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genetica_de_populacoes

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2. A DERIVA GENÉTICA<br />

No tópico final do capítulo sobre “Efeito da consangüinida<strong>de</strong>” foi frisado que os efeitos<br />

genéticos resultantes do isolamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tamanho dos isolados. Nessa ocasião, tivemos<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar que, se uma população for dividida em isolados gran<strong>de</strong>s, o efeito do<br />

isolamento é semelhante ao dos casamentos consangüíneos, isto é, há aumento da freqüência <strong>de</strong><br />

homozigotos na população (efeito Wahlund). Nesse caso, portanto, o isolamento não tem efeito<br />

evolutivo, pois somente há alteração das freqüências genotípicas, mas não das gênicas.<br />

Nos isolados pequenos, contudo, o isolamento tem efeito evolutivo porque tais<br />

grupamentos não conseguem manter um equilíbrio estável da distribuição genotípica, segundo a<br />

lei <strong>de</strong> Hardy e Weinberg, mesmo supondo panmixia na ausência <strong>de</strong> migração, mutação e seleção.<br />

Nessas pequenas subpopulações, a variação aleatória das freqüências gênicas ao longo das<br />

gerações po<strong>de</strong> provocar a eliminação ou, ao contrário, a fixação casual <strong>de</strong> um gene,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> seu coeficiente seletivo. Em outras palavras, nos pequenos isolados, um<br />

gene com alto valor adaptativo po<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer, enquanto outro, com baixo valor adaptativo<br />

po<strong>de</strong> ser fixado. Tal fenômeno, que, em inglês, é <strong>de</strong>nominado genetic drift, foi chamado, em<br />

português, durante algum tempo, <strong>de</strong> oscilação genética, e <strong>de</strong>pois, renomeado, mais<br />

apropriadamente, por Freire-Maia (1974), <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva genética.<br />

Não é difícil <strong>de</strong>monstrar, algebricamente, que ao longo das gerações <strong>de</strong> uma pequena<br />

população possa ocorrer a eliminação ou a fixação completa <strong>de</strong> um gene como <strong>de</strong>corrência,<br />

simplesmente, da variação casual <strong>de</strong> sua freqüência. De fato, cada geração po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como uma amostra aleatória <strong>de</strong> 2n gametas retirados da geração prece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> n indivíduos<br />

<strong>genetica</strong>mente ativos. Desse modo, por exemplo, se os alelos A e a estiverem presentes em uma<br />

geração <strong>de</strong> uma população, com freqüências p e q=1-p, respectivamente, eles terão 95% <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apresentar na geração seguinte com freqüências contidas nos intervalos<br />

praticamente iguais a dois <strong>de</strong>svios padrão acima e abaixo das freqüências p e q, ou seja, nos<br />

intervalos p ± 2σ e q ± 2σ. (O <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> p ou <strong>de</strong> q é calculado por intermédio <strong>de</strong><br />

pq pq<br />

σ = , no caso <strong>de</strong> os alelos serem autossômicos, ou por intermédio <strong>de</strong> σ = se eles<br />

2n<br />

3n<br />

pertencerem ao cromossomo X).<br />

Visto que o <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> p ou <strong>de</strong> q <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do valor <strong>de</strong> n, está claro que, se n for<br />

gran<strong>de</strong> será pouco provável que a variação das freqüências gênicas provoque <strong>de</strong>svios<br />

significativos das freqüências originais nas gerações que se suce<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se admita<br />

ausência <strong>de</strong> migração, seleção e mutação. Entretanto, se n for pequeno será bastante provável<br />

176<br />

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