genetica_de_populacoes
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um <strong>de</strong>terminado intervalo <strong>de</strong> tempo. Evi<strong>de</strong>ntemente, o emprego do método direto não exclui os<br />
riscos <strong>de</strong> erro do método indireto, ou seja, a inclusão <strong>de</strong> fenocópias, <strong>de</strong> genocópias e <strong>de</strong> filhos<br />
ilegítimos, bem como a inclusão, entre os mutantes, <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> pessoas nas quais o gene não se<br />
expressou clinicamente, isto é, não teve penetrância.<br />
Para <strong>de</strong>monstrar a aplicação dos métodos direto e indireto <strong>de</strong> cálculo da taxa <strong>de</strong> mutação<br />
<strong>de</strong> genes com efeito dominante, suponhamos que, em 100.000 nascimentos ocorridos numa<br />
população, em um <strong>de</strong>terminado período, tenha sido diagnosticada uma anomalia autossômica<br />
dominante em 6 crianças, duas das quais representado casos familiais, isto é, com um dos<br />
genitores manifestando a mesma anomalia. Visto que os quatro recém-nascidos restantes são<br />
casos esporádicos, isto é, gerados por genitores normais, a incidência <strong>de</strong>sses casos po<strong>de</strong> ser<br />
estimada em 4: 100.000 ou 0,00004.<br />
Aceitando-se a hipótese <strong>de</strong> que, nos casos esporádicos, a anomalia dominante foi<br />
<strong>de</strong>terminada por um único gene autossômico raro com penetrância completa e resultante <strong>de</strong><br />
mutação, consi<strong>de</strong>ramos cada caso esporádico como oriundo <strong>de</strong> um zigoto no qual o mutante<br />
estava acompanhado <strong>de</strong> um alelo condicionador <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>. Com isso, a taxa da mutação<br />
que <strong>de</strong>termina a anomalia em estudo passa a ser estimada em 0,00002, pois <strong>de</strong>vemos levar em<br />
conta a meta<strong>de</strong> da freqüência <strong>de</strong> anômalos, isto é, µ =<br />
149<br />
0,<br />
00004<br />
= 0,00002 ou µ =2×10<br />
2<br />
–5 . Isso<br />
equivale a dizer que, em cada geração, 2 em cada 100.000 gametas apresentariam a mutação em<br />
apreço.<br />
Para calcular a taxa <strong>de</strong> mutação que origina um gene responsável por uma anomalia<br />
dominante empregando o método indireto, precisamos, inicialmente, estimar o valor adaptativo<br />
da anomalia, o que é feito pela comparação da fecundida<strong>de</strong> média dos anômalos com a<br />
fecundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> uma amostra controle. Suponhamos que tivéssemos constatado que 100<br />
indivíduos com a anomalia em estudo tiveram um total <strong>de</strong> 63 filhos que alcançaram a ida<strong>de</strong><br />
reprodutiva, enquanto que 400 pessoas normais <strong>de</strong> uma amostra controle geraram 840 filhos que<br />
ultrapassaram a maiorida<strong>de</strong>. Nesse caso, a fecundida<strong>de</strong> média dos anômalos seria estimada em<br />
63 840<br />
0,63, pois = 0,63, e a dos normais seria estimada em 2,10, pois = 2,10, o que, por sua<br />
100<br />
400<br />
0,<br />
63<br />
vez, permite estimar o valor adaptativo da anomalia em 0,30, pois f =<br />
2,<br />
10<br />
dizer que o coeficiente seletivo <strong>de</strong>ssa anomalia é alto, pois s = 1 -f = 0,70.<br />
= 0,30. Isso equivale a<br />
Se a anomalia dominante autossômica em estudo for a mesma do exemplo anterior,<br />
po<strong>de</strong>remos estimar sua incidência na população em x = 0,00006, pois<br />
158<br />
6<br />
100.<br />
000<br />
= 0,00006. Como<br />
149