genetica_de_populacoes
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ter optado por uma medida eugênica e o segundo por uma solução disgênica, tem-se que, em<br />
ambos os casos o aconselhamento genético atingiu seu objetivo, visto que os dois casais do<br />
exemplo, além <strong>de</strong> terem <strong>de</strong>monstrado ampla compreensão <strong>de</strong> todas as implicações do <strong>de</strong>feito<br />
genético em discussão, tomaram <strong>de</strong>cisões racionais em relação à procriaçao.<br />
Diferentemente do que ocorre no aconselhamento genético, os programas <strong>de</strong> prevenção<br />
<strong>de</strong> heredopatias têm, infelizmente, em graus variados, cunho diretivo que po<strong>de</strong> chegar à<br />
coerção, como é o caso da Lei <strong>de</strong> Proteção à Saú<strong>de</strong> Materna e Infantil, promulgada no dia 1 o .<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1995 na República Popular da China. Tais programas <strong>de</strong> prevenção, que<br />
preten<strong>de</strong>m um resultado eugênico, po<strong>de</strong>m resultar, ao contrário <strong>de</strong> sua intenção, em efeito<br />
disgênico, como tentaremos <strong>de</strong>monstrar no presente capítulo.<br />
DOENÇAS AUTOSSÔMICAS<br />
Para iniciar, consi<strong>de</strong>remos um par <strong>de</strong> alelos autossômicos A,a e que o genótipo<br />
homozigoto aa <strong>de</strong>termina uma heredopatia recessiva, cuja gravida<strong>de</strong> do quadro clínico impe<strong>de</strong><br />
àqueles(as) que as manifestam <strong>de</strong> chegar à ida<strong>de</strong> reprodutiva. Visto que essas pessoas aa não<br />
atingem a ida<strong>de</strong> reprodutiva, está claro que somente existirão três tipos <strong>de</strong> casais na população<br />
no que diz respeito aos alelos A,a (AA × AA, AA × Aa e Aa × Aa) e que os homozigotos aa<br />
serão gerados apenas pelos casais heterozigotos (Aa × Aa).<br />
Admitamos, ainda, que o diagnóstico dos homozigotos aa é possível in útero e que os<br />
casais Aa × Aa po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectados em exame pré-nupcial. Se tais casais, que planejaram<br />
ter um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> filhos, interromperem a gestação toda a vez que o feto gerado<br />
for homozigoto aa e, em oposição, permitirem a geração <strong>de</strong> um feto não-aa, isto é, com<br />
genótipo AA ou Aa, haverá compensação reprodutiva, porque as perdas dos fetos aa serão<br />
repostas pela gestação <strong>de</strong> crianças com genótipo AA ou Aa. Essa prevenção da doença causada<br />
pelo genótipo aa po<strong>de</strong>rá provocar um efeito disgênico, pois é fácil <strong>de</strong>monstrar que a<br />
freqüência do alelo a na população diminuirá menos rapidamente do que quando não se<br />
tomam medidas preventivas.<br />
Realmente, quando os casais Aa × Aa não interrompem a gestação <strong>de</strong> fetos<br />
homozigotos aa, eles po<strong>de</strong>m gerar crianças com genótipo AA, Aa ou aa com probabilida<strong>de</strong>s<br />
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respectivamente iguais a , e , sendo os homozigotos aa <strong>genetica</strong>mente inativos, pois<br />
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não alcançam a ida<strong>de</strong> reprodutiva. Entretanto, quando os casais Aa × Aa optam por<br />
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