2ª Edição - UFSCar

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01.06.2013 Views

de dominação - que é extremamente aceito sem que percebamos - nunca alcançaremos a liberdade a que todos os seres terráqueos deveriam ter o direito. Sem a intervenção direta de todos os seres humanos nessas complexas redes sociais, buscando sempre a cooperação ao invés da competição (tão estimulada por tudo e por todos!), continuaremos Abril 2007 Febre maculosa “Descreve-se um caso de febre maculosa brasileira numa paciente adulta, previamente saudável, que evoluiu para o óbito apresentando um quadro de exantema petequial associado à insuficiência respiratória e renal após 12 dias de doença caracterizada por febre, cefaléia, mialgia e diarréia. Teste de imunofluorescência indireta realizado em amostra de sangue foi reativo para IgM e IgG anti-Rickettsia rickettsii. “ (Lemos et al. 2002) A febre maculosa, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, tem este nome devido às manchas que aparecem na pele do doente. O seu nome original, em inglês, é “Rocky Mountains Spotted Fever”, ou seja, febre maculosa das Motanhas Rochosas. No Brasil, um dos nomes que a doença recebeu foi “Febre de São Paulo”, estado no qual foi descoberta aqui pela primeira vez. Nos Estados Unidos da América é a riquetsíase mais grave e com maior freqüência de fatalidades; no Brasil a situação não é diferente, e se a doença não for diagnosticada a tempo o paciente pode ter apenas duas semanas de vida. Riquétsias, junto com um outro grupo, as Clamídias, são bactérias parasitas intracelulares obrigatórios; diferentementes destas últimas, no entanto, as riquétsias são transmitidas por vetores animais, sobrevivendo muito pouco tempo fora deles. No caso da febre maculosa, o vetor é o carrapato-estrela (Amblyomma cajenense), parasita ávido pelo sangue de diversos animais, principalmente carraptos e cavalos. Não sendo exigente, ele se alimenta de sangue humano na falta de opções melhores (ou até mesmo na sua abundância, como acontece no caso do laguinho da UFSCar). A doenças é transmitida não apenas pelo carrapto adulto, mas também pelos jovens; diferentemente do adulto, a picada destes é indolor, difícil de ser percebida. Feita a picada e a transmissão da bactéria, a incubação (período antes do aparecimento dos primeiros sintomas) dura em média uma semana, podendo variar de 2a14dias. Os sintomas iniciais são febre moderada a alta, dor de cabeça, dores musculares, calafrios e dores abdominais. A seguir podem surgir pequenas manchas na pele de mãos, pés e tornozelos (na melhor das hipóteses), áreas com necrose (morte celular), até torpor, pressão 6 nessa ilusão do acúmulo e na correlação ilusória da felicidade com o consumo. E enquanto isso os bens comuns vão se esgotando em benefício de poucos, que ainda nos iludem dizendo que precisamos de muito. É preciso um despertar... baixa, inchaço das pernas, comprometimento das funções nervosas, coma e morte (na pior das hipóteses). É muito importante ficar atento aos sintomas iniciais depois de uma possível exposição ao carrapato, mesmo que nenhuma picada tenha sido percebida, já que as picadas dos jovens são indolores (os jovens não são muito grandes e só ficam no corpo do hospedeiro por alguns dias, até saciar sua fome e se preparar para passar para a próxima fase da sua vida). Os exames sorológicos são difíceis e demoram até duas semanas para dar resultados. 160 casos de febre maculosa, com 70 óbitos, foram registradoss em SP de 1985 a 2004; é provável que tenha havido vários outros que não foram registrados, ocorrendo em áreas rurais etc. Uma das causas de sua incidência em certas regiões é a quantidade de capivaras presentes; a ESALQ (Piracicaba) possui um programa de controle de capivaras. Na UFSCar, onde as capivaras são muito menos abundantes, a situação não é tão grave; mas, mesmo assim, é importante tomar cuidado, pois o carrapato-estrela já foi encontrado na UFSCar, perto do lago e entre o lago e os alojamentos (onde as capivaras gostam de passear). Ano II - N o 3 Máira Maia

Alguns cuidados pare se evitar a febre maculosa: - Evitar caminhar em áreas conhecidas por seresm infestadas de carrapatos, principalmente onde há capivaras e outros hospedeiros do carrapatoestrela, como cavalos e vacas; - Usar equipamento individual de proteção quando se caminha por essas áreas: calças compridas claras ou macacões; repelente; botas são bem-vindas, principalmente se as calças estiverem fixadas a elas com fita adesiva, por fora; - Vistoriar o corpo em busca de carraptos em intervalos de 3 horas; - O carrapato deve ser retirado do corpo de preferência com uma pinça, com leves torções para liberar as peças bucais. Espremer o carrapto pode provocar a entrada do seu sangue em alguma ferida na pele da pessoa, transmitindo assim a doença. “A vida secreta das plantas” é um livro incomum que busca dialogar a respeito de diversas esferas da vida vegetal. Apesar de as plantas serem muitas vezes consideradas seres inferiores, este livro nos mostra diversos estudos científicos realizados a mais de dois séculos envolvendo a relação planta/ser humano, inteligência e sentimentos das plantas, sensibilidade, memória, vontades, comunicação e até mesmo preferência por gêneros musicais. Interessados pelos estudos realizados por Cleve Backster, técnico do FBI, em 1967, os autores resolveram se aprofundar na vida misteriosa e por nós desconhecida das plantas. Backster descobriu através de um detector de mentiras utilizado em seu escritório que estes seres respondiam a estímulos emocionais de forma semeljante aos humanos. Quando estas eram ameaçadas entravam em pânico e quando eram cuidadas ficavam tranquilas. A partir deste primeiro contato, os autores Abril 2007 Bibliografia Capivaras, carrapatos e febre maculosa: Esclarecimentos à população de Piracicaba e Região. Disponível em www.esalq.usp.br/instituicao/docs/ esclarecimentos.pdf?PHPSESSID=f750c5a8f1ab5a335b 252d70dcbce549 (é mais fácil procurar por febre maculosa capivara no google) Lemos, Rozental, Villela. Brazilian spotted fever: description of a fatal clinical case in the State of Rio de Janeiro. Rev Soc Bras Med Trop vol 35 no 5, 2002. Imagens retiradas de: http://www.cdc.gov/ncidod/eid/vol7no1/images/raoult 1b.jpg http://www.arcabrasil.org.br/imagens/carrapatinhos.jpg Resenha do Livro ”A vida Secreta das Plantas” de Peter Tompkins e Christopher Bird, 1974 entraram a fundo nos estudos realizados com plantas em todo o mundo, chegando a conhecer, por exemplo, os experimentos de Sir Jagadis Chandra Bose que, ainda no século XIX, descobria que apesar da aparência apática as plantas eram altamente sensitivas. E já nessa épo- Pavel Dodonov ca os estudos desta natureza eram ridicularizados ou ignorados por grande parte do corpo científico do mundo. O livro trata ainda de diversos assuntos como o plantio orgânico e a relação da planta com o solo bem tratado e cultivado, a reação delas às radiações e até mesmo estudos fotográficos do campo energético das plantas e sua capacidade de transmutar elementos químicos. É um livro que pode vir a transformar a sua relação com estes belos e desconhecidos seres que há muito habitam o planeta Terra e muito têm a nos ensinar. Ano II - N o 3 Pavel Dodonov Júlia Vilela 7

de dominação - que é extremamente aceito sem<br />

que percebamos - nunca alcançaremos a liberdade<br />

a que todos os seres terráqueos deveriam ter o<br />

direito. Sem a intervenção direta de todos os seres<br />

humanos nessas complexas redes sociais, buscando<br />

sempre a cooperação ao invés da competição (tão<br />

estimulada por tudo e por todos!), continuaremos<br />

Abril 2007<br />

Febre maculosa<br />

“Descreve-se um caso de febre maculosa brasileira numa paciente adulta, previamente saudável, que evoluiu<br />

para o óbito apresentando um quadro de exantema petequial associado à insuficiência respiratória e renal<br />

após 12 dias de doença caracterizada por febre, cefaléia, mialgia e diarréia. Teste de imunofluorescência<br />

indireta realizado em amostra de sangue foi reativo para IgM e IgG anti-Rickettsia rickettsii. “ (Lemos et al. 2002)<br />

A febre maculosa, causada pela bactéria<br />

Rickettsia rickettsii, tem este nome devido às<br />

manchas que aparecem na pele do doente. O seu<br />

nome original, em inglês, é “Rocky Mountains Spotted<br />

Fever”, ou seja, febre maculosa das Motanhas<br />

Rochosas. No Brasil, um dos nomes que a doença<br />

recebeu foi “Febre de São Paulo”, estado no qual<br />

foi descoberta aqui pela primeira vez. Nos Estados<br />

Unidos da América é a riquetsíase mais grave e com<br />

maior freqüência de fatalidades; no Brasil a situação<br />

não é diferente, e se a doença não for diagnosticada<br />

a tempo o paciente pode ter apenas duas semanas<br />

de vida.<br />

Riquétsias, junto com um outro grupo, as<br />

Clamídias, são bactérias parasitas intracelulares<br />

obrigatórios; diferentementes destas últimas, no<br />

entanto, as riquétsias são transmitidas por vetores<br />

animais, sobrevivendo muito pouco tempo fora deles.<br />

No caso da febre maculosa, o vetor é o<br />

carrapato-estrela (Amblyomma cajenense), parasita<br />

ávido pelo sangue de diversos animais,<br />

principalmente carraptos e cavalos. Não sendo<br />

exigente, ele se alimenta de sangue humano na falta<br />

de opções melhores (ou até mesmo na sua<br />

abundância, como acontece no caso do laguinho da<br />

<strong>UFSCar</strong>). A doenças é transmitida não apenas pelo<br />

carrapto adulto, mas também pelos jovens;<br />

diferentemente do adulto, a picada destes é indolor,<br />

difícil de ser percebida.<br />

Feita a picada e a transmissão da bactéria, a<br />

incubação (período antes do aparecimento dos<br />

primeiros sintomas) dura em média uma semana,<br />

podendo variar de 2a14dias. Os sintomas iniciais<br />

são febre moderada a alta, dor de cabeça, dores<br />

musculares, calafrios e dores abdominais. A seguir<br />

podem surgir pequenas manchas na pele de mãos,<br />

pés e tornozelos (na melhor das hipóteses), áreas<br />

com necrose (morte celular), até torpor, pressão<br />

6<br />

nessa ilusão do acúmulo e na correlação ilusória da<br />

felicidade com o consumo. E enquanto isso os bens<br />

comuns vão se esgotando em benefício de poucos,<br />

que ainda nos iludem dizendo que precisamos de<br />

muito. É preciso um despertar...<br />

baixa, inchaço das pernas, comprometimento das<br />

funções nervosas, coma e morte (na pior das<br />

hipóteses).<br />

É muito importante ficar atento aos sintomas<br />

iniciais depois de uma possível exposição ao carrapato,<br />

mesmo que nenhuma picada tenha sido percebida, já<br />

que as picadas dos jovens são indolores (os jovens<br />

não são muito grandes e só ficam no corpo do<br />

hospedeiro por alguns dias, até saciar sua fome e se<br />

preparar para passar para a próxima fase da sua vida).<br />

Os exames sorológicos são difíceis e demoram até duas<br />

semanas para dar resultados.<br />

160 casos de febre maculosa, com 70 óbitos,<br />

foram registradoss em SP de 1985 a 2004; é provável<br />

que tenha havido vários outros que não foram<br />

registrados, ocorrendo em áreas rurais etc. Uma das<br />

causas de sua incidência em certas regiões é a<br />

quantidade de capivaras presentes; a ESALQ<br />

(Piracicaba) possui um programa de controle de<br />

capivaras. Na <strong>UFSCar</strong>, onde as capivaras são muito<br />

menos abundantes, a situação não é tão grave; mas,<br />

mesmo assim, é importante tomar cuidado, pois o<br />

carrapato-estrela já foi encontrado na <strong>UFSCar</strong>, perto<br />

do lago e entre o lago e os alojamentos (onde as<br />

capivaras gostam de passear).<br />

Ano II - N o 3<br />

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