genetica_de_populacoes
genetica_de_populacoes
genetica_de_populacoes
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CAPÍTULO 6. OS FATORES EVOLUTIVOS<br />
Ao discutirmos o equilíbrio <strong>de</strong> Hardy e Weinberg, ficou bastante claro que a estabilida<strong>de</strong><br />
das freqüências gênicas numa população somente po<strong>de</strong> ser mantida se nela não estiverem<br />
atuando os fatores evolutivos, ou seja, se a população não estiver sujeita a mutações, seleção<br />
natural, <strong>de</strong>riva genética e a fluxos gênicos <strong>de</strong> populações migrantes. Os efeitos <strong>de</strong> tais fatores<br />
serão analisados no presente capítulo. Antes, porém, é necessário salientar que a evolução é<br />
<strong>de</strong>finida, atualmente, como a alteração das freqüências <strong>de</strong> alelos pertencentes ao conjunto<br />
gênico da população estudada. Em vista disso, po<strong>de</strong>-se concluir que, apesar <strong>de</strong> a evolução afetar<br />
indivíduos, não são eles que evoluem e sim a população como um todo. Assim, por exemplo, se<br />
um par <strong>de</strong> alelos A,a, que ocorre em uma <strong>de</strong>terminada geração <strong>de</strong> uma população com<br />
freqüências p = 0,95 e q = 0,05, passar a mostrar, em uma gerração <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, freqüências<br />
p = 0,92 e q = 0,08, não diremos que houve evolução dos indivíduos portadores do alelo a e sim<br />
que o conjunto gênico da população evoluiu num <strong>de</strong>terminado sentido, que, no caso, foi o<br />
aumento da freqüência do alelo a.<br />
1. MUTAÇÃO E SELEÇÃO<br />
É sabido que toda a alteração do genótipo, que surge repentina e aleatoriamente é<br />
<strong>de</strong>nominada mutação. Em conseqüência disso, sob esse nome estão incluídas tanto as alterações<br />
submicroscópicas do material genético, isto é, as alterações nas seqüências <strong>de</strong> bases do DNA,<br />
quanto as alterações do material genético visíveis ao microscópio, isto é, as aberrações<br />
cromossômicas. As alterações submicroscópicas do material genético, que são comumente<br />
chamadas <strong>de</strong> mutações gênicas, ocorrem durante a replicação do DNA, na fase S do ciclo<br />
celular, sem que sejam reparadas, po<strong>de</strong>ndo tornar-se, por isso, permanentes.<br />
As mutações gênicas, mesmo quando pontuais, isto é, resultantes da substituição <strong>de</strong> uma<br />
única base (púrica ou pirimídica), po<strong>de</strong>m provocar alterações fenotípicas importantes. Não é<br />
difícil, pois, imaginar que as aberrações cromossômicas, por serem modificações mais grosseiras<br />
do material genético, notadas ao microscópio, possam ter efeitos dramáticos, ao provocar<br />
profunda <strong>de</strong>sorganização da informação genética, que po<strong>de</strong> chegar a impedir a viabilida<strong>de</strong> do<br />
organismo no qual se manifestam. Essas anomalias do cariótipo são classificadas como<br />
numéricas, quando existe a adição ou a perda <strong>de</strong> cromossomos, e como estruturais<br />
(translocação, inversão, <strong>de</strong>ficiência, duplicação) quando ocorrem rearranjos do material<br />
genético <strong>de</strong> um cromossomo ou entre cromossomos.<br />
Seguindo a tendência atual, no presente capítulo não discutiremos as aberrações<br />
cromossômicos, e nos ateremos apenas às mutações gênicas, como provedoras da variabilida<strong>de</strong><br />
genética que é submetida à seleção natural, <strong>de</strong>finida por Darwin (1859) como sendo a<br />
149<br />
140<br />
140