genetica_de_populacoes
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gene letal. Evi<strong>de</strong>ntemente, sua freqüência na população será baixa e mantida apenas pela taxa <strong>de</strong><br />
mutação. Os genes letais não têm, obrigatoriamente, que provocar a morte precoce <strong>de</strong> seus<br />
portadores, porque a seleção natural po<strong>de</strong> operar em vários níveis, como já mencionamos acima,<br />
<strong>de</strong> sorte que o efeito <strong>de</strong>letério <strong>de</strong> uma mutação po<strong>de</strong> manifestar-se nos gametas, nos zigotos,<br />
no embrião, nos recém-nascidos ou em qualquer outro momento do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
indivíduo. Por isso, do ponto <strong>de</strong> vista genético, tanto os genes que causam esterilida<strong>de</strong> quanto os<br />
que impe<strong>de</strong>m seus portadores <strong>de</strong> alcançar a ida<strong>de</strong> reprodutiva são consi<strong>de</strong>rados letais, pois,<br />
nessas situações s = 1.<br />
Obviamente, tanto os genes letais quanto as mutações que conferem baixo valor<br />
adaptativo a seus portadores serão encontrados em proporção muito pequena na população. Essa<br />
a razão pela qual a esmagadora maioria dos genes que <strong>de</strong>terminam efeitos <strong>de</strong>letérios são genes<br />
idiomorfos, isto é, têm freqüências inferiores a 1%, e não chegam a ser genes polimorfos, que<br />
atingem freqüências entre 1% e 99%.<br />
PERSISTÊNCIA MÉDIA<br />
Se um mutante pu<strong>de</strong>r ser consi<strong>de</strong>rado um gene neutro, isto é, se, praticamente, os seus<br />
portadores não estiverem sujeitos à seleção (s = 0), ele permanecerá in<strong>de</strong>finidamente ou quase<br />
in<strong>de</strong>finidamente na população. Por isso, se um mutante conferir a seus portadores maior<br />
adaptabilida<strong>de</strong> ao ambiente do que seus alelos mais antigos, a sua freqüência passará a aumentar<br />
na população, enquanto a freqüência dos alelos mais antigos diminuirá.<br />
Para tornar mais compreensíveis essas afirmações, consi<strong>de</strong>remos um alelo surgido por<br />
mutação, que tenha efeito dominante e penetrância completa. A persistência média <strong>de</strong>sse gene,<br />
simbolizada por i, indica o número médio <strong>de</strong> gerações que esse mutante permanecerá na<br />
população, e é inversamente proporcional ao coeficiente seletivo <strong>de</strong> seus portadores, po<strong>de</strong>ndo-se,<br />
1<br />
pois, escrever i = . Se esse alelo surgido por mutação for letal, isto é, se o coeficiente seletivo<br />
s<br />
<strong>de</strong> seus portadores for s = 1, a persistência média <strong>de</strong>sse gene na população também será a<br />
1<br />
unida<strong>de</strong> (i = = 1), ou seja, ele somente conseguirá permanecer na população durante uma única<br />
1<br />
geração, sendo, por isso, a sua freqüência igual à taxa <strong>de</strong>ssa mutação. Se, ao contrário, o alelo<br />
surgido por mutação for neutro, <strong>de</strong> modo a conferir valor adaptativo f = 1, isto é, s = 0 a seus<br />
1<br />
portadores, esse gene permanecerá in<strong>de</strong>finidamente na população porque i = = ∞.<br />
0<br />
A introdução <strong>de</strong> modificações no ambiente po<strong>de</strong> fazer com que um alelo, que, até então,<br />
conferia pouca adaptabilida<strong>de</strong> a seus portadores, passe a sofrer pouca seleção. Desse modo,<br />
aumentará a persistência média <strong>de</strong> tal alelo e, em conseqüência, a sua freqüência na população. A<br />
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