genetica_de_populacoes
genetica_de_populacoes
genetica_de_populacoes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
assistência médico-sanitária exemplar a taxa <strong>de</strong> óbitos até os 12 meses é menor, ainda, do<br />
que 10 por mil nascimentos.<br />
Os dados oficiais brasileiros mostram gran<strong>de</strong>s variações regionais da mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
crianças até um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, as quais são um reflexo das diferenças sócio-econômicas<br />
entre as regiões do País. Assim, no ano 2000, a taxa <strong>de</strong> óbitos até os 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> na<br />
região sul do Brasil era pouco menor do que a média geral <strong>de</strong>ssa taxa no Brasil (cerca <strong>de</strong> 30<br />
por mil nascimentos), enquanto que no nor<strong>de</strong>ste do País essa taxa <strong>de</strong> óbitos era,<br />
praticamente, o dobro da observada no sul do Brasil. Apesar <strong>de</strong> a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />
infantil no Brasil mostrar uma forte tendência <strong>de</strong> queda, é constrangedor verificar que, em<br />
relação a esse importante indicador, ainda estamos distantes <strong>de</strong> países com economia muito<br />
inferior à do Brasil, como é o caso <strong>de</strong> Cuba e <strong>de</strong> Costa Rica, on<strong>de</strong> a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />
entre as crianças até um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> varia entre 6 e 8 por mil. As diferenças regionais<br />
observadas no Brasil não são mantidas, entretanto, quando se analisam apenas as famílias<br />
com rendimento mensal acima <strong>de</strong> 10 salários mínimos, porque, nessas famílias, a proporção<br />
<strong>de</strong> partos institucionais é comparável à dos países os mais <strong>de</strong>senvolvidos, girando em torno<br />
<strong>de</strong> 99% em todas as regiões do Brasil (Faún<strong>de</strong>s et al., 1987).<br />
A ação seletiva das moléstias infecciosas, contudo, não tem se manifestado nos<br />
seres humanos apenas por intermédio da mortalida<strong>de</strong> antes da ida<strong>de</strong> reprodutiva. No caso<br />
<strong>de</strong> infecções crônicas elas conseguem atuar como agentes seletivos por intermédio da<br />
diminuição da capacida<strong>de</strong> reprodutiva dos indivíduos por ela afetados, seja por causas <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m biológica, que <strong>de</strong>terminam esterilida<strong>de</strong> ou diminuição da fecundida<strong>de</strong>, seja por<br />
injunções sociais que restringem as possibilida<strong>de</strong>s matrimoniais dos afetados. A<br />
hanseníase, por exemplo, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r provocar esterilida<strong>de</strong> masculina em conseqüência<br />
<strong>de</strong> orqui-epididimite (Beiguelman et al., 1966), durante muitos anos manteve contra si<br />
gran<strong>de</strong> preconceito, o que limitava as possibilida<strong>de</strong>s matrimoniais dos hansenianos com<br />
pessoas sem hanseníase.<br />
SUSCETIBILIDADE E RESISTÊNCIA GENÉTICA A INFECÇÕES<br />
As investigações a respeito dos mecanismos genéticos que interferem na<br />
<strong>de</strong>terminação da suscetibilida<strong>de</strong> e resistência a infecções esbarram em sérias dificulda<strong>de</strong>s<br />
porque, em relação a elas, não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o ambiente como constante, como se faz<br />
no caso <strong>de</strong> estudos genéticos sobre moléstias constitucionais e <strong>de</strong>generativas. Por outro<br />
212<br />
203