genetica_de_populacoes
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dos cônjuges consangüíneos, para que os efeitos do ambiente pu<strong>de</strong>ssem ser consi<strong>de</strong>rados<br />
como equivalentes nos dois grupos estudados.<br />
Comparando a taxa <strong>de</strong> sobrevivência dos filhos <strong>de</strong> primos em primeiro grau com a<br />
dos filhos <strong>de</strong> não-consangüíneos, estimou Muller (1948,1956) que a viabilida<strong>de</strong> relativa dos<br />
primeiros era 94%, pois<br />
83 , 2<br />
= 0,94. Isso equivale a dizer, portanto, que 6% dos filhos <strong>de</strong>,<br />
88,<br />
4<br />
casais <strong>de</strong> primos em primeiro grau haviam falecido antes da ida<strong>de</strong> reprodutiva, em<br />
<strong>de</strong>corrência do efeito <strong>de</strong> genes que se encontravam em homozigose por causa <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />
consangüinida<strong>de</strong>.<br />
Por ser o coeficiente <strong>de</strong> endocruzamento (F) dos filhos <strong>de</strong> casais <strong>de</strong> primos em<br />
1<br />
primeiro grau igual a , consi<strong>de</strong>rou Muller que os 6% <strong>de</strong> óbitos até os 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
16<br />
1<br />
que observou entre os filhos <strong>de</strong>sses casais seriam causados pela autozigose <strong>de</strong> dos genes<br />
16<br />
<strong>de</strong>letérios que ocorrem em heterozigose na população composta <strong>de</strong> indivíduos viáveis. Em<br />
outras palavras, o efeito <strong>de</strong>sses genes <strong>de</strong>veria ser 16 vezes maior do que aquele que foi<br />
capaz <strong>de</strong> ser avaliado, <strong>de</strong> sorte que, se pu<strong>de</strong>sse haver um coeficiente <strong>de</strong> endocruzamento<br />
F = 1, o efeito <strong>de</strong>sses genes <strong>de</strong>veria correspon<strong>de</strong>r a, aproximadamente, um letal por gameta,<br />
pois 16 × 0,06 = 0,96 ≅1.<br />
Com base nesse raciocínio, Muller concluiu que os gametas humanos conteriam<br />
aquilo que, em seguida, veio a ser chamado <strong>de</strong> equivalente letal, isto é, um gene com efeito<br />
letal quando em homozigose ou um conjunto <strong>de</strong> genes que po<strong>de</strong>m, cada um <strong>de</strong>les,<br />
<strong>de</strong>terminar a morte <strong>de</strong> uma certa proporção <strong>de</strong> homozigotos e que, se distribuídos em<br />
homozigose em diferentes indivíduos teriam o efeito global <strong>de</strong> um letal. Por outro lado, se<br />
existisse um equivalente letal por gameta, os zigotos que dão origem aos seres humanos<br />
<strong>de</strong>veriam, segundo Muller (1956), conter dois equivalentes. Como se vê, um equivalente<br />
letal tanto po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a um único gene com efeito letal em homozigose quanto, por<br />
exemplo, a 5 genes, cada qual com 20% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> causar morte quando em<br />
homozigose, ou a 20 genes, cada qual com apenas 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> causar a morte<br />
dos homozigotos, e assim por diante.<br />
O trabalho pioneiro <strong>de</strong> Muller estimulou a realização <strong>de</strong> outro por Morton, Crow e<br />
Muller (1956), no qual foram levados em conta dados coletados na França por Sutter e<br />
131<br />
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