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genetica_de_populacoes

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Por outro lado, admitindo a ação da <strong>de</strong>riva genética no passado, <strong>de</strong>veríamos observar nas<br />

populações humanas atuais variação muito maior das freqüências gênicas dos sistemas<br />

polimórficos estudados. A clássica análise feita por Alice Brues (1954), a respeito da limitação<br />

da distribuição das freqüências dos genes A e B do sistema sangüíneo eritrocitário ABO em 251<br />

populações, serve bem para ilustrar essa afirmação. A representação gráfica da distribuição<br />

<strong>de</strong>ssas freqüências na Figura 1.6 evi<strong>de</strong>ncia logo que somente cerca <strong>de</strong> 20% da área do triângulo<br />

correspon<strong>de</strong>nte às freqüências possíveis dos alelos A e B, foram ocupados pelas freqüências<br />

observadas, o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser surpreen<strong>de</strong>nte. Uma situação semelhante foi assinalada por<br />

Saldanha (1964) em relação ao polimorfismo da reação gustativa à feniltiouréia, pois a<br />

freqüência do gene responsável pela insensibilida<strong>de</strong> a essa substância nunca ultrapassa 60%.<br />

Em conseqüência <strong>de</strong>sses argumentos, aventou-se a hipótese <strong>de</strong> que a existência e a<br />

manutenção dos genes polimórficos que não produzem efeito anormal evi<strong>de</strong>nte também<br />

<strong>de</strong>veriam ser conseqüência <strong>de</strong> um processo seletivo. Em outras palavras, os polimorfismos<br />

neutros não existiriam, porque os portadores <strong>de</strong> genes polimórficos que, aparentemente, não têm<br />

efeito anormal, também estariam sujeitos à seleção, apesar <strong>de</strong> o processo seletivo contra eles não<br />

ser tão drástico quanto o que opera contra os portadores <strong>de</strong> genes responsáveis por anomalias.<br />

Fig. 1.6.Variação das freqüências dos genes A e B do sistema sangüíneo eritrocitário ABO<br />

observadas em 215 populações, <strong>de</strong>ntro da área correspon<strong>de</strong>nte à variação possível (Brues,1954)..<br />

Essa hipótese começou a ganhar força quando se constatou que os grupos sangüíneos do<br />

sistema ABO mostravam associação com doenças, isso indicando que, entre os efeitos<br />

pleiotrópicos <strong>de</strong>sses genes, estaria incluída a predisposição a diversas moléstias. A associação do<br />

grupo sangüíneo A com carcinoma gástrico e outros tipos <strong>de</strong> câncer, e com a anemia perniciosa,<br />

ou a associação do grupo O com a úlcera gástrica e a úlcera duo<strong>de</strong>nal (Aird et al., 1953; Roberts,<br />

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