genetica_de_populacoes
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COEFICIENTE DE ENDOCRUZAMENTO E GENES DO CROMOSSOMO X Quando o coeficiente de endocruzamento diz respeito a genes do cromossomo X é óbvio que se deve levar em conta apenas as filhas de consangüíneos, pois somente elas possuem, normalmente, dois cromossomos X em seu cariótipo, o que lhes dá a oportunidade de apresentar esses genes em homozigose. Para entender o cálculo do coeficiente de endocruzamento em relação aos genes do cromossomo X, que é, geralmente, simbolizado por F’, consideremos os quatro tipos de casamento entre primos em primeiro grau (Figura 8.5). Fig. 8.5. Coeficientes de endocruzamento das filhas de primos em primeiro grau em relação a genes do cromossomo X. Analisemos, inicialmente, a probabilidade de os dois cromossomos X de uma filha de cada um desses tipos de primos serem do seu bisavô I-1, que é ancestral comum a seus pais. Evidentemente, para que isso aconteça é necessário que o cromossomo X do indivíduo I-1 seja transmitido seguindo dois caminhos: Caminho 1: I-1 → II-2→ III-1→ IV-l Caminho 2: I-1 → II-3 → III-2 → IV-l A observação, ainda que rápida, da Figura 8.5 permite constatar logo que nos heredogramas 2, 3 e 4 não existe a possibilidade de os dois cromossomos X da mulher IV-1 terem sido herdados do bisavô I-1, porque, em tais heredogramas, ao menos um dos caminhos apresenta pelo menos dois homens em sucessão, o que inviabiliza a transmissão do cromossomo X. Desse modo, em relação às genealogias representadas pelos heredogramas 2, 3 e 4 pode-se dizer que é nula a probabilidade de uma filha de primos em primeiro grau (IV-1) ter os genes do cromossomo X de seu bisavô (I-1) em autozigose. 110 102
Já na genealogia representada pelo heredograma 1 da Figura 8.5 essa probabilidade 1 é igual a , pois existe a certeza de que o cromossomo X do bisavô I-1 foi transmitido às 8 suas filhas II-2 e II-3, podendo-se, ainda, dizer que, se tal cromossomo tiver sido herdado pelo indivíduo III-1, ele será, com certeza, transmitido à mulher IV-1. Portanto, aos passos I-1→ II-2, I-1→ II-3 e III-1→ IV-l corresponde uma probabilidade 1. A cada um dos três 1 passos restantes dos caminhos 1 e 2 corresponde, evidentemente, uma probabilidade de o 2 cromossomo X do bisavô I-1 ter sido transmitido. Com isso, tem-se que a probabilidade de a mulher IV-l do heredograma 1 da Figura 8.5 ter os genes do cromossomo X de seu bisavô ⎛ ⎞ 1 I-1 em autozigose é igual a ⎜ ⎟ = . ⎝ 2 ⎠ 8 1 3 Vejamos, agora, qual a probabilidade de os dois cromossomos X da mulher IV-l de cada um dos heredogramas da Figura 8.5 serem idênticos a um dos dois cromossomos sexuais presentes na bisavó I-2, os quais podem ser designados por X l e X 2 . Para que isso aconteça é necessário que o cromossomo X 1 ou o cromossomo X 2 sejam transmitidos percorrendo os dois caminhos seguintes: Caminho 3: I-2 → II-2 → III-I → IV-l Caminho 4: I-2 → II-3 → III-2 → IV-l Novamente, a simples observação da Figura 8.5 mostra logo que a probabilidade de tal acontecimento é nula nas genealogias representadas pelos heredogramas 3 e 4, porque no caminho 4 existe a sucessão de dois homens, ou seja, ao passo II-3→ III-2 corresponde uma probabilidade zero. Isso permite dizer que as filhas de casais de primos em primeiro grau dos tipos 3 e 4 da Fig.8.5 têm F' = 0, visto que elas não podem possuir em duplicata o cromossomo X de seu bisavô I-1, do mesmo modo que não podem possuir em duplicata um dos dois cromossomos X de sua bisavó I-2. No concernente à genealogia representada pelo heredograma 1 da Figura 8.5, deve- se considerar que, com exceção do passo III-1→ IV-1 do caminho 3, que tem probabilidade 1 1, cada um de todos os restantes correspondem a uma probabilidade . Portanto, a 2 probabilidade de os dois cromossomos X da mulher IV-l desse heredograma serem X 1 é 111 103
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COEFICIENTE DE ENDOCRUZAMENTO E GENES DO CROMOSSOMO X<br />
Quando o coeficiente <strong>de</strong> endocruzamento diz respeito a genes do cromossomo X é<br />
óbvio que se <strong>de</strong>ve levar em conta apenas as filhas <strong>de</strong> consangüíneos, pois somente elas<br />
possuem, normalmente, dois cromossomos X em seu cariótipo, o que lhes dá a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar esses genes em homozigose. Para enten<strong>de</strong>r o cálculo do<br />
coeficiente <strong>de</strong> endocruzamento em relação aos genes do cromossomo X, que é, geralmente,<br />
simbolizado por F’, consi<strong>de</strong>remos os quatro tipos <strong>de</strong> casamento entre primos em primeiro<br />
grau (Figura 8.5).<br />
Fig. 8.5. Coeficientes <strong>de</strong> endocruzamento das filhas <strong>de</strong> primos em primeiro grau em relação<br />
a genes do cromossomo X.<br />
Analisemos, inicialmente, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os dois cromossomos X <strong>de</strong> uma filha<br />
<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> primos serem do seu bisavô I-1, que é ancestral comum a seus<br />
pais. Evi<strong>de</strong>ntemente, para que isso aconteça é necessário que o cromossomo X do indivíduo<br />
I-1 seja transmitido seguindo dois caminhos:<br />
Caminho 1: I-1 → II-2→ III-1→ IV-l<br />
Caminho 2: I-1 → II-3 → III-2 → IV-l<br />
A observação, ainda que rápida, da Figura 8.5 permite constatar logo que nos<br />
heredogramas 2, 3 e 4 não existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os dois cromossomos X da mulher IV-1<br />
terem sido herdados do bisavô I-1, porque, em tais heredogramas, ao menos um dos<br />
caminhos apresenta pelo menos dois homens em sucessão, o que inviabiliza a transmissão<br />
do cromossomo X. Desse modo, em relação às genealogias representadas pelos<br />
heredogramas 2, 3 e 4 po<strong>de</strong>-se dizer que é nula a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma filha <strong>de</strong> primos em<br />
primeiro grau (IV-1) ter os genes do cromossomo X <strong>de</strong> seu bisavô (I-1) em autozigose.<br />
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