01.06.2013 Views

genetica_de_populacoes

genetica_de_populacoes

genetica_de_populacoes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

heterozigotos Aa, a freqüência do alelo a <strong>de</strong>veria alcançar um patamar mais elevado, cujo<br />

valor ficaria na <strong>de</strong>pendência da freqüência <strong>de</strong> alelos a surgidos por mutação do gene A para<br />

seu alelo a na taxa µ, isto é, µp, e na <strong>de</strong> alelos A surgidos por mutação inversa, na taxa ν, ou<br />

seja νq.<br />

No caso das heredopatias monogênicas dominantes, o efeito disgênico <strong>de</strong>corrente da<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento clínico ou cirúrgico dos indivíduos afetados será tanto mais<br />

acentuado quanto maior for a diferença entre o coeficiente seletivo a que esses indivíduos<br />

estavam sujeitos antes e <strong>de</strong>pois da criação do tratamento. Para exemplificar, consi<strong>de</strong>remos<br />

uma heredopatia dominante que <strong>de</strong>termina óbito precoce ou que impossibilita a reprodução<br />

dos indivíduos afetados por ela, o que, do mesmo modo, resulta em inativida<strong>de</strong> genética.<br />

Nesse caso, está claro que todos os indivíduos com essa heredopatia que surgem na população<br />

são portadores do gene que sofreu mutação, o qual fica sujeito a seleção completa (s = 1,<br />

sendo s o coeficiente seletivo). A persistência média <strong>de</strong>sse gene, simbolizada por i, isto é, o<br />

número médio <strong>de</strong> gerações que ele permanece na população, e que é inversamente<br />

1<br />

proporcional ao coeficiente seletivo (i = ), será, pois, igual a uma única geração, pois, com<br />

s<br />

s = 1 tem-se, também, i = 1. Em outras palavras, a freqüência <strong>de</strong>sse gene será igual à taxa <strong>de</strong><br />

mutação.<br />

Se, em <strong>de</strong>corrência da criação <strong>de</strong> um tratamento, o valor do coeficiente seletivo<br />

diminuir, a persistência do gene aumentará, po<strong>de</strong>ndo, até, permanecer in<strong>de</strong>finidamente na<br />

população. Essa situação extrema acontecerá, evi<strong>de</strong>ntemente, quando os portadores <strong>de</strong>sse gene<br />

alcançarem valor adaptativo máximo, ou seja, quando o coeficiente seletivo for nulo. De fato,<br />

1<br />

quando s = 0 ter-se-á i = = ∞.<br />

0<br />

Conscientes que estamos da ação anti-seletiva da medicina atual, claro está que o<br />

presente capítulo não preten<strong>de</strong> posicionar-se contra o efeito disgênico resultante da prevenção<br />

<strong>de</strong> heredopatias recessivas, já que, nele, não se questionam as <strong>de</strong>cisões que redundam em<br />

efeito disgênico, quando elas são tomadas por casais, após aconselhamento genético não-<br />

diretivo. Além disso, esse efeito não <strong>de</strong>ve ser preocupante, porque o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

espetacular das aplicações da genética molecular coloca-nos muito próximos do momento em<br />

que a substituição <strong>de</strong> genes com efeito <strong>de</strong>letério será um recurso comum do arsenal terapêutico<br />

à disposição dos clínicos.<br />

209<br />

200

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!