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genetica_de_populacoes

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É difícil analisar os fatores que <strong>de</strong>terminam a prevalência <strong>de</strong> casamentos<br />

consangüíneos nas populações humanas, mas os <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica <strong>de</strong>vem influir <strong>de</strong><br />

modo prioritário, mormente em comunida<strong>de</strong>s rurais, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a<br />

integrida<strong>de</strong> da proprieda<strong>de</strong> na família sem her<strong>de</strong>iros do sexo masculino. Essa solução, aliás,<br />

não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser bíblica, como se po<strong>de</strong> ler em Números, 36: 10-12: "E as filhas <strong>de</strong> Salfaad<br />

fizeram como lhes tinha sido mandado e Maala, e Tersa, e Helga, e Melca, e Noa, casaram<br />

com os filhos <strong>de</strong> seu tio paterno, da família <strong>de</strong> Manassés, que foi filho <strong>de</strong> José; e a<br />

possessão que lhes tinha sido adjudicada permaneceu na tribo e família <strong>de</strong> seu pai”.<br />

Na maior parte dos países, entretanto, a tendência atual é a diminuição acelerada das<br />

taxas <strong>de</strong> casamentos consangüíneos, em <strong>de</strong>corrência do processo <strong>de</strong> urbanização, com a<br />

formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s aglomerados humanos, das conquistas femininas, que tornam a<br />

mulher cada vez mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, e das facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção e comunicação, que<br />

propiciam maior contato entre pessoas <strong>de</strong> origem diversa. Assim, por exemplo, a<br />

Arquidiocese <strong>de</strong> Florianópolis, que registrava 4,5% <strong>de</strong> casamentos consangüíneos em 1920,<br />

passou a assinalar 1 % <strong>de</strong>sses matrimônios em 1980 (Agostini e Meireles-Nasser, 1986).<br />

COEFICIENTE DE CONSANGÜINIDADE OU COEFICIENTE DE PARENTESCO<br />

O parentesco genético entre dois seres humanos po<strong>de</strong> ser medido por intermédio da<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eles terem genes idênticos, herdados <strong>de</strong> um ancestral comum a ambos,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> tais genes condicionarem fenótipos dominantes ou recessivos,<br />

normais ou anômalos. Essa medida do parentesco, ou da correlação genética entre dois<br />

indivíduos, é <strong>de</strong>nominada coeficiente <strong>de</strong> consangüinida<strong>de</strong> ou coeficiente <strong>de</strong> parentesco e,<br />

geralmente, indicada pela letra r, inicial da palavra inglesa relationship = parentesco.<br />

Para enten<strong>de</strong>rmos facilmente como se chega ao valor <strong>de</strong> r, consi<strong>de</strong>remos dois<br />

primos em primeiro grau, como os indivíduos III-1 e III-2 do heredograma da Fig. 3.5, e<br />

suponhamos que, em relação a um par <strong>de</strong> alelos autossômicos A,a, o indivíduo III-1 é<br />

heterozigoto (Aa). Para calcular a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu primo (ou prima) III-2 também<br />

possuir o alelo a, por tê-lo herdado <strong>de</strong> um ancestral comum a ambos, temos que levar em<br />

conta que tal ancestral po<strong>de</strong>ria ter sido o avô I-1 ou a avó I-2, já que os primos III-1 e III-2<br />

têm esses dois ancestrais em comum e um <strong>de</strong>sses ancestrais po<strong>de</strong>ria ser heterozigoto Aa.<br />

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