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genetica_de_populacoes

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método consistiu em avaliar a contribuição <strong>de</strong>sses três gran<strong>de</strong>s grupos raciais a partir <strong>de</strong> um<br />

marcador genético ausente em caucasói<strong>de</strong>s e negros africanos, mas presente em índios (gene Diª<br />

do sistema sangüíneo Diego), e <strong>de</strong> outro praticamente ausente em caucasói<strong>de</strong>s e em índios, mas<br />

muito freqüente em africanos (gene R ou combinação cDe do sistema Rh). Desse modo,<br />

Saldanha (1962) pô<strong>de</strong> tratar a população como di-híbrida, usando a fórmula x =<br />

q − q<br />

1<br />

2<br />

q − q<br />

consi<strong>de</strong>rando, no caso do sistema Diego, os grupos raciais índios e "não-índios", e, no caso do<br />

sistema Rh, os grupos raciais afro e “não-afro”.<br />

Para finalizar este tópico é importante assinalar que, quando preten<strong>de</strong>mos avaliar a<br />

contribuição <strong>de</strong> duas ou mais populações para outra, resultante <strong>de</strong> miscigenação, é evi<strong>de</strong>nte que a<br />

alternativa mais correta é o estudo <strong>de</strong> vários sistemas genéticos simultaneamente, porque, <strong>de</strong>sse<br />

modo, aumentamos a precisão da estimativa da contribuição genômica das populações originais.<br />

Foi o que fizeram Krieger et al. (1965) quando analisaram 17 sistemas alélicos em outro<br />

conjunto <strong>de</strong> migrantes nor<strong>de</strong>stinos que passaram pela Hospedaria <strong>de</strong> Imigrantes <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Isso lhes permitiu estimar as contribuições dos caucasói<strong>de</strong>s, afros e índios para a população<br />

nor<strong>de</strong>stina brasileira em, respectivamente, 59%, 30% e 11%, percentuais esses que, entretanto,<br />

não divergem muito daqueles estimados por Saldanha (1962) e pelo autor <strong>de</strong>ste volume.<br />

MISTURA RACIAL E HEREDOPATIAS RECESSIVAS<br />

Em relação às heredopatias recessivas que mostram gran<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência em<br />

diferentes populações, a mistura racial tem um efeito benéfico, pelo menos durante um longo<br />

período, pois ela provoca uma diminuição da freqüência <strong>de</strong> homozigotos na população<br />

miscigenada. Para exemplificar, consi<strong>de</strong>remos que em uma área geográfica convivem duas<br />

populações (A e B) que constituem isolados <strong>de</strong> mesmo tamanho. Suponhamos, ainda, que duas<br />

anomalias autossômicas recessivas monogênicas (a e b) ocorrem com freqüências,<br />

respectivamente, 1: 10.000 e 1: 1.000.000 no isolado A e com freqüências inversas, isto é,<br />

1: 1.000.000 e 1: 10.000 no isolado B.<br />

Se houver quebra dos isolados A e B, com miscigenação completa e pamnixia dos<br />

indivíduos que os compõem é evi<strong>de</strong>nte que as anomalias a e b passarão a ocorrer na população<br />

miscigenada, cada qual com freqüência igual a 3: 100.000. Em outras palavras, a miscigenação<br />

beneficiará o isolado A ao baixar a freqüência da anomalia a e o isolado B ao diminuir a<br />

freqüência da anomalia b.<br />

O fluxo <strong>de</strong> genes responsáveis por heredopatias, em conseqüência <strong>de</strong> mistura racial,<br />

também po<strong>de</strong> fazer com que uma anomalia recessiva, que é consi<strong>de</strong>rada relativamente freqüente,<br />

mostre, paradoxalmente, alta proporção <strong>de</strong> casais consangüíneos entre os genitores <strong>de</strong> pessoas<br />

afetadas por ela.<br />

184<br />

175<br />

2<br />

e<br />

175

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