização articular trata os movimentos acessórios, com perda de mobilidade, de forma passiva com objetivo de recuperar a artrocinemática, ou seja, os movimentos de giro, rotação, rolamento e deslizamento entre as superfícies articulares e, por conseguinte, os movimentos osteocinemáticos. O retorno dos movimentos promove melhora da congruência articular, diminuindo o atrito mecânico na articulação, aliviando a dor, edema e, conseqüentemente, a função do segmento corporal comprometido (REZENDE, 2006). A disfunção de mobilidade articular parece ser um problema local muito específico, mas ela é integrável à economia geral do corpo e pode se expressar em termos de mudança de comportamento de uma ou varias relações da estrutura, responsável por um novo estado funcional no seio de um sistema integrado com suas consequências locais ou à distância (QUEF, 2003). A mobilidade comparativa nas articulações adjacentes reside no conceito de flexibilidade relativa, onde o movimento no corpo humano segue o trajeto de menor resistência, por exemplo, se um segmento da coluna vertebral apresenta-se hipomóvel em virtude de uma lesão ou doença, o segmento é mais rígido e impõe mais resistência ao movimento que as articulações adjacentes hipermoveis (HALL, 2007). Com a realização da mobilização articular, o movimento estimula a atividade biológica do líquido sinovial, trazendo nutrientes para a cartilagem articular avascular das superfícies articulares e para a fibrocartilagem intra-articular dos meniscos. A extensibilidade e a força tensiva dos tecidos articulares e periarticulares são mantidas com o movimento articular. Impulsos nervosos aferentes dos receptores articulares transmitem informações para o sistema nervoso central e, portanto, fornecem a percepção de posição e movimento. Os

movimentos de oscilação e separação de pequena amplitude são usados para estimular os mecanorreceptores que podem inibir a transmissão de estímulos nociceptivos no nível de medula espinhal ou tronco encefálico (KISNER, 2009). A técnica de mobilização articular proposta por Maitland (2001) baseia-se nos movimentos passivos oscilatórios, rítmicos, classificados em quatro níveis de mobilização e um quinto nível chamado de manipulação articular. As técnicas se diferenciam de acordo com a amplitude dos movimentos acessórios, naturalmente, presentes nas articulações e também na regra côncavo-convexa, abordando a combinação dos movimentos conforme a superfície das articulações sinoviais. A superfície convexa móvel desliza no sentido oposto ao movimento osteocinemático (REZENDE, 2006; BARBOSA, 2008; MAITLAND; 2001). Os quatro graus da mobilização articular do método Maitland são classificados por suas variações nas formas de aplicações e efeitos fisiológicos: grau I é caracterizado por micromovimentos no começo do arco de movimento em ritmo lento, livre da resistência de tecidos, tendo como efeito fisiológico a entrada de informações neurológicas através de mecanorreceptores, ativando as comportas medulares; grau II, movimento grande no meio do arco em ritmo lento sem resistência, que, além de ativar as comportas medulares, estimula o retorno venoso e linfático, causando clearance articular; grau III, movimento por todo arco com oscilação mais rápida que o grau I e II, com resistência dada pelos tecidos periarticulares, causando os mesmos efeitos do grau II acrescido de estresses nos tecidos encurtados por aderências; grau IV, micromovimentos no final do arco que promovem es- tresses teciduais capazes de movimentar discretamente tecidos fibróticos. Maitland também classificou a manipulação articular como grau V (REZENDE, 2006; BARBOSA, 2008; MAITLAND; 2001). Outro conceito de mobilização articular foi proposto por Brain Mulligan, a técnica realiza mobilização com movimento e é a continuidade natural da progressão no desenvolvimento da fisioterapia manual: de movimentos ativos de auto-alongamento para o movimento fisiológico passivo aplicado pelo fisioterapeuta até as técnicas passivas de mobilização acessória (KISNER, 2009). A técnica combina força de deslizamento manual sustentada com movimento fisiológico simultâneo da articulação. Pode ser executada ativamente pelo paciente ou de forma passiva pelo fisioterapeuta, com a intenção de realinhar problemas posicionais ósseos (DUTTON, 2010). A mobilização com movimento é a aplicação concorrente de mobilização acessória sem dor com o movimento fisiológico. Uma

movimentos <strong>de</strong> oscilação e separação <strong>de</strong> pequena amplitu<strong>de</strong> são usados para estimular os<br />

mecanorreceptores que po<strong>de</strong>m inibir a transmissão <strong>de</strong> estímulos nociceptivos no nível <strong>de</strong><br />

medula espinhal ou tronco encefálico (KISNER, 2009).<br />

A técnica <strong>de</strong> mobilização articular proposta por Maitland (2001) baseia-se nos<br />

movimentos passivos oscilatórios, rítmicos, classificados em quatro níveis <strong>de</strong> mobilização e<br />

um quinto nível chamado <strong>de</strong> manipulação articular. As técnicas se diferenciam <strong>de</strong> acordo com<br />

a amplitu<strong>de</strong> dos movimentos acessórios, naturalmente, presentes nas articulações e também<br />

na regra côncavo-convexa, abordando a combinação dos movimentos conforme a superfície<br />

das articulações sinoviais. A superfície convexa móvel <strong>de</strong>sliza no sentido oposto ao<br />

movimento osteocinemático (REZENDE, 2006; BARBOSA, 2008; MAITLAND; 2001).<br />

Os quatro graus da mobilização articular do método Maitland são classificados por<br />

suas variações nas formas <strong>de</strong> aplicações e efeitos fisiológicos: grau I é caracterizado por<br />

micromovimentos no começo do arco <strong>de</strong> movimento em ritmo lento, livre da resistência <strong>de</strong><br />

tecidos, tendo como efeito fisiológico a entrada <strong>de</strong> informações neurológicas através <strong>de</strong><br />

mecanorreceptores, ativando as comportas medulares; grau II, movimento gran<strong>de</strong> no meio do<br />

arco em ritmo lento sem resistência, que, além <strong>de</strong> ativar as comportas medulares, estimula o<br />

retorno venoso e linfático, causando clearance articular; grau III, movimento por todo arco<br />

com oscilação mais rápida que o grau I e II, com resistência dada pelos tecidos<br />

periarticulares, causando os mesmos efeitos do grau II acrescido <strong>de</strong> estresses nos tecidos<br />

encurtados por a<strong>de</strong>rências; grau IV, micromovimentos no final do arco que promovem es-<br />

tresses teciduais capazes <strong>de</strong> movimentar discretamente tecidos fibróticos. Maitland também<br />

classificou a manipulação articular como grau V (REZENDE, 2006; BARBOSA, 2008;<br />

MAITLAND; 2001).<br />

Outro conceito <strong>de</strong> mobilização articular foi proposto por Brain Mulligan, a técnica<br />

realiza mobilização com movimento e é a continuida<strong>de</strong> natural da progressão no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da fisio<strong>terapia</strong> <strong>manual</strong>: <strong>de</strong> movimentos ativos <strong>de</strong> auto-alongamento para o<br />

movimento fisiológico passivo aplicado pelo fisioterapeuta até as técnicas passivas <strong>de</strong><br />

mobilização acessória (KISNER, 2009). A técnica combina força <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>manual</strong><br />

sustentada com movimento fisiológico simultâneo da articulação. Po<strong>de</strong> ser executada<br />

ativamente pelo paciente ou <strong>de</strong> forma passiva pelo fisioterapeuta, com a intenção <strong>de</strong> realinhar<br />

problemas posicionais ósseos (DUTTON, 2010). A mobilização com movimento é a<br />

aplicação concorrente <strong>de</strong> mobilização acessória sem dor com o movimento fisiológico. Uma

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