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genetica_de_populacoes

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As lesões dos pacientes virchowianos mostram diferenças antitéticas em relação às<br />

dos pacientes tuberculói<strong>de</strong>s, pois enquanto as primeiras são infiltrados nos quais<br />

predominam as células <strong>de</strong> Virchow, ricas em bacilos <strong>de</strong> Hansen, as lesões tuberculói<strong>de</strong>s são<br />

infiltrados do tipo sarcói<strong>de</strong> ou folicular, freqüentemente bacteriologicamente negativos. Em<br />

outras palavras, os macrófagos dos indivíduos com hanseníase virchowiana transformam-se<br />

em células <strong>de</strong> Virchow porque são incapazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir o M. leprae que fagocitam e<br />

permitem sua proliferação e acúmulo <strong>de</strong> gordura no interior da célula. Tal incapacida<strong>de</strong> está<br />

restrita especificamente ao M. leprae pois, regra geral, os macrófagos <strong>de</strong> pacientes<br />

virchowianos são capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir outras micobactérias após sua fagocitose<br />

(Beiguelman, 1968b).<br />

Em oposição, os macrófagos dos pacientes com hanseníase do tipo tuberculói<strong>de</strong> têm<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir os bacilos <strong>de</strong> Hansen que fagocitam, razão pela qual as lesões<br />

tuberculói<strong>de</strong>s, quando examinadas ao microscópio, mostram-se abacilares ou<br />

paucibacilares. A diferença fundamental quanto à resistência tecidual à infecção hanseniana<br />

observada nesses dois tipos <strong>de</strong> hanseníase explica a contagiosida<strong>de</strong> dos pacientes<br />

virchowianos que, na ausência <strong>de</strong> tratamento, se tornam bacilíferos, bem como a falta <strong>de</strong><br />

contagiosida<strong>de</strong> dos pacientes do tipo tuberculói<strong>de</strong>, que, regra geral, são abacilíferos. Foi por<br />

causa <strong>de</strong>ssas diferenças e pelo fato <strong>de</strong> os pacientes virchowianos não po<strong>de</strong>rem transformar-<br />

se em tuberculói<strong>de</strong>s e vice-versa, isto é, pelo fato <strong>de</strong> eles se manterem estáveis, que essas<br />

duas formas <strong>de</strong> hanseníase foram <strong>de</strong>nominadas tipos polares.<br />

O grupo dimorfo inclui os pacientes que mostram similarida<strong>de</strong> com o tipo<br />

virchowiano ou com o tipo tuberculói<strong>de</strong> da hanseníase, mas não po<strong>de</strong>m histologicamente<br />

ser classificados em um <strong>de</strong>sses tipos polares, porque suas lesões mostram características<br />

tanto da hanseníase virchowiana quanto da hanseníase tuberculói<strong>de</strong> em reação. Os<br />

pacientes <strong>de</strong>sse grupo interpolar oferecem risco <strong>de</strong> contágio porque são bacilíferos.<br />

Alguns pacientes dimorfos, que manifestam episódios reacionais sucessivos,<br />

po<strong>de</strong>m, ao final <strong>de</strong>sses episódios, apresentar-se transformados clínica e histologicamente<br />

em pacientes virchowianos. Tais pacientes são os responsáveis pelo conceito <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> atribuído à hanseníase dimorfa, o que faz consi<strong>de</strong>rá-la como um grupo e não<br />

como um tipo. Opromolla (1981), entretanto, é <strong>de</strong> opinião que os dimorfos também<br />

<strong>de</strong>veriam constituir um tipo porque, segundo suas observações, quando um paciente<br />

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