genetica_de_populacoes
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que, entre uma geração e outra, ocorram <strong>de</strong>svios significativos das freqüências p e q em relação<br />
às da geração anterior.<br />
Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ilustrar essa discussão consi<strong>de</strong>remos uma geração inicial <strong>de</strong> duas<br />
populações teóricas (A e B), nas quais os alelos autossômicos A e a têm freqüências p= q = 0,5.<br />
Consi<strong>de</strong>remos, ainda, que as populações A e B são constituídas por um número constante <strong>de</strong><br />
casais igualmente férteis, que geram o mesmo número <strong>de</strong> filhos ao longo das gerações, mas que o<br />
número <strong>de</strong> casais da população A é 500.000, enquanto na população B existem apenas 25 casais.<br />
Visto que na população A n =1.000.000 e na população B n = 50, sendo n a população<br />
<strong>genetica</strong>mente ativa, tem-se, portanto, que, na primeira, o <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> q será<br />
σ =<br />
0,<br />
5×<br />
0,<br />
5<br />
= 0,00035, enquanto na segunda ele será estimado como σ =<br />
2×<br />
1.<br />
000.<br />
000<br />
0,<br />
5×<br />
0,<br />
5<br />
= 0,05.<br />
2×<br />
50<br />
Em conseqüência disso, na geração seguinte à inicial da população A, a freqüência do<br />
alelo a terá 95% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar contida no intervalo muito estreito <strong>de</strong> 0,4993 e 0,5007.<br />
Em oposição, na primeira geração filial da população B, a freqüência do alelo a tem 95 % <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar contida em intervalo mais amplo, isto é, <strong>de</strong> 0,4 a 0,6.<br />
Em outras palavras, enquanto a freqüência do alelo a tem pouca probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficar<br />
significativamente alterada ao longo das gerações da população A, tal probabilida<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong> na<br />
população B. Assim, se na primeira geração filial da população B a freqüência do alelo a fosse,<br />
por acaso, q = 0,45, ter-se-ia que, na segunda geração filial <strong>de</strong>ssa população, o gene a teria 95%<br />
<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer com uma freqüência contida no intervalo entre 0,35 e 0,55, pois<br />
σ =<br />
0,<br />
45×<br />
0,<br />
55<br />
= 0,0497.<br />
2×<br />
50<br />
Diante do exposto, não é difícil vislumbrar que, se o mesmo processo continuar, po<strong>de</strong>-se<br />
chegar à extinção do gene a, com a conseqüente fixação <strong>de</strong> seu alelo A. Por outro lado,<br />
consi<strong>de</strong>rando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> um aumento casual do gene a, po<strong>de</strong>-se imaginar,<br />
também, um fenômeno oposto, ou seja, a fixação <strong>de</strong>sse gene e a eliminação <strong>de</strong> seu alelo A.<br />
Quanto menor o isolado, maior será a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as variações casuais das freqüências<br />
gênicas provocarem a extinção ou a fixação <strong>de</strong> um dos alelos, po<strong>de</strong>ndo-se dizer que nos isolados<br />
pequenos as flutuações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong>ixam as freqüências gênicas sujeitas a variações<br />
aleatórias comparáveis às alterações <strong>de</strong> rumo <strong>de</strong> um barco abandonado à <strong>de</strong>riva. Além disso,<br />
po<strong>de</strong>-se dizer que nos pequenos isolados ocorre uma queda da variabilida<strong>de</strong> genética, pois<br />
parte dos alelos é fixada e parte é eliminada, sendo a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eliminação igual à <strong>de</strong><br />
fixação.<br />
É evi<strong>de</strong>nte que nas populações reais o fenômeno da <strong>de</strong>riva genética po<strong>de</strong> ser um processo<br />
bem mais drástico do que aquele apresentado em nosso exemplo, baseado em populações<br />
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